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Análise de Sandman de Neil Gaiman: Literatura, Graphic Novel e Sociolinguística, Notas de aula de Sociolinguística

Este documento propõe a análise de alguns arcos do volume 1 de sandman, obra de neil gaiman, em relação a conceitos de literatura, canônicos e 'alta literatura', com contribuição da sociolinguística. O estudo busca justificar a importância de incluir obras como sandman na literatura escolar, formando leitores literários e oferecendo perspectiva às jovens, especialmente na pandemia. Palavras-chave: sandman; literatura; graphic novel; sociolinguística.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Mauricio_90
Mauricio_90 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
RAFAEL BASSO XAVIER
SANDMAN: UMA ANÁLISE LITERÁRIA E SOCIOLINGUÍSTICA
Bagé
2021
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Baixe Análise de Sandman de Neil Gaiman: Literatura, Graphic Novel e Sociolinguística e outras Notas de aula em PDF para Sociolinguística, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

RAFAEL BASSO XAVIER

SANDMAN : UMA ANÁLISE LITERÁRIA E SOCIOLINGUÍSTICA

Bagé 2021

RAFAEL BASSO XAVIER

SANDMAN : UMA ANÁLISE LITERÁRIA E SOCIOLINGUÍSTICA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Letras Português e Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade do Pampa como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciado em Letras Português e Literaturas de Língua Portuguesa. Orientadora: Lúcia Maria Britto Corrêa. Bagé 2021

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Federal do Pampa RAFAEL BASSO XAVIER SANDMAN : UMA ANÁLISE LITERÁRIA E SOCIOLINGUÍSTICA Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Letras Português e Literaturas de Língua, da Universidade Federal do Pampa, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Letras. Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em: 03 de maio de 2021. Banca examinadora: Profa. Dra. Lúcia Maria Britto Corrêa Orientador (UNIPAMPA) Prof. Dr. Daniele Gallindo Gonçalves (UFPEL) SB-BG - Folha de Aprovação CA-BAGE 0519196 SEI 23100.007458/2021-08 / pg. 1

Prof. Me. João Pedro Rodrigues (FURG) Assinado eletronicamente por LUCIA MARIA BRITTO CORREA , PROFESSOR DO MAGISTERIO SUPERIOR , em 11/05/2021, às 19:45, conforme horário oficial de Brasília, de acordo com as normativas legais aplicáveis. Assinado eletronicamente por Daniele Gallindo Goncalves , Usuário Externo , em 12/05/2021, às 15:59, conforme horário oficial de Brasília, de acordo com as normativas legais aplicáveis. Assinado eletronicamente por João Pedro Rodrigues Santos , Usuário Externo , em 14/05/2021, às 04:10, conforme horário oficial de Brasília, de acordo com as normativas legais aplicáveis. A autenticidade deste documento pode ser conferida no site https://sei.unipampa.edu.br/sei/controlador_externo.php? acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador 0519196 e o código CRC 1A0035C. Referência: Processo nº 23100.007458/2021-08 SEI nº 0519196 SB-BG - Folha de Aprovação CA-BAGE 0519196 SEI 23100.007458/2021-08 / pg. 2

mas vou lembrar mais ainda daqueles que vibram com minhas vitórias junto de mim, é a pura demonstração de uma amizade verdadeira, acredito eu.

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a duas pessoas que eu perdi durante esse percurso em Bagé, não pude estar próximo nos seus últimos momentos, ainda lamento isso. Mas, a vida quis assim. Hoje, encontro paz em saber que vocês têm paz. Em memória de Célia e João, meus avós paternos, os únicos que tive. Tive os momentos que pude ter do lado de vocês e fico feliz de tê-los vivido. Sei que depositaram esperança em mim e no meu futuro. Vou guardar o chapéu do meu avô no meu roupeiro e carregarei a pequena imagem em papel que a senhora me deu de Nossa Senhora Aparecida na carteira por onde andar. Sinto falta de vocês, espero que estejam bem onde estiverem. Prometo fazer jus a tanta esperança.

