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Efeitos da ETCC no sistema respiratório, Provas de Ciências da Saúde

Um estudo sobre os efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua (etcc) sobre o sistema respiratório. O estudo selecionou 20 voluntários saudáveis e os dividiu em dois grupos: um de estimulação real e outro de placebo. A etcc foi aplicada na região pré-frontal dorsolateral esquerda e os parâmetros de consumo de oxigênio, produção de gás carbônico e pressão arterial foram avaliados durante todo o período de estimulação. O objetivo era obter resultados a cada incursão respiratória e realizar uma avaliação mais completa de quaisquer alterações na função respiratória dos sujeitos submetidos à estimulação transcraniana por corrente contínua.

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Pamela87
Pamela87 🇧🇷

4.5

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Universidade de Brasília
Faculdade de Ciências da Saúde
Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde
Keite Oliveira de Lima
Avaliação dos Efeitos Agudos da Estimulação Transcraniana por
Corrente Direta em Indivíduos Sadios: um Estudo Randomizado,
single-blind, Placebo- controlado.
Brasília, 2013
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Universidade de Brasília Faculdade de Ciências da Saúde Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde Keite Oliveira de Lima Avaliação dos Efeitos Agudos da Estimulação Transcraniana por Corrente Direta em Indivíduos Sadios: um Estudo Randomizado, single-blind , Placebo- controlado. Brasília, 2013

Universidade de Brasília Faculdade de Ciências da Saúde Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde Keite Oliveira de Lima Avaliação dos Efeitos Agudos da Estimulação Transcraniana por Corrente Direta em Indivíduos Sadios: um Estudo Randomizado, single-blind , Placebo- controlado. Dissertação submetida ao programa de Pós Graduação da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB-Unversidade de Brasília visando à obtenção do Grau de Mestre. Orientador : Prof. Dr. Joaquim Pereira Brasil Neto Co Orientador: Profa. Dra. Keila Fontana BRASÍLIA 2013

DEDICATÓRIA

Ao meu esposo Ronney Jorge de Sousa Raimundo por ter permanecido ao meu lado, me incentivando a percorrer este caminho compartilhando angústias, dúvidas e sempre estendendo sua mão amiga em momentos difíceis. .

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida e a possibilidade de empreender esse caminho evolutivo, por propiciar tantas oportunidades de estudos e por colocar em meu caminho pessoas amigas e preciosas. Aos meus familiares em especial aos meus pais Iris Anália e Rubens Tavares, pelo carinho e apoio. A minha AMIGA Priscilla França pessoa especial que soube dividir comigo momentos de aprendizado , alegria , tristeza , e que juntas nos ajudamos mutuamente sempre. Ao MEU ORIENTADOR, um agradecimento carinhoso por todos os momentos de paciência, compreensão e competência. A TODOS OS PARTICIPANTES desse estudo, profissionais e pacientes pela disposição em ajudar no que deles dependesse para a conclusão da pesquisa. A Profª. Drª. Keila Fontana, pelos momentos partilhados, e a todos os professores que fizeram parte desse caminhar. Enfim, a todos aqueles que de uma maneira ou de outra contribuíram para que este percurso pudesse ser concluído.

SAOS- Síndrome da apneia obstrutiva do sono SNA- Sistema nervoso autônomo SNS- Sistema nervoso simpático SNC- Sistema nervoso central TDCS- Transcranial Direct Current Stimulation VO2- Consumo de oxigênio VO2 max- Consumo máximo de oxigênio VCO2- Volume de dióxido de carbono produzido

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE GRÁFICOS

Graf – 1 Variação da pressão arterial Pág. Graf – 2 Variação do consumo de oxigênio Pág. Graf – 3 Variação da Vco2 Pág.

SUMÁRIO

  • Fig. 1 - Tremelga ou raia elétrica(Torpedo Torpedo) Pág-
  • Fig. 2 - Michael Faraday em 1831 Pág -
  • Fig. 3 - Estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) Pág - - utilização em situações clinicas Pág - Fig. 4 - Montagem de eletrodo no padrão céfalo-cefálico e a sua
  • Fig. 5 - Sistema respiratório Pág -
  • Fig. 6 - Quimioreceptores carotídeos Pág -
  • Fig. 7 - Centro pneumotáxico Pág –
    • Fig. 8 – Métodos Pág –
  • 1 - Introdução.........................................................................................................Pág-
  • 2 - Neuromodulação Não-invasiva: Técnicas Atuais.............................................Pág- - 2.1-A estimulação elétrica transcraniana como fonte terapêutica.................Pág- - 2.2- Resultados da Estimulação Transcraniana cortical não invasiva..........Pág- - 2.3-Anatomia do Sistema Respiratório.........................................................Pág- - 2.4-Regulação da Ventilação........................................................................Pág- - 2.4.1- Quimioreceptores...........................................................................Pág- - 2.4.2- Receptores de Irritação..................................................................Pág- - 2.4.3 – Receptores do Nariz e vias aéreas superiores............................Pág- - 2.5-Sistema controlador da ventilação..........................................................Pág- - 2.5.1- Grupo respiratório bulbar...............................................................Pág- - 2.5.2- Grupo respiratório pontino.............................................................Pág- - 2.6- Controle Voluntário da Ventilação..........................................................Pág- - 2.7- Estresse e sua resposta simpática.........................................................Pág- - 2.8- Ansiedade e sua resposta simpática......................................................Pág- - 3.0-Espirometria............................................................................................Pág- - 4.0-Controle da Pressão Arterial...................................................................Pág-
    • 3 - Hipótese Experimental e Objetivo...................................................................Pág-
      • 3.2-Objetivo...................................................................................................Pág-
    • 4 - Métodos...........................................................................................................Pág-
    • 5 - Resultados.......................................................................................................Pág-
    • 6 - Discussão........................................................................................................Pág-
    • 7 - Conclusão........................................................................................................Pág-
    • 8 - Referências.....................................................................................................Pág-
    • 9 - Anexos.............................................................................................................Pág-

