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Guias e Dicas
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Métodos Semi-Automáticos para Avaliação de Rugas Faciais, Provas de Metodologia

Um estudo sobre a avaliação objetiva de rugas faciais utilizando métodos semi-automáticos baseados em processamento digital de imagens. O trabalho desenvolveu quatro métodos para medição de rugas na região periorbital, testados em relação a robustez, capacidade de diferenciação entre rugas e pele não-rugosa, e associações médicas, como idade e classificação de rugas de glogau. Dois métodos mostraram resultados satisfatórios, podendo ser utilizados para medição objetiva e avaliação de tratamentos de rugas cutâneas.

O que você vai aprender

  • Quais foram os resultados obtidos com os dois métodos que apresentaram satisfação?
  • Quais métodos semi-automáticos foram desenvolvidos para medição de rugas faciais?
  • Quais associações médicas foram consideradas no estudo?
  • Como foram testados os métodos semi-automáticos para medição de rugas?
  • Como os métodos semi-automáticos podem ajudar na avaliação de rugas?

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Barros32
Barros32 🇧🇷

4.4

(399)

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VIN´
ICIUS CUBAS BRAND
AVALIAC¸ ˜
AO DE RUGAS CUTˆ
ANEAS DA REGI˜
AO PERIORBITAL
BASEADA EM PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS
Disserta¸ao apresentada como requisito parcial `a ob-
ten¸ao do grau de Mestre. Programa de os-
Gradua¸ao em Inform´atica, Setor de Ciˆencias Exatas,
Universidade Federal do Paran´a.
Orientador: Prof. Dr. elio Pedrini
Co-orientador: Prof. Dr. Jos´e Hermˆenio C. Lima Filho
CURITIBA
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VIN´ICIUS CUBAS BRAND

AVALIAC¸ ˜AO DE RUGAS CUTˆANEAS DA REGI˜AO PERIORBITAL

BASEADA EM PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS

Disserta¸c˜ao apresentada como requisito parcial `a ob- ten¸c˜ao do grau de Mestre. Programa de P´os- Gradua¸c˜ao em Inform´atica, Setor de Ciˆencias Exatas, Universidade Federal do Paran´a.

Orientador: Prof. Dr. H´elio Pedrini Co-orientador: Prof. Dr. Jos´e Hermˆenio C. Lima Filho

CURITIBA

i

AGRADECIMENTOS

Apesar de, para todos os efeitos oficiais, eu constar como autor desta disserta¸c˜ao, eu n˜ao conseguiria fazˆe-la sem o esfor¸co de v´arias outras pessoas. Sem a colabora¸c˜ao ou participa¸c˜ao dessas pessoas, este trabalho com certeza n˜ao seria poss´ıvel. Meus dois orientadores prof. Hermˆenio Lima e prof. H´elio Pedrini foram co-autores de todo o trabalho realizado, contribuindo com cr´ıticas, sugest˜oes, discuss˜oes, com v´arias horas de esfor¸co, e mostrando-me por v´arias vezes o caminho a ser tomado. Professores H´elio e Hermˆenio, eu gostaria de agradecˆe-los pela oportunidade de ter trabalhado com vocˆes, por terem acreditado em mim, por ensinar-me, pela paciˆencia e compreens˜ao. Parab´ens a vocˆes tamb´em, pois ´e de vocˆes tamb´em este trabalho. Eu gostaria de agradecer a minha fam´ılia, especialmente a meus pais Miriam e Raul, e a meu irm˜ao Andr´e. Sem a ajuda deles certamente seria muito mais dif´ıcil terminar este mestrado. Meu pai contribuiu com seu incentivo e com seus conselhos, baseados em sua experiˆencia acadˆemica e de vida. Minha m˜ae contribuiu de outras formas, mais indiretas e pessoais mas n˜ao menos importantes, preocupando-se para que nesse per´ıodo eu estivesse bem, em todos os sentidos. Meu irm˜ao contribuiu com sua amizade e companheirismo. A eles dedico este trabalho. Agrade¸co tamb´emas outras pessoas que contribu´ıram direta ou indiretamente na realiza¸c˜ao deste trabalho, sejam amigos, colegas ou conhecidos, ou mesmo aqueles que eu n˜ao pude conhecer. Muitas pessoas participaram com conselhos, dicas, opini˜oes ou relatos, ou mesmo com sua presen¸ca e amizade. Ficaria dif´ıcil citar todas elas. Um obrigado tamb´ema Natura, por ceder o conjunto de fotografias utilizado nos testes. Expresso aqui o meu desejo de que este trabalho seja utilizado para o bem, e de que ele contribua para o avan¸co da ciˆencia, do conhecimento e do bem estar humanos.

