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Os senhores do outro lado do mar já haviam chegado ao Peru. INCAS: ORGANIZAÇÃO SOCIAL, POLÍTICA. E ADMINISTRATIVA. O povo Inca era considerado como os senhores ...
Tipologia: Esquemas
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Não perca as partes importantes!
Levar o aluno a conhecer as principais estruturas que formaram o Império Andino dos Incas
Ao fi nal desta aula, o aluno deverá: identificar os principais traços culturais, econômicos e sociais do Império dos Incas.
Ter assimilado o conteúdo das aulas anteriores.
O Criador, para os Incas, “professor do mundo” ou “Tesci- viracocha”. (Fontes: http://www.ludusportal.com.br)
História das Américas I
Caros alunos, queridas alunas: agora que vocês conheceram a diversi- dade de povos que antecederam os Incas na zona cultural peruana, somos todos convidados a tentar compreender como se organizou o grande Im- pério de Tahuantinsuyu, aqueles que submeteram todos os povos que lhes foram contemporâneos e se tornaram os Senhores dos “Quatro Cantos do Mundo”. O Império Inca foi o maior das Américas. Surgiu no final de século XII, em seu esplendor chegou a expandir-se desde o sul da Colômbia e Equador até o norte do Chile e noroeste da Argentina, ocupando, portanto, toda região Andina nos territórios dos atuais Peru e Bolívia. O surgimento dos Incas sempre foi controverso. Sobre suas origens recaem duas lendas que foram propagadas oralmente e se fixaram no uni- verso imaginário das sociedades indígenas dos Andes: O mito dos Irmãos Ayar e a Lenda de Manco Capác e Mama Oclio. Segundo a primeira dessas lendas, depois de um grande dilúvio que devastou a região de Cuzco, surgiram de um espaço vazio chamado Cápac Tocco (a principal janela) quatro casais de irmãos (os Ayar): quatro homens e quatro mulheres. Eles viveram errantes durante muito tempo até que Ayar Cachi transformou-se em um Huaca (divindade) e petrificou-se juntamente com dois dos seus irmãos homens: Ayar Uchu e Ayar Auca. Então, o irmão que sobrou, Ayar Manco, fincou uma vara no solo e declarou o fim de sua vida nômade, tomando, inclusive, as quatro irmãs como esposas. Em seguida, reuniu outras populações errantes que transitavam próximo a sua região e concedeu-lhes o “dom da civilização”. Dessa forma, fundaram um pequeno povoado ao qual deram o nome de Cuzco. Ele foi dedicado a Hiaracocha (o criador do universo indígena) e ao deus sol. A outra lenda reza que do sol nasceram dois irmãos: Manco Capac e Mama Ocllo, que além de esposa era sua irmã. Inicialmente, eles habitaram a zona do lago Titicaca. Porém, haviam recebido de seu pai a missão de encontrar um lugar onde haveriam de formar uma grande civilização. Em atendimento ao cumprimento de tal ordem, eles se separaram, dirigindo- se um para o norte e outro para o sul. Durante suas peregrinações, eles ensinaram o povo a trabalhar a praticar a agricultura irrigada e a produzir objetos utilitários. Quando encontrou o lugar indicado pelo seu pai, Manco Cápac fundou a cidade de Cuzco, tornando-se o herói civilizador de seu povo. Então a referida cidade foi entregue a dois padroeiros: Hiracocha e ao seu pai, o deus sol. Como vocês podem notar, as duas lendas apresentam algumas semelhanças que podem ser enumeradas nos seguintes pontos: 1º) Ayar Manco e Manco Capac poderiam ser os mesmo personagens, visto que compartilham de um nome comum;
História das Américas I
