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Guias e Dicas
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Plataforma para Corrida para Deficientes Visuais: Requisitos e Desenvolvimento, Esquemas de Design

A criação de uma plataforma para facilitar a prática de corrida para pessoas deficientes visuais, incluindo a coleta de requisitos necessários, a interface simples e acessível baseada na heurística de nilsen, e o desenvolvimento de ferramentas com ênfase na acessibilidade. O documento também discute a importância de quebrar a barreira de comunicação entre corredores e deficientes visuais e contribuições para a sociedade em termos de acessibilidade e inclusão.

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Neilson89
Neilson89 🇧🇷

4.4

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
LEONARDO TRIGO DA SILVA
MATHEUS JACQUES SILVEIRA
DESIGN APLICADO AO DESENVOLVIMENTO DE INTERFACES PARA ATLETAS
DEFICIENTES VISUAIS E ATLETAS-GUIAS
Florianópolis
2021
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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

LEONARDO TRIGO DA SILVA

MATHEUS JACQUES SILVEIRA

DESIGN APLICADO AO DESENVOLVIMENTO DE INTERFACES PARA ATLETAS

DEFICIENTES VISUAIS E ATLETAS-GUIAS

Florianópolis 2021

LEONARDO TRIGO DA SILVA

MATHEUS JACQUES SILVEIRA

DESIGN APLICADO AO DESENVOLVIMENTO DE INTERFACES PARA ATLETAS

DEFICIENTES VISUAIS E ATLETAS-GUIAS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Sistemas de Informação da Universidade do Sul de Santa Catarina. Orientador: Prof. Saulo Popov Zambiasi, Dr Florianópolis 2021

RESUMO

A inclusão de pessoas com deficiência no esporte é algo de extrema importância, mas a dificuldade de encontrar espaços e pessoas que facilitem essa inclusão é um obstáculo que ainda precisa ser superado. Com isso, foi pensado na criação de uma plataforma em que corredores com deficiência visual pudessem ter um contato mais eficaz com corredores guias, facilitando o encontro entre atletas e assim ajudando os atletas com deficiência visual que querem correr, mas precisam que alguém seja "seus olhos". Através de pesquisas e entrevistas com o público-alvo e através do uso da metodologia de desenvolvimento de software ICONIX, foram coletados os requisitos necessários para a criação do protótipo desta plataforma, sua interface simples e com boa usabilidade foi baseada na Heurística de Nilsen tendo em vista a acessibilidade dos usuários. Este trabalho foi feito com o intuído de ajudar as pessoas com deficiência visual no atletismo, porém as entrevistas foram limitadas devido ao Sars-CoV- 2 conhecida da Covid-19 causando o distanciamento social. Palavras-chave: Inclusão Digital; Acessibilidade; Aplicativos móveis; Interface.

ABSTRACT

The inclusion of people with disabilities in sports is something extremely important, but the difficulty of finding spaces and people to facilitate this inclusion is an obstacle that still needs to be overcome. With this in mind, we thought about creating a platform where visually impaired runners could have a more effective contact with guide runners, facilitating the encounter between athletes and thus helping visually impaired athletes who want to run, but need someone to be "their eyes". Through research and interviews with the target audience and by using the ICONIX software development methodology, the necessary requirements for the creation of the prototype of this platform were collected, its simple interface and good usability was based on Nilsen's Heuristics having in mind the accessibility to the users. This work was done with the intent to help people with visual impairment in athletics, however the interviews were limited due to the Sars-CoV-2 known from Covid-19 causing social distancing. Keywords: Digital Inclusion; Accessibility; Mobile applications; Interface.