  • 1 INTRODUC¸ ˜AO RESUMO ix
    • 1.1 Motiva¸c˜oes
    • 1.2 Contribui¸c˜oes
    • 1.3 Organiza¸c˜ao do Trabalho
  • 2 REVIS˜AO BIBLIOGR´AFICA
    • 2.1 Dermatologia
      • 2.1.1 Envelhecimento da pele
      • 2.1.2 Cor da pele
    • 2.2 Processamento de Imagens
      • 2.2.1 Pr´e-processamento
      • 2.2.2 Retirada de ru´ıdo
      • 2.2.3 Segmenta¸c˜ao
        • 2.2.3.1 Limiariza¸c˜ao
        • 2.2.3.2 T´ecnicas de segmenta¸c˜ao baseadas em regi˜oes
        • 2.2.3.3 Detec¸c˜ao de bordas
  • 3 METODOLOGIA
    • 3.1 Aquisi¸c˜ao
    • 3.2 Calibra¸c˜ao
    • 3.3 Recorte
    • 3.4 Segmenta¸c˜ao
    • 3.5 Mensura¸c˜ao e An´alise dos Resultados
  • 4 RESULTADOS EXPERIMENTAIS
    • 4.1 An´alise do Primeiro Conjunto de Fotografias
      • 4.1.1 Caracter´ısticas demogr´aficas da popula¸c˜ao
      • 4.1.2 Medi¸c˜oes manuais
      • 4.1.3 Correla¸c˜ao dos m´etodos com idade
      • 4.1.4 Correla¸c˜ao dos m´etodos com Glogau
      • 4.1.5 Correla¸c˜ao entre os m´etodos
      • 4.1.6 Reprodutibilidade e repetibilidade dos m´etodos iii
    • 4.2 An´alise do Segundo Conjunto de Fotografias
  • 5 CONCLUS ˜OES E TRABALHOS FUTUROS
  • REFERˆENCIAS BIBLIOGR´AFICAS
  • APˆENDICE A ESPAC¸ OS DE CORES

