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Este documento discute a aplicabilidade da teoria holística de myra levine no processo de enfermagem comunitária. O autor argumenta que a teoria permite a interação humana entre enfermeira e paciente, promove a adaptação do paciente durante a luta contra a doença e permite a conservação da integridade bio-psico-social do indivíduo. O texto apresenta casos práticos e conclui que a teoria é eficaz e simples, permitindo uma visão clara dos problemas que afetam o paciente.
Tipologia: Notas de estudo
Compartilhado em 07/11/2022
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de Saude do BaIXO Amazonas. Rev. Bras. Enf. : RS, 36: 259-265, 1983.
_ 8. Rep�tir o exercício do MENINO DE LATA. Só que desta vez, quando o menino tiver DIARREIA ou VOMITO, você vai repor o líquido que ele perdeu com a solução de SORO CASEIRO. Vamos ver o resultado: a) O menino continua com lágrimas? b) A moleira afundou? c) O menino continua a urinar bem? d) O menino ficou desidratado? e) O que você acha do uso do SORO CASEIRO? _______________
ReBEn/
FAGUNDES, N .C. - O processo de enfermagem em Saúde Comunitária a partir da Teoria de Myra Le vine. Rev. Bras. Enf. : RS, 36: 265-273, 1983.
A idéia deste estudo surgiu da necessidade sentida durante a realização do Curso de Especia li.zação em Enfermagem de Saúde Comunitária Interiorana em regime de Residência, promovido pela UFPe, de se operacionalizar conceitos teóricos nas atividades práticas , de uma metodologia capaz de orientar a Enfemleira no acompanhamento a pacientes ambulatoriais e nas internações com os indíviduos e com as famílias na comunidade de um modo geral. Foi eleita a teoria holística de Myra Levine por ser esquematizada de uma forma bastante didá tica, de fácil compreensão e permitir uma adaptação eficaz do processo de enfermagem à indivíduos e famílias dentro da Enfermagem Comunitária. O objetivo ao se experimentar a colocação desta teoria no processo de enfermagem é contri buir de alguma forma na aplicação sistemática de mais uma teoria nas ações de enfermagem; justifica do pelo fato de acreditar-se que à medida que a metodologia científica passa a ser utilizada nestas ações, a enfermagem está mais próxima à alcançar a autonomia profissional e a melhorar a qualidade da assistência prestada ao paciente , família e comunidade. Este trabalho consta da discussão dos conceitos básicos da teoria em estudo, a explicitação da metodologia aplicada, da apresentação de um dos casos estudados e da identificação da eficácia e da eficiência desta teoria em enfermagem comunitária. Este trabalho consta da discussão dos conceitos básicos da teoria em estudo, a explicitação da metodologia aplicada, da apresentação de um dos casos estudados e da identificação da eficácia e da eficiência desta teoria em enfermagem comunitária.
I. A TEORIA DE MYRA E. LEVINE
Conceitos básicos:
Em 1967 apareceram os primeiros trabalhos da autora onde ela desenvolve a teoria holística de Enfermagem. Levine descreve a Enfermagem como interação humana, uma intervenção para
FAGUNDES, N.C.^ -^ o^ processo de enfennagem em Saúde Comunitária a partir da Teoria de Myra Le vine. Rev. Bras. Enf. :^ RS,^ 36: 265-273, 1983.
apoiar e promover a adaptação do paciente. Descreve como adaptação: "um sistema verdadeiramente integrante dentro do organismo que responde às mudanças ambientais ".^ (5). A doença é um distúrbio que afeta o sistema, causando desintegração de funções dentro do organismo humano. Sendo o homem um "todo" , todas as funções do corpo devem estar em harmonia e integração para que haja equilíbrio no sistema. A intervenção de enfermagem deve ser no sentido de manter, ou promover este �quilíbrio,. Visando assim a manutenção ou promoção da adaptação do indivíduo às mudanças ambientais.^. Para uma melhor compreensão do processo de adaptação é recomendável ver-se a teoria de Callista Roy, na qual ela descreve esté processo como sendo: "todas as formas consciente e inconscien tes de ajustamento às condições do ambiente (passado, presente e futuro) que o homem confronta. O ambiente consiste no que é interno, e externo ao homem: não são entidades um conflito, mas constituem um processo único, unificado, embora nem sempre harmõnico ". (3).
O L Pos!ulq.dos: (2) "
A autora explica às sistemas de resposta do homem ao meio ambiente em^04 (quatro) níveis:
,
Cientistas, teólogos e filósofos no passado e no presente dividem o homem; o dualismo corpo espírito; alma-matéria é de certa maneira alimentado pelas ciências como Anatomia, Fisiologia, Biolo gia, Psicologia, etc. ; que acabam por desintegrar o homem em partes e não o recompõem em sua unida de básica. (3). Este modelo teórico é uma tentativa de recomposição do homem em uma entidade única, capaz de dar respostas como um todo do processo da doença.
A enfermagem é consider,ada uma conservadora das energias do paciente , pela avaliação da> respostas dadas por este ao meio-ambiente, atuando de maneira a alterar o ambiente. A Enfermeira situa-se então como uma extensão do sistema perceptual do ser humano, quando nele houver uma le são, (3).
