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Validação da EFE: Avaliação de Relacionamentos Familiares - Estudo de Casos em PUCfRio, Notas de aula de Psicologia

Uma proposta de estudo para validar o método de avaliação familiar efe (experiential family therapy) através da comparação de resultados obtidos por dois métodos de avaliação familiar em grupos de famílias. O estudo aborda questões metodológicas, aplicabilidade, validade e a importância de avaliar as relações familiares na psicologia clínica.

O que você vai aprender

  • Quais são as questões metodológicas relacionadas ao estudo?
  • Quais são as categorias de avaliação utilizadas no estudo?
  • Qual é o objetivo da proposta de estudo apresentada no documento?
  • Quais métodos de avaliação familiar serão comparados no estudo?
  • Quais foram os resultados obtidos no estudo?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Amanda_90
Amanda_90 🇧🇷

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Ei'TREVISTA FAl\HLlAR ESTRUTL"RADA - EFE: UM

MÉTODO DI<: AVALIAÇÃO DAS RELAÇÕES FAMILIARES'

TEREZlNHA FERES-CARNEIRO PomljIc!i1 Universidade Católico do Rio de Jan eiro

A PRIMEI RA VERSÃO DA EFE

Tendo em vista que a maioria das entrevistas estnlturadas dt:avaliaç il.o famHiarexistentes requer um .:quipamento nem sempre encontrado nas clínicas brasileirds, como espelho unidi recional c/ou aparelho de video tape (Minuchin, 1974; \Vat;>;lawiek, Beavin e Jaekson 1967; Satir, 1967;Fordelkrriek,1971); que a maior parte dessas entrevistas exige que os memhros da família sejam alfabetizados, tenham razoável nivel de abstração e/ou opcrern sozi nhosoequi- pamento utilizado (Minuehin e eol, 1964: Watzlawick, Beavin e Jackson 1967; Satir,1967); que todas essas entrevistas foram construídas fora do Brasil e nenhum estudo sistemático s obr~ elas. com populaç~o brasih:ira, havia sido publicado, decidimos, a panir de nossa cxpcriência no trabalho clin icodeaten- dimcnto familiar, elaborar um novo método de avaliação das relações fami- liares - Entrevista familiar Estrulllrada. EFE {Féres-Cameiro, 1975) - no Brasil. levando em conta as características da maior parte de no~sa populaçào e de nosso~ serviços de atendimento psicológico, utilizando portanto uma linguagem simples e exigindo da familia respostas faladas t:iou n~o-vt:rbais e necessitando, além do entrcvismdor, apenas de um observadoredeum gravador. A primeira proposta do método foi elaborada em 1975. Nela construimos inicialmente 14 tarefas, destinadas a provocar interações significativas em :ireas importantes dadinârnica familiar. A aplicabilidade dessas tarefas foi verificada através do atendimento clínico a ~eis famílias que procuraram o Serviço de Psicologia Aplicada do Departamento de Psicologia d'\ PUe /Rio. durante o ano de 1974. Em função da discussão dos resultados obtidos atr3vés da aplicação das 14 tarefas, foramse1ecionadas, paraconslituirem a primeira versão do mélodo de avaliação das rclações tamiliares proposto. as s eis tarefas quc mais provocararn as inlcraçõcs significativas desejadas. Em um esrudo realizado por féres-Carnciro e Lemgrober (1979), a EFE (féres-Carneiro,1975) foi aplicada. simultaneamente ao Arte-Diagnóstico

Tema.~ml's ;colog ;a(J997j. n

Familiar (K wialkowska.1967). a um grupo dc vinte famílias que procuraram o Serviço de Psicologia Ap li cada do Departamento de Psicologia da PUClRio. ao longodoano de 1978. A proposta inicial dessecstudocra a validação da EFE através da comparação dos resu Itados obtidos no mesmo grupo de famílias com os dois métodos de avaliação familiar, Questões metodológicas relacionadas sobretudo com os critérios de avaliação (as próprias pesquisadoras realizaram as entrevistas e avaliaram o material) e em mudanças no perfil sociocultural da população atend ida no Serviço de I'sicologia Aplicada da PUCfRio. transfor-

maram o objetivo inicial desse traba lho - validaç~o da EFE - em um estudo-

piloto de uma pesquisa de validação a ser realizadH posleriormenle. Este estudo-piloto permitiu que importantes modificações fossem introduzidas na EFE (Féres-Carneiro. 1979)

A VERSÃO FINAL DA EFE

A EFE. cuja versão final apresentaremos a seguir. é util izada com o objctivo de trazer à tona os dinamismos do funcionamento familiar, possibili. tandoa realização. em tempo mais curto, de uma avaliação das relaçCie!; famil iares. Ela é composta de seis tarefas. ciuco verbais e urna não-verbal. das quais duas (tarefas I e 4) sào propostas à famili~ como grupo e as outras. a cada membro individualmente. Embora cada tarefa pretenda. de fonna espedfica, explicitllr detenninadas dimensõcs da dinâmica conjugal elou da dinàmicagrupal, todas as tarefas. de fonna geral, pretendem avaliar padrões básicos de funcionamento da família. As dimensões individuais de tais padrões são consideradas sobre- tudo no contexto de suas repercussões na dinâmica das relações familiares A versão final da EFE. incluindo suas seis tarefas. seus objetiVOs e sua fundamentação teórica, li a seguinte'

