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Este documento discute o processo de alfabetização na antiguidade, enfatizando a importância do princípio acrofônico e o desenvolvimento do alfabeto. Ele aborda a importância da consciência fonológica e a relação entre a fala e a escrita, além de sugerir atividades para diferentes níveis de aprendizagem.
O que você vai aprender
Tipologia: Exercícios
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Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Orientação Pedagógica e Educacional. Por: Luciane Pereira dos Santos
Dedico este trabalho a todos os professores alfabetizadores. Para que se tornem profissionais reflexivo de sua prática.
O presente estudo tem como finalidade apresentar os avanços teórico- metodológicos na área da alfabetização. Assim com a alfabetização e o letramento são processos que caminham juntos, este trabalho, em específico, buscou um novo olhar na aquisição da língua escrita, baseado no alfabetizar letrando. Antecedendo a toda discussão teórica, foi traçado um histórico sobre alfabetização. O estudo das teorias de Cagliari ( 1998 ), Colello ( 2004 ), Peixoto ( 2004 ), Soares ( 2000 ) e Ferreiro ( 1991 ) entre outros, possibilitou um conhecimento teórico que serviu como alicerce para a fundação de conceitos que envolvem o alfabetizar. Na prática, foi realizado um estudo de caso, que buscou analisar as hipóteses de escrita de um aluno, durante o 1º Ano de Escolaridade e a observação diária da rotina nesta classe. Por fim, foram traçadas atividades específicas para cada hipótese de escrita, com o objetivo de auxiliar o fazer pedagógico do professor-letrador. O estudo deste novo paradigma teórico, o alfabetizar letrando, contribuirá para um repensar do educador atuante nas classes de alfabetização, onde o mesmo reflitirá sobre sua prática pedagógica, podendo repensá-la.
CAPÍTULO l UM POUCO DE HISTÓRIA.
CAPÍTULO ll ALFABETIZAR LETRANDO.
CAPÍTULO lll ANÁLISE DA ESCRITA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.
CAPÍTULO IV GARANTINDO O SUCESSO DE TODOS OS ALUNOS – PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE
FOLHA DE AVALIAÇÃO
O presente estudo tem como enfoque principal a Alfabetização que, como propõem Freire e Macedo (1990), é “a relação do educando e o mundo, mediada pela prática transformadora deste mundo“ e o Letramento que segundo Soares (2000) “ é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive “.
Assim como a alfabetização e o letramento são processos que caminham juntos, este trabalho, em específico, busca repensar a aquisição da língua escrita, baseando no alfabetizar letrando.
Visto que a sociedade grafocêntrica, não basta ao indivíduo ser simplesmente alfabetizado, ou seja, aprender meramente a decodificar. Faz-se necessário que o mesmo seja também letrado para que possa exercer as práticas sociais de leitura e escrita nesta sociedade.
Durante muito tempo, pensava-se que ser alfabetizado era conhecer o código lingüístico, ou seja, conhecer as letras do alfabeto. Atualmente, sabe-se que embora seja necessário, o conhecimento das letras não é suficiente para ser competente no uso da língua escrita. A língua não é um mero código de comunicação. A língua é um fenômeno social, estruturado de forma dinâmica e coletiva e, portanto a escrita também deve ser vista do ponto vista cultural e social.
Surge então, a necessidade de as escolas repensarem o seu papel social. Não apenas alfabetizar. Não apenas fazer com que o indivíduo
Quem inventou a escrita ao mesmo tempo as regras de alfabetização, ou seja, as regras, que permitem ao leitor decifrar o que está escrito, entender como o sistema de escrita funciona e saber como usá-lo apropriadamente. A alfabetização é, pois, tão antiga quanto os sistemas de escrita. De certo modo é a atividade escolar mais antiga da humanidade. Cagliari (1998,p.12) :
Fatos historicamente comprovados nos relatam que a escrita surgiu do sistema de contagem feito com marcas em cajados ou ossos que provavelmente eram usados para contar o gado, na época em que o homem já domesticava os animais e possuía rebanhos. Essas marcas eram utilizadas, também, para trocas e vendas, representando a quantidade ou produtos negociados. Além dos números, era preciso inventar símbolos para os produtos e os nomes dos proprietários.
