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Resumo A estruturação da prática como um factor que influência a aquisição de habilidades motoras tem um papel importante na organização da prática, pois, trata-se de um aspecto que o profissional pode manipular durante o exercício das suas funções. Entretanto, a relevância dos conhecimentos produzidos na Aprendizagem Motora, para a solução de problemas práticos na Educação Física, Desporto e Fisioterapia, tem sido bastante discutida pelos pesquisadores da área. O presente trabalho, visa analis
Tipologia: Notas de estudo
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Variação de Parâmetro na aprendizagem da habilidade motora, arremesso de berlindes. Estudo realizado em crianças do sexo feminino dos 11-13 anos de idade, da Escola Primária Completa de Nlhavela, Município da Matola.
Autor : dr Fernando Osias Queco Orientador : Mestre Jeremias Mahique
Resumo
A estruturação da prática como um factor que influência a aquisição de habilidades motoras tem um papel importante na organização da prática, pois, trata-se de um aspecto que o profissional pode manipular durante o exercício das suas funções. Entretanto, a relevância dos conhecimentos produzidos na Aprendizagem Motora, para a solução de problemas práticos na Educação Física, Desporto e Fisioterapia, tem sido bastante discutida pelos pesquisadores da área. O presente trabalho, visa analisar a ocorrência do Efeito de Interferência Contextual com variação de parâmetro na habilidade motora de arremesso de berlindes em crianças do sexo feminino dos 11- anos de idade. Para o efeito, foi utilizada uma tarefa de arremesso de berlindes onde, os sujeitos arremessavam os berlindes com o objectivo de introduzi los em buracos que variavam a 2,3 e 4 metros de distância. A tarefa esteve dividida em duas fases, a fase de aquisição com 9 sessões e a fase de transferência, que correspondeu a décima sessão. Os 78 sujeitos que compunham a nossa amostra, foram aleatoriamente divididos em dois grupos, grupo de prática aleatória (40 indivíduos), que realizou a tarefa de forma aleatória e o grupo de prática em blocos (38 indivíduos), que realizou a tarefa em blocos. O teste de transferência foi realizado 24 horas depois da realização da fase de aquisição da tarefa, isto é, no quarto dia do decurso do estudo. Os resultados do estudo não apresentam diferenças significativas em termos de níveis de desempenho. Porém, o grupo que praticou a tarefa aleatoriamente apresenta níveis de performance ligeiramente melhores com relação ao que praticou a mesma tarefa em blocos. Os resultados obtidos no estudo, não confirmam a ocorrência do EIC mas, demonstram que o grupo que realizou a tarefa de forma aleatória, com maior EIC, apresenta ligeiramente melhor aprendizagem para situações de ensino.
Palavras-chave : Aprendizagem Motora, Efeito de Interferência Contextual, Tipo de Prática.
A estruturação da prática como um factor que influencia a aquisição de habilidades motoras tem um papel importante na organização da prática, pois, trata-se de um aspecto que o profissional pode manipular durante o exercício das suas funções. Entretanto, a relevância dos conhecimentos produzidos na Aprendizagem Motora, para a solução de problemas práticos na Educação Física, Desporto e Fisioterapia, tem sido bastante discutida pelos pesquisadores da área.
Houve grandes discussões sobre a relevância e generalização dos achados de pesquisas básicas em Aprendizagem Motora que resultem em melhoria para o ensino- aprendizagem em situações reais.
Na esteira dessas discussões, TANI (1992), sugere a realização de pesquisas de características de integração e síntese de conhecimentos em que a preocupação central seja a verificação experimental da aplicabilidade dos conhecimentos, princípios e hipóteses derivados da pesquisa básica, numa situação real de ensino-aprendizagem.
Por seu turno, MANOEL (1995), defende uma maior preocupação com a caracterização e desenvolvimento de pesquisas em três esferas: básica, aplicada e tecnológica. O mesmo autor, aponta que a relação entre esses tipos de pesquisa seria intrigante, pois, provocaria retro alimentações positivas e negativas entre elas, colocando a aprendizagem Motora mais concentrada na esfera das pesquisas básicas e, a Educação Física, Desporto e Fisioterapia, na esfera das pesquisas tecnológicas.
