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Guias e Dicas
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Controle de Cochonilha-do-Carmim em Palma Forrageira: Extratos de Plantas da Caatinga, Slides de Entomologia

Um estudo sobre o uso de extratos aqueos de plantas da caatinga para o controle da cochonilha-do-carmim em palma forrageira. O trabalho foi dividido em três capítulos e envolveu aplicacoes de extratos aqueos de feijão-bravo, quince e juazeiro em duas áreas experimentais. Os resultados mostraram que a utilização de espécies vegetais é uma prática de fácil acesso e de baixo custo-produção para o manejo da cochonilha-do-carmim.

O que você vai aprender

  • Quais plantas foram utilizadas no estudo para obter extratos aqueos?
  • Quais resultados mostrou o estudo em relação à mortalidade de colonias de cochonilha-do-carmim?
  • Qual é o objetivo principal do estudo apresentado no documento?
  • Quais áreas experimentais foram utilizadas no estudo?
  • Qual é a importância da utilização de plantas da Caatinga no manejo da cochonilha-do-carmim em palma forrageira?

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Adriana_10 🇧🇷

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MAYARA LARISSA LOPES DOS SANTOS SILVA
USO DE EXTRATOS DE PLANTAS DA CAATINGA NO
CONTROLE DA COCHONILHA-DO-CARMIM (Dactylopius
opuntiae) EM PALMA FORRAGEIRA (Opuntia ficus-indica).
Serra Talhada-PE
2013
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MAYARA LARISSA LOPES DOS SANTOS SILVA

USO DE EXTRATOS DE PLANTAS DA CAATINGA NO

CONTROLE DA COCHONILHA-DO-CARMIM (Dactylopius

opuntiae) EM PALMA FORRAGEIRA (Opuntia ficus - indica).

Serra Talhada-PE

MAYARA LARISSA LOPES DOS SANTOS SILVA

USO DE EXTRATOS DE PLANTAS DA CAATINGA NO

CONTROLE DA COCHONILHA-DO-CARMIM (Dactylopius

opuntiae) EM PALMA FORRAGEIRA (Opuntia ficus - indica).

Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, como parte das exigências do Programa de Pós- Graduação em Produção Vegetal, para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Carlos Romero Ferreira de Oliveira CO-ORIENTADORES: Profª. Drª. Cláudia Helena Cysneiros Matos de Oliveira e Prof. Dr. Walter Santos Evangelista Júnior

Serra Talhada-PE 2013

Dedico este trabalho aos meus amados pais, João Neto e Marinêz, e ao meu irmão Maylson Leyson. Juntos eles são minha Fortaleza! Dedico

Aos amigos do Laboratório de Entomologia/Ecologia: Felipe (ácaro da mandioca), Luana Pádua (mosquinha elástica), Taciana Ramalho (Taci), Suely Ferraz (A sucessora), Morgana ( Lucilia sp.), Valdilene (a menina que roubava livros), Jéssica (A química da cochonilha), Renilson ( Zagreus sp .), Talyta (gorgulinho), Ana Claudia (baratinha), Aylanne (Libélula), Fabricio Gabriel ( Polyphagotarsonemus latus ); por partilharem do meu sofrimento, e me estimularam a persistir. Formamos uma família de insetinhos!

Ao Coordenador do PGPV, Adriano Simões, por toda atenção e colaboração;

Aos Membros do CCD, pelo respeito e confiança depositada em mim;

A turma do PGPV 2011.1: Karmile, Marisangêla, Celinha, Felipe, Diêgo, Marlon, Herman, Henrique, Jorge, Eduardo e Edson, pelos estudos, brincadeiras, cumplicidade e ensinamentos nesses anos de mestrado. Sucesso à todos!

Aos amados Amigos: Gleidson Gomes (Eterno Mestre), Larissa Emanuele (Comadre), Mayse Lopes, Nayre Lustosa, Josilene Ferreira, e outros, por me proporcionarem suas amizades, conforto e me recarregarem de energia em tão pouco;

Ao Sr. Leonidas, Dn. Fátima e Lucimar, por concederem seu plantio de palma forrageira para desenvolvimento de parte deste experimento;

À todos que colaboraram, direto e indiretamente com o meu trabalho, meu MUITO OBRIGADA!

