






Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Denise Tolfo Silveira e Fernanda Peixoto Córdova. INTRODUÇÃO. A pesquisa é a atividade nuclear da Ciência. Ela possibilita uma aproximação.
Tipologia: Notas de estudo
1 / 12
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
......^31
Denise Tolfo Silveira e Fernanda Peixoto Córdova
A pesquisa é a atividade nuclear da Ciência. Ela possibilita uma aproximação e um entendimento da realidade a investigar. A pesquisa é um processo permanen- temente inacabado. Processa-se por meio de aproximações sucessivas da realidade, fornecendo-nos subsídios para uma intervenção no real. A pesquisa científica é o resultado de um inquérito ou exame minucioso, rea- lizado com o objetivo de resolver um problema, recorrendo a procedimentos cientí- ficos. Lehfeld (1991) refere-se à pesquisa como sendo a inquisição, o procedimento sistemático e intensivo, que tem por objetivo descobrir e interpretar os fatos que estão inseridos em uma determinada realidade.
Os objetivos desta Unidade são: (1) identificar os diferentes tipos de pesquisa quanto à sua abordagem, sua natureza, seus objetivos e seus procedimentos; (2) selecionar a modalidade de pesquisa adequada ao objeto de pesquisa.
2.1.1 Quanto à abordagem
2.1.1.1 PESQUISA QUALITATIVA
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma or- ganização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. As- sim, os pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da
......^32
vida social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa (GOLDENBERG, 1997, p. 34). Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o por- quê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação) e se valem de diferentes abordagens. Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O conhecimento do pesquisador é parcial e limitado. O objetivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações (DESLAURIERS, 1991, p. 58). A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâ- mica das relações sociais. Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que cor- responde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Aplicada inicialmente em estudos de Antropologia e Sociologia, como contraponto à pesquisa quantitativa dominante, tem alargado seu campo de atuação a áreas como a Psicologia e a Educa- ção. A pesquisa qualitativa é criticada por seu empirismo, pela subjetividade e pelo envolvimento emocional do pesquisador (MINAYO, 2001, p. 14). As características da pesquisa qualitativa são: objetivação do fenômeno; hie- rarquização das ações de descrever, compreender, explicar , precisão das relações entre o global e o local em determinado fenômeno; observância das diferenças entre o mundo social e o mundo natural; respeito ao caráter interativo entre os objetivos buscados pelos investigadores, suas orientações teóricas e seus dados empíricos; bus- ca de resultados os mais fidedignos possíveis; oposição ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências. Entretanto, o pesquisador deve estar atento para alguns limites e riscos da pes- quisa qualitativa, tais como: excessiva confiança no investigador como instrumento de coleta de dados; risco de que a reflexão exaustiva acerca das notas de campo possa representar uma tentativa de dar conta da totalidade do objeto estudado, além de controlar a influência do observador sobre o objeto de estudo; falta de detalhes sobre os processos através dos quais as conclusões foram alcançadas; falta de observância de aspectos diferentes sob enfoques diferentes; certeza do próprio pesquisador com relação a seus dados; sensação de dominar profundamente seu objeto de estudo; en- volvimento do pesquisador na situação pesquisada, ou com os sujeitos pesquisados.
......^34
Pesquisa Quantitativa Pesquisa Qualitativa Focaliza uma quantidade pequena de conceitos Tenta compreender a totalidade do fenômeno, mais do que focalizar conceitos específicos Inicia com ideias preconcebidas do modo pelo qual os conceitos estão relacionados
Possui poucas ideias preconcebidas e salienta a importância das interpretações dos eventos mais do que a interpretação do pesquisador Utiliza procedimentos estruturados e instrumentos formais para coleta de dados
Coleta dados sem instrumentos formais e estruturados Coleta os dados mediante condições de controle
Não tenta controlar o contexto da pesquisa, e, sim, captar o contexto na totalidade Enfatiza a objetividade, na coleta e análise dos dados
Enfatiza o subjetivo como meio de compreender e interpretar as experiências Analisa os dados numéricos através de procedimentos estatísticos
Analisa as informações narradas de uma forma organizada, mas intuitiva
Quadro 2 Comparação entre o método quantitativo e o método qualitativo
Elaborado a partir de: POLIT et al., 2004.
Assim, como visto até aqui, tanto a pesquisa quantitativa quanto a pesquisa qualitativa apresentam diferenças com pontos fracos e fortes. Contudo, os elementos fortes de um complementam as fraquezas do outro, fundamentais ao maior desen- volvimento da Ciência.
INFORMAÇÃO Ver capítulo 7: O planejamento de pesquisas qualitativas, em ALVES-MAZZOTTI & GEWANDSZNAJDER (1998, p. 147-78).
ANOTE A visão de que o conhecimento produzido na área das ciências naturais tem mais validade do que o conhecimento produzido na área das ciências sociais e humanas ainda persiste, embora muito se tenha avançado. A ideia de Galileu, segundo a qual conhecer significa quantificar, por muito tempo esteve presente na produção do conhecimento; por isso, a pesquisa quantitativa, mesmo nas Ciências Sociais, era utilizada como único meio até as discussões se iniciarem, na década de 1980, no Brasil, em torno da abordagem qualitativa de pesquisa para a análise e apreensão dos fenômenos humanos (PIETROBON, 2006, p. 78).