ABSTRACT

Introduction - The modulation of cortical excitability by transcranial direct current stimulation (tDCS), acting through cortico-subcortical connections, has the potential to produce side effects on the autonomic nervous system. Objective - Our research aimed at evaluating possible acute effects o tDCS on blood pressure, respiratory rate and VO2 and CO2 values in normal volunteers. Methodology - We selected 20 healthy volunteers, who were divided into two groups: sham stimulation (placebo) and real stimulation; both underwent tDCS of the left dorsolateral prefrontal region and were evaluated at baseline (“rest”), during stimulation and after it (“recovery”). A gas analyzer spirometer (K4b2) was used. Results - No significant changes on respiratory gases and respiratory rate were detected that could be attributable to the tDCS procedure.In systolic blood pressure when the results related to factor group was (F1, 28 = 0.342, p = 0.566), diastolic blood pressure were not found significant effects of the factors (F <2.161, p> 0.145), respiratory frequency (F <2.334, p> 0.130) in the outcome variable VO2 factor group (F1, 28 = 0.125, p = 0.022), as in the case of variable the result of VCO2 factor group was (F1, 28 = 0.675, p = 0.422). Conclusion - TDCS, when applied as described in this research, is a safe non-invasive form of neuromodulation devoid of significant autonomic side effects. Descriptors : Electrical stimulation - blood pressure - oxygen consumption - Respiratory Rate

INTRODUÇÃO

A estimulação cerebral transcraniana por corrente contínua (ETCC) é uma técnica desenvolvida há muitas décadas e que recentemente re-emergiu como uma ferramenta promissora para modular a atividade cerebral de forma não invasiva, com repercussões nos domínios sensório-motor e das funções cognitivas, podendo assim, ser um potencial recurso para o tratamento de várias alterações neurológicas e de transtornos psiquiátricos (1). Os princípios de utilização da ETCC baseiam-se no efeito que seus eletrodos causam na excitabilidade neural. Sendo uma corrente polarizada, a ETCC pode alterar a excitabilidade neural dependendo do eletrodo utilizado, sendo comprovado que a estimulação anódica (eletrodo positivo) provoca aumento da excitabilidade no córtex cerebral subjacente, enquanto a estimulação catódica (eletrodo negativo) provoca diminuição da excitabilidade (7). Algumas das mudanças da excitabilidade cortical provocadas pela ETCC provocam efeitos terapêuticos agudos e crônicos, sendo que nos quadros de dor os efeitos agudos podem ser melhor observados. ( 4 - 5 ). Esta possibilidade de manipulação dos efeitos mediante modificações das montagens de eletrodos tem ajudado no desenvolvimento de novos tratamentos com a ETCC, diversificando sua utilização. Os estudos sobre a segurança do método têm focalizado mais os efeitos sobre o córtex e a própria pele do escalpo, havendo raras investigações quanto aos possíveis efeitos sistêmicos. Alguns estudos buscaram evidências de prováveis alterações no sistema nervoso autônomo, o que poderia levar, inclusive, a possíveis aplicações terapêuticas futuras, como no tratamento da hipertensão arterial essencial e em outras patologias que cursam com disfunções autonômicas(2-8). Tais estudos, entretanto, são poucos e não contemplam todas as variáveis autonômicas e métodos de ETCC utilizados (2-10). A maior preocupação nos estudos de ETCC tem sido avaliar possíveis efeitos agudos e crônicos durante os tratamentos conduzidos. Apesar de esse tratamento proporcionar uma corrente de fraca intensidade, há evidências de que, quando aplicada por tempo prolongado, a ETCC ocasiona alterações sinápticas que resultam em mudança transitória da rede neural apresentando, por isso mesmo, efeitos terapêuticos ( 11 - 15). A segurança desta técnica também tem sido observada em outros pontos. A possibilidade da utilização da ETCC causar lesão cerebral pela