FAGUNDES, N.C. - o processo de enfennagem em Saúde Comunitária a partir da Teoria de Myra Le· vine. Rev. Bras. Enf. : RS, 36: 265-273, 1983.
privacidade, a auto-estima. Quando a Enfenneira faz o paciente participar do seu plano de cuidados, ela está obedecendo a este princípio (2). A doença é um evento que não faz parte da vida nonnal do indivíduo, e por provocar quase sempre uma mudança no ritmo de vida gera tensão e ansiedade, que na Teoria de Crise é identificada na abordagem de crise situacional:^ "A crise situacional^ é^ um evento ou situação não necessariamente parte da vida nonnal, às vezes repentina, inesperada e infeliz que se apresenta maior do que os recur sos imediatos ou a habilidade de competir^ e^ que demanda uma mudança de comportamento. ,Há uma ameaça ou perigo para os objetivos da vida, tensão e ansiedade, são despertados problemils não resolvi dos e crises do passado são reavivados". (14). A compreensão e aplicação deste conceito é impressindí vel na tomada de decisões e estabelecimento de prioridades da assistência de Enfennagem, pois é um parâmetro claro^ e^ objetivo de que a doença não afeta somente a parte física do indivíduo, urgindo por tanto de uma assistência global que o adapte a este evento inesperado em sua vida.
4.° princíPio: A intervenção de enfennagem é baseada na conservação da integridade social do paciente. Cada indivíduo é definido por seu grupo social, cultural, étnico, religioso, familiar. O signifi cado da doença, tratamento, comportamento durante a doença é influenciado por fatores culturais. O próprio hospital é um sistema social. Manter a personalidade social do paciente é problema de ação bá sica de enfennagem. (2). Se observannos estes 04 princípios veremos que estão divididos para fins didáticos, para fa cilitar a compreensão dos conceitos teóricos. O conjunto destes princípios é uma tentativa de recompor o homem em sua integridade bio-psíquico-social; pois a conservação da energia vai depender da integri dade estrutural, pessoal e social, ou vice-versa.
m. RECIPIENTE: Indivíduo que luta por a.c:laj}tar-se à doença (2).
IV - AGENTE: A Enfermeira (2). Na explicação do terceiro princípio foi visto que se deve estimular o paciente a participar da execução do seu plano de cuidados, neste caso o paciente também pode ser considerado um agente.
V - PAPÉIS DA ENFERMEIRA (2): Participadora, Influenciadora, Preconizadora.
Estes papéis assumidos pela �nfermeira a prinCípio pode parecer algo novo, mas olhando-se na prática, vê-se que a Enfenneira sempre os assumiu nas suas intervenções, aparecendo aqui apenas com uma contaçiio diferente. Na assistência à pacientes com tuberculose, por exemplo, ao se esclare cer aos comunicantes sobre os modos de transmissão da doença e sobre a importância da vacinação B.C.G., está se preconizando que agindo assim eles não terão a doença e influenciando no seu compor tamento. Quando a Enfenneira orienta sobre o tratamento do doente, ela participa deste tratamento, preconiza a sua cura e influencia o seu comportamento perante a doem;a. Se a Enfenneira ajuda o indi víduo a se reintegrar à família, ao grupo de convívio e ao trabalho após a cura, ela está também partici pando, influenciando e preconizando a sua reabilitação.
VI - PROPÓSITO: Apoiar o cliente na adaptação durante a luta contra a doença (2).
VII - CONTEXTO: Resposta organísmicas do indivíduo (2).
VIII - PROCESSO: Interposição de habilidades e conheciment9 no curso dos acontecimentos que afetam o paciente (2).
Este estudo é uma tentativa de aplicação dos princípios teóricos descritos por Myra E. Levi ne ao Processo de Enfennagem. O instrumento de coleta de dados utilizado nesta aplicação, foi elaborado por um grupo em um trabalho didático realizado durante o Curso de Especialização em Enfermagem de Saúde Comunitá ria Interiorana em regime de Residência, promovido pela Universidade Federal de Pernambuco (1) e adaptado para este estudo.
vme. Rev. Bras. Enf. : RS, 36: 265-273, 1983.
Os dados (ver anexo 1) foram coletados através de visitas domiciliares e organizados obede- cendo aos 04 princípios estabelecidos pela autora:
No modelo apresentado o Diagnóstico de Enfennagem foi apresentado no plano de cuidados de acordo com os J)rincípios propostos por Levine. Porém no estabelecimento de prioridades, não im portou a ordem pela qual estes foram listados, por exemplo, se a Enfermeira se certificou de que era um problema do 4? princípio que estava desencadeando todos os outros, então a intervenção começou a partir deste princípio e não do primeiro que foi identificado. A avaliação das ações de enfermagem foi feita de uma maneira geral de acordo com o conjun to de respostas dadas pelo paciente ao processo da adaptação.
se uma outra fase, a de análise e discussão dos casos onde a eficiência e a eficácia da visualização da teoria de Myra Levine no processo de enfermagem na assistência à pacientes em Saúde Comunitária foram identificados. A população em estudo foi de pacientes portadores de Tuberculose Pulmonar em tratamento Ambulatorial no Hospital João Murilo na cidade de Vitória de Santo Antão-Pe. A escolha de pacientes, para a amostra seguiu o critério de residir na sede do município e foram selecionados os cinco primeiros localizados e acompanhados durante um mês com duas visitas semanais.