riquezas e a tornou conhecida com o nome de Coricancha (pátio de ouro). Foi um grande guerreiro e suas conquistas propagaram-se pela costa sul do atual Peru até a região de Nasca. Contudo, verdadeiramente passou para a História do povo Inca por ter sido um grande legislador e organizador do Império, ao qual conhecia em profundidade (Visitou pessoalmente de Tiahuanaco a Arequipa) Túpac Yupaqui, o Administrador (1471-1493), era filho de Pachacútec e foi o seu sucessor no trono. De caráter guerreiro, tal qual o pai, venceu inúmeras batalhas. A ele se atribuiu a construção de um dos mais impor- tantes edifícios de Cuzco, a fortaleza de Sacsahuaman. Em seus últimos anos construiu para si o Palácio de Pucumarca, também localizado em Cuzco. Huayna Cápac, o Pacificador (1493-1527), era filho de Túpac Yupaqui e iniciou o seu reinado com o ânimo de prosseguir o ideal expansionista de seu pai e seu avô. Seu governo foi marcado por muitas rebeliões que o impediram de dedicar-se à implementação de leis e a expansão conquis- tadora; tendo-se resignado, portanto, a consolidar a obra de seus anteces- sores. Desafortunadamente, contraiu sarampo e varíola durante uma de suas poucas campanhas militares, fato que o levou a morte. Seu sucessor imediato era seu filho Ninan Coyuchi, que também acabou falecendo viti- mado pela varíola. Sucedeu-o seu segundo príncipe Huáscar, escolhido pela aristocracia de Cusco. Porém, seu irmão Atahualpa, que tinha o apoio dos militares, inconformado com os rumos da sucessão, declarou-lhe guerra. Após muitas batalhas (1428-1532), Atahualpa conseguiu fazer Huáscar prisioneiro e foi nomeado Inca. Havíamos chegado ao ano 1535, já era tarde demais, o Império Quechua estava fadado a mudar de soberano. Os senhores do outro lado do mar já haviam chegado ao Peru.
O povo Inca era considerado como os senhores dos Andes. O sol era seu ancestral comum, adorado como o inter- mediário entre o céu e a terra. A cidade de Cuzco representava o centro do Im- pério, a montanha sagrada dos antigos; o coração geográfico, religioso, político, econômico, militar, cultural e linguístico dos Quechuas. O povo se identificava com esse caráter centralizador da capital do Império. Cuzco era uma cidade relativamente grande que podia abrigar cerca de 200.
Cuzco (Fonte: http://www.interhabit.com)
Zona Andina: o Império dos Incas Aula
pessoas. Sua população encontrava-se distribuída em quatro bairros: Qui- 6 ticancha, Chumbicancha, Sairicancha e Yarambuycancha. A cidade era dividida entre alta e baixa. Na parte baixa, viveram os Incas da Primeira Dinastia e na alta, os da Segunda. O palácio dos soberanos eram os maiores da capital. Os edifícios mais imponentes eram: Amarucancha (gigante es- trutura de pedra) e Corincancha (o real pátio do sol). A Praça de Aucaypata era o centro geográfico do Império, o marco zero de onde partiam todas as estradas que levavam aos quatro cantos dos seus domínios. Os príncipes herdeiros também moravam em Cuzco. Para tornar-se um Inca, ele deveria ser filho legítimo da união entre o soberano e uma de suas irmãs. Caso isso não ocorresse, haver-se-ia de fazer uma cerimônia de legitimação. As características principais para a escolha de um Inca eram: a primogenitura, habilidade política e militar, além de perfeição corporal. A Sociedade Inca encontra-se dividida basicamente em três estamentos: Realeza, nobreza e povo. A realeza tinha a função de governar a sociedade. Eles estavam vincu- lados diretamente ao poder teocrático do Inca, que, de acordo com os seus atributos, recebia as seguintes titulações:
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morte. Havia tanta clareza na arrecadação, que era impossível errar. Tal 6 precisão fundamentava-se num efi ciente método contábil utilizado pelos Incas; os quipus.