SUGESTÃO Assista ao filme O ponto de mutação ou leia o livro com o mesmo título, de Fritjof Capra, físico austríaco, que retrata a história do pensamento científico para apoiar a ideia de que é preciso quebrar as bases da ciência moderna, pautada no sistema matemático cartesiano, que vê o mundo como uma máquina perfeita a serviço do homem, para entender o quanto, ao longo de séculos, ela convergiu do modo como a natureza, incluindo nós humanos, se organiza e mantém a vida.
2.1.2 Quanto à natureza
2.1.2.1 PESQUISA BÁSICA
Objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da Ciência, sem apli- cação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.
......^35
2.1.2.2 PESQUISA APLICADA
Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
2.1.3 Quanto aos objetivos
Para Gil (2007), com base nos objetivos, é possível classificar as pesquisas em três grupos:
2.1.3.1 PESQUISA EXPLORATÓRIA
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entre- vistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão (GIL, 2007). Essas pesquisas podem ser classificadas como: pesquisa bibliográfica e estudo de caso (GIL, 2007).
2.1.3.2 PESQUISA DESCRITIVA
A pesquisa descritiva exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). São exemplos de pesquisa descritiva: estudos de caso, análise documental, pes- quisa ex-post-facto. Para Triviños (1987, p. 112), os estudos descritivos podem ser criticados por- que pode existir uma descrição exata dos fenômenos e dos fatos. Estes fogem da possibilidade de verificação através da observação. Ainda para o autor, às vezes não existe por parte do investigador um exame crítico das informações, e os resultados podem ser equivocados; e as técnicas de coleta de dados, como questionários, escalas e entrevistas, podem ser subjetivas, apenas quantificáveis, gerando imprecisão.
2.1.3.3 PESQUISA EXPLICATIVA
Este tipo de pesquisa preocupa-se em identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos (GIL, 2007). Ou seja, este tipo de pesquisa explica o porquê das coisas através dos resultados oferecidos. Segundo Gil (2007, p. 43), uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação de fatores que determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado.
......^37
Para Fonseca (2002), as duas modalidades de pesquisa mais comuns são: X pesquisas experimentais apenas com dois grupos homogêneos, denominados experimental e de controle. Aplicado um estímulo ao grupo experimental, no final comparam-se os dois grupos para avaliar as alterações. X pesquisas experimentais antes-depois com um único grupo, definido previa- mente em função de suas características e geralmente reduzido.
2.1.4.2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pes- quisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfi- ca, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de reco- lher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
Para Gil (2007, p. 44), os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são sobre investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema.
2.1.4.3 PESQUISA DOCUMENTAL
A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa biblio- gráfica, não sendo fácil por vezes distingui-las. A pesquisa bibliográ- fica utiliza fontes constituídas por material já elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas. A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e disper- sas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc. (FONSECA, 2002, p. 32).
2.1.4.4 PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da pes- quisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa (pesquisa ex-post-facto , pesquisa-ação, pes- quisa participante, etc.) (FONSECA, 2002).
......^38
2.1.4.5 PESQUISA EX-POST-FACTO A pesquisa ex-post-facto tem por objetivo investigar possíveis relações de causa e efeito entre um determinado fato identificado pelo pesqui- sador e um fenômeno que ocorre posteriormente. A principal carac- terística deste tipo de pesquisa é o fato de os dados serem coletados após a ocorrência dos eventos. A pesquisa ex-post-facto é utilizada quando há impossibilidade de apli- cação da pesquisa experimental, pelo fato de nem sempre ser possível manipular as variáveis necessárias para o estudo da causa e do seu efeito (FONSECA, 2002, p. 32).
Como exemplo desse tipo de pesquisa, pode-se citar um estudo sobre a eva- são escolar, quando se tenta analisar suas causas. Num estudo experimental, seria o inverso, tomando-se primeiramente um grupo de alunos a quem seria dado um determinado tratamento, e observando-se depois o índice de evasão.
2.1.4.6 PESQUISA DE LEVANTAMENTO
Fonseca (2002) aponta que este tipo de pesquisa é utilizado em estudos explo- ratórios e descritivos, o levantamento pode ser de dois tipos: levantamento de uma amostra ou levantamento de uma população (também designado censo). Esclarece o autor (2002, p. 33):
O Censo populacional constituía única fonte de informação sobre a situação de vida da população nos municípios e localidades. Os cen- sos produzem informações imprescindíveis para a definição de po- líticas públicas estaduais e municipais e para a tomada de decisões de investimentos, sejam eles provenientes da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo. Foram recenseados todos os moradores em domicílios particulares (permanentes e improvisados) e coletivos, na data de referência. Através de pesquisas mensais do comércio, da indústria e da agricultura, é possível recolher informações sobre o seu desempenho. A coleta de dados realiza-se em ambos os casos através de questionários ou entrevistas.