Para TANI (1979, 1992), as pesquisas de cunho integrativo teriam como aspecto essencial, servir de teste às teorias e apontar para as pesquisas aplicadas e tecnológicas quais os princípios e hipóteses são adequados.
O efeito da interferência contextual (EIC), é um princípio de aprendizagem que pode ser utilizado na aprendizagem de movimentos e constitui-se numa linha de investigação que compreende tanto pesquisas básicas como pesquisas de integração e síntese (MAGILL e HALL, 1990). WEGMAN (1999), define o EIC, como o grau em que a prática de várias habilidades interfere na aprendizagem das mesmas e encontra-se relacionado à estrutura
geralmente cristalina (os mais vulgares). Foi usado um menor com cerca de 2cm de diâmetro. O objecto, é usado em jogos lúdicos nas brincadeiras infantis.
Estudos na área de Aprendizagem Motora são escassos em Moçambique, por isso, a necessidade de realizar pesquisas em situações reais do contexto moçambicano.
1.1. Problema
Pode se afirmar que Interferência Contextual è a influência da prática de uma tarefa alternada com outras tarefas e/ou parâmetros sobre a aquisição e retenção.
Sendo, por um lado que, numa situação de alta interferência contextual as tarefas são praticadas numa sequência não sistemática, o que corresponde à prática aleatória, não ocorre a repetição da mesma tarefa em tentativas consecutivas, observa-se neste caso menor aquisição associada à maior retenção e transferência. E, por outro lado, numa condição de baixa interferência contextual, a prática de uma dada tarefa è completada antes de iniciar-se a de outra tarefa, ou seja, realizam-se práticas em bloco em cada tarefa individualmente, proporcionando maior aquisição e menores retenção e transferência.
Entretanto, tendo em conta esta contradição entre estes dois métodos de estruturação da prática na aprendizagem de habilidades motoras, surge-nos uma questão: qual é a melhor prática para a obtenção de aprendizagens eficientes com efeitos de interferência contextual em situações reais de ensino-aprendizagem?
1.2. Justificativa
Realizamos o presente estudo, por um lado, pela falta de estudos na área de Aprendizagem Motora em Moçambique e por outro lado, pela falta de consenso sobre qual tipo de prática promove aprendizagens eficientes. Este foi realizado com o intuito de procurar esclarecer o fenómeno aprendizagem associada aos efeitos de interferência contextual em crianças moçambicanas.
2. Revisão de Literatura
Das teorias anteriormente referidas, destacam-se as teorias de Circuito Fechado e do Circuito Aberto de ADAMS (1971), as quais defendiam a existência de dois estados de memória, nomeadamente o traço perceptivo e o traço de memória, onde o traço de memória continha informações necessárias para a execução dos movimentos, principalmente para iniciar a execução, tratando-se de um programa motor rudimentar. Por seu turno, o traço perceptivo fazia a comparação entre o que foi planeado e o que foi executado, gerando sinais de correcções para dar sequência à acção.
Estas teorias, traziam uma grande importância teórica. Porém, foram levantados dois pontos críticos a seu respeito; primeiro, “como explicar a produção de movimentos nunca praticados anteriormente (o problema da novidade) ” e “como explicar o armazenamento de um grande número de movimentos que o ser humano tem capacidade de executar (o problema do armazenamento).”
Em oposição a estas duas teorias surge a Teoria do Esquema Motor, de SCHIMIDT (1975), que propunha a existência de um programa motor para cada classe de acções, o programa motor generalizado (PMG).
2.1. Teoria de Esquema Motor Encontramos no entanto, a teoria do esquema motor de SCHIMIDT (1975), que propunha a existência de um programa motor para cada classe de acções, o programa motor generalizado (PMG). Entretanto, para especificar esse programa, a cada situação foi proposta a existência de dois estados de memória denominados de esquemas de lembrança e de reconhecimento.
