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Ao analisar um mapa mental, é possível verificar uma série de ideias a respeito de um ... Neste artigo, o software utilizado para desenho dos mapas mentais ...
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
(^1) Utilização de Mapas Mentais na Inclusão Digital
Glaucia L. Keidann^2 Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul Ijuí, RS
Resumo. O estudo “The Learning Curve” divulgado em novembro de 2012 pela Pearson – empresa líder mundial em educação - revela que o Brasil ocupa a penúltima posição no ranking mundial de educação. Um dos motivos que explica esse fato está relacionado com a didática obsoleta adotada por alguns professores. Nas linhas deste artigo se busca apresentar uma técnica didática experimentada em projeto de Inclusão Digital, trazendo resultados positivos para a educação; os mapas mentais. Serão abordados conceitos como sua definição, seu idealizador, forma e ferramentas para montá-los. Ao final serão apresentados os resultados de uma aplicação dos mapas mentais no ensino da informática, baseados em Grillo e Lima (2008) e Buzan (1996).
Palavras-chave: Mapas Mentais; Inclusão Digital; Inteligências Múltiplas; Didática.
Mapas mentais são formas de registrar informações. Segundo Buzan (1996), o criador desta técnica conhecida no inglês como Mind Map´s, são ferramentas de pensamento que permitem refletir exteriormente o que se passa na mente. É uma forma de organizar os pensamentos e utilizar ao máximo as capacidades mentais. Ao analisar um mapa mental, é possível verificar uma série de ideias a respeito de um tema central, as quais se entrelaçam e compõe o assunto. Esse método de ensino possui alguns componentes em comum, como os tópicos com seus conteúdos, símbolos, palavras e desenhos. Normalmente os tópicos são dispostos no sentido horário. Por ser uma ferramenta de pensamento, independe de qualquer tecnologia para ser elaborado, podendo ser desenhado manualmente com a utilização de um simples lápis,
(^1) Trabalho apresentado ao GT3- Comunicações Científicas Perspectivas Teórico-Metodológicas, do II Encontro de Educomunicação da Região Sul. Ijuí/RS, 27 e 28 de junho de 2013. (^2) Estudante de Pós-Graduação – Mestrado em Educação nas Ciências - Unijuí - Bolsista CAPES. email: glauciakeidann@gmail.com
traduzindo uma lista de conteúdos desordenados e exaustivos num modelo de conhecimento de fácil memorização e conteúdos sucintos e objetivos de forma ordenada. Um mesmo assunto pode originar distintos mapas mentais, elaborados por uma mesma pessoa ou por pessoas distintas, pois ele depende da forma como pensamento é desenvolvido ou estruturado referente ao tema central, variando também conforme o conhecimento que a pessoa que o irá elaborar detém e sua forma de particionar e organizar as informações relevantes ao tema do mapa. O tema central é o assunto que origina o mapa, com seus conteúdos dispostos em tópicos e subtópicos. Os elementos fundamentais de um mapa mental serão explicados na seção Como Construir um Mapa Mental. Vilela (2008) em seu livro Modelos e Métodos para Usar Mapas Mentais , descreve as possíveis aplicabilidades dos mapas mentais, as quais não se restringem apenas ao ensino, mas perpassam muitas áreas, como evolução pessoal (aprendizagem, auto conhecimento, criatividade, objetivos e planejamento), cotidiano (aparelhos, casa, computador, filhos, finanças, relacionamento, software, etc), carreira (concurso e emprego), gestão (comércio, liderança e projetos) e processos e atividades (autoria, desenvolvimento de sites, desenvolvimento de software, ensino, palestras, reuniões) dentre outros. Veja um exemplo de mapa mental elaborado por Vilela (2008) para descrever os comandos básicos do software Easy Mapper, ferramenta criada pelo próprio, a qual permite o desenho destas estruturas utilizando o computador:
ajudasse a organizar seus pensamentos e conhecimentos. Associou então a psicologia aos seus estudos e descobriu que para os psicólogos a associação e a imaginação eram ferramentas importantes para desenvolvimento de qualquer processo mental fundamentado. Grandes gênios como Leonardo da Vinci, utilizavam imagens, código e linhas ou ramos entrelaçados para expor seus raciocínios. Juntando essas informações e analisando a natureza a sua volta, Buzan pensou num método que pudesse ter seu modelo eficiente e aplicável a situações cotidianas e acadêmicas, respeitando as exigências da mente humana. Dessa forma, foi lapidando suas maneiras de estudar e desenvolvendo o Mind Mapping, um método simples e ao mesmo tempo brilhante de organização mental. A BBC - rede de televisão inglesa - interessou-se pelo assunto e propôs ao jovem que apresentasse algo relacionado com o uso de Mapas mentais na educação de crianças. O programa deveria durar 60 minutos, mas devido à abrangência do assunto e o interesse despertado por parte da emissora, foi proposto a Buzan que realizasse uma série de 10 episódios, com duração de 1 hora cada, os quais receberam o nome de Use Your Head , a fim de aprofundar o método de ensino, que mais tarde se tornou um programa de computador desenvolvido por sua empresa; o Easy Mapper. O autor dessa ferramenta de pensamento para estruturar conhecimentos e estimular o aprendizado sempre manteve sua linha de pesquisa voltada para formas de desenvolver ou despertar formas eficazes de utilizar o cérebro para apreender conhecimentos.
Uma questão intrigante quando nos preocupamos com a elaboração de mapas mentais como ferramenta ou método didático é o porquê ela seria mais eficaz que um simples texto ou apontamentos em forma de lista? A resposta encontra-se em um dos temas muito difundidos e estudados por cientistas; as múltiplas inteligências. Howard Gardner provou que nossa inteligência se desenvolve, ela não é estática e que não se restringe apenas às habilidades verbais-linguísticas e lógico-matemáticas de uma pessoa. Elas vão além. Nove foram as inteligências distintas e comprovadas nos seres humanos -
Verbal/Lingüística, Lógico/Matemática, Musical/Rítmica, Corporal/Sinestésica, Interpessoal, Intrapessoal, Naturalista, Espiritual/Existencial e Visual/Espacial - porém Gardner mesmo deixou claro que podem haver mais a serem descobertas. A seguir serão brevemente explicadas duas das nove inteligências, pelo fato de se fazerem presentes nos mapas mentais: Verbal/Lingüística: Relacionada com a capacidade de expressão através das relações entre palavras, da fala e da escrita. Pode ser desenvolvida participando de debates, redigindo textos, diários, fazendo anotações, através de leituras, dentre outras práticas. Apresenta-se nos mapas mentais quando os termos dos tópicos são elaborados. Visual/Espacial: Relacionada com a visão, metáfora, imagens mentais, em três dimensões, habilidade de se movimentar e guiar usando mapas e guias. Atividades artísticas como pintura e desenho aguçam esse saber. Brincadeiras como “caça ao tesouro” com utilização e confecção de mapas, o esporte de orientação e até mesmo localizar pontos específicos em cidades desconhecidas, auxiliam no desenvolvimento dessa inteligência. Nesse tipo de inteligência se comprova a importância da confecção de mapas mentais, como forma de estruturar o conhecimento já adquirido sobre determinado assunto e conjuntamente, aprimorá-lo construindo tais estruturas.
Sendo Tony Buzan o idealizador dessa técnica as mais confiáveis orientações sobre a ordem e forma de construir um mapa mental a serem seguidas partem dele. Primeiramente deve ser definido o tema do mapa, o que nada mais é do que a idéia central ou palavra-chave que define o assunto a ser abordado. Essa idéia deve ser colocada no centro da folha, a qual de preferência deve estar na orientação horizontal dispondo mais espaço para acomodar os ramos do mapa. As figuras auxiliam no aprendizado, principalmente para quem possui uma inteligência visual aguçada – assunto abordado no tópico Inteligências Múltiplas - por isso, é recomendado que sejam utilizadas imagens no mapa mental, começando pelo tópico ou idéia central.