RESUMO

O tema deste trabalho se estabelece dentro do campo da literatura em intersecção com as Graphic Novel. Esta pesquisa propõe analisar alguns arcos do volume 1 de Sandman , obra do americano Neil Gaiman frente a conceitos de literatura, cânone, a chamada “alta literatura”, com aporte da sociolinguística, bem como compreender os recursos próprios das Graphic Novel no que tange ao processo de produção de sentido na leitura literária. A pesquisa se justifica em razão da importância da inclusão das GN, em especial Sandman , do Neil Gaiman, como “alta literatura” nas escolas, prioritariamente, em busca da formação de leitores literários, tendo em vista a importância da literatura como formadora e como capaz de dar perspectiva na vida dos jovens, em especial hoje, dentro deste caos que vivemos em razão da pandemia. O modo para investigar essa possibilidade será de maneira bibliográfica, focando em como se dá a leitura das GN e como isso se aproxima da leitura da literatura seja de entretenimento ou clássica, ou, ainda, os textos enquadrados como “alta literatura”, por Bloom e Todorov. No que tange à sociolinguística, temos a proximidade da representação da linguagem na oralidade, sendo assim mais uma variável de estudo na metodologia de concepção de leitura. Dentre os resultados obtidos estão as várias camadas de leituras que a obra possui, entretanto, ainda sendo possível lê-la sem uma bagagem literária de maior volume, o que faz a obra ter amantes dentro do público leitor quanto no que não tem o hábito da leitura. Palavras-chave: Sandman ; Literatura; Graphic Novel ; Sociolinguística.

ABSTRACT

The present undergraduate work takes place in the intersection between literature and Comics. This search proposes to analyze the first edition of Sandman , wrote by an American named Neil Gaiman against the concept of literature, canon, the called “high literature”, with the contribution of sociolinguistics, as well as understand the own resources of Comics in the regard to the process of producing meaning in literary reading. The search is justified by the importance inclusion of Comics, especially Sandman , by Neil Gaiman, as “high literature” in schools, especially, in searching formation of literary readers, bearing in mind the importance of literature as a trainer and as able to give young people lives perspective, especially today, inside the caos we live because of the pandemic The way to investigate this possibility will be by bibliography, focus on how Comics literature are made and how this get closer of literature reading be it entertainment or classical, or, yet, texts defined as “high literature”, by Bloom and Leyla Perrone-Moises. With regard to sociolinguistics, we have the proximity of language representation in orality, therefore another variable of methodology study in literature conception. Amongst the obtained results, there are the work's several layers of reading, nevertheless, it is still possible to read it without a greater volume of literary bagage, which makes the work have lovers within readers as well as in non-readers. Key words: Sandman ; Literature; Graphic Novel ; Sociolinguistics.

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa se justifica eis que as Histórias em Quadrinhos, que aqui também estão inseridas as Graphic Novel, possuem um formato próprio de leitura, segundo Silva (2011): Permitindo ao leitor exercer suas habilidades interpretativas visuais e verbais, pois quando a palavra e imagem se misturam, as palavras formam um amálgama com a imagem e já não servem para descrever, mas para fornecer som diálogo e textos de ligação. (SILVA, 2011. p. 44) Sendo assim, podemos considerar as HQ como obra literária com um método próprio de leitura, no qual nem a palavra, nem a imagem funcionam como linguagens separadas, mas sim como coisa única que produz sentido. Na nossa análise, adotamos o termo “arco” para tratar de histórias que têm início, meio e fim. Arcos, estruturalmente falando, possuem diversos capítulos. No mundo das HQ e das GN, são utilizados os termos “arcos” para recortar capítulos e seus enredos. No volume 1, que é nosso recorte, serão 3 arcos: Prelúdios e Noturnos, Casa de Bonecas e Terra dos Sonhos. Ainda, ratificando essa informação, temos Oliveira (2008) com a seguinte afirmação “Na literatura, a linguagem verbal materializa a narração, ao passo que nos quadrinhos, é a união das linguagens verbal e não verbal que permite a construção da estrutura narrativa”. Ou seja, para ler e produzir sentido dentro das HQ, necessitamos de ambas as linguagens juntas, em consonância. Também vale frisar aqui que, dentro dessa fusão de linguagens, ocorrem, por parte intrínseca delas, nuances narrativas e detalhes verbais e não verbais que produzem sentidos. Ramos (2009, p.17) nos traz a seguinte reflexão: “Quadrinhos são quadrinhos. E, como tais, gozam de uma linguagem autônoma, usando mecanismos próprios para representar os elementos narrativos”. Esta pesquisa está inserida no Curso de Licenciatura em Letras Português e Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade Federal do Pampa, Campus Bagé-RS. A área específica deste trabalho é o campo da Literatura, porém, devido à metodologia utilizada, traremos aportes teóricos também da Sociolinguística para

