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Evasão em Cursos Técnicos de Finanças EAD da IFRO: Análise e Propostas de Solução, Manuais, Projetos, Pesquisas de Direito

Uma pesquisa sobre a evasão escolar em cursos técnicos de finanças da ifro na modalidade ead. O texto discute as vantagens e desvantagens da educação a distância, os dados de evasão nos cursos ead do ifro e as possíveis causas da evasão. Além disso, sugerem tópicos para futuras pesquisas para minimizar os altos índices de evasão. O objetivo é oferecer uma nova oportunidade de conclusão de estudos aos estudantes evadidos.

O que você vai aprender

  • Quais são os dados de evasão em cursos técnicos de Finanças da IFRO na modalidade EAD?
  • Como a educação a distância pode afetar o desempenho acadêmico e a persistência dos alunos?
  • Quais são as vantagens e desvantagens da educação a distância?
  • Quais são as possíveis causas da evasão em cursos técnicos de Finanças da IFRO na modalidade EAD?

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Salamaleque
Salamaleque 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
NÚCLEO DE CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESCOLAR
MESTRADO PROFISSIONAL
ADONIAS SOARES DA SILVA JÚNIOR
A EVASÃO ESCOLAR NO CURSO TÉCNICO EM FINANÇAS OFERECIDO
PELO IFRO NA EAD
Porto Velho
2017
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Baixe Evasão em Cursos Técnicos de Finanças EAD da IFRO: Análise e Propostas de Solução e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Direito, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESCOLAR

MESTRADO PROFISSIONAL

ADONIAS SOARES DA SILVA JÚNIOR

A EVASÃO ESCOLAR NO CURSO TÉCNICO EM FINANÇAS OFERECIDO

PELO IFRO NA EAD

Porto Velho 2017

ADONIAS SOARES DA SILVA JÚNIOR

A EVASÃO ESCOLAR NO CURSO TÉCNICO EM FINANÇAS OFERECIDO PELO

IFRO NA EAD

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação Escolar da Universidade Federal de Rondônia, em Porto Velho, como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Educação Escolar.

Orientador: Prof. Dr. Wilmo Ernesto Francisco Junior. Linha de Pesquisa: Práticas Pedagógicas, Inovações Curriculares e Tecnológicas.

Porto Velho 2017

Aos meus pais, esposa, filho, irmãos, amigos e colegas educadores.

Não há mudanças sem o sofrimento da transição, do próprio esforço implicado que exige, muitas vezes, renúncia, disciplina e dedicação.

Jussara Hoffmann (2010)

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABED Associação Brasileira de Educação à Distância AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem CAED Coordenação de Assistência ao Educando CEAD Centro de Educação Aberta, Continuada, à Distância CEFET Centro Federal de Educação Tecnológica CEP Comitê de Ética na Pesquisa CF Constituição Federal CNE Conselho Nacional da Educação CONSUP Conselho Superior CRA Coordenação de Registros Acadêmicos DEAD Diretoria de Educação à Distância EAD Educação à Distância ENEM Exame Nacional do Ensino Médio EPT Educação Profissional e Tecnológica GPED Grupo de Pesquisa em Educação à Distância IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas IBM International Business Machines (Máquina de Negócios Internacionais) IFAM Instituto Federal do Amazonas IFPR Instituto Federal do Paraná IFRO Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MDS Ministério do Desenvolvimento Social MEC Ministério da Educação MEPE Mestrado Profissional em Educação Escolar ONU Organização das Nações Unidas PAER Pesquisa de Atividade Econômica Regional PDE Plano de Desenvolvimento da Educação