Tarera I: "Vamns ima[.:inar que l"océs teriam de mudar-se da casa aliJe muram IIU pra::u máximu de um ml:s. Gostaria que vocês planejassem agora, em conjunto, como seria a //Iudança. " OobjetivodestH tarefa é'erificarcolllo li familia funciona quando ncres- sita fazer. em conjunto, algo que lhe li solicitado com certa pressão exlema. A escolha do lema mudança e a estipulação do prazo de um mês visam conseguir maior envolvimento dos membros da família com a tarefa. tendo em vista que qualquer família poderia ver-se um dia. pelos mais diferentes motivos, diante dessa situação. Mais impo rt ante que o conteúdo das respostas dadas ao estimulo apresentado é a forma como li família lida com a proposta que lhe é feita, ou

TemaremP,icologia(J997}.n· J

Tare fa 4: "Como eum dia de feriado nafamília?"

Um dosobjctivoscspedfieosdessatarefaé fazcr uma avaliação da rc1a - ção conjugaL Caso não surja espontaneamente, nas respostas da fami lia,nada de espt:cífico sobre o casul, o entrevistador pergunta explieitamente sobre as atividades do mesmo, l'retende-se verifieareom essa tarefa se os rnemb rosdo casal intcragem como marido e mulher, ou seja, se o subsistema conjugal está presente na família, se nesse subsistema os membros do cas3l se individualizam e se funcionam como modelo de uma relação homem-mulher gratificante, Essa tarefa pcnnitc-nos também obter dados importantes sobre as regras familiares relacionados ao la7.ereà tomada de decisõcs, sobreoman ejodas semelhanças e diferenças, sobre a maneira como os membros da família se agrupameseindividualizam,

ranra 5: "Jmagme que "ocê eItá em sua casa, dÍ!;cutindo com uma pesIOa

qualquer de sua família, e alguem bale à porIa. Quando você I'oi atender, a pessoa com qllem você estavadiIculindulhe dei umempllrr ão.Oque vocêfaz?" Nessa situação, rodemos observar sc as regras tamiliarcs pcmlitem a cxpressãodesclltimcntosagrcssi\loscscaa~ressãopodcscrli\lremcntccxpressa em relação a ql.lalquer membro da ramília, E importante verificar se há espaços na família para que seus membros possam vivenciar sentimentos de raiva, sem aamcaçadadestruiçào,c possam usarsuaagrcssividadcdefomlacon stru ti va, Alémdisso,cssa tarcfapossibilitaumaavaliaçãodcinteraçãoconjugalc da interação do grupo familiar, atra'és do rornecimento de dados importantes relacionados ao mancjodasdi5eordânciasedoseonl1itos, eàsregrassohre autoridade e poder familiar.

Tarefa 6: "Cada um d~ "O,:'Ó w,; e~' co/l1l!r 11"10 011 '(írios p~ssoas dofomiliu, pude ,I'" qualquer pe,u(Ja, e vai fa::er algu/1/(j cuisa para mostrar a essa pen'Ua que KrJ ,rlu dela, selll di:l!r nenhuma pa/m'ro " Essa tarefa. na medida em que impede que a palavra seja utilizada, pretende verificar principalmente se as regras familiares permitem o contato fisico como manifestação da afeição_ F. imponante observar se ocorrem, ccomo ocorrem, os contatos fisicos entre os membros do casal. entrcos paise os filhos, c e ntr c os irmãos Ao mesmo tempo em que essa tarefa possibilita uma avaliação sob re as trocas afetivas elltre os membros da raruilia, romece também dados significa- tivos sobre a comun icaç ão não-verbal e sobre os processos de iodividu alizaçào e integração no grupu f~miliar.