Chegando o tempo do inverno, Tudo é amoro e terno, Sentindo o Pai Eterno Sua bondade sem fim. O nosso Sertão amado, Estrumicado e pelado, Fica logo transformado No mais bonito jardim. Neste quadro de beleza A gente vê com certeza Que a musga da natureza Tem riqueza de incantá. Do campo até na floresta As ave se manifesta Compondo a sagrada orquesta Desta forma naturá [...]”

A Festa da Natureza Patativa do Assaré

RESUMO GERAL

SILVA, Mayara Larissa Lopes dos Santos. Uso de extratos de plantas da Caatinga no controle da cochonilha-do-carmim ( Dactylopius opuntiae) em Palma forrageira (Opuntia ficus-indica). 2013. 82 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal

  • Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UFRPE – UAST), Serra Talhada-PE). Orientador: Prof. Dr. Carlos Romero Ferreira de Oliveira. Co-orientadores: Profª. Drª. Cláudia Helena Cysneiros Matos de Oliveira e Prof. Dr. Walter Santos Evangelista Júnior.

O semiárido brasileiro é uma região com estações pouco definidas e vegetação com diferentes fitofisionomias, conhecida por vegetação de Caatinga, sendo uma das únicas ecorregiões exclusivamente brasileiras. Culturas forrageiras são adotadas por agricultores como alternativa estratégica de suplementação de animais, adequada à época do ano. Opuntia ficus-indica , conhecida como palma forrageira, é uma cultura bem adaptada às condições do semiárido e suas espécies possuem propriedades fisiológicas relacionadas à absorção, aproveitamento e perda de água, constituindo uma importante forrageira para subsídio alimentar de rebanhos em épocas de estiagem prolongada. Dactylopius opuntiae, conhecida popularmente por cochonilha-do-carmim, é uma das principais pragas da palma forrageira, cujo contínuo processo de alimentação e aumento da infestação, debilita a planta, causando danos irreversíveis e provocando a morte das raquetes em curto espaço de tempo. Produtos químicos são utilizados frequentemente como medida de controle para esta praga, porém o uso excessivo e desorientado destes produtos prejudica os agroecossistemas, afeta organismos vivos e causa contaminações por resíduos tóxicos. Substâncias químicas obtidas de espécies vegetais são uma das alternativas para o controle de pragas, com o intuito de reduzir danos ao ambiente. Devido tais problemas, o presente trabalho teve como objetivo fazer uso de extratos aquosos de espécies botânicas da Caatinga, visando o controle da cochonilha-do-carmim em palma forrageira, sendo divido em três capítulos. Para isso, foram utilizados extratos aquosos de Feijão-bravo ( Cynaphalla flexuosa), Marmeleiro ( Croton blanchetianus ) e Juazeiro ( Ziziphus joazeiro ) e água destilada como testemunha. No Capítulo I, os extratos foram aplicados em raquetes susceptíveis em condições de laboratório, e infestados por ninfas migrantes da cochonilha- do-carmim, com o intuito de analisar a mortalidade. Foram utilizadas 4 dosagens para obtenção dos extratos aquosos (1, 5, 10 e 15g/100 ml) das espécies vegetais. No

