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Uso irracional de psicotropicos em academicos
Tipologia: Trabalhos
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a UNIJIPA, como requisito para obtenção de título de Graduação em Farmácia. Orientador: Prof. Me. Alexandre Zandonadi Meneguelli
FOLHA DE APROVAÇÃO
ADTs – Antidepressivos Tricíclicos ART – Artigo BDZ – Benzodiazepínico CEP – Comitê de Ética e Pesquisa CNS – Conselho Nacional de Saúde ERS – Estimulantes da Recaptação de Serotonina GABA – Ácido γ-aminobutírico IMAOs – Inibidores da Monoamidoxidase IRSA – Inibidores de Recaptura de Serotonina (5-HT) e Agonistas Alfa- ISRD – Inibidores Seletivos da Recaptação de Dopamina ISRN – Inibidores Seletivos da Noradrenalina ISRS – Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina ISRSN – Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina KM – Quilômetro MAO – Monoaminoxidase ONU – Organização das Nações Unidas RDC – Resolução da Diretoria Colegiada RO – Rodovia SINITOX – Sistema Nacional Toxico-Farmacológicas SNC – Sistema Nervoso Central TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade UNIJIPA – Faculdade Panamericana De Ji-Paraná
Para Rodrigues, Facchini e Lima (2005) o crescimento do uso de psicofármacos tem sido atribuído ao aumento da frequência de diagnósticos de transtornos psiquiátricos. O aumento do consumo dessas drogas no mercado também se dá devido a incidência cada vez maior de psicopatologias entre os jovens. De acordo com Ricardo et al. (2010) essas psicopatologias têm correlação com a urbanização, com o envelhecimento e com os atuais estilos de vida, o que provoca o aumento da morbidade e mortalidade em jovens com cerca de 15 a 25 anos; dentre eles, jovens acadêmicos que buscam alcançar um espaço no mercado de trabalho sem abandonar o sonho de uma formação profissional, o sucesso na vida acadêmica e sem impossibilitar a sua vida social. Segundo Vidal et al. (2013) diz que atualmente 12% da incapacitação decorrente de doenças, mesmo não sendo causa significativa de mortalidade, são provocadas por transtornos mentais tendo maior prevalência entre as mulheres jovens. Por isso, faz-se necessário um diagnóstico precoce para evitar prejuízos físicos, psicológicos e financeiros, além de danos colaterais e interações medicamentosas. Os transtornos não são identificados ou tratados e tendem a ser desconsiderados por profissionais de saúde, principalmente quando há ausência de sintomas físicos. A falta de diagnóstico ocasiona um devaneio do paciente através dos serviços de saúde. Isso pode estar associado ao elevado consumo de psicofármacos, especialmente antidepressivos e benzodiazepínicos (VIDAL et al., 2013). Segundo Azevedo (2017) a automedicação desenfreada se constitui por, além do fenômeno cultural, também por questões sociais, políticas e históricas, nas quais os jovens estão inseridos. A crescente disseminação da mídia em relação à medicalização contribui diretamente com o aumento do uso desses medicamentos. Com a ascensão das neurociências biomédicas cooperando para uma maior compreensão acerca dos transtornos psiquiátricos, pode-se esperar uma diminuição dos problemas relacionados aos transtornos mentais, porém tem ocorrido o oposto.
Simultaneamente com a inovação psicofarmacológica houve o aumento significativo da incapacitação desencadeada por doenças mentais (AZEVEDO, 2017).