Neste artigo, o software utilizado para desenho dos mapas mentais apresentado, foi o Easy Mapper, em sua versão 1.3 do fabricante Vigílio Vasconcelos Vilella. Ele permite a criação de 40 mapas mentais ou 40 execuções do programa gratuitamente. Na seção Referências deste artigo, pode ser encontrado o site para baixar a versão trial do programa. Existem outros programas para a elaboração e confecção de mapas mentais como o InteliMap, e ainda alguns gratuitos como FreeMind. Termos principais utilizados na construção de mapas mentais e que já foram citados neste artigo, merecem ser destacados, conforme Vilela (2008): Tópico (Topic): Guarda informações no mapa, como um conteiner. Normalmente possui uma linha em baixo ou uma borda e é ligado a outro tópico por uma linha de espessura ou cor distinta.
Figura 2. Tópico Tópico Central (Central Topic, Raiz): É o tema do mapa mental. Dá origem a todos os demais tópicos, contextualizando-os.
Figura 3. Tópico Central Subtópico (Subtopic, Filho): Tópico subordinado a outro através de uma linha.
Figura 4. Subtópico Nível (Level): São todos os tópicos que estão a uma mesma distância do tópico central, por exemplo, aqueles que estão ligados diretamente ao tópico central, constituem o Nível 1.
Figura 5. Nível Estrutura: Quando se trabalha com programas para criação e edição de mapas mentais, dificilmente pode-se modificar a estrutura de apresentação deste, pois os tópicos, subtópicos e linhas possuem uma forma de organização pré-definida e dinâmica até certo ponto. Quando se menciona estrutura, se quer falar em tópicos que contém ideias organizadoras e que não são o tópico central, como no exemplo da figura abaixo, o tópico Música não é o central e contém uma ideia organizadora do tema Sons, sendo portanto uma parte da estrutura deste mapa mental.
Figura 6. Tópicos que definem a estrutura de um mapa mental Sentido: Indica a direção da leitura dos ramos de um mapa. Alguns programas usados para desenhar esses métodos de ensino, utilizam dois sentidos; direita e radial, como o Easy Mapper, por exemplo. Quando um mapa é orientado no sentido da direita, normalmente o sentido da leitura é de cima para baixo. Já num radial, pode ser em sentido horário ou de cima para baixo em ambos os lados, iniciando pelo lado direito.
O ato de ensinar a informática para adultos com mais de 30 anos constitui uma situação desafiadora; alfabetizar digitalmente esses alunos e orientá-los de forma consciente e produtiva. Os primeiros passos definirão o caminho trilhado na informática, portanto é necessário que muito mais do que ensinar a utilização de aplicativos e princípios de
segundo, muitas novas e importantes informações estão sendo produzidas no tocante a esse assunto. Assimilar tudo, minuciosamente, seria impossível. É preciso filtrar o conhecimento a ser absorvido. É atrativo: Um mapa mental bem construído dispõe de uma boa estrutura. Recursos como cores e imagens são muito eficientes normalmente quando aplicados ao público infantil, porém, adultos que apresentem inteligência visual aguçada tendem a serem atraídos por imagens e cores. Para tanto, é importante alternar observando tanto uma boa estrutura – que não seja confusa – e um bom leiaute. Softwares como o Easy Mapper permitem mesclar facilmente estes recursos e criar mapas dos mais variados assuntos tratados na inclusão digital, como por exemplo, o mapa da figura 8 - Mapa Mental Barra de Ferramentas Formatação, o qual foi utilizado como material de teste na pesquisa realizada; o Mapa para ensinar a barra de formatação do Libre Office Writter. Monta uma estrutura hierárquica dos saberes: Quando conceitos são ensinados aleatoriamente, sem uma ordem que permita a formação de um contexto, é muito fácil que os mesmos sejam esquecidos rapidamente ou que nem mesmo sejam aprendidos, afinal, não produzem significado para o aluno e nem mesmo apresentam uma ordem – que