laboratório foram testadas as doses 0, 1, 5, 10 e 15% dos tratamentos em discos susceptíveis de palma forrageira, mergulhados e posteriormente colonizados por ninfas migrantes, onde foram analisados a cada 6 horas por um período de 48 horas, para análise da mortalidade das ninfas. Com os resultados obtidos em laboratório, uma dose foi escolhida para aplicação nos demais experimentos. No Capítulo II, 100mL dos tratamentos foram aplicados em palmas forrageiras susceptíveis limpas, colocadas em gaiolas de madeira, para análise da velocidade de infestação das colônias de cochonilha, após obtenção de extratos a partir de 5g das plantas. O experimento foi analisado diariamente por um período de 30 dias, contando-se o número de ninfas migrantes e de colônias da cochonilha-do-carmim presentes nas raquetes tratadas. No Capítulo III, os extratos e o inseticida (LAMBDACIALOTRINA + TIAMETOXAN) foram aplicados sobre populações dae cochonilha-do-carmim em plantios de palma forrageira, em duas áreas experimentais, sendo utilizados 3L dos extratos aquosos e da calda do inseticida, obtidos a partir de 150g e de 1,51 mL do inseticida, onde foram realizadas avaliações aos 8 dias e 15 dias após a montagem do experimento para área em Serra Talhada, e 10 e 15 dias para área de São José do Belmonte, com reaplicação dos tratamentos na primeira avaliação. Os dados obtidos nos experimentos foram tabulados e submetidos às análises de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, e para os experimentos de campo foi estimada a taxa instantânea de crescimento populacional (ri) da praga. Em laboratório todos os extratos ocasionaram mortalidades de ninfas migrantes de D. opuntiae , sendo observado que a mortalidade aumenta com a dose e o período de exposição. No experimento de infestação, percebeu-se que o início da colonização por ninfas migrantes e das colônias da cochonilha-do-carmim ocorreram nos 10 primeiros dias de avaliação, apresentando efeito significativo da interação extratosdoses e extratostempo de avaliação. Em campo, nas duas áreas experimentais houve mortalidade de mais de 50% das colônias de cochonilha-do-carmim quando tratadas pelos extratos aquosos, o que refletiu em uma taxa instantânea de crescimento (ri) negativa da população de cochonilhas. Os resultados deste trabalho demonstraram a viabilidade de utilizar plantas da Caatinga no manejo da cochonilha-do-carmim em palma forrageira, uma vez a utilização de espécies vegetais torna-se uma prática de fácil acesso e de baixo custo- produção.

Palavras-chave: Extratos Vegetais, Plantas inseticidas, Controle alternativo, Palma forrageira.

other experiments. In Chapter II, 100mL treatments were applied on palms forage likely cleaned, placed in wooden cages, to analyze the speed of mealybug infestation of colonies after obtaining statements from 5g of plants.The experiment was analyzed daily for a period of 30 days, counting the number of nymphs and migrant colony of cochineal carmine present in the treated rackets. In Chapter III, extracts and insecticide (lambda + Thiamethoxam) were applied to populations dae cochineal carmine in the planting of forage in two experimental areas, being used 3L of aqueous extracts and spray the insecticide, obtained from 150g and 1.51 mL of the insecticide, which were evaluated at 8 and 15 days after installation of the experiment to area in Sierra Hewn, and 10 and 15 days for the area of São José do Belmonte, with reapplication of treatments in the first evaluation. The data obtained in the experiments were tabulated and submitted to analysis of variance and the means were compared by Tukey test at 5% probability, and for field experiments was estimated instantaneous rate of increase (ri) of the plague. In the laboratory all extracts caused mortality of nymphs of D. migrants opuntiae been observed that mortality increases with dose and exposure period. In the experiment of infestation, it was realized that the beginning of colonization by nymphs migrants and colonies of cochineal carmine occurred in the first 10 days of evaluation, presenting a significant interaction extracts and extracts * dose * time of evaluation. In the field, the two experimental mortality was more than 50% of the colonies of the cochineal carmine when treated by the extracts, which resulted in an instantaneous rate of increase (ri) negative population of mealybugs. The results of this study demonstrated the feasibility of using plants of Caatinga in the management of cochineal carmine in the cactus pear, since the use of plant species becomes a practice of easy access and low-cost production.

Keywords: Plant Extracts, Plant insecticides, Alternative control, forage Palma.

LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 1

Figura 1 -

Número final de ninfas de ninfas migrantes de cochonilha-do-carmim mortas, submetidas aos diferentes extratos aquosos de plantas da Caatinga, nas doses 1% (A), 5% (B), 10% (C) e 15% (D) ................................................................................................................... 36

Figura 2 -

Comportamento da mortalidade de ninfas migrantes de Dactylopius opuntiae (cochonilha-do-carmim) submetidas a extratos aquosos de Cynaphalla flexuosa (Feijão-bravo), Croton blanchetianus (Marmeleiro) e Ziziphus joazeiro (Juazeiro), ao longo do período de avaliação.......................................................................................................... 43

Figura 3 -

Efeito do tempo de exposição das doses: 0% (A) ; 1% (B) ; 5% (C) ; 10% (D); 15% (E) , do extrato aquoso de Cynaphalla flexuosa (Feijão-bravo) sobre ninfas migrantes de Dactylopius opuntiae (cochonilha-do- carmim)............................................................................................................... 44