iv

LISTA DE FIGURAS

2.1 Seis graus de fotoenvelhecimento da escala de Beagley-Gibson. Fonte: Bea- gley [8]...................................... 6 2.2 Pacientes com grau de envelhecimento de pele de 1 a 4 na escala de Glogau. Fonte: Glogau [18]................................ 7 2.3 Teste para verificar se uma cor parece com pele. Fonte: Hance et al. [20].... 9 2.4 Distribui¸c˜ao Gaussiana com m´edia 0 e σ = 1. Fonte: Fisher et. al. [17]..... 11 2.5 Distribui¸c˜ao Gaussiana bidimensional com m´edia em (0,0) e σ = 1. Fonte: Fisher et. al. [17]................................. 11 2.6 Aproxima¸c˜ao discreta de uma fun¸c˜ao Gaussiana bidimensional com σ = 1 e tamanho 5..................................... 12 2.7 M´ascara unidimensional de tamanho 5 aplicada nas dimens˜oes x e y para calcular o Gaussiano mais rapidamente do que a m´ascara mostrada na figura 2.6 12 2.8 Exemplo de filtro Gaussiano. O filtro Gaussiano atenua ru´ıdo, no entanto, faz com que as bordas fiquem difusas. (a) Imagem original; (b) Imagem ap´os a aplica¸c˜ao do filtro Gaussiano........................... 12 2.9 Reconstru¸c˜ao morfol´ogica. Dilata¸c˜oes repetidas da imagem de marca¸c˜ao, res- trita pela m´ascara, em uma dimens˜ao. Fonte: Matlab Documentation [4].... 13 2.10 (a) Uma regi˜ao 3 × 3 de uma imagem (os z’s s˜ao valores de n´ıvel de cinza);(b)- (d) trˆes m´ascaras usadas para computar a derivada no ponto rotulado z 5. Note- se que todos os coeficientes da m´ascara somam zero, indicando uma resposta nula em ´areas constantes, como esperado de um operador diferencial. Fonte: Gonzalez e Woods [19].............................. 19 2.11 Exemplo do operador gradiente Sobel. As ´areas na imagem mais pr´oximas do branco s˜ao as ´areas onde h´a mudan¸ca mais brusca de intensidade. (a) Imagem original; (b) Imagem ap´os a aplica¸c˜ao do operador Sobel............ 19 2.12 Exemplo do operador Canny. A altera¸c˜ao no tamanho do filtro Gaussiano al- tera a sensibilidade do operador. Quanto maior o filtro, menor a sensibilidade a ru´ıdo, no entanto, menos precisa ´e a marca¸c˜ao da fronteira. (a) Imagem origi- nal; (b)-(d) aplica¸c˜ao do operador Canny com σ 0,5, 0,8 e 0,9, respectivamente. 20 2.13 Opera¸c˜oes morfol´ogicas. (a) Conjunto A; (b) conjunto A transladado de um ponto x; (c) conjunto B; (d) reflex˜ao de B; (e) conjunto J e seu complemento; (f) a diferen¸ca entre dois conjuntos. O ponto em cada uma das quatro primeiras figuras indica a origem do conjunto. Adaptado de: Gonzalez e Woods [19].. 21

vi

4.1 Distribui¸c˜ao de idade na popula¸c˜ao. Foi obtida uma distribui¸c˜ao n˜ao-normal da popula¸c˜ao quanto a idade........................... 38 4.2 Distribui¸c˜ao da popula¸c˜ao quanto ao fototipo.................. 39 4.3 Grau de intensidade das rugas na popula¸c˜ao segundo a escala de Glogau.... 39 4.4 Idade × grau de rugosidade cutˆanea, segundo a classifica¸c˜ao de Glogau..... 40 4.5 Exemplos de medi¸c˜oes manuais feitas por seis especialistas em fotografias de trˆes volunt´arias utilizando uma caneta sobre prancheta eletrˆonica. Para cada imagem de pele (esquerda) a avalia¸c˜ao dos especialistas 1, 2 e 3 pode ser observada na primeira linha, e a varia¸c˜ao dos especialistas 4, 5 e 6 na segunda linha. Neste estudo foram observadas diferen¸cas significativas entre medi¸c˜oes realizadas por diferentes especialistas....................... 42 4.6 An´alise do Coeficiente de Varia¸c˜ao (CV) das medi¸c˜oes efetuadas por diferentes observadores pelos grupos de tamanho de rugas. Os grupos I a IV correspondem aos grupos de imagens cujas rugas ocupam menos de 1%, 1% a 2%, 2% a 3% e mais de 3% do total da ´area da imagem, respectivamente. Neste estudo, o grau de variabilidade entre observadores diminuiua medida que o tamanho das rugas aumentou................................. 43 4.7 Correla¸c˜ao da quantidade de rugas, encontradas pelo m´etodo Canny, com a idade das volunt´arias. Este resultado ´e para o m´etodo Canny utilizando σ =