Ttmu •• mPsicologi(J(1997).,,· J

APUCAOUJDADE DA El'E COMO MÉTODO DE DI AGNÓSTICO PSICOLÓGICO

COllsider9ndo a importiincia das rt:la~õe~ famiJiau:s na dctt:rminil~lio da saúde emocional do~ melllhro~ da família, é necessá.rio que a psicologia clínica pos~a contar com métodos confiáveis de avaliação de tais relações. A Entrevista Familiar Estrutumda, utili~.ada por nós em dili:remes pesquisas (Fércs-Cameiro, 1975: Fércs-Camciro c Lcmgrubcr. 1979; Fércs-CanlCiro,1979), mo~trou-sc um método adt:guado para a realização de diagnóstil:o familiar. Todavia, para que sua divulgação como tal fosse realizada. colocava-se o problema da necessidade de sua validação como instrumento psicológico de medida Rcalimmos elllão um estudo experimental (Féres-Carneiro, \983) eom o objetivo de ,'erificar sua aplicabilidade atravcs do estudo de sua tidcdign idade e de sua validade como método clinico capaz de avaliar as relaçõ es familiares, ou seja, de realizar um diagnóstico interacional da família, discriminando uma interação familiar cllTlsidt:rada facilitadora docrescimentoemocional sadio do, membros da família, de uma interação familiar considerada dificultadorade tal crescimento. A invcstigação sobre a aplicabilidade da EFE foi realiz.ada através de um refinam ento mctodológico q ue inclui: estahelcc imenlO de normas de apl icação. elabornção de escalas de avaliação, verificação da fidedignidade atrnvés do estudo da consistência entre avaliadorcs e da consistência inter-itens das escalas de avaliação e verificação da validade através da comparação entre grupos contrastantes de família.

NORMAS DE APUCAÇÀO DA EFE

Normas Gerais tle Aplica"ão A EFE é aplicada em conjunto. numa única sessão, a todos os membros da família. Sua aplicação deve ser inserida no contexto da queixa trazida pela família ou por algum de seus membro" A EFE pode ser aplicada no primeiro contato com a família. depois dc o terapeuta om'ir o motivo da procura do atendilllcnto e introduzir a id~ia da importância da avaliaçiio familiar conjunta, a partir da queixa explicitada. Na maior parte das ''ezes, entretanto, ela é aplicada depois de um ou alguns contatos com um dos pais. com o casal elou com outro membro adulto da família, que procura0 atelldimento para si próprio ou para outro membro. Durante tais contatos, ao mesmo tempo em que ouve a queixa, o terapeuta explicita a necessidade da entrevista familiar para que o atcndimento do caso possa prosseguir.

T,,",~, , ",P5icologia (f991j, n' 3

No rmas de A plicação Especificas para Ca da Tarof:!

Tarefa 1: "Vall/O ,I imaginar que 'ncê~ leriam de n/lidar-se da ca.w onde moram no pra::o máximo de 11m mês, GOMaria que vocêI planejassem agora, em cOl1jul1/o. CO/IIO seria a /lllIda/lça .. No easo de perguntas dirigid:!s ao elltrcvistador, do tipo "a mudança t: definitiva ou e apcnas por uns dias, ou para passar férias?" etc., e le deverá responder que a mudança é definitiva. No caso de respostas do tipo "um mês não dá para mudar". "não temos dinheiru para mudar" etc., o entrevistador deverá responder: "Vamos imaginar que 'ocês têm de se mudar nesse prazo," Se houver perguntas do tipo "todos têm de mudar mesmo?", ou "pode não mudar'!", ou "pode deixar para depois?", o entrevistador deverá responder' " Imaginem que vocês têm de se mlldar no prazo de um mês." Se depois disso algum membro insistir em não responder, u entrevistador não devera intervir mais

Tarefa 2: "Quando 'ocê eSláfa::endo 111110 coim qllalquer, lIIasfica dificil laminar el;so tarefa .wzinho, o que I'ncêfiz:::" Em caso do respostas apenas do tipo "depende ... ", o entrevi ~lador deverá pergunlar: "Depende de quê?" As respostas apenas do lipo " peço aj uda", o entrevistador deverá pergun- tar: "A quem?" Ent caso de respostas apenas do lipo "não peço ajuda", O entrevistador deverá perguntar: "Por que?"

Tarefa J: "Di!":a de que coisas 'ocê mai;,' gus/Q ~m me!' '

Se os membros da família começarem a falar de coisas externas a si mesmos, ou se fÍl:crem perguntas dirigidas ao entrevistador do tipo "são coisas que eu gosto de fazer?", "são coisas que eu lenho?" etc" O entrevistador deverá intervir dizendo: "Gostaria que eada um dissesse o que mais gosta em si mesmo." Se depois disso, mesmo ass im, algum membro continuar falando de coisas externas a si mesmo, o entrevistador não de~er3 intervir mais No caso de um membro (A) da familia ter ficado em silencio ou tcr dito que não gosta de nada em si mesmo, e outro membro (B) começar a falar sobre A, {) entrevistador deverá perguntar a A o que achou do que foi dito a seu respeito por 11. O cntrcvistadordevcraespcrur até que todos se manifestem. Caso algum membro da família não tenha dito nada, ele dever3 dirigir-se então a esse mem- bro, individualmente, perguntando "E você, de que coisas mais gosta em você

T~",,,. ~m Plicologia (1997). n' 3

mesmo?" Se o refe rido membro continuar em silêncio ou se recusar a respon- der. o entrevistador nílo deverâ insistir mais

Tarefa 4: "COnloi! unldiodejeriadvnajonlilia?" Se apenas um membro da família falar. o entrevistador aguardará algum tempo e. em seguida. perguntará se mais alguém quer dizer alguma coisa. De pois de todos terem se manifestado. ou terem lido oportunidade de se manifestar. caso não se tenha falado nada de especifico sobre o casal. oent re- vistadordcverá dirigir-se aos membros do casal, perguntando: "E o casal tem

alguma atividade pTÓpria no dia de feriado?"