consideração que o uso desses psicofármacos pode ajudar a restaurar o estado psíquico desses estudantes ajudando-os a enfrentar os obstáculos da universidade, mas também pode ser uma situação de dependência por tempo indeterminado. A automedicação sem prescrição médica desses fármacos é uma prática muito comum. Como cita Goodman e Gilman apud Bloom (2010), os ansiolíticos e estimulantes quem vem sido aceitos socialmente causam sensações de alívio e prazer, porem o uso excessivo desses psicofármacos pode modificar de forma negativa a vida do paciente quanto a sua administração compulsiva causa dependência física, efeitos tóxicos graves, e superdoses fatais, por isso deve ser exposta a fragilidade do controle de venda dessas substâncias bem como a preocupação da utilização dessas drogas que atuam ativamente no Sistema Nervoso Central. 3.1.1 Saúde Mental A juventude é tipicamente correlacionada como uma fase de instabilidade psicoemocional, mudanças físicas e crescimento, onde o adolescente se encontra perdido emocionalmente, entrando assim em paradoxos pessoais e familiares, podendo confundir a si mesmo e a outros do seu meio sobre os limites de sanidade (AVANCI, 2007). Estudos indicam que a maior parte da população que procura ajuda para patologias relacionadas à saúde mental está correlacionadas à adolescentes e jovens com problemas comportamentais, e a maior queixa é o baixo desempenho acadêmico, agressividade e desobediência (SANTOS, 2006). Certos trabalhos ainda discutem sobre a reincidência de falhas e problemas muitas vezes causada pela própria família da criança e também por instituições onde elas estão introduzidas que causam uma lacuna na construção do perfil e do caráter do indivíduo, podendo afetar profundamente a autonomia e o desenvolvimento na vida adulta levando a necessidade de uma assistência profissional na área psicossocial (SANTOS, 2006). Os problemas de saúde mental podem ser reconhecidos por diversas alterações comportamentais como ansiedade, irritabilidade, tristezas,
agressividades, impulsividade, problemas na conduta social e problemas de atenção e aprendizagem (MOURA, 2016). Segundo Carvalho (2017) o acadêmico se expõe a várias situações de estresse que pode ser desencadeado por pressão advinda de atividades decorrentes de habilidades e atitudes profissionais, preocupações financeiras, privação de sono e a transição da vida acadêmica para vida profissional. Sendo assim, quando um jovem não possui recursos financeiros suficientes para encarar circunstâncias de estresse causadas pela universidade, pode ocorrer uma série de psicopatologias como a ansiedade, depressão e distúrbios de humor, podendo levar ao uso de psicoativos (SILVA; ZANINI, 2005). 3.1.2 Ansiedade A ansiedade é uma reação que podemos ter ao achar que pode ter risco futuro a caminho. É difícil não sentir ansiedade ao saber que irá ter que dirigir uma estrada muito perigosa no dia seguinte, sentir-se ansioso por causa de uma prova pode te motivar a se preparar mais para ela. Quando a reação de ansiedade é desproporcional a sua causa, isso pode atrapalhar a pessoa a viver a sua vida. Se a ansiedade de alguém atingir períodos prolongados, impedindo a pessoa a sentir satisfação com a vida, ela pode desenvolver algum tipo da condição conhecida como transtorno de ansiedade. Os transtornos de ansiedade são de longe os transtornos mais comuns de ser observados no mundo todo, prejudicando grande parte da população. Algumas reações de inquietação, aflição, agonia ou até tiques são estímulos verbais ou não verbais que o ser humano exala do interior para o exterior demonstrando o estado psicopatológico de ansiedade. De acordo com Millenson (1977) relaciona ansiedade também, com comportamentos de fuga ou esquiva. De acordo com Anthony (2009) a expressão formada por meio de sudorese é gerada pela ansiedade, ocorrendo também taquicardia, enurese e dificuldade de respirar, proporcionando esses fatores com a perda de ente querido, desencadeia sintomas psicopatológicos impulsionado pela desordem de conflitos que o indivíduo se depara. Crianças e jovens associam traumas com outros objetos, ocorrendo
3.2 Ansiolíticos e antidepressivos De modo geral no último século tem se observado um aumento significante nos casos de ansiedade e depressão, por conta de todas as mudanças no âmbito social cultural e econômico e todas as transformações da sociedade moderna e tecnológica com sua pressão competitiva e concorrente (MARCHI et al., 2013). Estudos apontam que ao entrar na faculdade os acadêmicos são expostos a vários fatores que influenciam essa psicopatologia e que geram uma grande carga de estresse como encargos financeiros, exigências pessoais, pressões familiares, sem contar as transformações da transição da fase adolescente para a fase adulta que gera certa tensão por exigir a apropriação de um novo papel social (MARCHI et al., 2013). Nesse âmbito essa busca por adequação faz com que o indivíduo busque ajuda inicialmente na utilização de psicofármacos muitas vezes de forma indevida, fator que traz para a sociedade contemporânea mais um problema que deve ser dado atenção (ORLANDI; NOTO, 2005). Dentre os fármacos mais prescritos no mundo estão os medicamentos benzodiazepínicos (BZD) usados como ansiolíticos e hipnóticos, também possuem ação mio relaxante e anticonvulsivante (Tabela 1). A maior preocupação quanto ao seu uso está associada ao abuso, dependência, prejuízos psicomotores, tolerância, abstinência, sedação, sua interação com o álcool e outras drogas que agem à nível do sistema nervoso central (AUCHEWSKI et al., 2004). Tabela 1 - Mecanismo de ação de alguns fármacos mais utilizados Doxaparam Mecanismo de ação desconhecido, uso ocasional com finalidade diagnóstica de crise de ausência. Estricnina Bloqueio competitivo de receptores para glicina, principal transmissor inibitório que atua sobre neurônios motores (usada em pequenas doses como tônica). Bicuculina Bloqueio competitivo dos receptores para GABAA no cérebro (sem uso). Picrotoxina Bloqueio não competitivo dos receptores para GABAA (sem uso). Pentilenotetrazol Mecanismo de ação desconhecido, uso ocasional com finalidade diagnóstica de crise de ausência.