  1. Este m´etodo apresentou um aumento na quantidade de rugas pela idade, conforme esperado................................ 45 4.8 Correla¸c˜ao da quantidade de rugas, encontradas pelo m´etodo baseado em gra- diente, com a idade das volunt´arias. O m´etodo foi aplicado com uma filtragens de ru´ıdo na etapa de pr´e-processamento. Este m´etodo apresentou um aumento na quantidade de rugas pela idade, conforme esperado.............. 45 4.9 Correla¸c˜ao da quantidade de rugas, encontradas pelo m´etodo baseado em gra- diente, com a idade das volunt´arias. O m´etodo foi aplicado com duas filtragens de ru´ıdo na etapa de pr´e-processamento. Este m´etodo apresentou um aumento na quantidade de rugas pela idade, conforme esperado.............. 46 4.10 Correla¸c˜ao da quantidade de rugas encontradas de maneira manual pelo Ob- servador 1 com a idade das volunt´arias...................... 46 4.11 Correla¸c˜ao da quantidade de rugas encontradas de maneira manual pelo Ob- servador 2 com a idade das volunt´arias...................... 47 4.12 Correla¸c˜ao da quantidade de rugas encontradas de maneira manual pelo Ob- servador 3 com a idade das volunt´arias...................... 47 4.13 Correla¸c˜ao da quantidade de rugas encontradas de maneira manual pelo Ob- servador 4 com a idade das volunt´arias...................... 48 4.14 Correla¸c˜ao da quantidade de rugas encontradas de maneira manual pelo Ob- servador 5 com a idade das volunt´arias...................... 48

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4.15 Correla¸c˜ao da quantidade de rugas encontradas de maneira manual pelo Ob- servador 6 com a idade das volunt´arias...................... 49 4.16 Correla¸c˜ao do resultado da execu¸c˜ao do m´etodo Canny, σ = 3, 0 e σ = 5, 0 , com a classifica¸c˜ao na escala de Glogau, para o primeiro conjunto de fotografias. 50 4.17 (a),(b) Exemplos de fotografia de rosto relaxado e contra´ıdo; (c),(d) Recortes das fotografias (a) e (b).............................. 54 4.18 Resultados do m´etodo Gradiente sem filtragem de ru´ıdo............ 54 4.19 Resultados do m´etodo Gradiente com uma filtragem de ru´ıdo......... 55 4.20 Resultados do m´etodo Gradiente/Sobel com duas filtragens de ru´ıdo...... 55 4.21 Resultados do m´etodo Canny com σ = 5.................... 56

ix

RESUMO

Alguns procedimentos de medi¸c˜ao normalmente utilizados em dermatologia s˜ao subjetivos e dependentes da capacidade de avalia¸c˜ao de um observador humano. A precis˜ao na medi¸c˜ao de caracter´ısticas cutˆaneas pode ser melhorada com o aux´ılio de m´etodos autom´aticos. H´a uma grande demanda pela medi¸c˜ao de rugas cutˆaneas com precis˜ao. Muitos trata- mentos e produtos existentes no mercado prometem a melhora e redu¸c˜ao das rugas cutˆaneas. No entanto, muitas vezes a avalia¸c˜ao destes produtos e tratamentos ´e realizada de maneira subjetiva e sua efic´acia na redu¸c˜ao de rugas ´e muitas vezes controversa. Neste trabalho foram desenvolvidos quatro m´etodos semi-autom´aticos para medi¸c˜ao de rugas da regi˜ao periorbital, que utilizam processamento digital de imagens. Estes m´etodos avaliam a quantidade de rugas em fotografias digitais obtidas por cˆameras fotogr´aficas con- vencionais. A efic´acia e objetividade dos m´etodos foi testada com base na sua aplica¸c˜ao em dois conjuntos de fotografias, um deles com 762 fotografias de 109 volunt´arios de todo o Brasil e outro com 160 fotografias de 10 volunt´arios de Curitiba. Os m´etodos foram testados, com a utiliza¸c˜ao de m´etodos estat´ısticos, quanto a robustez a pequenas varia¸c˜oes, capacidade de diferencia¸c˜ao entre rugas e pele n˜ao-rugosa, e associa¸c˜oes bem conhecidas pelos m´edicos, como a associa¸c˜ao dos resultados com a idade dos volunt´arios e com a classifica¸c˜ao de rugas de Glogau. Al´em disso, fez-se tamb´em uma pesquisa com seis m´edicos dermatologistas, visando obter uma defini¸c˜ao precisa de ruga. A partir de medi¸c˜oes manuais de rugas, realizadas pelos especialistas em uma prancheta eletrˆonica, foram realizados testes quantoa variabilidade entre as medi¸c˜oes realizadas. Estas medi¸c˜oes podem ser utilizadas como um padr˜ao para avalia¸c˜ao dos m´etodos semi-autom´aticos. Dois dos m´etodos semi-autom´aticos desenvolvidos apresentaram resultados satisfat´orios, podendo ser assim utilizados para medi¸c˜ao objetiva e para avalia¸c˜ao de tratamentos de rugas cutˆaneas.