Caso não exista o easal na família. o entrevistador deverá perguntara o pai,àlllãeouaoulrosmelllbros adultosdafamiliasecletematividades.nodia de feriado. das quais os outros membros não participam.

Tarefa 5: "'II/agim' que voei! e~'ló e/JI sr/Ocasa, discuI;ndocoII/ ulllapessooqual-

q'lI~r de sl/Oja/JIília. e olKllém bate à porta. Quanrh você l'ai atl'l1der. a pe.fSoa

com quem voeti esta-.·a discutindo llre dá um empurrão. O que W)ce ja:;?" No caso de respostas do tipo "depende da situação" ou "depende dH pessoa". o entTCvistHdordc'lcpergulllHr: "Como assi mT' Seosexcmplos forem dados com pessoas que não são da família. o entre- vistador deveni dizer: "Gostaria que imaginassem a situação com alguém da família:' Se OS filhos exemplificarem a situação apenas entre inn~os. o entrevistadordc'lcrá perguntar: "Como seria com o papai ou com a mamiíe?" Se os pais exemplificarem ~ situação apenas com os filhos. o entrevistador devera perguntar: "Como seria entre locês?" (o casal).

Tarda 6: "COO(l1l111 de 'ocê,J vai e.Kolher unw oUl'árius pe,Jsoas dajamilia, pode ~'!!rquallfller pesloa. e I'ai/a:!!r algunIa r:visa para I1IMtrar (I essa pessoa que gOIta dela. sem di:er nen/mll/(I jXJlavra. .. Oobscrvadordevcfazertodasasanotaçõcspossiveissobreasinteraçõcs não-verbaisocorridasenlreosmembrosdafamilia.atenlandosobrctudo para a ordem em que se manifeslam. os gestos que fazem. as expressões corporais e faciais que acompanhalll cada gcslo etc Caso alguns membros da família façam gestos com sentido dúbio, ou gcst oseujo sentido o entrevistador mío tenha compreendido. este tentarão no final,esclarccerosignificadodc tais gestos. O entrcvístador deverá inicialmcntc vcrificarscornembroAdafamilia.aquemorefcridogestofoidirigidopclo membro B. compreendeu o seu significado. perguntando: "Você (A) entendeu o gesto que ele ( B) fez para você?" Caso A também não tenha compreendido. o entrevistador deverá dirigir-se a B. dizendo: "Você poderia explicar seu gesto?"

TemaumPsu,oJogia(1997) ...·;

familia. devendo ser compartilhados por. pelo menos, dois membros. Uma regras.eriaumindicadorestabeleçidOOllllmreguladorparaacondutadafamilia Avali;,remos as regras familiaresdo ponto de vista de suaexplicitaçào, coerência. nexibilidade e democracia.

  1. Papéis. Paraalgunsautores.oquedt:tcrnünaounãoasaúdeemocionalna familia c o desempenho no cumprimento das funções familiares essenciais, re13' cionadas aos papéis de marido. mulher, pai. mãe. filho, filha. innão. innà. A familia é facilitadoradc saúde emocional na medidacm queeada membro conhece c dcsem· penha sei. papel especifico (Ackennan. 1958; f>ichon-Ri'iere.1965, Minu- chin.1974). Para Minllchin, mais importante ainda que a composição de subsistemas familiares organizados em tomo dos papéis é a dareza dos limites de tais subsistemas, ou seja, que cada subsistema - o conjugal, o parenta!. o fraterno etc.- se diferencie do sistema mais amplo, embora sem rigidel'.. No grupo familiar. definiremos papel como as funçõcsde cada mcmbroa partir das posiçõcsque ocupa nos subsistemas conjug31. parentaL fraterno e filial. Os papéis familiares serão 3valiados segLIIldo sua presença o un~oesuas possibilidadesdedcfinição.adequaçãoenexibilidadenosistemaf3miliar.
  2. Liderança - Alguns autores enfatizam queo funcionamemo eficaz de umil filmíliarequerquepaise filhos aceitem o fato de queo usodifeH:nciadoda autoridade é necessário no sistema familiar (Lidz.. 1963; Satir.1972; Minuchin. 1974; Stachowiaek.l97S). Minuchin rcssalta que o ideal familiar é muitas vezesdescritocomournademocracia.masqucscriaumequívococollsidcrar que uma socicdadedemocrática é uma sociedade sem líderes, ou que uma fami- liaé urna sociedade de iguais. Slachowiack, enfatizando a imponância dosurgi- mcnto da liderança no gwpo familiar, postula que é ineficaz o funcionamento da fami lia em que os pais assumem uma posição autocrática ou uma posição inadcquadamenTe igualitãria. deixando o grupo familiar sem lidcr ança. Dcfutircmos liderança, a partir de Cart\Tigh c Zander (1972). como fenô- meno resultante da interação estabelecida entre os membros de um grupo. em que um dos participantes, o lider. innucncia os outros membros mais doqu eéinnucn- ciado por eles, c tem as funçõcs de organizador e oriclllador da atividade gnlpal A presença ou não da liderança e sua possibilidade de diferenciação. assim como sua rOl1na autocrática ou democrática serão por nós avaliadas na dinâmica das relações fami liares.
  3. Connitos - Os conflitos na interação familiar sAo vistos por Ackennan (1976) como benignos ou malignos, na medida em que estimulem o crescimento oupredisponhamaodesequilíbrioemodollal. Paraele,afamiliadcveprQver vias de solução para oconflito,SClldocapaz de cnnter os efeitos dcstrutivosdo