Quipu (Fonte:http://pinfotos.abril.com.br)
O quipu era um instrumento básico utilizado para a comunicação no Império. Era feito da união de cordões, que podia ser coloridos ou não. Poderia, também, ser enfeitado com ossos e penas, onde cada nó que se dava em cada cordão significava uma mensagem distinta. Cada cordão poderia ter um ou mais nós, ou nenhum nó, ou um nó na base; enfim, tudo era comunicado e transportado rapidamente ao centro do Império, Cuzco.
A base da vida incaica era a terra. Trabalhar nela era indício de saúde e felicidade. Só as crianças, os velhos e os enfermos que não trabalhavam. Não e obstante tal fato, o Estado era o único dono da terra, não havia qualquer tipo de propriedade privada. Contudo, ao nascer, o súdito tinha direito de receber em usufruto um topo de terra com o qual lhe presenteava o Estado. Ao casar-se recebia mais um topo, ação que se repetia a cada filho homem que nascia. No caso do nascimento de uma menina, recebia meio topo. Não se sabe a dimensão de um topo, sabe-se apenas que sua medida variava de acordo com a qualidade da terra. Assim sendo, um topo de terra fértil era menor que outro de terra pobre. A terra era chamada de Pachamama e foi convertida em deusa, sendo- lhe atribuídas as virtudes e os defeitos inerentes ao sexo feminino. Sem a terra nada existia, ela era a base do Tahuantisuyo; tudo estava ligado à terra: o culto, o calendário, a mitologia, a vida social, tudo girava em torno dela. No Império do Sol não existia dinheiro. O comércio era realizado a
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base do escambo (troca). Os objetos mais usados como moeda de troca foram: as folhas de coca, a pimenta, o milho, as plumas, o algodão, a lã e a carne seca. O comércio local era realizado através de feiras que aconteciam nas praças. Todos podiam negociar e não havia mendigos. As feiras tinham início ao amanhecer e terminavam com o pôr do sol, chegado ao seu ponto culminante ao meio dia. O excedente da produção de cada família, aldeia e região era arma- zenado em depósitos para a comercialização nas feiras e nos mercados. Existia o depósito do sol destinado aos sacerdotes, o dos Incas destinado ao Imperador e sua nobreza e, finalmente, o do povo. Os produtos eram armazenados em lugar seguro, onde havia toda uma logística contra as intempéries e roubos. Cabia ao Estado repartir o que a comunidade produzia. Poder-se-ia dividir não só alimentos, como também moradia e vestimentas. A alimen- tação dos incas era feita à base de vegetais, legumes, raízes, tubérculos, algas, cereais e frutas. As carnes de lhamas e alpacas também poderiam ser consumidas. Eles costumavam usar o sal para conservar e cozinhar os alimentos. Costumavam fazer três refeições diárias em comidas preparadas em panelas feitas de barro. O trabalho era visto como sinônimo de saúde e felicidade. Para os Incas, o ócio representava um delito grave. Cada pessoa tinha uma função, indepen- dente de sexo ou condição física. Até os deficientes visuais eram responsáveis por catar piolhos nos demais para evitar a infestação de parasitas. Existiam três formas básicas de organização do trabalho: o Ayni que era a forma coletiva; a Minca que era utilizada pelos sacerdotes e pelo Es- tado e a Mita, que era o trabalho compulsório realizado por homens em idades que variavam entre 25 e 50 anos, distribuídos em turnos sucessivos, divididos num período que poderia durar pouco mais de três meses. Eles se dedicavam à realização de obras públicas e ao gerenciamento do Estado. O ofício predileto dos Incas era a agricultura. Ela era praticada como uma forma de entretenimento mediante muito regozijo e alegria. Tanto homens como mulheres gostavam de arar a terra, o que lhes proporcionava muito prazer; por isso costumavam cantar enquanto trabalhavam. Os incas praticavam diferentes técnicas para o desenvolvimento do plantio. A mais interessante dentre elas era a construção de plataformas destinadas ao cultivo. Mediante a aplicação dessa técnica, eles conseguiam multiplicar as terras e a superfície plantada. Além do mais, conseguiam conter desmoronamentos de terra, ao tempo em que evitavam as erosões causadas pelo vento e pela chuva. Eles também já conheciam a técnica da jardinagem e utilizavam excrementos de animais como adubo. O Guano, por exemplo, era um importante esterco produzido pelas aves marinhas.