CAP´ITULO 1

INTRODUC¸ ˜AO

A an´alise de imagens digitais encontra na Medicina v´arios campos de aplica¸c˜ao. Alguns m´etodos de processamento digital de imagens podem melhorar sensivelmente diversos proce- dimentos m´edicos. ´E poss´ıvel, a partir de fotografias ou de outras imagens m´edicas, utilizar m´etodos computacionais para real¸car caracter´ısticas de dif´ıcil visualiza¸c˜ao a olho nu, separar regi˜oes de acordo com suas caracter´ısticas visuais e realizar medi¸c˜oes precisas com base em informa¸c˜oes visuais. A Dermatologia ´e um ramo da medicina que, por si s´o, apresenta uma diversidade de aplica¸c˜oes para an´alise digital de imagens. Muitos procedimentos usuais, principalmente de diagn´ostico, ainda s˜ao subjetivos e dependentes da capacidade de avalia¸c˜ao do examinador humano. Algumas aplica¸c˜oes do processamento digital de imagens em dermatologia s˜ao [22]:

  • Diagn´ostico de tumores de pele, psor´ıase e eritema baseado em fotografias da superf´ıcie da pele ou em fotografias subcutˆaneas (microscopia de epiluminescˆencia);
  • Visualiza¸c˜ao e documenta¸c˜ao de regi˜oes na superf´ıcie da pele com problemas de pig- menta¸c˜ao;
  • Detec¸c˜ao e mapeamento de les˜oes;
  • Quantifica¸c˜ao, classifica¸c˜ao e monitoramento temporal de caracter´ısticas na superf´ıcie da pele;
  • Avalia¸c˜ao de Rugas. A extra¸c˜ao de informa¸c˜oes quantitativas de fotografias de pele, como por exemplo cor, forma, tamanho ou textura, pode melhorar significativamente a precis˜ao em diagn´osticos m´edicos, bem como abrir a possibilidade de novos tipos de diagn´osticos. Este trabalho apresenta uma metodologia para avalia¸c˜ao objetiva de rugas, com base em m´etodos de processamento de imagens aplicado a fotografias digitais obtidas por cˆameras digitais convencionais.

1.1 Motiva¸c˜oes

O envelhecimento cutˆaneo ocorre por fatores intr´ınsecos (biol´ogicos, gen´eticos, cronol´ogicos) ou extr´ınsecos (ambientais). Esse envelhecimento ´e caracterizado por v´arias marcas cutˆaneas, como por exemplo, pela mudan¸ca da textura e pelo aumento da rugosidade da pele.