Segundo Cagliari (1998,p.14) naquela época de escrita primitiva, ser alfabetizado significava ler o que aqueles símbolos significavam e ser capaz de escrevê-los, repetindo um modelo mais ou menos padronizado, mesmo porque o que se escrevia era apenas um tipo de documento ou texto.
A ampliação do sistema de escrita fez com que as pessoas abandonassem os símbolos para representar coisas e passassem a utilizar,
cada vez mais, os símbolos que representassem sons da fala como, por exemplo, as sílabas. Como, em média, há cerca de 60 tipos de sílabas diferentes por língua, tornou-se muito conveniente a difusão da escrita na sociedade, pois o sistema de símbolos necessário para representar as palavras através de sílabas ficou muito reduzido e fácil de ser memorizado.
hierógrifo escolhido foi o que representava a cabeça de um boi. Dessa maneira, a figura da cabeça do boi passou a representar o som inicial da palavra “alef”, que era oclusiva global. E assim, com as demais palavras e suas respectivas consoantes.
Sendo assim, cada palavra da lista passou a ser o nome da letra que representava a consoante inicial. Além disso, esse nome passou a chave para se saber que som a letra representava; “alef“ representava a oclusiva global, por exemplo. A escolha de uma lista de palavras como essa constitui o que se chama de princípio acrofônico, ou seja, o som inicial de cada letra é o som que ela representa: o desenho da cabeça de boi representa o som da oclusiva global porque o nome dessa letra é alef.
O princípio acrofônico permitiu uma grande simplificação no número de letras e trouxe a forma óbvia de como se devia proceder para ler e escrever. Uma vez identificada a letra pelo nome, já se tinha um som para ela. Juntando os sons das letras em sequência, tinha-se a pronúncia de uma dada palavra o que , feitos os devidos ajustes, dava o resultado final da sua pronúncia.
Para se alfabetizar nesse sistema de escrita, bastava a pessoa decorar a lista dos nomes das letras, observar a ocorrência de consoantes nas palavras e transcrever esses sons consonantais usando o princípio acrofônico. Para escrever David, por exemplo, bastava identificar as consoantes DVD, procurar na lista de letras, aquelas que começavam com sons D e V e escrevê-las.
Já os gregos, apesar de manterem o princípio acrofônico, se diferenciavam dos semitas, pois, em grego, o conjunto de consoantes era diferente, e eram usadas, as vogais. Assim, como vimos anteriormente, a letra egípcia que representava pictograficamente, a cabeça de um boi foi usado pelos semitas para representar uma consoante oclusiva global, e a letra recebeu o nome da palavra que significava boi, ou seja, “alef”. Como em grego não houvesse consoante oclusiva global, a letra “alef” passou a representar a vogal A, agora denominada Alfa.
Apesar de manter o princípio acrofônico, os gregos adaptaram os nomes das letras semitas para a sua língua. Para eles, a alfabetização acontecia de maneira semelhante à dos semitas, com uma única diferença de que os gregos tinham de detectar na fala, não apenas as consoantes, mas também, as vogais para escreverem alfabeticamente.
Quando os gregos passaram a usar o alfabeto, aprender a ler e a escrever tornou-se tarefa de grande alcance popular. De fato, pode-se mesmo dizer que na Grécia antiga havia as escolas do alfabeto.
Os romanos assimilaram tudo o que puderam da cultura grega, inclusive o alfabeto. Práticos como sempre, acharam interesse o princípio acrofônico do alfabeto grego, mas perceberam que as letras não precisavam ter nomes especiais: era mais simples ter como nome das letras o próprio som dela. Dessa forma, mantinha-se o princípio acrofônico e ficava mais fácil ainda usar o alfabeto e se alfabetizar, Foi assim que Alfa, Beta, Gama, Delta... se transformaram em : A, Bê, Ce,Dê e etc.
Os semitas, os gregos e os romanos nos deixaram alguns “alfabetos”: tabuinhas ou pequenas pedras ou chapas de metal onde se encontravam todas as letras em ordem tradicional dos alfabetos. Na verdade, serviam de guia para as pessoas aprenderem a ler , ou mesmo quando fossem escrever. Tais documentos foram, por assim dizer, as mais antigas “cartilhas” da humanidade: uma cartilha que continha apenas o inventário das letras do alfabeto.