1 INTRODUÇÃO

No ano de 2020, em meio a pandemia devido ao vírus COVID-19 (BRASIL 2020) novas rotinas foram criadas. Pessoas que antes passavam horas no trabalho, com a vinda do home office , ficaram com o tempo, que antes era gasto na locomoção, agora disponível. Para algumas dessas pessoas esse tempo foi sendo aproveitado para a prática de esporte e exercícios ao ar livre. Entre esses esportes, pode-se citar, como exemplo, o atletismo, modalidade corrida, um esporte muito praticado por todos no mundo inteiro e que tem um grande grau de aceitação na sociedade. De acordo com a Confederação Brasileira de Atletismo - CBAt (2020) “o atletismo é chamado de esporte-base, pois sua prática corresponde aos movimentos naturais do homem” e para iniciar nesse esporte, é necessário apenas um tênis adequado. Caso o corredor queira maior conforto, existem uma série de materiais que podem ajudá-lo, como é o caso das roupas e outros acessórios. Além disso, a prática desse esporte pode ser realizada em qualquer estrada, não requer uma mensalidade, como é o caso das academias, porém existem assessorias que cobram para instruir os corredores a ter uma melhor performance. Como foi visto, o contato com esse esporte é de fácil acesso e não requer muito dos praticantes, e caso ele não queira investir muito, não há necessidade. Além disso, esse esporte é bastante benéfico à saúde. De acordo com a CEO e Fundadora da Vittude, Pimenta (2020), “a corrida é uma forma de cuidar da mente e do corpo” e traz bastantes benefícios, tanto físico quanto mental como por exemplo: alívio do estresse, melhoria na concentração, promoção da circulação do sangue, acalma a mente, melhora a atividade cerebral, desperta a criatividade e a produtividade, afasta o cansaço, reduz os sintomas da ansiedade, aumenta a autoconfiança e melhora o humor. Benefícios que, caso praticado o esporte, irão ajudar a diminuir o índice de depressão e ansiedade do Brasil, que segundo a Amanda Panteri (2020), “5,8% dos brasileiros sofrem com depressão, a maior taxa do continente latino-americano [...] O Brasil também é campeão mundial no índice de ansiedade: 9,3% da população manifesta o quadro” (Runner’s World apud OMS - Organização Mundial da Saúde, 2020). Percebendo o quão benéfico é esse esporte e a facilidade para a sua prática, vê-se que novas ferramentas são fundamentais e irão acrescentar muito para a corrida, principalmente se essas ferramentas forem desenvolvidas levando em conta a inclusão social ou inclusão social digital, voltada aos deficientes físicos visuais.

1.1 PROBLEMÁTICA

Como já visto, o atletismo modalidade corrida é um esporte que não requer muito material para se iniciar, apenas um tênis adequado e outros materiais caso busque conforto. Para o paratleta^1 com deficiência visual essa modalidade de esporte já é um pouco mais difícil, pois além do tênis adequado e materiais de conforto, ele precisa de uma segunda pessoa para a prática: o guia. Em uma conversa informal com um professor de educação física e guia H.S foi exposto a dificuldade de encontrar colaboradores que pratiquem atletismo e que gostariam de ser guia para deficientes visuais. Além disso, existe também a questão da qualificação do atleta- guia. Segundo Benfica (2012) apud Testa (2018, p. 30), “a maior dificuldade é de você encontrar profissional capacitado pra trabalhar, que queira trabalhar, que se dedique, que faça com amor, que faça com carinho”. Levando em consideração que o paratleta só irá praticar a atividade com um guia, o que é necessário para minimizar a dificuldade desse encontro entre corredores guias e corredores PcD? 1.2 OBJETIVOS A seguir os objetivos geral e específicos deste trabalho que determinam o propósito dos autores em elaborar uma ferramenta que ligue o corredor guia com o corredor PcD (Pessoa com Deficiência). (^1) Paratleta: “Um paratleta é um atleta paralímpico ou, de modo geral, qualquer praticante de atividade desportiva que possui alguma deficiência, podendo ser esta física, visual, intelectual”. Queiroz (p.3, 2020)