RESUMO

Este trabalho apresenta o resultado da pesquisa desenvolvida no Mestrado Profissional em Educação Escolar – MEPE/UNIR, tendo como locus da pesquisa o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, campus Porto Velho Zona Norte quanto à evasão escolar na educação profissional. O objetivo foi apresentar os principais fatores que influenciam na Evasão Escolar no curso Técnico em Finanças na modalidade de educação à distância – EAD, e a partir disso estabelecer uma intervenção na realidade a fim de buscar formas de minimizar a problemática central. O levantamento de dados ocorreu em 8 polos da Instituição localizados nos municípios de Ariquemes, Cujubim, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Ji- Paraná, Guajará-Mirim, Nova Mamoré e Porto Velho Zona norte, no período de setembro a dezembro de 2016. A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação, tendo em vista que a pesquisa foi concebida e realizada em estreita associação com uma resolução de um problema coletivo. Foi adotada a abordagem qualitativa descritiva de forma que os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram um diário de campo, o questionário semiestruturado e análise documental. Foram utilizados para a fundamentação legal a LDB (Lei nº 9394/96), Constituição Federal (1998), Lei nº 4.024/1961, Lei nº 5.692/1971, Lei n. º 10.172/2001, Lei nº 13.005/2014 e Decreto Federal nº. 5.622/2005. Constituem referencial teórico, Thiollent (1996) e Turato (2004) sobre o desenvolvimento da pesquisa-ação. A análise de dados ocorreu pela análise de conteúdo com base nos conceitos propostos por Bardin (1979). O direito a educação foi discutido com enfoque nas ideias de Linhares (2007) e Telles (1999). A discussão sobre as diretrizes, objetivos e metas para a implementação da modalidade de educação a distância encontra referência no Plano Nacional de Educação (2014). Os aspectos históricos e o fortalecimento da rede federal foram embasados em Pacheco (2007). A evasão escolar no cenário da EAD é discutida sobre a perspectiva de Riscal (2010), Litto (2007), ABED (2014), Freitas (2013), Favero (2006) e Comarella (2009). A discussão sobre as funções dos tutores e colaboradores na EAD é embasada em Arce (2010) e Belloni (2003). Os aspectos positivos e negativos da EAD foram discutidos com base nos conceitos de Sá (2011), Aretio (1994), Caixeta (2011), Silva; Cornachione (2005). Os resultados da pesquisa foram analisados sob a perspectiva de Dore e Luscher (2011), Almeida (2007) e Bittencourt; Mercado (2014). Os colaboradores da pesquisa foram estudantes evadidos do curso Técnico em Finanças EAD Subsequente, coordenadores de polo e tutores. Os resultados apontam para a necessidade de informações detalhadas sobre os cursos ofertados, indicadores preventivos e necessidade de acompanhamento institucional aos alunos com potencial de evasão. As intervenções resultaram no retorno de 481 matrículas de estudantes que haviam evadido somente no curso de Finanças EAD, dos quais 272 concluíram o curso.

Palavras-chave: Evasão. Educação à Distância. Curso Técnico Finanças. Educação Profissional.

ABSTRACT

This work presents the results of the research developed in the Professional Master in School Education - MEPE / UNIR, having as locus of research the Federal Institute of Education, Science and Technology of Rondônia, Porto Velho North Zone campus regarding school dropout in professional education. The goal was to present the main factors that influence the School dropout in the Technical Course in Finance in the modality of distance education - EAD, and from that, to establish an intervention in the reality in order to find out ways to minimize the central problematic. The data collection took place in 8 poles of the Institution located in the cities of Ariquemes, Cujubim, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Guajará- Mirim, Nova Mamoré and Porto Velho from September to December 2016. The methodology used was action research, considering that the research was conceived and carried out in close association with a resolution of a collective problem. The descriptive qualitative approach was adopted so that the instruments used for the data collection were a field diary, semi-structured questionnaire and documentary analysis. The legal basis was LDB (Law No. 9394/96), Federal Constitution (1998), Law No. 4.024 / 1961, Law No. 5. / 1971, Law no. 10.172 / 2001, Law 13.005 / 2014 and Federal Decree no. 5.622 / 2005. Constitute theoretical framework, Thiollent (1996) and Turato (2004) on the development of action research. Data analysis was performed by content analysis based on the concepts proposed by Bardin (1979). The right to education was discussed with a focus on the ideas of Linhares (2007) and Telles (1999). The discussion on the guidelines, objectives and targets for the implementation of distance education is mentioned in the National Education Plan (2014). The historical aspects and the strengthening of the federal network were based on Pacheco (2007). School evasion in the EAD scenario is discussed in the perspective of Riscal (2010), Litto (2007), ABED (2014), Freitas (2013), Favero (2006) and Comarella (2009). The discussion about the roles of tutors and collaborators in EAD is based on Arce (2010) and Belloni (2003). The positive and negative aspects of EAD were discussed based on the concepts of Sá (2011), Aretio (1994), Caixeta (2011), Silva; Cornachione (2005). The results of the research were analyzed from the perspective of Dore and Luscher (2011), Almeida (2007) and Bittencourt; Market (2014). The research collaborators were students who had been evaded from the EAD Subsequente Finance Technical course, polo coordinators and tutors. The results point to the need for detailed information on courses offered, preventive indicators and the need for institutional follow-up to students with potential for avoidance. The interventions resulted in the return of 481 enrollments of students who had only avoided in the EAD Finance course, of which 272 completed the course.

Keywords: Evasion. Distance Education. Technical Course Finance. Professional education.