cˆameras digitais convencionais. Os m´etodos desenvolvidos e utilizados neste trabalho foram baseados em diferentes opera¸c˜oes e subt´opicos da ´area de processamento digital de imagens. A efic´acia desses m´etodos para diferenciar entre rugas e pele n˜ao-enrugada n˜ao pˆode ser testada por meio de um padr˜ao ´otimo ou Gold Standard, pois n˜ao existe um padr˜ao objetivo que separe uma pele rugosa de uma pele sem rugas. Al´em disso, nem mesmo especialistas conseguem chegar em um consenso sobre o que ´e ruga e o que n˜ao ´e ruga a partir da fotografia de um rosto, como foi demonstrado neste trabalho. A efic´acia dos m´etodos foi testada com base em um conjunto grande de dados, e procurou- se observar se os m´etodos apresentavam resultados condizentes com algumas hip´oteses nor- malmente aceitas na comunidade m´edica e cient´ıfica, por exemplo, se eles conseguiam achar mais rugas em um grupo de volunt´arias de idade mais avan¸cada, ou se eles conseguiam achar mais rugas quando o volunt´ario intencionalmente contra´ıa o rosto. Al´em disso, foi realizado um teste para verificar se h´a um consenso entre m´edicos derma- tologistas na determina¸c˜ao da ´area de rugas. Este teste foi baseado em medi¸c˜oes manuais realizadas em fotografias de rugas. Estas medi¸c˜oes podem ser utilizadas como um padr˜ao para avalia¸c˜ao dos m´etodos semi-autom´aticos.

1.3 Organiza¸c˜ao do Trabalho

O cap´ıtulo 2 apresenta uma revis˜ao bibliogr´afica dos trabalhos relacionados com a ´area da dermatologia, bem como de m´etodos que foram utilizados para realizar as transforma¸c˜oes nas imagens de interesse. O cap´ıtulo 3 detalha a metodologia de estudo desenvolvida neste trabalho. A principais etapas que comp˜oem a metodologia incluem a aquisi¸c˜ao das imagens, calibra¸c˜ao, segmenta¸c˜ao das regi˜oes de interesse, mensura¸c˜ao das caracter´ısticas e an´alise dos resultados. O cap´ıtulo 4 apresenta os resultados obtidos com este estudo e mostra an´alises e com- para¸c˜oes entre os m´etodos testados para dois conjuntos de fotografias. No cap´ıtulo 5 s˜ao apresentadas as considera¸c˜oes finais sobre o trabalho, bem como pro- postas para trabalhos futuros.

CAP´ITULO 2

REVIS˜AO BIBLIOGR´AFICA

Este cap´ıtulo descreve os t´opicos das ´areas de Dermatologia e de Processamento de Imagens que s˜ao relevantes para o desenvolvimento deste trabalho. Na se¸c˜ao 2.1 s˜ao descritas carac- ter´ısticas importantes a serem observadas na cria¸c˜ao de m´etodos autom´aticos de medi¸c˜ao e de diagn´ostico. Tamb´em s˜ao descritas algumas classifica¸c˜oes de cor de pele e envelhecimento cutˆaneos normalmente utilizadas. Os algoritmos utilizados neste trabalho e seu embasamento te´orico s˜ao encontrados na se¸c˜ao 2.2.

2.1 Dermatologia

As principais aplica¸c˜oes de processamento de imagens em dermatologia cl´ınica incluem aux´ılio na visualiza¸c˜ao, documenta¸c˜ao, quantifica¸c˜ao e diagn´ostico/classifica¸c˜ao autom´aticas ou semi- autom´aticas [22]. Algumas aplica¸c˜oes tˆem um conjunto de regras claras para definir um diagn´ostico, enquanto outras aplica¸c˜oes n˜ao possuem regras t˜ao claras assim. Nessas ´ultimas, ou em aplica¸c˜oes onde os problemas s˜ao muito complexos, ´e mais dif´ıcil elaborar um m´etodo autom´atico de diagn´ostico. Apesar disso, mesmo nessas aplica¸c˜oes ´e fact´ıvel o uso do tratamento digital de imagens para melhorar a visualiza¸c˜ao ou a mensura¸c˜ao. V´arios projetos, em diversas ´areas da dermatologia, utilizam m´etodos de processamento digital de imagens, geralmente com a finalidade de melhorar as mensura¸c˜oes, possibilitando um diagn´ostico mais preciso, ou com a finalidade de realizar diagn´osticos de forma autom´atica ou semi-autom´atica. H´a v´arios m´etodos aplic´aveis para uma grande variedade de casos e de patologias. Para criar um m´etodo autom´atico ou semi-autom´atico de diagn´ostico ´e necess´ario observar alguns pr´e-requisitos [22]:

  • Conhecimento das caracter´ısticas morfol´ogicas necess´arias para o diagn´ostico;
  • Habilidade em desenvolver algoritmos robustos de pr´e-processamento e extra¸c˜ao de ca- racter´ısticas morfol´ogicas, ou seja, resistentes `a variabilidade;
  • Conhecimento das regras necess´arias para se obter um diagn´ostico, a partir de carac- ter´ısticas morfol´ogicas extra´ıdas; ou, alternativamente, um grande conjunto de dados, previamente classificados, que cont´em praticamente todas as varia¸c˜oes da patologia de interesse para ser utilizado no treinamento de uma rede neural ou outro classificador adaptativo;

(a) grau 1 (b) grau 2

(c) grau 3 (d) grau 4

(e) grau 5 (f) grau 6

Figura 2.1: Seis graus de fotoenvelhecimento da escala de Beagley-Gibson. Fonte: Bea- gley [8].

express˜oes faciais. Estes pacientes s˜ao caracterizados com o tipo I na escala de Glogau, “sem rugas”. Conforme o paciente envelhece, as rugas come¸cam a aparecer, primeiramente apenas quando o rosto est´a em movimento, usualmente como linhas de express˜ao paralelas aos l´abios, cantos da boca e outras pequenas ´areas. Estes pacientes freq¨uentemente utilizam maquiagem para diminuir a irregularidade na cor e eles est˜ao normalmente nos seus trinta ou quarenta anos de idade. Quando est´a im´ovel, o rosto n˜ao apresenta linhas. Estes pacientes s˜ao caracterizados com o tipo II na escala de Glogau, “rugas apenas em movimento”. Aproximadamente na quinta d´ecada de vida, as rugas aparecem quando o rosto est´a em repouso. Linhas horizontais se tornam vis´ıveis paralelamente ao canto da boca, abaixo dos olhos e em outros lugares. A maquiagem ´e aplicada, mas tende a acentuar as linhas. Esses pacientes s˜ao considerados tipo III na escala de Glogau, “rugas em repouso”. Com a continuidade do fotoenvelhecimento, as rugas gradualmente se expandem, cobrindo a maioria da pele facial, normalmente pr´oximo da sexta ou s´etima d´ecada de vida, ou mais cedo nos casos mais severos. Alguns desses pacientes j´a tiveram um ou mais tumores de pele. Maquiagem ´e completamente impratic´avel, pois o produto apresenta aspecto quebradi¸co sobre uma superf´ıcie muito inst´avel. Esses pacientes n˜ao apresentam nenhuma regi˜ao sem rugas no rosto e s˜ao caracterizados como tipo IV, “somente rugas”. Esta classifica¸c˜ao pode ser vista com mais detalhes na tabela 2.1. A avalia¸c˜ao de Glogau vem sendo feita at´e hoje de modo visual: conhecendo-se essas caracter´ısticas e tamb´em a idade do paciente de antem˜ao, o m´edico analisa visualmente a face

(a) grau 1 (b) grau 2

(c) grau 3 (d) grau 4

Figura 2.2: Pacientes com grau de envelhecimento de pele de 1 a 4 na escala de Glogau. Fonte: Glogau [18].

do paciente e, baseado nessas informa¸c˜oes, estabelece um grau na escala de Glogau. Exemplos da escala de Glogau podem ser vistos na figura 2.2.

2.1.2 Cor da pele

A pele dos seres humanos pode assumir um grande n´umero de cores e tonalidades, mas todas se enquadram dentro de uma faixa de cores mais ou menos conhecida. Sabendo disso, ´e poss´ıvel utilizar m´etodos de processamento de imagens espec´ıficos para separa¸c˜ao de regi˜oes de pele de outros objetos. A escala de Fitzpatrick ´e utilizada no ambiente cl´ınico para classificar a pele de um indiv´ıduo com rela¸c˜ao `a cor [18]. A escala de Fitzpatrick ´e mostrada na tabela 2.2. Algoritmos de processamento de imagens podem aproveitar caracter´ısticas comuns a todos os tipos de pele para processamento espec´ıfico. V´arios trabalhos encontrados na literatura utilizam caracter´ısticas de cor da pele como base de segmenta¸c˜ao. Hance et al. [20] utilizam um fluxograma cuja resposta de sa´ıda ´e um valor Booleano que indica se uma cor parece com cor de pele ou n˜ao. Este fluxograma pode ser visto na figura 2.3. Yang e Ahuja [37] analisam um banco de dados de imagens de pele e isolam alguns valores