Tt m (;U~ mP.l c ologia(l997). n · 3

mesmo. Para Stachowiaek (1975). o mais importante não é a quantidade de conflito existente no grupo familiar. maso fato de que. nas famílias com funcio- namento adequado, as diferenças e os eonflitos podem ser expressos. e os membros da família possuem recursos para lidar ce>m eles Analismemos os conflitos segundo suas possibilidades de expressão, 'alorizaç~o positiva e busca de soluçãon3 dinâmi~adasrelaçOes familiares.

  1. Afeição fisica - Vários autoresenfati.-arn a importância da afeição fisica na interação familiar e SlIlI relação com odesenvoh'imento dos membros da família (Winnicolt, 1965 ; Sittir. 196 7: Hcilbrun. 1973; EUis, Thomas e RoUins, 1976). Se- gundo Satir. em muita~ famílias o potencial afetivo dos membros não e satisfeito porque as regras 5Obreafcição fisica são misluradas COIll labus sobre sexo. Definiremos afeição física. na dinâmica familiar. como um tipo dI;: comportamento não-verbal. manifestado pelos ml;:mbros da família. através de conI310sfisicoscarinho50s,paraexpressaroamorquesenlemunspelosolltro. Verificaremos se a familia possibilita a manifestação da afeição fisica entre seus membros e em qu e medida tal manifestação é aceita ou recusada na inter- ação familiar. possuindo ou não uma carga emocional adequada.
  2. Interação conjugal- A relevância da interação conjugal e de suas repercussões 110 desenvolvimento emocional dos membros da família é ressal- tadapordiferentesalltores(MahleseRabinowitch.1956:Lidz.1963:Satir, 1967: Dicks. 1967; Lemaire. 1971, 1984; Flllge, 1972; Milluehin, 1974; Tcruel, 1974: Fércs-Cameiro. 1980. 1994). O subsistema conjugal pode fomentaracriatividadecocrescimento,respeitandoaindividualidade de cada memhm do casal. como podc também estabeleccr padTÕCs de componamento dificultadoresde lal crescimento. Segundo Minuchin, ao mesmo tempo cm que a illdividualização deve ser mantida no subsistcma conjugal. este deve ter limites claros e flexiveis que o mantenham diferenciado, porém nào isolado. dentro do sistema familiar. Satirenfatizaa importáncia da gratificação na relação conjugal. nào apenas tendo em vista as satisfações reciprocas dos mcmbros do casaL mas também considerando suas repercussões na formação da identidade sexual dos filhos, na medida em que os pais funcionam para clcs como modelo básico dc relação homem-mulher. Chamaremos de interayilo conjugal no grupo familiar o processo de trocasrelacionaisestabelecidasnosllbsistcmaconjugal,ouseja. entre o marido eamulher. Focalizaremos na intcraçiloconjugal suas possibilidadesdediferen- ciação e individualização. verificando em que medida as trocas rclaciona is.no subsistcma, são gratificantcsou não para seus membros.

mesmos c valorizam o crcscimcnlo, a, novas aquisições e as realiza çõesdos filhos. pennitindo assim que tambem eles se autovalorizem positivamente, ou seja, tenham alta auto-esTima.

lI. InTeração familiar faeilitadora de saúde emocional - Essa categoria de avaliação engloba todas as outras foca1izada.~ anteriornlente c que se constituem em dinamismos básicus d", interação da t:1mília, responsáveis pela promoçno do desenvolvimento emocional sadio de seus membros Definiremos, portanto, interação familiar faeilitadora de saúde emocio- nai como aquela em que a comunicação entre os membros da família é cungruente,elara, com direcionalidade e carga elllocional adequad as :asregras são cxplícítas, eocrentcs, ne:.;ívcise democráticas: os papéis familiares sil.u definidos. diferenciados e nexiveis: a liderança está presente, se ndodifcrcncia- da e dem ocrática; os connitos podem ser expressos, sem desvalorização e ,-,om busea de solução; a agrcssividadc [XXIesermanifestadadefonnacunstru tivae sem diserilllinação em suauirecionalidade:aafeição fisica está p resente.sendo aceita pelos membros da família e possuindo carga emocional adequada: a interaçiioconjllgf,lé,aomcsmoTempo.diferenciadaeindividualizada, sendo capaz de gratificar a ambos os membros do casaL a individualização se faz presente, através da preservação das identidades de cada um , ao mesmo tempo em que a identidade gmpal promove a integraçãu da família permitindo assim a fonnaçãoe a expliciTação de scntirncl1Ios de altaauto-estimaem seus membros