1 INTRODUÇÃO

O sistema educacional brasileiro sofreu ampliação nos últimos 30 anos no que diz respeito ao acesso pela população, principalmente na Educação à Distância. A institucionalização da EAD no Brasil foi um dos fatores que contribuíram para este acesso, sobretudo no âmbito da Educação Superior e Técnica. Todavia, o acesso por si não garante a permanência do estudante, a qualidade da formação ou o êxito para o término dos estudos. Nessa conjuntura, uma problemática que merece atenção é a evasão escolar, fenômeno que, embora não seja atual, é preocupante na realidade das instituições educacionais públicas do país, cujas causas podem estar calcadas em diferentes aspectos sociais e institucionais. Nessa conjuntura, esta pesquisa buscou compreender e evidenciar os motivos que levam os discentes a abandonarem os estudos, a fim de promover uma análise que estabeleça possibilidades com vistas a contribuir para a diminuição da evasão escolar na EAD, de maneira a garantir o direito à educação, conforme previsto na Constituição Federal Brasileira. Inicialmente ressalta-se que a EAD recebeu diversas denominações por todo mundo. Maia e Mattar (2007) citam como exemplo os Estados Unidos que conceituam essa modalidade como estudo em casa, o Reino Unido define como educação por correspondência. Os autores também relatam que na França a EAD é chamada de telensino e em Portugal é teleducação. Porém, apesar de todas essas conceituações, existem alguns pontos comuns entre elas e para compreender melhor o que é a EAD, serão citadas algumas definições. Segundo Moran (1994), EAD pressupõe, diferentemente do ensino presencial, um modo de ensino assíncrono e intercedido por tecnologias, sobretudo a telemática. Verifica-se, portanto, que na modalidade de ensino EAD as atividades de ensino e aprendizagem são desenvolvidas, em sua grande maioria, sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar à mesma hora. Apesar disso, são utilizadas práticas pedagógicas que vinculam o discente ao ensino. Com o advento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) nº 9.394/96, a EAD foi reconhecida como modalidade de ensino por meio do artigo 80: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada” (BRASIL, 1996, p. 15). Esse aspecto possibilitou o crescimento dessa modalidade nas instituições públicas e privadas em todo país. Nesse sentido, a modalidade de EAD vem crescendo consideravelmente no Brasil, tanto no oferecimento dos cursos técnicos, como nos cursos superiores. Os números e as vantagens do ensino EAD são positivos, porém juntamente com esse crescimento existe uma grande parcela desses estudantes que deixam os cursos de forma precoce, caracterizando a evasão escolar.

Dessa forma, existe a necessidade e a urgência de realização de análises aprofundadas como aponta Oliveira (2001, p. 39): “[...] a evasão escolar e o trancamento de matrícula têm representado grandes problemas para a instituição de educação profissional”. Este panorama apresenta consequências drásticas tanto para a vida do discente quanto para a instituição, resultando num antigo problema que é a baixa qualificação profissional dos jovens. A interrupção dos estudos por parte dos alunos pode gerar prejuízos tanto para a sociedade quanto para si mesmo, tornando o aluno um trabalhador sem qualificação, mal remunerado e à mercê do desemprego, reproduzindo a exclusão, considerando que parte da sociedade não terá acesso ao conhecimento técnico-científico necessário para o desenvolvimento das suas atividades laborais. A evasão escolar é um dos temas mais discutidos no contexto educacional e requer a adoção de políticas públicas e institucionais que possam atuar para resolver ou minimizar o problema. Nesta perspectiva de busca de alternativas que proporcionem a resolução e a compreensão dos problemas da evasão escolar no ensino técnico, especificamente na modalidade à distância, é que nossa pesquisa se sustenta. Com base nesse pressuposto, a pesquisa buscou responder ao seguinte questionamento: Como possibilitar a diminuição da evasão escolar nos cursos técnicos na modalidade de EAD, por meio de práticas pedagógicas efetivas, considerando a educação escolar como direito inalienável de todo cidadão? Destaca-se que, mesmo considerando os aspectos já elencados, outros motivos relacionados também foram determinantes para o desenvolvimento do estudo. Um resgate sobre minha trajetória profissional evidencia os motivos que me levaram ao interesse pela temática evasão escolar. Em 2013 iniciei na carreira docente em uma faculdade privada na cidade de Porto Velho, onde atuei durante quase dois anos no Ensino Superior ministrando as disciplinas de Administração, Economia e Direito Penal. Na ocasião, fui Coordenador do Curso Superior Tecnólogo de Gestão de Segurança Privada. Neste período passei a observar que o abandono ao curso pelos estudantes era recorrente, mas curiosamente não era discutido pela instituição. Tal fato já despertou minha atenção, considerando, especialmente, que a perda de estudantes por uma instituição privada significa igualmente perda financeira. Em 2015, ao ingressar na carreira docente do IFRO (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia) como professor de Administração nos Cursos Técnicos e Tecnológicos, logo foi possível perceber os altos índices de evasão escolar dos discentes daquela instituição de ensino. Entender o que ocasiona a evasão daqueles estudantes passou a ser inquietante para mim. Entretanto, percebi que só existiam alguns dados mensurados e que