ventilatória às mudanças de concentração do oxigênio e gás carbônico arterial, exercendo um papel essencial no controle da ventilação alveolar, garantindo que as taxas de troca gasosa nos pulmões possam suprir a demanda de oxigênio no organismo(14, 15). Apesar das evidências do estudo de Vandermeerem e colaboradores(6) , e dos resultados obtidos por Raimundo e colaboradores (8), alguns autores ainda postulam a possibilidade de efeitos da ETCC sobre as funções autonômicas, efeitos esses que poderiam ser inclusive benéficos (6). Essa possibilidade, aliada à escassez de estudos nessa área, principalmente com a montagem “céfalo-cefálica”, que é a mais utilizada nos ensaios clínicos de ETCC, torna necessário um maior aprofundamento das pesquisas sobre os possíveis efeitos autonômicos agudos da ETCC, buscando dados mais completos que possam embasar mais ainda a utilização da ETCC como recurso seguro para aplicação terapêutica. Desta forma, nos propusemos a estudar mais detalhadamente os possíveis efeitos de uma montagem céfalo-cefálica direcionada à região pré-frontal dorsolateral esquerda sobre os padrões respiratórios durante todo o período de estimulação, de forma a obter resultados a cada incursão respiratória , incluindo a avaliação de parâmetros como o consumo de oxigênio e a produção de gás carbônico, buscando assim uma avaliação mais completa de qualquer alteração da função respiratória dos sujeitos submetidos à estimulação transcraniana por corrente contínua(6,16-20).

17 [Digite texto] 2 - Neuromodulação Não-invasiva: Técnicas Atuais. 2.1-A estimulação elétrica transcraniana como fonte terapêutica O uso da estimulação cerebral não-invasiva na neuropsiquiatria moderna iniciou-se em princípios do século passado, com a eletroconvulsoterapia (ECT), que foi, nas décadas de 1940 - 1950, a principal intervenção terapêutica em várias doenças mentais. Atualmente, a ECT segue sendo um valioso recurso em casos de depressão severa, principalmente quando há risco de suicídio. Contudo, a introdução dos psicofármacos na segunda metade do século XX fez com que a ECT tivesse suas indicações mais claramente estabelecidas e que o interesse no uso de outras formas de terapias “físicas” ou “biológicas” em neuropsiquiatria diminuísse. (8, 21, 22) O uso terapêutico da eletricidade não se restringe aos tempos atuais, já que existem registros antigos da utilização terapêutica da eletricidade como os de Scribonius Largus, médico de Claudius na Roma Antiga (43-48 d.C.), que descreveu a aplicação de descargas elétricas com fonte em peixes torpedos para o tratamento de dores de cabeça (figura 1). (21, 22) FIGURA 1 – Tremelga ou raia elétrica(Torpedo Torpedo): Pode produzir descargas eléctricas que chegam a atingir os 220 Volts, Fonte.www.google/imagens Entre 1845 e 1850, outros eletrofisiologistas, como o italiano Carlo Mateucci (1811-1868), e o alemão Emil Heinrich du Bois-Reymond (1818-1896), desenvolveram técnicas sofisticadas de estimulação única ou repetitiva com pulsos curtos de duração e intensidade controladas, por meio de comutadores eletromagnéticos e indutores, substituindo finalmente a corrente galvânica e os

19 [Digite texto] FIGURA 2 : Michael Faraday demonstrou, em 1831, a indução de um campo magnético gerado em virtude da passagem de uma corrente elétrica por um condutor .Fonte.www.google/imagens Até o início do século XX, os trabalhos de estimulação elétrica cerebral, tanto em seres humanos quanto em animais, tinham se restringido a explorar a superfície externa do cérebro, ou seja, o córtex cerebral. Era a parte mais acessível, e a que podia ser visualizada. O desenvolvimento do método estereotáxico por Horsley e Clarke, entretanto, abria pela primeira vez a possibilidade de explorar experimentalmente a maior parte da massa cerebral, que é subcortical, ou seja, profunda. Nas décadas subsequentes aos trabalhos destes pioneiros, a estimulação elétrica cerebral tornou-se uma ferramenta de grande precisão e versatilidade, tanto na área experimental quanto clínica, demonstrando que era uma tecnologia adequada para se fazer mapeamentos funcional-estrutural precisos do sistema nervoso (23). Os estudos de estimulação elétrica cerebral ficaram, por muito tempo, restritos às técnicas invasivas, intraoperatórias. Tal situação mudou nas últimas décadas: tanto no campo da Psiquiatria quanto da Neurologia o uso de medicamentos atingiu um platô, tanto em termos de eficácia quanto de efeitos colaterais. Neste contexto, o uso de terapias de estimulação cerebral não-invasiva se renovou, já que tais procedimentos estão associados a

20 [Digite texto] poucos (ou nenhum) efeitos colaterais e é possível direcionar a intervenção sobre a área do cérebro que estaria hipo- ou hiper-funcionante, o que pode ser determinado com as modernas técnicas de neuroimagem. O avanço da estimulação cerebral não- invasiva, portanto, veio no esteio dos avanços da neurociência e da neuroimagem, com um entendimento maior dos mecanismos fisiopatológicos dos transtornos neuropsiquiátricos(24). FIGURA 3: Estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC ). Foto do autor