fundamentar nossa pesquisa e seu objeto, as HQ. Elas, por sua vez, são consideradas um gênero artístico interseccionado entre literatura, cinema e artes gráficas. Como delimitação de nossa pesquisa, utilizaremos a obra Sandman, do autor britânico Neil Gaiman, lançada periodicamente entre os anos de 1988 a 1993. Dispostas em 75 edições. Porém, devido a não disponibilidade desse material atualmente, utilizaremos o relançamento dessas 75 edições em 4 livros, chamados Absolute Sandman, com início do lançamento em 2006. Dentro da obra, também há a escolha de alguns arcos que vamos analisar. Sandman foi lançado pelo selo Vertigo dentro da editora DC Comics , clássica editora de HQs de super-heróis. O selo, por sua vez, classifica, além de outro universo dentro do mundo DC Comics de HQs, uma perspectiva, segundo a editora, de conteúdos mais adultos. A partir disso, nossa pesquisa investiga quais são os aspectos que qualificam a leitura de uma HQ, que, posto o que tratamos acima, é diferente da literatura que não possui linguagem não verbal, ou quando possui, essa se encontra como aporte estético não relevante para a experiência artística daquela obra. Um ponto que é de fundamental importância para a compressão do nosso método de pesquisa é que, embora essa pesquisa aconteça dentro da área da literatura, dentro de um curso de Letras, não trataremos as HQs como um subgênero literário, pois, como salienta Ramos (2009) “É um erro tentar classificar a HQ apenas como mais um formato literário ou, pior, como simples ferramenta alienante. ”. Pois, há uma semântica dos quadrinhos, no tocante aos itens empregados na construção de sua narrativa, ressaltando artifícios como onomatopeias, balões de fala, símbolos visuais e elipses. (SILVA, 2011) Outra questão que se apresenta para nós é que as HQs são vistas com preconceito como meio de comunicação e, também, obra artística. Como afirma Luyten, (1987, p. 30): “[...] os quadrinhos sofrem uma forte discriminação por serem considerados meios causadores de delinquência entre os jovens”. Ainda em conformidade com a citação acima, mencionamos Eisner (1989): Entre 1940 e início da década de 1960, a indústria aceitava, comumente o perfil do leitor de quadrinhos como o de uma ‘criança de 10 anos do interior’. Um adulto ler histórias em quadrinhos era considerado sinal de pouca inteligência.

Para tal reflexão, o autor mobiliza conceitos de relações de poder dentro da sociedade e de instituições sociais como as supracitadas instituições de educação, onde estão uma grande parte dos críticos literários. Novamente, esse excerto nos auxilia a compreender como o preconceito que atinge as HQs se forma, visto seu formato literário e artístico inovador, se construindo em linguagem corroborativa entre imagem e palavra escrita, bem como a proximidade à oralidade. Onde temos a presença de mais uma característica da língua que sofre estigmatização: a proximidade de uma literatura em uma língua com a oralidade desta. Vindo assim, da parte da crítica literária, uma falsa afirmação de que não possui qualidade estética. Esse tipo de afirmação se apoia no preconceito linguístico de classe, onde a variante linguística de pessoas menos abastadas e não participante dos círculos sociais ditos “cultos” era desprezada para promoção da variante mais padrão de uma língua, seja ela qual for. É preciso compreender que os mesmos críticos literários portadores de elitismo, são quem vocifera contra as HQs. Não admitindo sua participação na imortalização do cânone para que ultrapasse o seu tempo. Nosso trabalho tem a intenção de desmitificar, a partir de análise, esses estigmas, trazendo conceitos de estudiosos da literatura e comparando a HQ escolhida, assim apresentando motivos para entender o oposto ao elitismo cultural na crítica literária. Leyla Perrone-Moisés, autora do livro Altas Literaturas , traz, para a discussão desse trabalho, a seguinte afirmação: [...] já que um clássico é sempre “novo”, “inesperado”, “inédito” e “se configura como equivalente ao universo, à semelhança dos antigos talismãs”. (PERRONE-MOISÉS. 2009, p.57). Com essa afirmação, podemos conceber que um clássico, ou ainda, um cânone, é aquele que é sempre novo, nunca se acaba em si só. Ele sempre tem um aspecto de renovação. O que, em análises futuras, encontramos em Sandman. Ainda na mesma obra, a autora traz a reflexão que se segue Na prática, o exercício da crítica pelos próprios escritores se dava, em grande parte, ao fato de os princípios, as regras e os valores literários terem deixado de ser, desde o romantismo, predeterminados pelas academias ou por qualquer autoridade ou consenso [...] Decidiram estabelecer eles mesmos seus princípios e valores, e passaram a desenvolver, paralelamente às suas obras de criação, extensas obras de tipo teórico e crítico. (PERRONE-MOISÉS. p.11, 2009.)