O esquema de lembrança, é o responsável por adicionar os parâmetros ao PMG, e o de reconhecimento responsável por gerar um quadro de referência particular para a avaliação do que foi executado.
Assim, era resolvido o problema do armazenamento pois, não há necessidade de armazenar cada programa implementado na execução. A memória, retém programas generalizados para cada classe de acções.
O problema da novidade também era resolvido posto que, os esquemas de lembrança e de reconhecimento especificam o programa generalizado para inúmeras
situações em termos dos seus parâmetros e dos seus referenciais para correcção. Isso, ocorreria mesmo em situações em que o indivíduo nunca tivesse tido experiência.
SCHIMIDT (1975), sugeria ainda, que o fortalecimento dos esquemas seria feito com base na combinação das relações entre várias informações obtidas a cada execução; condições iniciais, consequências sensoriais passadas, especificações da resposta e o resultado obtido.
Em síntese, este autor, propôs que com a prática o indivíduo não forma programas motores e quadros de referência para correcção de erros, mas sim, um conjunto de regras (esquema) para produzir e avaliar programas motores.
TANI (1992), caracterizou essa pesquisa como sendo integrativa, denominada de Processo de Ensino e Aprendizagem de Habilidades Motoras. Christina (1989), denominou essa investigação de pesquisa aplicada I. Ambas, não se caracterizam como a pesquisa aplicada no sentido tradicional, pois, buscam testar conhecimentos básicos em situações mais próximas da prática diária de habilidades motoras.
2.2. Efeito de Interferência Contextual A interferência contextual foi primeiramente definida por BATTIG (1972, 1979), como a interferência produzida por outras tarefas e as formas pelas quais elas são processadas. De forma geral, os estudos que tratam da interferência contextual têm o objectivo de diferenciar os efeitos das práticas variadas em bloco e aleatória.
A interferência contextual pode ser alta ou baixa. A alta interferência contextual (prática aleatória), ocorre quando as tarefas a serem apreendidas são praticadas de forma aleatória (tarefas ACABBABC…) enquanto que, a baixa interferência contextual (prática por blocos), ocorre quando as tarefas são praticadas por blocos (tarefas AAA… BBB…CCC…). Mais especificamente, a prática em blocos, caracteriza se pela execução de todas as tentativas de uma determinada habilidade para posteriormente iniciar se as execuções da tarefa e/ou habilidade seguinte (ex: WWW XXX YYY) é considerada de baixa interferência contextual. Quando por outro lado, encontramos a prática aleatória, considerada de alta interferência contextual, que é baseada em uma
O primeiro estudo sobre EIC em aprendizagem motora foi realizado por SHEA e MORGAN (1979). Onde, dois grupos de sujeitos praticaram três tarefas de movimento de braços, rápidos e sequenciados, sob condições de pratica aleatória e/ou por blocos. Os resultados mostraram que houve uma clara vantagem na performance dos sujeitos sob condições por blocos durante a fase de aquisição. Entretanto, quando os sujeitos foram submetidos a um teste de transferência, a prática aleatória mostrou-se mais eficiente.
A prática em blocos produz melhor performance quando avaliada na fase de aquisição da tarefa, porém, quando comparamos a performance dos grupos em testes de retenção e transferência, deparamo-nos com resultados que conduzem a um melhor desempenho a prática aleatória em detrimento da prática em blocos (SCHIMIDT 2001).
Outros estudos como os de DEL REY, WUGHALTER e WHITEHURST (1982); GABRIELA, HALL E BUCKOLZ (1987); SEKIYA, MAGILL, SIDAWAY e ANDERSON (1994); UGRINOWITSCH e MANOEL (1996); WULF e LEE (1993); WRISBERG e LIU (1991) e CHIVIACOWSKY e SHILD (s/d), os quais utilizaram tarefas mais próximas a situação real, obtiveram resultados semelhantes.
Para explicar este fenómeno do efeito de interferência contextual, encontramos duas hipóteses explicativas: as hipóteses de elaboração e a de esquecimento.