preferencialmente deve ser crescente, evolutiva – de aquisição de saberes. Os mapas mentais com uma estrutura bem formada permitem essa correta hierarquização de conhecimentos, formando estruturas de aprendizado nas mentes dos alunos. Na informática, assim como nas demais áreas de saberes, existe uma ordem evolutiva para conhecer; é impossível, por exemplo, alguém que nem sequer saiba ligar um computador entender o que é um sistema operacional. Os próprios conteúdos abordados no projeto de Inclusão Gamaliel foram dispostos numa estrutura de mapa mental, a qual serviu não apenas como forma de elencar os conteúdos abordados, mas como forma de revisão do que foi abordado em sala de aula:
Figura 7. Mapa Mental dos Conteúdos do Projeto de Inclusão Digital Gamaliel 2012
Para comprovar a eficácia da aplicação dos mapas mentais em projetos de inclusão digital, foi feita a seguinte experiência de observação com a turma de adultos na faixa etária de 30 a 65 anos, que consistia em ensinar a utilidade dos botões da barra de ferramentas Formatação do Libre Office Writer em uma aula de 60 minutos. A turma possui 10 alunos, a qual foi dividida em dois grupos - que foram chamados de A e B - de cinco alunos cada, com idades equivalentes. O grupo A recebeu material didático sobre a barra de Ferramentas Formatação que consistia em um Mapa Mental sobre esta barra:
menção aos botões solicitados na apostila. O gráfico abaixo mostra um comparativo entro o tempo que cada grupo demorou para acabar a tarefa:
Figura 9. Comparativo de tempo (em segundos) para realização da tarefa de formatação
É importante ressaltar que a turma já conhecia o método didático de mapas mentais, pois outros conteúdos já haviam sido abordados desta forma. No decorrer desta aula também se observou que os adultos apresentaram alguma dúvida em relação ao conteúdo, fosse esta de utilização da barra de ferramentas ou até mesmo de manuseio do material didático, porém a quantidade de alunos que solicitaram auxílio para professora foi muito maior no grupo B:
Figura 10. Comparativo quantidade de adultos com dúvidas
Na semana seguinte, quando aconteceu o próximo encontro do grupo de adultos participantes do Projeto de Inclusão Digital Gamaliel, foi delegada mais uma atividade igual a da semana anterior, porém deveria ser formatado o título de um texto que os alunos receberam através de arquivo digital. O primeiro impacto ao receberem a
atividade causou em todos muitas dúvidas, pois haviam esquecido do conteúdo, mas ao recordar brevemente sobre a utilização e pedir que se orientassem utilizando o material didático disponibilizado na semana anterior, foi possível constatar que o grupo A que se utilizou de mapas mentais para o aprendizado dos recursos da barra de ferramentas formatação lembrou-se facilmente dos botões e suas funcionalidade ao visualizar o mapa e todos conseguiram realizar a atividade sem auxílio da professora, enquanto que no grupo B nem todos realizaram a tarefa sem auxílio:
Figura 11. Comparativo quantidade de adultos que conseguiram se orientar apenas com o uso dos materiais didáticos para realizar tarefa
A inteligência visual/espacial é mais comum em crianças, mas também é bastante encontrada em adultos. Com a experiência de observação foi possível comprovar que o grupo de adultos que se utilizou de mapas mentais aprendeu melhor e em menos tempo, utilizando recursos visuais atrelados a recursos lingüísticos, por isso a inteligência visual/espacial em conjunto com a lingüística ou verbal merece ser bem explorada; os resultados são gratificantes e surpreendem. Os mapas mentais quando bem elaborados conseguem unir várias qualidades importantes para a eficácia do ensino, como objetividade, atratividade e hierarquia de conhecimentos, fundamentando ordenadamente os saberes. Além disso, esse método didático permite realizar facilmente revisões de conteúdo bem como assimilar apenas as