Esca la s prOIJOslas para I\valiaç:'io As escalasde avaliação da EFE pretendem estabelecerum perfil da famí- lia como grulXl - pOr1Hnto, como entidade psicológica em si mesma - c não um perfil de cada membro indivídualmentc As categorias de avaliação que destacamus e conceituamos, tendo em viSTa sua relevância na delenninaçào da saúde emocional do grupo familiar, foram qualificadas, ou seja. adjetivadas, a partir dessa mesma relevância. Para constr ui r as escalas de avaliação, os adjcTivos por nós definidos sã o colocados, em pares pol:mnenle opostos, em escalas de sete pontos, de fomla que aqueles relacionadoseoma facil i taçllode saúde emocional fiquem ora à direita da escala, ora à esquerda. para evitar possiveis tendencios idades d o avaliador. São as seguintes as escalas a screm utilizadas na avaliação da EFE, as quais definimos. anTeriormente, através de um de seus pólos ~ :

~ , O pólo esoo1hido. 'e""" em ... , • • ma "" foelli"","e de defi";~ Jo. foi o ," oql><le ,ol""i"".oo com • ;nle.. ~loofaclh'adora,"'."lu<ltrd oe "",O<locorn. m'traçkld,r,c"lI"do... de'aódee"""'lOnal""rllnll,.

"""lJemPsicoiogia(1'J97).,," ]

I. Comunicação Congruente Confusa Semdirecionalidade adequada Comcargacmocional adequada

2" Regras Explicitas Coerentes Rígidas Democráticas

3" Papéis Indefinidos Diferenciados RIgido, Ausentes

4" Liderança Ausente Fixa Democrática

5" Conflitos

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Expressos ::::::"" P05itiy.unClUevalcriúldos " "_ "_ "_ "_ "_ "_

Com busca de solução

6" ManifestaçãodaAgressividade Presente :_ :_ :_ :_ :_ :_ :_ :

Incongru ente Clara Comdirecionalidade adequada Sem carga emocional adequada

Implícitas Incoerentes Flexíveis N~n-democrática~

Definidos Indiferenciados

Presente Difer~nciada Autocrática

Nao-expressos Negativamente valorizados Sem lJu sca de SOlUÇa

Destrutiva :: ::: _: " Construtiva Comdirecionalidadc Semdirecionalidade adequada

7" AfciçãoFísica Ausente Recusada Com carga emocional adequada

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adequada

Presente Aceita Sem carga emocional adequada

r'.Ia' ~'" P,icologll' (/997)" n' 3

cura,eque foram considL1"adas. pclo referido Serviço, como necessita das de tal :l1endimento Grupo B: familias indicadas pela escola dos /ilhos, a partir da conside- ração de que estes nllo apresentavam problemas de comportamento e de apren- dizagem eque seus pais facilitavam o desenvolvimento dos mesmos, tcndosido consideradas pelo Serviço de Psicologia Aplicada do Departamcntode Psicolo- gia da PUe /Rio como n~o-necessitad3s de atendimento psicológico. As famílias estudadas tem a seguimeconstituição: Família I: Nível socioeconômico médio; pai. 37 anos, militar; mãe, 33 anos, dona-de-casa; /ilhoA, 12 anos: /ilhoB. 10anos; escola pública. Família 2: Nível socioeeonômico médio; pai, 42 anos. reprcSentamc comercial; mãc,40anos,dona-de-casa; filho, II anos. Iilho, 8 anos; escola pública. Família3:Nivelsociocconômicomédio;pai,54anos,estucador;mãe,38anos. faxineira; filhoA. 13 anos; filha, 8 anos; filho. 6 anos; escola pública. Família 4: NhcJ socioeeonômico médio-alto; pai. 44 anos, C1:0110mista; mãe, 40anos. funcion~ria pública; filho A, 18 anos. filho B. 12 anos; filho C, IOanos; Família 5: Nível sociocconômico ooixo; pai 47 anos. porteiro; mãe 32 anos, faxineira; filho A. 14 anos; filha B. lO anos; filho C. 7 anos; escola pública Família 6: Nível sociocconômicomédio-alto: pai, 39 anos. advogado; mãe. 34 anos, instrumentadora cirúrgica; filho A, 16 anos; filho B, 12 anos; filho C, 8 anos: escola particular. Família 7: Nível sociocconômico médio-alto; pai 41 anos, gerentc dc banco; mãe 36 anos, professora primaria. filho A, 14 anos; filha B, 8 anos; filho C, 4 anos; escola particular. Farnília8: Nivelsociocconórnico m':dio-alto; pai,42anos.gcrentecomercial; mãe, 40 anos, dona-de-casa; filho A. 13 anos; filho 13, 6 anos; filha C, S anos; escola particular. Familia9: Nível sociocconómico ooixo; pai 38 anos, guardador de parque (não cornparcccuàcntrc'ista);mãe34allOs,dolla-dc-casa;filhoA,12 allOS; filho B, 9 anos; filho C, 8 anos; filho D. 6 anos; escola pública. Família 10: Nível socioeconômico médio·baixo; pai. 38 anos, mensageiro; mãe. 38 anos, balconista (aposentada por acidcntede trabalho); filhoA. 9 anos; filho B. 7 anos; escola pública Família! I: Nível socioeconômico baixo; pai, 38 anos, motorista particular (não compareceu li entrevista); mãe. 37 anos. dona-de-casa; filho A. !3 anos; filhoB, 11 anos: filho C, 10 anos: filhoD,8 anos: escola pública.