Apresentada por SHEA e MORGAN (1979), a hipótese de Elaboração propõe que a prática de forma aleatória actua directamente na memória activa no sentido de proporcionar um processamento múltiplo que leva ao desenvolvimento de estratégias de processamento. Como diferentes tarefas são armazenadas na memória activa, o aprendiz necessita identificar em cada tentativa, a representação necessária para implementar uma determinada resposta. Basicamente, a interferência criada na memória durante a prática, resulta na melhoria no processamento elaborativo e distintivo que posteriormente facilita a retenção e a transferência.
A outra hipótese, a de esquecimento, considera que o aprendiz ao mudar as tarefas de A para B, os processos que produzem a solução para a tarefa B, causam o esquecimento da solução produzida na tarefa A. Quando a tarefa A é apresentada algumas tentativas depois, o aprendiz deve produzir a solução novamente, por isso, a performance na prática aleatória é relativamente pior. Contudo, supõe-se que este processo de geração de solução seja benéfico para a aprendizagem.
Entretanto, já na prática variada em blocos, o aprendiz lembra a solução em uma determinada tentativa e a aplica na tentativa seguinte, o que substancialmente minimiza o número de vezes que precisa produzir novas soluções. Portanto, a performance na prática por blocos é muito boa porque a solução, uma vez gerada, é lembrada em uma série de tentativas, mas a aprendizagem é pobre porque o aprendiz não tem de produzir repetidamente a solução para a tarefa em cada tentativa.
Esta segunda hipótese foi apresentada por LEE e MAGILL (1983, 1985), e é também conhecida como hipótese de reconstrução do plano de acção. Mais especificamente, estes autores propõem que o aprendiz deve resgatar o programa motor apropriado que representa a acção e ainda adicionar os parâmetros específicos para a obtenção do objectivo da tarefa. Este processo, é visto como uma construção de um plano de acção para a resposta. Pois, quando parte dos componentes do mesmo plano são esquecidos, o aprendiz necessita reconstruir activamente o plano quando este é requerido novamente. O resultado desta prática mais esforçada, leva a uma melhor representação da habilidade, resultando consequentemente numa maior retenção da mesma.
2.3. Estudos realizados no âmbito dos Efeitos de Interferência Contextual
Há na literatura estudos de campo verificando o EIC com habilidades tais como, o serviço de “badmington” de GOODE e MAGILL (1986), habilidades de voleibol de BORTOLI, ROBAZZA, DURIGON e CARRA (1992) e do futebol de CORRÊA e PELEGRINI (1986).
Como o mais importante seria o armazenamento das relações e não o registo de cada informação, o fortalecimento do esquema beneficiar-se ia com um grande número de exemplos referentes a cada tipo de informação.
Seguindo o mesmo raciocínio, MOXLEY (1979), propôs a hipótese de variabilidade da prática, segundo a qual a aprendizagem motora seria mais eficaz se, ao praticar, o indivíduo variasse os parâmetros a serem adicionados ao PMG, bem como as consequências de sua execução.
BATTIG (1972, 1979), realizou estudos em paralelo, baseados em pesquisas com aprendizagem verbal e revelaram que a variação das tarefas a serem aprendidas leva a um pior desempenho durante a prática de habilidades verbais, mas resulta numa melhor retenção de informações na memória, como foi indicado por testes após um período sem prática.
O esmo autor, preconizou a utilização só da prática variada, diferenciando a sua estrutura, que poderia ser por blocos ou aleatória. A prática variada de forma aleatória gerava melhores índices de retenção do que a por blocos, caracterizando um efeito que passou a ser denominado de interferência contextual.
A partir de então, passou a ser questionado o enfoque teórico prevalecente de que a interferência era prejudicial à aprendizagem de habilidades motoras.
Após a realização do experimento, SHEA e MORGAN (1979), sugeriram a realização de novos estudos sobre o EIC e, começaram também a defender a utilização da prática variada aleatória como um recurso pedagógico.
Deste modo, os responsáveis pelo ensino de habilidades motoras deveriam, então, sacrificar o sucesso inicial dos aprendizes (grande número de erros, por exemplo) e proporcionar uma prática com alta interferência contextual, para maximizar os benefícios da transferência e retenção.