Figura 2.3: Teste para verificar se uma cor parece com pele. Fonte: Hance et al. [20].

O problema de detec¸c˜ao de pele em imagens ´e recorrente e bem conhecido, e vem sendo utilizado como etapa de pr´e-processamento em v´arios trabalhos sobre detec¸c˜ao de faces [5, 31] e outros [20, 39].

2.2 Processamento de Imagens

Nesta se¸c˜ao s˜ao explicados os algoritmos de processamento de imagens utilizados neste tra- balho.

2.2.1 Pr´e-processamento

As etapas de pr´e-processamento tˆem por objetivo uniformizar as imagens, diminuindo dife- ren¸cas na aquisi¸c˜ao, de modo que essas diferen¸cas n˜ao prejudiquem a etapa de segmenta¸c˜ao.

Ajuste de cor

O ajuste de cor visa diminuir as diferen¸cas de ilumina¸c˜ao que podem ocorrer na aquisi¸c˜ao. Mesmo que cuidados sejam tomados na etapa da aquisi¸c˜ao para que a luminosidade seja sempre igual, ainda existe a possibilidade de que ocorram diferen¸cas pequenas de luminosidade entre uma fotografia e outra. Para realizar o ajuste, uma referˆencia de cor ´e fotografada junto com o paciente em todas as imagens. A imagem ´e convertida para o sistema de cores HSI (ver apˆendice A) e ent˜ao uma calibra¸c˜ao da intensidade (I) ´e realizada, de modo que, em todas as fotografias de um paciente, a referˆencia de cor apresente a mesma intensidade. Esta calibra¸c˜ao de intensidade consiste na multiplica¸c˜ao de todos os pixels da imagem na banda de intensidade por um fator, de modo que o valor de intensidade final nas marca¸c˜oes de todas as imagens de um paciente seja o mesmo. ´E poss´ıvel encontrar este fator por meio de uma regra de trˆes simples:

Ifinal = Iinicial ∗ fator , tal que fator = (^) IIfinal da referˆencia inicial da referˆencia

Ajuste de escala

O ajuste de escala toma como base um objeto de tamanho fixo utilizado como referˆencia e fotografado em todas as imagens. A partir do tamanho aparente deste objeto, ajusta-se a imagem aumentando-a ou diminuindo-a de modo que o objeto de referˆencia apresente o mesmo n´umero de pixels de largura em todas as imagens de uma seq¨uˆencia.

2.2.2 Retirada de ru´ıdo

O ru´ıdo pode influenciar o resultado final de um algoritmo de processamento de imagens de uma maneira n˜ao desej´avel. O ru´ıdo na extra¸c˜ao de objetos, por exemplo, consiste em pequenos detalhes que podem prejudicar ou dificultar a separa¸c˜ao correta de objetos grandes na imagem. Neste trabalho foram utilizados o filtro Gaussiano e a reconstru¸c˜ao morfol´ogica como t´ecnicas para redu¸c˜ao de ru´ıdo, ambos explicados a seguir.

Filtro Gaussiano

O operador Gaussiano ´e um operador de convolu¸c˜ao bidimensional que ´e utilizado para suavizar imagens, removendo detalhes e ru´ıdo. Operadores de convolu¸c˜ao s˜ao operadores que substi- tuem o valor de cada pixel da imagem pelo valor de uma fun¸c˜ao aplicada em sua vizinhan¸ca. No caso do filtro Gaussiano, essa fun¸c˜ao ´e uma distribui¸c˜ao Gaussiana.