História das Américas I
A indústria têxtil era muito desenvolvida. O algodão era cultivado no litoral e a lã vinha das altas terras. Possuíam uma gama de 190 cores que poderiam ser utilizadas no tingimento das mais variadas fibras. Destacaram-se as oficinas de Paracas, que produziam finos tecidos cerimoniais. Lhamas e alpacas eram os animais criados através da pecuária. Sua domesticação tinha por finalidade a extração da lã e a utilização dos animas para a carga. A pecuária nunca foi exclusiva, ela sempre estava agregada à agricultura. Nunca caçavam por passatempo, mas só por necessidade. Utilizavam redes para capturarem aves. Delas aproveitavam as penas. Os grandes animais eram atacados com flechas e lanças. Deles retiravam a pele. Já os animais menores eram laçados ou capturados em armadilhas. A pesca era praticada por meio de embarcações muito frágeis, emprega- vam o uso de anzóis de cobre e redes de algodão. Costumavam utilizar uma erva chamada barbaso. Ela era muito importante para a caça fluvial, pois adormecia os peixes, facilitando a coleta.
As estradas incaicas chamavam-se Cápac Nãn. Elas constituíam um poderoso vínculo territorial que se encontrava reforçado pela imposição da utilização de um único idioma. Huayna Cápac foi o monarca que mais construiu estradas, pois pressupunha que tal investimento era estrategicamente importante, pois, além de facilitar a comunicação entre diferentes pontos do Império, servia também para que o exército real tivesse maior mobilidade e pudesse abafar com rapidez qualquer tipo de rebelião contrária ao governo. Os caminhos reais eram os mais bem cuidados. Eles representavam uma das maravilhas do Tahuantinsuyo. Hernán Pizarro, responsável pela conquista dos Incas, afirmou que “não havia construções melhores em toda cristandade”. Os funcionários que tinham como função manter a vigilância e a conservação das estradas reais eram chamados de Hatun Ñan Camayoc ou Capac Ñan Tocrico. Todos os caminhos eram interligados por pontes, que poderiam ser fixas, pendentes ou flutuantes. As fixas eram feitas de pedra. As pendentes podiam ser construídas de cordas, redes ou tecidos. As flutuantes apareciam em menor número e eram geralmente feitas com um único tronco de madeira. Um detalhe bastante significativo relativo às estradas incaicas diz respeito ao seu “sistema de correios”. Os responsáveis por tal função eram chamados de Chasquis ou Chasquic e foram inspirados nos mensageiros Mochicas. Eles eram muito jovens, geralmente tinham entre dezoito e vinte anos. Não existia maior recompensa para um Chasquic do que receber um elogio por um serviço bem executado. Contudo, se falhasse na sua missão ou não fosse confiável, poderia ser condenados à morte.