No entanto, tal conduta foi prematura em virtude de não haver ainda, sustentação empírica suficiente que delimitasse com clareza até onde o princípio poderia ser generalizado para situações reais de ensino e aprendizagem (WEGMAN 1999).
A partir do estudo de SHEA e MORGAN (1979), inúmeras pesquisas foram realizadas com o intuito de generalizar o EIC as mais diversas situações, sejam em estudos laboratoriais ou em campo. (POLLATOU et all 1979) e (SANTOS e TANI 1995).
Após o estudo de SHEA e MORGAN (1979), que indicou um melhor desempenho do grupo aleatório nos testes de retenção e transferência e confirmando por conseguinte, a proposição de BATTIG (1972, 1979), vários estudos seguiram se na tentativa de verificar o efeito de interferência contextual na aquisição de habilidades motoras, por exemplo DEL REY, WUGHALTER e CARNES (1987); GABRIELA e HALL (1987); GABRIELA, HALL e LEE (1989); LEE e MAGILL (1983A); SHEA e WRIGHT (1991) e WHITEHURST e DEL REY (1983), entre outros.
Recentemente, os aspectos da tarefa que são variados têm merecido grande atenção dos pesquisadores (SEKIYA, MAGILL, SIDAWAY e ANDERSON, 1994). A compreensão das relações entre a estrutura da prática variada e os aspectos da tarefa que nela são variados reveste se de maior importância não só para desvelar o processo de aquisição de habilidades motoras como também por suas implicações práticas.
Já a hipótese do esquecimento, propõe que com a prática sob alta interferência contextual há a necessidade de reconstruir um programa motor para cada tentativa. O programa motor elaborado na tentativa anterior é esquecido devido a interferência criada pela intercalação de outras tarefas (BLANDIN, PROTEAU e ALAIN 1994).
Mesmo com o grande número de estudos que testaram ambas as hipóteses (BENEDETTI e MCCULLAGH, 1987; DEL REY et all, 1987; HALL e BUCKOLZ, 1982; LEE e MAGILL, 1983A; LEE e WEEKS, 1987; MEEUWSEN e MAGILL, 1991; SHEA e WRIGHT, 1991; WEEKS, LEE e ELLIOT, 1987; WEEKS, REEVE, DORNIER e FOBER, 1991; entre outros) ainda não houve um consenso sobre qual hipótese explicaria melhor a superioridade da prática aleatória na aquisição de habilidades motoras.
programas motores (ex: LEE et all, 1992; SEKIYA et all, 1996, WULF, 1992; YOUNG et all, 1993).
MAGILL e HALL (1990), procuraram avaliar os estudos conduzidos até então para promover uma síntese na explicação do efeito de interferência contextual. Baseados numa revisão dos estudos realizados, os autores elaboraram uma hipótese que uniu duas questões: como variar (por blocos ou aleatoriamente) e o que variar (programa ou parâmetro). Segundo os autores, quando variações da tarefa requerem diferentes programas motores, são criados maiores níveis de interferência, o que leva a uma aprendizagem mais eficaz em função do melhor desempenho nos testes de retenção e transferência. As modificações da tarefa envolvendo variações na parametrização de um mesmo programa motor causariam menores níveis de interferência, resultando em retenção e transferência deficientes. Ou seja, a aprendizagem é pobre.
Após o trabalho de WULF e SCHIMIDT (1988), a revisão de MAGILL e HALL (1990), a associação das duas questões; “como” e “o quê” variar na prática, passou a ser alvo de grande interesse na área.
Com o intuito de tornar mais consistente o referencial teórico, passou se a utilizar conceitos da Teoria de Esquema Motor, tais como PMG e Parâmetros (HALL e MAGILL, 1995; LEE, WULF e SCHIMIDT, 1992; SEKIYA et all, 1994; SHERWOOD, 1996; UGRINOWITSCH e MANOEL, 1996; WULF e LEE, 1993; WULF e SCHIMIDT, 1994; entre outros).