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

No primeiro capítulo, foi dado uma breve introdução do que é abordado contendo a problemática, os objetivos gerais e específicos, justificativas, além da estrutura da monografia. Já no segundo capítulo, é apresentada a fundamentação teórica, trazendo diversos autores relacionados ao tema proposto, descrevendo assuntos tais como: atletismo modalidade corrida, atletas-guias, atletas com deficiência visual, inclusão social, aprofundamento nos temas UX design e acessibilidade, entre outros. No terceiro capítulo, é abordada a metodologia. Esta consiste em classificação do tipo de pesquisa, descrição das etapas como: pesquisa com os dois públicos (atleta deficiente visual e atleta-guia), desenvolvimentos das interfaces, entre outros, e as delimitações do trabalho. O quarto capítulo foca na metodologia e na elaboração de soluções para prover uma maior conexão entre atleta e deficientes visuais. O quinto capítulo aborda a modelagem utilizando a ferramenta ICONIX.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo apresenta a fundamentação teórica sobre atletismo, modalidade corrida, paratleta, jogos olímpicos, paraolímpicos, corrida para deficientes visuais, acessibilidade e usabilidade. 2.1 ATLETISMO Como falou Gearini apud Heródoto (2020), precisamos “pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”. Tendo isso em mente, para falar sobre corrida voltamos para a pré-história no período paleolítico onde o homem vivia principalmente da caça. A caça era realizada, segundo Navarro (2011) com “lanças, flechas e arcos” e fazendo uma interpretação das inscrições rupestres, a caçada acontecia em grupos, onde os humanos corriam atrás dos animais, lançavam objetos entre outras formas. Veja a seguir, um exemplo de inscrição rupestre: Figura 1: Inscrição Rupestre Fonte: Gambagorte, Renata. (2020) No atletismo as formas de caçadas, se tornaram formas para prática de esporte. Dentre elas, podemos citar a corrida, marcha, lançamentos e saltos, modalidades das quais deixou o atletismo conhecido como esporte-base como afirma a página da Secretaria da Educação do Paraná (2020).

b) Corrida em Obstáculos: O nome é autoexplicativo, se trata de uma corrida que apresenta vários obstáculos a serem ultrapassados ao longo da pista. Segundo a mesma página, “normalmente é disputada em estádios e a extensão do percurso pode ser de 100, 110, 400 e até 3000 metros”. c) Corrida de Meio Fundo: “Nessa subdivisão, não é obrigatório que os competidores se mantenham o tempo todo em suas raias. A distância do percurso pode variar entre 800 e 1500 metros”. d) Corrida de Fundo: “Também conhecida como corrida de longa distância. Nesse tipo, o tamanho do percurso a ser feito pode variar de 5000 a 10000 metros”. e) Corrida de Revezamento: “São disputadas por equipes. Cada equipe possui quatro atletas, e cabe a cada um percorrer um quarto do percurso com um bastão e entregá-lo ao parceiro que se encontra ao final de seu trajeto”. f) Maratona: “É uma espécie de corrida de longa distância. É realizada em meios públicos, geralmente estradas. Seu percurso tem, em média, 42 quilômetros”. No Brasil a regularização das regras e das modalidades é exercido pela Confederação Brasileira de Atletismo – CBAt. 2.2 PARATLETA É considerado como paratleta qualquer praticante de atividade física que possui alguma deficiência. Já o nome paratleta vem da principal competição esportiva, os Jogos Paraolímpicos. Porém vale ressaltar que nesses jogos, só podem participar pessoas com as deficiências física, visual e intelectual. Segundo Craide (2016) “Os surdos não participam dos Jogos Paraolímpicos e têm uma competição específica, que é a Surdolimpíada (Deaflympics)”.

2.2.1 Corrida para Deficientes Visuais Como já abordado, a praticidade para se iniciar na corrida é muito grande, isso porque conforme Cruz (2021) confirma “com um tênis e uma roupa confortável já é possível arriscar os primeiros passos”. Trazendo para o mundo dos deficientes visuais, isso se torna um pouco complicado, pois além de uma segunda pessoa que servirá como guia, vai precisar também vencer o psicológico. Segundo Parnof apud Barczinski (2001, Online): Algumas reações psicológicas que ocorrem devido à perda da visão refletem a negação da limitação, insegurança a respeito de si mesmo, desconfiança em relação a outras pessoas e suas intenções, ressentimento pela sensação de não ser querido e aceito pelo mundo. Contudo, conseguindo incorporar a corrida no seu dia-a-dia, as vantagens física e mental que ela traz são gigantes. Segundo Pimenta (2020) “A corrida é uma forma de cuidar da mente e do corpo”. Por meio de citações da mesma página, podemos visualizar melhor os vários benefícios dentro deste esporte:

  1. Alivia o estresse
  2. Melhora a concentração
  3. Promove a circulação do sangue
  4. Acalma a mente
  5. Melhora a atividade cerebral
  6. Desperta a criatividade e a produtividade
  7. Afasta o cansaço
  8. Reduz os sintomas da ansiedade
  9. Aumenta a autoconfiança
  10. Melhora o humor Tendo em vista todos esses benefícios listados, vemos o quanto é importante praticar esse esporte e incentivar as pessoas à prática do mesmo. Porém analisando todas as barreiras e olhando principalmente para o lado psicológico dos deficientes visuais conforme citado por Parnof apud Barczinski (2001), vemos o quanto a prática ajudaria a quebrar fatores físicos e mentais.