Figura 4 -

Efeito do tempo de exposição das doses: 0% (A) ; 1% (B) ; 5% (C) ; 10% (D); 1 5% (E) , do extrato aquoso de Croton blanchetianus (Marmeleiro) sobre ninfas migrantes de Dactylopius opuntiae (cochonilha-do- carmim)............................................................................................................. (^45)

Figura 5 -

Efeito do tempo de exposição das doses: 0% (A) ; 1% (B) ; 5% (C) ; 10% (D); 15% (E) , do extrato aquoso de Ziziphus joazeiro (Juazeiro) sobre ninfas migrantes de Dactylopius opuntiae (cochonilha-do-carmim)........................., (^46)

CAPÍTULO 2

Figura 1 -

Disposição das repetições, nas gaiolas com tratamento, para análise da velocidade de infestação das colônias de cochonilha-do-carmim nas raquetes tratadas................................................................................................................ 55

Figura 2 -

Número final de colônias-de-cochonilha do carmim, presentes em cada tratamento, na área experimental do Campus da UAST/UFRPE.................................................................................................... 58

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 1

Tabela 1 -

Análise de Variância (ANOVA) com medidas repetidas no tempo, da mortalidade de ninfas migrantes da cochonilha-do-carmim submetidas aos diferentes extratos aquosos de plantas da Caatinga, sob diferentes doses: 0, 1, 5, 10 e 15%................................................................................................ 37

Tabela 2 -

Número de ninfas migrantes de cochonilha-do-carmim mortas em função do tempo de exposição à extratos aquosos de Cynaphalla flexuosa (Feijão- bravo), Croton blanchetianus (Marmeleiro) e Ziziphus joazeiro (Juazeiro)............................................................................................................ 38

Tabela 3 -

Número de ninfas migrantes da cochonilha-do-carmim mortas em função do tempo de exposição à diferentes doses de extratos aquosos de plantas da Caatinga.............................................................................................................. 39

CAPÍTULO 2

Tabela 1 -

Número total de ninfas migrantes e de colônias de Dactylopius opuntiae em raquetes de palma forrageira tratadas com extratos aquosos de três espécies botânicas endêmicas da Caatinga, durante 30 dias de avaliação, na área experimental no Campus da UAST/UFRPE...................................................... 57

Tabela 2 -

Análise de variância, com medidas repetidas no tempo, da velocidade de infestação de populações da cochonilha-do-carmim sob diferentes produtos aplicados em raquetes limpas de palma forrageira, em gaiolas de criação, na área experimental da UAST/UFRPE................................................................. 60

Tabela 3 -

Tempo de colonização de Dactylopius opuntiae, em raquetes de palma forrageira tratadas com extratos aquosos de três espécies botânicas endêmicas da Caatinga, após 30 dias de avaliação, na área experimental no Campus da UAST/UFRPE ................................................................................ 61

CAPÍTULO 3

Tabela 1-

Efeito de diferentes produtos sobre a mortalidade de ninfas migrantes da cochonilha-do-carmim, em diferentes áreas de estudo e em dois períodos de avaliação............................................................................................................. 72