A alfabetização, na Idade Média. Em geral ocorria menos nas escolas do que na vida privada das pessoas: quem sabia ler ensinava quem não sabia, mostrava o valor fonético das letras do alfabeto em determinada língua, a forma ortográfica das palavras e a interpretação da forma gráfica das letras e suas variações. Aprender a ler não era uma atividade escolar, como na Suméria ou mesmo na Grécia antiga. Nessa época, como as crianças já não iam mais à escola, as que podiam ser educadas em casa pelos pais, por alguém da família ou até mesmo por um preceptor contratado para essa tarefa. Isso se estende desde a época clássica latina até o século XVI.
deixou de ser coletiva para se tornar cada vez mais individual. Por isso, a preocupação com a alfabetização passou a ter uma importância muito grande. A primeira conseqüência disso foi o aparecimento das primeiras “cartilhas”. Nessa época, surgem as primeiras gramáticas das línguas neolatinas, fato esse que motivou gramáticos a se dedicarem também a alfabetização: era preciso estabelecer uma ortografia e ensinar o povo a escrever nas línguas vernáculas, deixando de lado, cada vez mais , o latim.
A seguir, apresentarei uma breve relação das primeiras obras de alfabetização que surgiram na Europa entre os séculos XV e XVIII.
Jan Hus (1.374-1.415) propôs uma ortografia padrão para a língua theca e, juntamente com este trabalho, apresentou o ABC de Hus: um conjunto de frases de cunho religioso, cada qual iniciada com uma letra diferente, na ordem do alfabeto. Essa obra era voltada para a alfabetização do povo.
Em 1.527, Valentin Ickelsamer incluiu em uma obra semelhante, listas de sílabas simples. Esse tipo de obra permanece com esquemas semelhantes até o século XVIII, apareceram a s primeiras gravuras das letras iniciais, por exemplo, a letra S, Com o desenho de uma cobra, a letra A com a figura de uma escada aberta etc.
O educador tcheco Jan Amos Komensky, mais conhecido como Comênius ( 1.592- 1.670), fez sua obra Orbis sensualis pictus (“O mundo invisível em gravuras”) publicada em 1.658, um livro de alfabetização em que as lições vinham acompanhadas de gravuras para ajudar a motivar as crianças para os estudos.
São João Batista de La Salle escreveu, em 1.702, um regulamento para as escolas que fundara, chamado “Conduite dês écoles chretiennes “ ( Conduta das escolas Cristãs) publicado em 1.720. Através dessa obra, pode-se ter uma idéia bem detalhada de como eram as aulas naquela época, inclusive a de alfabetização. O ensino era dividido em três partes, uma destinada aos alunos principiantes, outra aos médios, e a terceira, aos avançados. A primeira lição era a tábua do alfabeto, a segunda, a tábua das sílabas, a terceira, o silabário,
a quarta, o segundo livro para aprender a silabar e soletrar , a quinta (ainda no segundo livro) cuidava das leituras para quem já sabia silabar perfeitamente. No terceiro livro, os alunos aprendiam a ler com pausas e entonação.
Para ensinar ortografia, o professor mandava os alunos copiarem cartas- modelos e documentos comerciais para aprenderem, ao mesmo tempo, coisas úteis para a vida. Nesse modelo de ensino aparece uma distinção clara entre ler e escrever. A leitura era dirigida para as coisas religiosas, a escrita para o trabalho em sociedade. Esse modelo de escola partiu da França e teve grande repercussão nas escolas dirigidas por religiosos em outros países.
Após a Revolução Francesa, surgiu o Ensino Mútuo que se espalhou, sobretudo, entre povos anglo-germânicos. O pedagogo alemão José Hamel, em sua obra Ensino Mútuo, descreve o método de alfabetização em aulas de 15 minutos, exercícios fáceis e em coro ao redor das lousas colocadas nas paredes da sala. O ensino é nitidamente coletivo, sendo dado para classes e não mais com atenção individual.
O ensino realizado com muitos alunos em uma classe acabou criando um tipo de escola para a s crianças: as escolas infantis, jardins de infância ou escolas maternais, iniciadas por Robert Oueen (1.771 - 1.858) em 1.816, destinadas aos filhos dos operários de sua fábrica têxtil de New Lanark, na Escócia. Essas escolas logo se espalharam e passaram a cuidar da alfabetização das crianças. O pedagogo alemão Friedrick Froebel (1.782 – 1.852) fundou o primeiro jardim de infância (Kinder Garden) em 1837.