Nos jogos paraolímpicos por exemplo, segundo a página Atleta na Escola (2020) “todas as modalidades paraolímpicas existe a classificação funcional, a qual tem por objetivo deixar a competição mais justa, em igualdade de condições frente aos diversos tipos e graus de deficiências”. Segundo a mesma página “para cada modalidade existe uma classificação específica e a denominação é feita por uma ou duas letras seguidas por um número”, como por exemplo os deficientes visuais nas provas de pista (T), que são classificados como T11, T12 E T13, onde: a) T11: Deficiente visual total, correm obrigatoriamente vendados e com guia. b) T12: Possui baixa visão, correm obrigatoriamente sem venda e podem optar por escolher atleta-guia. c) T13: Possui baixa visão, porem correm obrigatoriamente sem venda e sem atleta-guia. (Atleta na Escola, 2020) Para aqueles que necessitam de guias, eles são acompanhados em todo trajeto da prova, e são orientados pelo guia sobre os obstáculos, direção e etc. 2.2.2.1 Como funciona? De acordo com Carvalho et al (2004), quando o deficiente visual é lançado no esporte, ele pode estar acompanhado de um guia, que irá orientá-lo. “O guia poderá correr ao lado do aluno e ligado a este por uma corda entre as mãos, ou mão e braço ou ainda segurando na camisa do corredor cego" Carvalho et al (2004). O principal objetivo do atleta-guia é orientá- lo. Tendo isso em vista, parece uma atividade fácil, porém os guias precisam ter o mesmo condicionamento físico do paratleta para conseguir acompanhá-lo. Precisa também ser os olhos de quem não vê, passando as coordenadas necessárias, além disso, de acordo com Santos apud Chacon (2019): “Precisa o tempo todo se colocar no lugar do atleta, precisa ter essa empatia, tentar ganhar a confiança dos paratletas para que eles possam se desenvolver e conseguir alcançar o melhor deles. A nossa função é essencial”. Segundo Contó e Sánchez (2016), as guias que unem o paratleta com o atleta-guia precisam seguir algumas regras, como por exemplo: “não serem elásticas e não medirem mais

de um metro”. Além disso, segundo a mesma página, o “guia e atleta, devem sempre correr juntos e os guias não podem impulsionar e empurrar seu atleta” Contó e Sánchez (2016). Ainda sobre paratleta, a página do Comitê Brasileiro Paralímpico (2020) confirma que nas provas mais longas, como no caso da maratona em que o paratleta precisa percorrer 42 quilômetros, cada deficiente visual, das classes T11 e T12, podem levar até dois atletas-guias. 2.2.3 Desenvolvimento de Software Como o principal objetivo é a criação da documentação que sirva como base para a criação de um software que faça a ligação do atleta-guia com o paratleta, foi compreendido que é necessário entender a definição do conceito de desenvolvimento de software e suas etapas. Para melhor compreensão do termo, a página Fluxo Consultoria (2020) traz a definição de software: “software é um conjunto de componentes lógicos de um computador ou sistema de processamento de dados, que visa executar uma atividade”. Já entendido a definição, aprofunda-se analisando o que é necessário para a criação de um novo software. Segundo a mesma página, para a criação de um software, “é necessário um processo de desenvolvimento de software”. Segundo Pinto (2007) “Um processo de desenvolvimento de software pode ser visto como um conjunto de atividades organizadas, usadas para definir, desenvolver, testar e manter um software.” Essas atividades que Pinto se refere são descritas como: Levantamento de requisitos; Análise de Requisitos; Projeto; Implementação; Testes e Implantação. A seguir évisto individualmente o que cada representa. 2.2.3.1 Levantamento dos Requisitos De acordo com Pinto (2007), o levantamento de requisitos “tem como objetivo, compreender o problema, dando aos desenvolvedores e usuários, a mesma visão do que deve ser construído para resolução do problema”. Souza (2018), complementa falando que “é a