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Famili~ 12: Nivel soeioceonômico baixo; pai, 28 anos. pedreiro; mãe, 30 anos. faxineira: filhoA. 6 anos; escola publica.

Família I J: Nível sociocconômico baixo; pai, 37 anos. ajudantedeeami nh ão: mãc,

31 ano~ empregada dom~stica: filho A. 8 anos; filho B. 7 unos; e.>cola pública.

Família 14: Nivel socioeconômico médio-baixo; pais, 27 anos, motorista de ônibus: mãe, 27 anos, profcssoraprimária; filhoA. 5 anos; cscola pública

Família 15: Nivcl socioceonômieobai:w; pai. 49an05. bombeiro hidráulico (nãomoracomaramilia.nàocomparcceuàentrcvista):mãe,35anos. faxineira

dehotd: filho A, 10 anos; tilho B. 9 anos: filhoC. 7 anos; cscolapublica

Família 16: Nível socioeconômicornédio: pai,41 anos, vendedor: rnãc,26 anos. recepcionista. filho A, 9 anos. filho B. 7 anos; filho C, 5 anos: escola pílblica.

Familia 17: Nivel socioeconômico baixo; pai. 37 anos. motorista particular; mãe.31 an[)s, dona-de-cas.a (nilo mora com afamilia: nilocompareceu à entrc- vista); filho A. 10 anos; filha B, 8 anos: filha C, 7an05: filhaD. 6 anos: escola pública.

Família 18: Nível socioeconômieo médio-baixo: pai. 49 anos. porteiro e motori~la de táxi; mãe. 43 anos, dona-de-casa: filho A. 26 anos: filho B. 24 anos; escola pÚbJica.

OgmpoAficouconstituidodasfamilias 1.3,4.7.9,10,12.15,16,17 e I 8, das quais as sete primeiras foram empMelhadas com as famílias 2.5,6.8.1 1,13 e

  1. que constituiram o grupo R Os critérios considerados para o cmparclha· IlIcntoforam: nívcl socioecollômico: número de tilhos; faixa ehi.riados filbos; separação ou não dos pais, morando eom a família; prcsença ou não de ambos os pais na entrevista; tilhosem escola pllblicaoll particular. COllloveremos pustcriornlen1C, nas escolas esludadas não foi poss ível emparelhar as famílias, 15.16,17 c 18. tendo cm vista a constituição das mesmas, Portanto, para alglJmas análises do Ilossoestudo - aquelaselll que comparamos as tll1nílias do grupo A com as do grupo B -, utilizarnos apenas as familiasde 1 a 14: para as análises em que a di,tinção das famílias em dois grupos nào sc fez necessária, utiliwmos o total das familiascstudadas

Material I'araarcalizaçãodotrabalhoempírico,oseguintcmalcrial foi utiliza do: a. li Entrevista Familiar Estru1urada em sua ver~ão fina!, aplicada aos grupos A e B de famílias. com o ohjetivo de avaliar a dinâmica das relações familiares em eada família estudada.