A Revolução Francesa trouxe grandes novidades para a escola. Uma delas foi a responsabilidade com a educação das crianças, introduzindo a alfabetização como matéria escolar. Alfabetização popular, nesta época, significava a educação dos ricos que não tinham ligação com a nobreza, ou seja, membros da burguesia
Diante dessa realidade, as antigas cartilhas sofreram uma modificação notável. Com a escolarização, o processo educativo da alfabetização tinha de acompanhar o calendário escolar. Como as cartilhas fossem simples
escrever interpretando nas “taboas” as sílabas da fala com a correspondente forma da escrita.
A cartilha do ABC, que há poucos anos se podia comprar em alguns supermercados ou em certas lojas de estação de trem e rodoviárias, segue o mesmo esquema da cartilha de João de Barros. Muitas pessoas que não puderam ir à escola, ou que saíram dela porque foram consideradas “burras” demais para aprender, aprenderam a ler através de livrinhos como esse.
Outra cartilha famosa foi a de Antonio Feliciano de Castilho, chamada Método portuguez para o ensino de ler e escrever, publicada em 1.850. Essa obra tinha como uma de suas características mais importantes o emprego dos chamados “alfabetos picturais ou icônicos”, já usados na Grécia antiga.
Castilho apresentava, também, textos narrativos para ensinar o uso das letras, fazendo uma lição para cada uma delas e para os dígrafos.
Além do método de Castilho, outra cartilha portuguesa que ficou muito famosa no Brasil foi a de João de Deus (1.830 – 1.896) chamada Cartilha maternal ou Arte de leitura.
A cartilha de João de Deus apresentava uma forte tendência para o privilégio da escrita sobre a leitura, embora, no título da obra, haja um destaque à leitura.
No Brasil, depois da grande influência da cartilha maternal (1.870) de João de Deus, apareceram inúmeras outras.
O mais antigo, o método sintético partia do alfabeto para a soletração e silabação, seguindo uma ordem hierárquica crescente de dificuldades desde a letra até o texto. Este método foi utilizado até o aparecimento da cartilha maternal.
O método analítico inicia-se com a cartilha maternal e vai assumir importância maior na década de 30, quando a psicologia passa a fazer testes de maturidade psicológica e a condicionar o processo a resultados obtidos nesses estudos. Exemplos típicos desse caso é a Cartilha do povo (1.928) e o famoso teste ABC (1.934) ambos de Lourenço Filho.
Com o passar do tempo, apareceram cartilhas que seguiam o método misto, ou seja, misturavam estratégias dos métodos sintético e analítico. Um bom exemplo é a cartilha Caminho Suave (1.948), de Branca Alves de Lima, que trazia o período preparatório.
Até a década de 50, as cartilhas escolares ainda davam ênfase à leitura. Achavam importante ensinar o abecedário. A leitura era feita através de exercícios de decifração e de identificação de palavras, por meio dos quais os alunos aprendiam as relações entre letras e sons seguindo a ortografia da época.
Na década de 50, alfabetizada era a pessoa, que segundo a Unesco, fosse capaz de ler e escrever, mesmo que somente frases simples.
Imaginava-se que, para ler, era preciso primeiro aprender o sistema de escrita, sem levar em conta o conhecimento da criança, tratando-a como um vazio a ser preenchido. O educando não era usuário da escrita, na vida cotidiana, não conseguia extrair sentido das palavras nem colocar idéias no papel por meio do sistema de escrita.
Naquela época, também, a escola começou a se dedicar à alfabetização dos alunos pobres, carentes de recursos materiais e culturais, que pregavam dialetos diferentes da fala culta. A ênfase passou a ser dada a produção escrita pelo aluno e não mais a leitura. O importante, agora, era aprender a escrever palavras. A atividade escolar deixou de privilegiar a aprendizagem e passou a cuidar quase que exclusivamente do ensino, aquilo que o professor deveria fazer em sala de aula. Em lugar do alfabeto, apareceram as palavras-chave, as sílabas geradoras e os textos elaborados apenas com as palavras estudadas em uma ordem crescente de dificuldade. Completadas todas as letras, o aluno