Metilfenidato, sibultramina, dextroanfetamina Inibidor da recaptação da dopamina e da noradrenalina. Bloqueia a captura das catecolaminas pelas terminações das células nervosas pré-sinápticas. Fonte: Graça, 2013 De uma maneira geral o mecanismo desses medicamentos se dá pela seguinte forma: os antidepressivos inibem a monoaminoxidase (MAO) e/ou a recaptura de neurotransmissores, os psicoestimulantes atuam na liberação, os antipisicóticos bloqueiam receptores e os benzodiazepínicos ligam-se a receptores próprios que ficam localizados próximos ao receptor GABAA, perdendo a ação desse neurotransmissor (GORENSTEIN; SCAVONE, 1999). 3.2.1 Antidepressivos Os antidepressivos foram descobertos e utilizados no final da década de 50 trazendo um grande avanço importante no tratamento e no entendimento de possíveis mecanismos subjacentes aos transtornos depressivos, o que tornou a depressão uma doença tratável. Até os anos 80 havia duas classes de antidepressivos: os tricíclicos (ADTs) e os inibidores de monoaminoxidase (IMAOs) (MORENO, MORENO; SOARES; 1999). Mesmo sendo muito eficazes, apresentavam efeitos colaterais indesejáveis originados pela inespecificidade de sua ação farmacológica e eram potencialmente letais em casos de superdosagem. Nas últimas duas décadas surgiram novas classes de antidepressivos a partir da pesquisa de moléculas desprovidas dos efeitos colaterais dos heterocíclicos. Eles diferem dos clássicos ADTs e IMAOs, irreversíveis pela seletividade farmacológica, modificando e atenuando os efeitos colaterais (MORENO, MORENO; SOARES; 1999). Os antidepressivos podem ser classificados conforme sua estrutura química ou também por suas propriedades farmacológicas: estruturas cíclicas (anéis benzenos) e antidepressivos heterocíclicos (tricíclicos e tetracíclicos). Podem ser divididos em dois grandes grupos como: as aminas terciárias: imipraminas, amitriptilinas, trimipramina e doxepina; as aminas secundárias: desmetilimipraminas, nortriptilinas, protriptilinas. Maprotilina e amoxapina são antidepressivos tetracíclicos e se enquadram dentro da classe dos ADTs (MORENO, MORENO; SOARES; 1999).