O trabalho na sua forma inicial consta da apresentação dos históricos e intervenção de enfer magem dos cinco casos selecionados para este estudo, mas pensando-se em uma fonna de condensar mais a apresentação do mesmo, será mostrado aqui apenas um dos casos :
Hist6rico de Enfermagem
Identificação: SGS. ; 4 1 anos, masculino, solteiro, analfabeto, operário de pedreira. Endereço: Centro, Vitória de Santo Antão. Diagn6stico médico: Tuberculose Pulmonar Inicio do tratamento: 20-03-80.
Refere fazer 3 refeições ao dia, diz ter bastante apetite, alimenta-se principalmente de carne de charque , farinha e feijão , ingere 3 a 4 copos de água por dia. Evacua de 2 em 2 dias, urina 4 a 5 vezes ao dia. Passa o dia quase todo deitado ou sentado no leito, refere insõnia.
1 .2. Dados referentes ao 2.0 prindPio: (conservação da integridade estrutural do indivíduo).
Exame Fisico: T = 3 7 ° C , P = 78 bat/min. TA = 1 l0x70 mmHg; não sabe informar pêso e altura, mas sabe que está mais magro do que antes de adoecer; aspecto higiênico satis fatório; pele e mucosas íntegras, hipocrônicas. Queixas: Tosse produtiva, com expectoração amarelada, após os acessos de tosse costuma se sentir bastante cansado.
Medicação que faz uso: I.N .H. (Isoniazida).
1 .3. Dados referentes ao 3.0 princípio: (conservação da integridade pessoal do indivíduo).
Apresenta-se agressivo nõs primeiros momentos da primeira visita, refere não estar gostando do tratamento, queixa-se que a médica não lhe dá atenção, baixo conceito de si mes mo, se sente um inválido não acredita que terá cura, pois com quase um ano de tratlimento
I:\j "'I .......
1? princípio
2? princípio
3? princípio
4? princípio
no leito. - Ouvir suas queixas e apoiá-lo nas
Preconizadora: (^) Agressividade inicial cedeu quando prevê que : logo após os primeiros con-
Participadora e lnfluenciadora em todas as intervençôes realizadas.
cedeu, não foi obtido ainda o resultado da pesquisa de BAAR. O paciente ainda não foi visto pela médica, pois a consulta é na próxima semana.
Não conseguimos encontrar j u n t o u m t i p o d e trabalho que este possa de senvolver até o final do trata mento pois este não tem con diçôes físicas de fazer um trabalho mais pesado, nem capital para iniciar algum tipo de pequeno comércio. Porém o paciente está com muita fé de conseguir a apo sentadoria pelo FUNRURAL e juntar algum capital para iniciar um pequeno negócio para ele.
FAGUNDES, N.C. - o processo de enfennagem em Saúde Comunitária a partir da Teoria de Myra Le vine. Rev. Bras. Enf.: RS, 36: 265-273, 1983.
Dentro do contexto geral da Enfennagem Comunitária identificou-se que a aplicação da teo ria holística de Myra Levine ao processo de enfermagem é eficiente e eficaz porque:
Eficácia: proporcionar à Enfermeira uma interação humana com o paciente.
proporcionar uma intervenção de enfermagem que apoia ou promove a adapl:fição do paciente enquanto este luta contra a doença. as intervenções de enfermagem, sendo baseadas no reconhecimento das respostas organísmicas, permite à Enfermeira visualizar o indivíduo como um "todo" e buscar conservar a sua integridade bio-psico-social. permite uma adaptação eficaz do processo de enfermagem à indivíduos e famílias dentro de saúde comunitária. é uma teoria simples e de fácil assimilação que permite que a distãncia entre o mar co conceitual e o planejador e executor das atividades programadas seja o menor possível. permite uma visão clara dos problemas que afeta o paciente , o que facilita o estabe lecimento de prioridades levando em conta a gravidade do dano que o problema acarreta; as possibilidades de solucioná-lo e o prejuízo econõmico acarretado por es te dentro do contexto da família.
Eficiência: pennite à Enfermeira desenvolver um alto padrão de assistência ao paciente e a fa mília, em menos tempo, porque sugere uma forma simples e eficiente de coleta de dados nos quais ela vai basear a sua intervenção.
Conclui-se então que a aplicação deste marco teórico em Enfermagem Comunitária é bastan te válido, apesar de apresentar algumas limitações, quais sejam:
0 1. ALENCAR, Eloine ; PIRES, Elizabeth; FAGUNDES, Norma; COSTA, Silvia, APlicação da teoria de Myra Levine no processo de Enfermagem; trabalho didático realizado durante o Curso de Espe cialização em Enfermagem de Saúde Comunitária Interiorana da UFPe - 1980.