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Como já vimos anteriormente, as estradas eram fundamentais para 6 atender aos interesses expansionistas dos Incas. Nelas os exércitos deslo- cavam-se com muita facilidade e subjugavam, através da guerra, aos seus inimigos sem muita dificuldade de locomoção. A guerra era um momento especial na vida dos Incas, principalmente para os mais jovens e para atender aos interesses da política governamental. O Inca era o general supremo dos exércitos imperiais. Contudo, havia o estabelecimento de uma hierarquia militar que se estendia desde um simples arqueiro até o mais graduado comandante. Existiam dois grupos de armas: as ofensivas e as defensivas. Dentre as armas ofensivas destacavam-se: o arco e flecha, a lança, as clavas, as porras e as hachas. Já as defensivas poderiam ser: os escudos, os capacetes e as couraças. As fortalezas também representavam um importante elemento de- fensivo na estrutura belicosa dos Incas. Elas eram cuidadosamente construídas nas fronteiras que apresentavam maior periculosidade, para que as cidades do Império estivessem sempre bem protegidas. Os Incas apresentavam uma estratégia militar marcada por etapas bem definidas. Inicialmente, eles enviavam espiões que se faziam passar por mer- cadores. Eles se infiltravam na cultura dos inimigos, extraía o maior numero de informações possíveis sobre o funcionamento de suas sociedades. Em seguida eram enviados diplomatas cuja função era tentar convencer seus inimigos para que se tornassem vassalos dos Incas. Caso as duas etapas anteriores falassem, o grande Inca ordenava a ação militar. A ação militar, por seu turno, era também dividida em três etapas: a aproximação, o contato e o ataque. Na primeira, os soldados avançavam silenciosamente adaptando-se às sinuosidades do terreno. Quando suas pre- senças eram notadas ocorria o contato com os inimigos. Nesse momento, um dos capitães ordenava que todos se preparassem para atacar. O ataque era veloz e certeiro, um soldado inca só tinha dois objetivos: vencer ou morrer.
Os Incas tinham uma educação prática, sem o estabelecimento de re- ceitas estratégicas ou cópia de outros sistemas culturais. A educação incaica era elaborada de acordo com os conhecimentos do seu povo. Tratava-se de uma educação naturalista, com caráter religioso e classista, através da qual se estudava: idiomas, bons costumes, valores agrícolas, habilidades manuais e, acima de tudo, submissão incondicional as autoridades. Também eram ensinados outros valores como: apego a terra natal, amor familiar, sentido de unidade, responsabilidade e desenvolvimento de um caráter criador. Esse sentido criativo foi o grande impulsionador da arte incaica. Os artistas quechuas eram chamados de Yachachic Runa. Dentre as artes praticadas pelos Incas destacam-se: a arquitetura, a cerâmica, a tecelagem,
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as vitórias, triunfos e riquezas do povo Inca e as segundas centravam-se em 6 temas agrícolas e familiares. Os atores costumavam receber jóias e favores em reconhecimento pela qualidade do seu trabalho. A poesia dividia-se em lírica, épica e dramática. Na poesia lírica, apa- reciam canções de amores; na épica, cantavam-se as grandes vitórias e, na dramática, destacavam-se, assim como no teatro, as tragédias e as comédias. As canções eram acompanhadas por instrumentos musicais, nos quais se destacavam os de percussão. Os incas desconheciam os instrumentos de corda. A música poderia ser coreografada através de danças coletivas; as quais foram divididas em várias categorias: guerreiras, agrícolas, pastoris e as de caráter mais popular; que estavam ligadas às festas. Por fim, pode-se classificar a mumificação como uma arte, visto que se buscava preservar a beleza dos Incas falecidos, pois se acreditava que o futuro e esplendor da linhagem eram determinados pela conservação dos corpos venerados.
Múmias Incaicas (Fonte: http://www.google.com.br)
História das Américas I
Escrever sobre a História dos Incas é, ao mesmo tempo, fascinante e angustiante. Fascinante, porque se trata de um povo magnífico com realizações que, ainda hoje, nos chamam atenção pelo seu esplendor e monumentalidade. Angustiante, porque os relatos que se conhecem hoje em dia são quase todos baseados em transcrições orais e vestígios arqueológicos. Eles só podem nos fornecer pistas parciais sobre o que realmente foi o mundo incaico. Os quipus poderiam ser reveladores de grandes mistérios, porém, ainda não se conseguiu decifrar o emaranhado de informações que se encontram entrelaçados entre seus nós. Por isso, durante muito tempo, o que restou aos historiadores foram os relatos das lendas contadas pelos remanescentes quechuas, que foram cap- turadas pelos espanhóis e por alguns cronistas índios que haviam aprendido a falar e escrever em castelhano. Por fim, sobra-nos a esperança das revelações contidas nos vestígios encontrados pelos arqueólogos que, incessantemente, não param de escavar o solo peruano, revelando-nos indícios preciosos tanto sobre os Incas como sobre as culturas Pré-Incaicas.