Entre as vantagens dos levantamentos, temos o conhecimento direto da reali- dade, economia e rapidez, e obtenção de dados agrupados em tabelas que possibili- tam uma riqueza na análise estatística. Os estudos descritivos são os que mais se adéquam aos levantamentos. Exem- plos são os estudos de opiniões e atitudes (GIL, 2007, p. 52).
......^40
2.1.4.9 PESQUISA PARTICIPANTE
Este tipo de pesquisa caracteriza-se pelo envolvimento e identificação do pes- quisador com as pessoas investigadas. A pesquisa participante foi criada por Bronislaw Malinowski: para conhecer os nati- vos das ilhas Trobriand, ele foi se tornar um deles. Rompendo com a sociedade ocidental, montava sua tenda nas aldeias que desejava estudar, aprendia suas línguas e observava sua vida quotidiana (FONSECA, 2002). Exemplos de aplicação da pesquisa participante são o estabelecimento de programas públicos ou plataformas políticas e a determinação de ações básicas de grupos de trabalho.
2.1.4.10 PESQUISA-AÇÃO
Define Thiollent (1988):
A pesquisa ação é um tipo de investigação social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Por sua vez, Fonseca (2002) precisa:
A pesquisa-ação pressupõe uma participação planejada do pesquisa- dor na situação problemática a ser investigada. O processo de pesquisa recorre a uma metodologia sistemática, no sentido de transformar as realidades observadas, a partir da sua compreensão, conhecimento e compromisso para a ação dos elementos envolvidos na pesquisa (p. 34). O objeto da pesquisa-ação é uma situação social situada em conjunto e não um conjunto de variáveis isoladas que se poderiam analisar inde- pendentemente do resto. Os dados recolhidos no decurso do trabalho não têm valor significativo em si, interessando enquanto elementos de um processo de mudança social. O investigador abandona o papel de observador em proveito de uma atitude participativa e de uma rela- ção sujeito a sujeito com os outros parceiros. O pesquisador quando participa na ação traz consigo uma série de conhecimentos que serão o substrato para a realização da sua análise reflexiva sobre a realidade e os elementos que a integram. A reflexão sobre a prática implica em modificações no conhecimento do pesquisador (p. 35).
Para Gil (2007, p. 55), a pesquisa-ação tem sido alvo de controvérsia devido ao envolvimento ativo do pesquisador e à ação por parte das pessoas ou grupos envol- vidos no problema. Apesar das críticas, essa modalidade de pesquisa tem sido usada por pesquisadores identificados pelas ideologias reformistas e participativas.
......^41
2.1.4.11 PESQUISA ETNOGRÁFICA
A pesquisa etnográfica pode ser entendida como o estudo de um grupo ou povo. As características específicas da pesquisa etnográfica são: X o uso da observação participante, da entrevista intensiva e da análise de documentos; X a interação entre pesquisador e objeto pesquisado; X a flexibilidade para modificar os rumos da pesquisa; X a ênfase no processo, e não nos resultados finais; X a visão dos sujeitos pesquisados sobre suas experiências; X a não intervenção do pesquisador sobre o ambiente pesquisado; X a variação do período, que pode ser de semanas, de meses e até de anos; X a coleta dos dados descritivos, transcritos literalmente para a utilização no relatório. Exemplos desse tipo são as pesquisas realizadas sobre os processos educativos, que analisam as relações entre escola, professor, aluno e sociedade, com o intuito de conhecer profundamente os diferentes problemas que sua interação desperta.
2.1.4.12 PESQUISA ETNOMETODOLÓGICA
O termo etnometodologia designa uma corrente da Sociologia americana, que surgiu na Califórnia no final da década de 1960, tendo como principal marco fun- dador a publicação do livro de Harold Garfinkel Studies in Ethnomethodology (Estudos sobre Etnometodologia), em 1967 (COULON, 1995, p. 7).
O termo etnometodologia se refere nas suas raízes gregas às estratégias que as pessoas utilizam cotidianamente para viver. Tendo essa referên- cia por norte, a pesquisa etnometodológica visa compreender como as pessoas constroem ou reconstroem a sua realidade social. Para a pes- quisa etnometodológica, fenômenos sociais não determinam de fora a conduta humana. A conduta humana é o resultado da interação social que se produz continuamente através da sua prática quotidiana. Os seres humanos são capazes de ativamente definir e articular procedi- mentos, de acordo com as circunstâncias e as situações sociais em que estão implicados. A pesquisa etnometodológica analisa deste modo os procedimentos a que os indivíduos recorrem para concretizar as suas ações diárias (FONSECA, 2002, p. 36).
Para estudar as ações dos sujeitos na vida quotidiana, a pesquisa etnometodoló- gica baseia-se em uma multiplicidade de instrumentos, entre os quais podemos citar: a observação direta, a observação participante, entrevistas, estudos de relatórios e documentos administrativos, gravações em vídeo e áudio.