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A EFE era então aplicada. nocorl1eXIO da queixa lrazida pela familia, a lodos os membros atendidos em C(lnjuruo. I'anicipavarn dessa entrevista de aplicação uma das duas entrel'istadoras da pesquisa e uma das seis obsen.'a- dOrlls. Além disso. a entrevista era gravada e as comunicações não-verbais eranl anotadas pela observadora. Dua~ semanas após a entrevista de aplicação da EFE, a entrevistadora e a observadora realizavam uma entrevista de resul- tadoda avaliação familiar. também com a família toda, visando um cneaminha- mentodocaso Gmpo B - As famílias do grupo B foram selecionadas em três escolas- duas públicas e uma panicular - situadas na mesma região do Serviço dt: Psico- logia Aplicada do Departamento de Psicologia da rUC/Rio, ou seja, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. A escola era inicialmente solicitada a colaborar numa pesquisa sobre família que cSlava scndo rea1i7..ada por professores da PUC/Rio. Essa eolabo-- ração constaria da indicaç~o de fmnílias com detenninados tipos de consti- tuição cujos filhos não aprcsentassem problemas de aprendizagem c de comportamento. e cujos pais fossem considerados pela escola facilitadores do desenvolvimento do, filhos Para que o emparelhamento com o grupo A de famílias pudesse ser feito, foram enviados 400 questionários aos pais das duas escolas públicas. Na escola particular. o qllestionário nào foi enviado aos pais, pois a escola assim preferiu. e os dados do mesmo foram preenchidos pela orientadora. com base nas fichas escolar es dos alunos cujas famílias tinham constituições semclhantcs ás fami· lias do grupo A. Uma vez seledonada~ as famílias quc tinham a constituição que se buscava e que. ao mesmo tempo. eram illdicadas pela escola como satisfazendo as condiçõcs do grupo B de fam íliao;. o primeiro contato com a família era fcito pela própria escola e era marcada a primeira entrevista com o casal. Essa entrevista cra realiz3da na própria escola, num horário em quc ela não estava funcionando, e tinha o objetivo de verificar se lambem, segundo os critérios do Scrviço de Psicologia Aplicada, aquela família s~ría considerada corno satisfazendo as exigências do grupo B de famílias. De dez famílias indicadas pelas escolas. três (duas das quais haviam sido indicadas com restrições) foram consideradas pelas entrevistadoras como não satisfazendo as referidas exigências. O tempo dt:aplicaçiloda EFE, nas 18 famílias, variou de 35 a 90 minutos. A duração médiadacntrcvista foi de 52 minutos. sendo que no grupo A de famí- lias essa duração foi de 60 minutos e no grupo B, de 45.

Tem", ~ m Psi~%gia (11197). ~. J

AVll li llçiío clinic ll A avaliação do material obtido com a aplicação da EFE foi rcali7.ada pardais jllizes-duaspsic6logasdinicascomexperiénciaemavaliaçãoctcrnpiafarniliar. As familias do grupo A edo grupo B fornm nllmcradasalcatoriamcnte de I a I R co material neeessario para a referida avaliação foi enviadoaosjui7.cs. Esse materialinelllia:l.aslnlnscriçõesdastítasgravadasdascntrc\istasdcaplicação da EFE. contendo lambem aseomunieaçõcs n~o-verbaisocorridas e uma folha de ro~lo com a constituição das famílias. um diagrdma de como os membros se sentaram e umadescriçao tísica sucinta de cada membro: 2· a Enlrc\ ista Famili· arEstruturadaeafundamcntaçaotcóncadesuastarefas;eJ.asEs.calasdeAvali·

ação da EFE com sua fundamentação teórica. Em cada folha de avaliação. o juiz

registravaseunllmero(l ou2)eonúmcrodafamilia(1 a IR) As avaliações realizadas pelosjllizes foram transformadas, de modo que os adjetivos relacionados com a facilitação da saúde emocional ficassem scmpreàdireitadaescala,esealribuísscm valores numéricos dc I a i - da esqucrdapanladircita ~ àsavaliaçÕCsrcali7.adasporcadaumdo s juizcs.

Análise dos Dados

a. Utilização c \·ersiío final das cs~alas de a\·!\li~ção dll rFE

Além da avaliação atravésdasescalas,nenhlllll dos doisjllize, rc alizoll avaliaçõcs discursivas à parte. como havíamos proposto. caso fosse nccessário. paraevitarqueatitudesopostasdopomodevistadafacilitaçãoounãodasaúdc emocional - apre:>entadas por diferentes membros da familia - pudessem ser "anulndas" por uma avaliação "média" eonccdida aogmpo familiar. Nautili7.açãodasescalas,ojuizl deixou em braneo, nas IRfamilias.a 3valiação dos quatro itens relacionados à c31egoria "conflitos":emnovefami- lias, a avaliação do ilcm "papéisrigidos/nexiveis"ccm oito família s,aavalia· çãodo item "illlcraçãoconjugal scm individllalização/comindividualização" O juiz2deixou ern brallco, em seis farnilias, a avaliação dos itens "con tlitos negativamente valorizados/positivamente valoriLados·' e "sem busca de solução/com busca de solução·'; e, em 16 familias, o item "inleração conjugal sem individuali7.açãolcom individualização·'. Essesnovc itells,eujaausencia de avaliação pclosjuizes ultrapassou três familias - indicando dificuldades relaciolladas à avaliação dO'i 1llcslIlos- foram excluídos

Considl'rando-se. portalllo. qlleos itens cuja ausência de avaliação pe los

juízes ultrapassou tres familiasforllm excluidos. osrcsultndos obtidos dizem rcspeitu não aos J2 Ílcns inicialmcntcpropostos mas aos 23 itens mantidos Taisitcns,quepassaramaeonstitllirascategoriaSCOlIsideradas para a avaliação final eqllc]l"rtantodcvcm compor a escala final de avaliação da EFE, são:

remas<mp.icolagla(J991).,,'J