Antes de atingir uma extensão total de quase 4.000 Km de extensão, os Incas eram inicialmente formados por grupos familiares que se concen- travam numa pequena região do sul dos Andes peruanos. No momento do seu máximo esplendor, a Civilização Inca era extrema- mente hierarquizada e organizada. Cada um dos seus habitantes tinha uma função bem determinada. No referido período, construíram-se cidades esplen- dorosas repletas de edifícios monumentais. Alguns, inclusive, edificados em íngremes montanhas. Possuíam, também, um sistema de estradas extremamente efetivo, marcado pelo trabalho incessante dos Chasquics, mensageiros altamente qualificados e eficazes, que percorriam os vários quilômetros de estradas levando mensagens a diferentes partes do reino. Todos se comunicavam através de um só idioma, o quechua, e registravam sua memória em quipus. A agricultura era variada e todo trabalho na terra estava regulamentado por diferentes tipos de organizações, como, por exemplo, a Mita, espécie de servidão por um tempo determinada, que posteriormente foi utilizada pelos espanhóis na organização da sociedade colonial. A arte também exercia um papel bastante importante na sociedade incaica, visto que possuíam excelentes artesãos e hábeis tecelões. Também trabalhavam com metais, principalmente com o ouro e a prata. Contudo, nada pode ser comparado com a capacidade construtiva dos Incas, que edificaram importantes templos e fortalezas.
História das Américas I
O referido texto fala sobre a cidade sagrada dos Incas, Machu Picchu. Pesquise sobre a referida cidade em outros livros e em artigos confiáveis na internet e responda: O que você sabe sobre Machu Picchu? Quando ela foi edificada? Para que ela servia? Quando ela foi descoberta? Quem a descobriu?
Machu Picchu localiza-se no alto de uma montanha (Huayna Picchu) que se encontra a 2560 metros acima do nível do mar, constituindo em uma das elevações do grande cânion do rio Urubamba. Seu nome significa “pico velho” ou “montanha velha”. Não se sabe ao certo quando a cidade foi edificada, contudo o seu traçado arquitetônico e o estilo de suas construções nos remetem à época do rei Pachacútec (1438-1471), que governou os Incas em meados do século XV. A funcionalidade da cidade ainda encontra-se envolta em um grande mistério. Alguns acreditam que Machu Picchu era uma cidade dedicada ao culto ao sol, pois foram encontradas algumas ossadas femininas enterradas em seu cemitério. Poderiam ser das virgens sagradas que dedicavam uma parte de suas vidas ao serviço religioso. O fato é que a cidade permaneceu escondida nas montanhas até o ano de 1911, quando Hiram Bingham a encontrou.
Ao final deste capítulo sou capaz de:
Estudaremos quais foram as consequências da chegada dos europeus para o Novo Mundo.
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REFERÊNCIAS^6
BURLAND, C. A. Os Incas. Tradução Maria Luisa Martins, 8ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1992. COE, Michael et. All. A América Antiga: Civilizações pré-colombianas. Barcelona, Espanha: Edições Folio, 2006. DUTHURBURU, Jose Antonio del Busto. Perú Incaico. 7ª ed., Lima, Peru: Libreria Studium Editores, 1988. FERREIRA, Jorge Luiz. Incas e Astecas: Culturas Pré-colombianas. 3ª ed. São Paulo: Editora Ática, 1995. PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. São Paulo: Atual, Campinas, SP: Editora universidade Estadual de Campinas,
WIESENTHAL, Mauricio. Peru. Barcelona: Grijalbo S.A., 1981.
Leitura recomendada
CARDOSO, Ciro Flamarion S. América pré-colombiana. 6ª ed., São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.