  • Identificar e analisar fatores envolvidos na evasão dos estudantes na modalidade EAD;
  • Pensar políticas para aplicação de ações pedagógicas diferenciadas para o curso Técnico em Finanças EAD;
  • Estabelecer estratégias de intervenção que possam diminuir os índices de evasão no ensino técnico à distância. Deste modo, a presente dissertação apresenta-se configurada em quatro seções, buscando alcançar os objetivos propostos para a consecução da pesquisa. Na primeira seção apresentamos as Acepções Legais e Históricas da Educação Profissional, trazendo um resgate da História da Educação Profissional no Brasil, a partir das políticas públicas implementadas para o seu desenvolvimento. Ainda nesta seção, analisamos a Educação Profissional no País, no contexto da Expansão da Rede Federal de Educação iniciada no ano de 2005. Na segunda seção, abordamos a evasão escolar no IFRO, em consonância com a perspectiva teórica adotada na pesquisa, bem com apresentamos uma discussão conceitual sobre a evasão escolar, apoiado no referencial teórico, onde estudiosos analisam o fenômeno da evasão no contexto nacional e internacional, traçando propostas e possibilidades de erradicação desse fenômeno. Na terceira seção, abordamos os procedimentos metodológicos, explicitando o enfoque metodológico da pesquisa, com destaque na metodologia da pesquisa-ação aplicada nesta dissertação, caracterização do local da pesquisa e descrição dos sujeitos. Apresentamos também os dados coletados na pesquisa, analisados e interpretados sobre o número de alunos evadidos e os fatores da evasão, de forma articulada às perspectivas dos teóricos referenciados. Por último, apresentamos algumas propostas de intervenção para transformação desta realidade investigada. Ainda nesta fase final, foram apontados alguns caminhos a serem percorridos com as considerações finais e propostas para futuras pesquisas trabalhos, na certeza de não esgotarmos a temática, muito embora tenhamos aumentado significativamente a nossa compreensão individual, enquanto pesquisadores e contribuído ainda que em pequeno grau, para futuras ações de combate a evasão, a serem promovidas por todos os envolvidos e que se preocupam com o futuro deste país.

2 ACEPÇÕES LEGAIS E HISTÓRICAS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Nesta seção apresentamos um resgate da história da Educação Profissional no Brasil a partir das políticas públicas implementadas para o seu desenvolvimento, bem como analisamos a Educação Profissional no País no contexto da Expansão da Rede Federal de Educação iniciada no ano de 2005. O direito à educação enquanto direito humano fundamental tem sido amplamente discutido e analisado ao longo da história. Porém, foi somente após a Revolução Francesa, que ocorreu no século XVIII, marco da Idade Contemporânea, que os movimentos de legitimação ao direito à educação foram mais intensos e eficazes. Sob a liderança da burguesia, esta Revolução ocasionou enormes transformações dentro dos contextos político, econômico, social, religioso e tecnológico, tendo reflexos importantes no cenário educacional.

2.1. Educação: direito fundamental

Seguindo os princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, foi publicada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada no dia 26 de agosto de 1789 pela convenção Nacional Francesa , cujo Art. XXII assegurava que: “A instrução é a necessidade de todos. A sociedade deve favorecer com todo o seu poder o progresso da inteligência pública e colocar a instrução ao alcance de todos os cidadãos.” (SILVEIRA et. al., 2007, p. 245). A partir desse momento, a educação passa a ser um pré-requisito para usufruir-se dos demais direitos civis, políticos e sociais. O homem surgido a partir da Revolução Francesa deveria ser educado pela pátria e para a sua nação. Para isso, seria necessário universalizar a língua francesa e intensificar as revoluções científicas. A partir de então a instrução foi considerada não apenas como um acréscimo de conhecimento, mas também à melhoria do indivíduo que se instrui. Foi esta ruptura que deu substância ao debate acerca da institucionalização de um ensino público, universal, sob a responsabilidade do Estado. Era a partir do ato de educar que se pretendia repensar a sociedade, bem como uma operacionalização da escola, a fim de reproduzir as ideologias e relações de sociabilidade que viriam a se configurar como burguesas. Os níveis subsequentes de escolarização destinavam-se a um determinado grupo de pessoas, eleitos conforme seus talentos, e/ou que não precisassem trabalhar. O último nível de instrução seria o Instituto Nacional de Instrução, com a finalidade de formar os que comporiam a elite governante. Também como um de seus objetivos a proclamação do direito à educação como direito humano, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, adotada e proclamada pela Assembleia