psicotrópicos, sendo os principais benzodiazepínicos ansiolíticos: Diazepam, Clonazepam, Lorazepam, Alprazolam, Bromazepam, Cloxazolam, Oxazolam, Midazolam, Flunitrazepam, Flurazepam, Citalopram, Escitalopram, Barbituricos (COMHUPES, 2013). Os BZD agem principalmente no sistema nervoso central (SNC) aumentando as ações do ácido γ-aminobutírico (GABA), principal inibidor do SNC. Receptores para o GABA estão presentes em 30% dos neurônios corticais e do tálamo, e os principais são GABAA, GABAB e GABAC. Os BZD atuam no GABAA (COMHUPES, 2013). O BZD se liga a um receptor alostérico entre as subunidades α e γ e aumentando a frequência da abertura dos canais de Cl -, porém sem aumentar a intensidade do influxo ou duração da abertura. Como se liga alostericamente, o BZD só tem função se o GABA também estiver ligado, dependendo das subunidades presentes em GABAA, a função do receptor varia. A subunidade α1 está mais relacionada com o sono e a sedação, a α2 tem função ansiolítica e tanto α2 quanto α3, tem ação relaxante muscular. É provável que na epilepsia haja uma expressão anormal das subunidades γ2, α2 e δ. Outras subunidades têm funções diversas, algumas possíveis e outras já conhecidas, porém as subunidades citadas acima são os sítios principais onde os benzodiazepínicos agem (COMHUPES, 2013). Obviamente as ações descritas não são exclusivas, isto é, a maioria dessas drogas não apresenta ação seletiva, interagindo com múltiplos receptores ou sistemas simultaneamente. Isto leva a efeitos colaterais e aumenta o potencial de interações medicamentosas, além de poder refletir no próprio mecanismo responsável pelo efeito terapêutico (COMHUPES, 2013). Os barbitúricos são depressores derivados do barbital. Podem ser organizados em três categorias: Fármacos de duração prolongada (8 a 16 horas) – tratamento de epilepsia, controle de úlceras pépticas e pressão sanguínea alta; Fármacos de media duração (4 a 6 horas) – pílulas para dormir; Fármacos de duração breve (1 ou 2 horas) – anestésicos ou sedativos (CORDIOLI, 2005). O ácido barbitúrico se liga ao receptor do neurotransmissor GABA, induzindo a inibição da atividade do SNC e reduzindo, consequentemente, as funções de alguns sistemas orgânicos. Tem efeitos sedativos, anticonvulsivos e relaxantes, sendo por isso utilizado em tratamento de ansiedade e agitação (COMHUPES, 2013).
Juntamente com os opiáceos, os barbitúricos foram por muito tempo utilizados para tranquilizar a agitação e a ansiedade de pacientes com problemas psiquiátricos, o que contribuiu para a expansão da sua utilização clínica e, consequentemente para seu consumo abusivo que veio se tornar um problema social e sanitário em vários países (PEREIRA et al., 2008). O decréscimo de seu uso deu-se por várias causas como: mortes por ingestão acidental, o uso em homicídios e suicídios, e principalmente pelo aparecimento de novas drogas como os benzodiazepínicos. Hoje em dia, os barbitúricos continuam sendo utilizados no tratamento de distúrbios convulsivos e na indução da anestesia geral (RIOS, 2007). Os barbitúricos são produzidos através da condensação de derivados do ácido malônico e da ureia. Atualmente existem diversos barbitúricos disponíveis, sendo os principais: Amobarbital, Barbital, Butabarbital, Fenobarbital, Hexobarbital, Mefobarbital, Pentobarbital, Secobarbital, Tiopental e Tiamilal (ALARCON, 2012). 3.3 Medicamentos psicoestimulantes O ensino superior exige certo nível de desenvolvimento das funções cognitivas. Nos cursos da área da saúde, que exigem grande concentração e empenho dos alunos, os psicoestimulantes são consumidos cotidianamente. O consumo de psicoestimulantes é considerado uma prática perigosa, pois pode fazer muito mal à saúde, não só pelos efeitos secundários adversos e seu potencial elevado de risco, mas também pelo fato de associação com outras substâncias psicoativas ou não (MARCHI et al., 2013). Estudos estimam que 5 a 35% dos acadêmicos fazem o uso desses fármacos ilicitamente, com o objetivo de melhorar o seu desempenho acadêmico, visando estimular as funções cognitivas e diminuir o esgotamento físico e mental. Muitos destes alunos não têm consciência dos possíveis efeitos secundários ligados a esse consumo, como o aumento da pressão arterial, arritmias, cefaléias, overdose e depressão, para além do seu potencial aditivo elevado (GRAÇA, 2013). O metilfenidato mais conhecido no Brasil como a ritalina é o estimulante mais utilizado em todo o mundo, sua ligação ao diagnóstico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem sido um grande fator que justifica seu