Essa mudança possibilitou a ascensão do reconhecimento das HQs como produção literária, não somente literária, diga-se de passagem, abrindo espaços para produções onde se situa Sandman. E, sem a impassibilidade da academia no que tange o que será ou não um clássico ou cânone, cria-se a possibilidade de análises como a que propomos fazer neste trabalho. Percebendo sua unidade de linguagem e de variante linguística como artifícios estéticos. Como última afirmação da autora, ainda, temos o seguinte excerto: Para que serve a literatura? Se nós acreditamos que a literatura tem a alta utilidade de esclarecer, alargar e valorizar nossa experiência de mundo, admitiremos que a história do conjunto de suas realizações maximiza o proveito que podemos tirar do contato com cada realização particular. (PERRONE-MOISÉS, p.21. 2009). Ou seja, além da atribuição funcional da literatura, ela só faz sentido se considerarmos o leitor como peça fundamental do tripé formado por Candido: obra, autor e leitor. Para Candido, não é possível existir literatura sem essas três peças. Então, somente se realiza quando o leitor participa, significando e sendo sujeito que admite posição não passiva de efeitos dos aspectos literários para que a função da literatura se cumpra. O objetivo é aplicar conceitos da teoria da literatura e da sociolinguística, para a análise da obra. Na área da sociolinguística, utilizaremos conceitos base atribuídos a vários escritores da área e, também, da filosofia da linguagem como Bakhtin. Explicaremos nos próximos parágrafos como esses conceitos serão fundamentais para compreender o percurso e discussão teórica que nosso trabalho traz. Primeiro, trataremos aqui que, quando falamos de Literatura, estamos falando da arte da palavra, não somente escrita, mas como fazer artístico inerente às línguas, sejam elas quais forem. Já no que tange às HQs, não tão somente são parte da Literatura, na realidade, são uma peculiar arte que estão numa intersecção das linguagens não verbais e a verbal, tais como a comunicação visual, comunicação que jaz muito nos meios de comunicação em massa. (OLIVEIRA. 2008).

lugar de origem e, em segundo lugar, ver de que modo o intertexto absorveu o material do qual se apropriou.

2 CAPÍTULO I – SOBRE SANDMAN , GRAPHIC NOVELS E LITERATURA

Neste capítulo, dissertaremos sobre o formato de HQs que iremos trabalhar em específico: as Graphic Novels (GN), contextualizaremos a obra trabalhada, Sandman, e, por fim, encerramos este primeiro capítulo falando sobre o autor, Neil Gaiman. Capítulo 1.1: sobre as Graphic Novels Para iniciar o desenvolvimento do nosso trabalho, se faz necessária a discussão e explicação do porquê utilizarmos o termo “Graphic Novel” e não simplesmente “Histórias em Quadrinhos”. De modo que para Chico (2017): Graphic novels são tidas como narrativas com uma história, ou sequência de histórias, completa, mesmo que publicadas em capítulos separados, como no caso de Sandman , cujo propósito vai além de simplesmente entreter. Muitas graphic novels apresentam um conteúdo mais denso e adulto que outras histórias em quadrinhos. (CHICO, 2017. P.54). Esse excerto do texto de Chico nos traz uma perspectiva de que, dentro dos diversos tipos de histórias em quadrinhos existentes, a Graphic Novel (GN) se encaixa mais adequadamente para definirmos Sandman , pois como já citado acima, elas apresentam conteúdo esteticamente mais denso, isso contrapõe o senso comum e muitas vezes até acadêmico, de que as a HQ em sua totalidade, não possuiria uma densidade estética por ser cultura de massa, o que não procede. Eagleton (2006), ao escrever sobre a teoria literária, traz uma afirmação de Jakobson que se faz bastante útil em nossa análise: “A literatura é a escrita que, nas palavras do crítico russo Roman Jakobson, representa uma "violência organizada contra a fala comum". (JAKOBSON apud EAGLETON. 2006. p.15). E as GN trazem em mais potência esse aspecto de violência organizada, pois seu formato não é convencional. Aqui entende-se formato convencional como um livro que não possui imagens, apenas parágrafos de textos em língua escrita. Quando há imagens, essas são de caráter unicamente ilustrativos, dando suporte à escrita. Um dos fatores que torna a Graphic Novel mais adequada é a sua estrutura mais aberta, em que não necessariamente se segue a vigente estrutura da época de sua criação, citando Todorov: A concepção redutora da literatura não se manifesta apenas nas salas de aula ou nos cursos universitários; ela também está representada de forma abundante entre os jornalistas que resenham livros, e mesmo entre os próprios escritores. Devemos nos espantar? Todos esses críticos passaram pela escola, muitos