Em alguns estudos o PMG foi manipulado com alterações feitas basicamente no “timing” relativo (LEE et all, 1992; SEKIYA et all, 1994) ou no esquecimento (SHEA e TITZER, 1993; UGRINOWITSCH e MANOEL, 1996; WOOD e GING, 1991; WULF e SCHIMIDT, 1994). No geral, esses estudos confirmaram o efeito de interferência contextual, com excepção do estudo de (SHEA e TITZER 1993).
Vale ressaltar que nos estudos de LEE et all (1992) e WULF e SCHIMIDT (1988), o melhor desempenho do grupo aleatório foi apresentado quando a tarefa de transferência requeria um novo programa, mas não quando a nova tarefa requeria alterações na parametrização dos programas praticados.
Já no estudo de SEKIYA et all (1994), a prática com variação de programas resultou numa melhor capacidade de seleccionar parâmetros, e não de elaborar um novo programa.
Entre os estudos que manipularam os parâmetros de um mesmo programa, como HALL e MAGILL 1995; SEKIYA et all 1994, 1996; SHERWOOD 1996; UGRINOWITSCH e MANOEL 1996; WOOD e GING 1991, WULF 1992; WULF e LEE 1993 e WULF e SCHIMIDT 1988, os resultados são no mínimo inconclusivos.
Wulf e Schimidt (1988), manipularam o tempo total e encontraram que a prática aleatória com variação de parâmetro levava a um melhor desempenho quando a tarefa de transferência requeria nova parametrização.
Resultados bem similares foram obtidos por SEKIYA et all (1994) e WULF e LEE (1993). MAGILL e HALL (1995), além de obterem os mesmos resultados também observaram que o tipo de prática exercia maior influência na aprendizagem do que a sua quantidade, quando o tempo total foi manipulado. WULF (1992), observou um melhor desempenho do grupo aleatório ao manipular referências de uma trajectória.
Por seu turno, UGRINOWITSCH e MANOEL (1996), verificaram que o grupo por blocos teve tendência de superioridade em relação ao aleatório nos testes de retenção e transferência ao manipularem a selecção de grupo muscular. WOOD e GING (1991), manipularam o parâmetro distância numa tarefa de bater em tocos de madeira dispostos num padrão em “N” com diferentes tamanhos. Nesse estudo, também não foi observada diferença entre os grupos aleatório e blocos.
Os resultados dos estudos que procuraram investigar o efeito da variação de programas e parâmetros na interferência contextual mostraram que ainda não é possível responder a questão do que deve ser manipulado (programa motor ou parâmetro) durante a prática variada. Claramente há a necessidade de novos estudos que investiguem essa questão.
PELLEGRINI remate parâmetros
GOODWIN e MEEUWSEN 1996
Tacada de golfe
Parâmetros Universitários 198 EIC não confirmado
HERBERT et all 1996
Rebatida de beisebol
Programa Adolescentes 210 EIC confirmado
UGRINOWITSCH 1997 Serviço de voleibol
Programa e parâmetros
Adolescentes 360 EIC confirmado
BRADY 1997 Tacada de golfe
Programa e parâmetros
Universitários Livre EIC confirmado
FARROW e MASECHETTE
1997 Forehand do ténis
Parâmetros Crianças 720 EIC não confirmado
SANTOS 1997 Fundamentos do futebol
Programa Adolescentes Livre EIC não confirmado
POLLATOU et all
1997 Arremessos e remate
Programa Universitários 160 EIC não confirmado
1999 Habilidades básicas
Programa Crianças 39 EIC não confirmado
GUADANOLI et all 1999 Tacada de golfe
Parâmetros Universitários 144 EIC não confirmado
MEIRA Jr. 1999 Serviço de voleibol
Programa e parâmetros
Adolescentes 288 EIC não confirmado
MEIRA Jr. e TANI 2001 Arremessos de dardos de salão
Programa e parâmetros
Universitários 80 EIC confirmado
3. Objectivos do estudo
3.1. Geral Analisar a ocorrência do EIC com variação de parâmetro na habilidade motora arremesso de berlindes em crianças do sexo feminino dos 11 – 13 anos de idade.
3.2. Específicos