1- INTRODUÇÃO GERAL

Regiões áridas e semiáridas representam 55% das terras do mundo, onde no Brasil o semiárido abrange 70% do Nordeste e o norte de Minas Gerais, sendo habitado por cerca de 22 milhões de pessoas, o que corresponde a 40% da população nordestina (CÂNDIDO et al. 2005). O semiárido brasileiro é uma região com estações pouco definidas, com pluviosidade média de 750 mm/ano, variando em tempo e espaço, solos rasos com baixa fertilidade e pouca capacidade de retenção de água, e vegetação com diferentes fitofisionomias, conhecida por vegetação de Caatinga (MALVEZZI, 2007). O bioma Caatinga, com extensão de 1.037.000 Km², corresponde a 12% do território nacional, caracterizado por sua vegetação adaptada aos solos locais, clima com longos períodos de estiagem e boa capacidade de regeneração da sua fauna. Compreende uma das únicas ecorregiões exclusivamente brasileiras, localizada em áreas do semiárido, que guarda importante parcela da biodiversidade nacional, com grande variedade de paisagens, riqueza biológica e endemismo (MALVEZZI, 2007). Populações rurais da região semiárida, destinam uma grande parcela de suas terras para uso na agricultura e pecuária. Segundo Cândido et al. (2005), a pecuária na região semiárida, ao longo do tempo, tem constituído atividades básicas das populações rurais, onde culturas forrageiras são adotadas como alternativas estratégicas de alimentação adequada à época do ano, espécies e categoria animais, tendo nas pastagens o principal alimento dos rebanhos do Semiárido. Os sistemas agrícolas das regiões semiáridas devem ser baseados em cultivos adequados, apropriados à suportarem condições de falta de água, temperaturas elevadas, solos pobres que exijam poucos insumos energéticos, e que sejam de fácil manejo no plantio, para que proporcionem alimento e forragem para a agricultura de subsistência (SEBRAE, 2001). A palma forrageira é uma cultura adaptada às condições do semiárido. Suas espécies possuem propriedades fisiológicas relacionadas à absorção, aproveitamento e perda de água, caracterizadas por um processo fotossintético que resulta em grande economia de água, com raízes essenciais de plantas xerófilas. Tais características permitem uma maior resistência aos longos períodos de estiagem, devido seus aspectos morfológicos, fisiológicos e bioquímicos, que possibilitam a planta armazenar em suas raquetes, 90% de água, o que representa uma valiosa contribuição líquida para os animais, principalmente em períodos de estiagem prolongada (SANTOS et al., 2002; FABRICANTE & FEITOSA, 2011). Estas cactáceas são caracterizadas pela presença de

aréolas com pêlos e espinhos, caule suculento com casca verde e ausência de folhas copadas, além de uma fruta, conhecida por „flor madura‟, com grande valor comercial, por ser uma baga simples e carnosa, cujo tamanho depende da quantidade de sementes fecundadas e abortadas (ARCHIBALD, 1935; BUXBAUM, 1995). Históricos sobre a palma afirmam que a mesma foi introduzida no semiárido nordestino no final do século XIX, com o intuito da produção do corante carmim (vermelho), produzido pelo inseto conhecida como “verdadeira cochonilha-do-carmim” [ Dactylopius coccus Costa (Hemiptera, Dactylopiidae)], o que resultou numa ação sem sucesso e o cultivo da palma como planta ornamental (PESSOA, 1967). Depois da seca de 1932, a palma forrageira passou a ser reconhecida como um dos principais recursos de subsistência para pecuaristas, em zonas de pouca chuva e sem fontes de água disponíveis, uma vez que a cultura se desenvolve em condições ecológicas desfavoráveis a outras espécies forrageiras (DUQUE, 1964; MEDEIROS et al., 1981). Estima-se que em 2002 existiam cerca de 500 mil hectares de palma forrageira plantadas no Nordeste, estando concentrados nos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia (SANTOS et al., 2002). Atualmente, duas espécies de palma forrageira estão sendo cultivadas em larga escala no Brasil: Opuntia ficus-indica, com cultivares gigante e redonda, e Nopalea cochinilifera, com a cultivar miúda ou doce (FABRICANTE & FEITOSA, 2011) e em Pernambuco, encontramos a predominância de três cultivares: a gigante ou graúda, a redonda e a miúda ou doce. Diversos insetos atacam cactáceas forrageiras. Segundo Fabricante & Feitosa (2011), por natureza a palma é uma espécie muito resistente, porém susceptível à pragas e doenças relacionadas a deficiências nutricionais ou longos períodos de estiagem. Duas espécies de cochonilhas, insetos pertencentes à Ordem Hemiptera, atacam e afetam a produtividade da palma, muitas vezes ocasionando sua morte: cochonilha-de-escama (Diaspis echinocacti (Bouché) (Hemiptera: Diaspididae) e a cochonilha-do-carmim, (Dactylopius opuntiae (Cockerell) (Hemiptera: Dactylopiidae). As cochonilhas se inserem na subordem Sternorryncha, por apresentarem rostro aparentemente separado da cabeça, tamanho pequeno e especialização quanto ao seu hábito alimentar (GALLO et al., 2002). A família Dactylopiidae contém apenas um gênero de Dactylopius Costa, com 9 espécies, e todas se alimentando de cactos (FERRIS,1955; DE LOTTO, 1974). D. opuntiae, conhecida popularmente por cochonilha-do-carmim, é uma das principais pragas da palma forrageira. Esta cochonilha é um inseto de origem mexicana,