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Um método para manter colonias de triatomídeos em laboratórios, apresentando uma nova tipologia de gaiolas. As gaiolas são feitas de vidro e tela, permitindo a alimentação frequente do inseto em cobaio sem os inconvenientes de acumulação de sujeira e mal cheiro. As figuras anexas ilustram a construção e a utilização destas gaiolas.
Tipologia: Notas de estudo
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Deane, M. P. Um método para manter colônicas de triatomídeos em laboratórios 405
Serviço Especial de Saúde Pública, sob os auspícios do Programa da Amazônia
Para o diagnóstico da Tripanosomíase americana, o método instituído por Brumpt e conhecido como xenodiagnóstico está em uso cada vez mais generalizado, donde a necessidade de manter colônias de triatomídeos nos laboratórios de parasitologia.
No Instituto Evandro Chagas, em Belém, Pará, vínhamos mantendo nossos barbeiros da maneira geralmente usada, isto é, em grandes cristalizadores de vidro com tampa de tela e tendo no seu interior pequeno suporte de madeira sôbre o qual, semanal ou quinzenalmente, coloca-se um cobaio ou pombo; o suporte de madeira tem vários orifícios através dos quais os insetos vêm sugar o cobaio. Êsse sistema tem, entretanto, o inconveniente de permitir que as dejeções do cobaio vão se acumulando no fundo do cristalizador. Segundo Emanuel Dias 1 isso não é prejudicial, desde que se use papel de filtro no fundo do vasilhame, para absorver a urina do cobaio que pode ser nociva à evolução dos ovos. Não se pode negar, entretanto, o desagradável da sujeira e do mau cheiro exalado pela mistura em decomposição, dos insetos mortos e das fezes e urina do cobaio. Acresce que esta mistura, no clima úmido e quente da Amazônia, constitui bom meio de cultura para fungos que logo se desenvolvem abundantemente, a ponto de, como tivemos ocasião de observar, envolverem grande quantidade de ovos e pequenas larvas de barbeiros, prejudicando dessa maneira a sua evolução.
406 Memórias do Instituto Evandro Chagas: Parasitologia
Resolvemos então experimentar um novo tipo de vasilhame para criação dos insetos, feito de tal modo que nos permitisse a sua alimentação frequente em cobaio, evitando, entretanto, os inconvenientes acima descritos. Para isso idealizamos o tipo de gaiolas mostrado nos esquemas e fotografias anexos.
A Figura 1 mostra uma das gaiolas: das quatro paredes, três são inteiramente de vidro e a quarta é de tela na metade inferior e de vidro na metade superior. A armação, o fundo e a tampa são de madeira leve. A armação é feita de tal maneira que as paredes de vidro encostam-se diretamente, como mostra o esquema junto (Fig. 2). Isto é feito com o fim de evitar que os barbeiros cheguem até a tampa da gaiola, visto terem êles dificuldade de subir pela superfície de vidro. Mesmo assim, para maior segurança, pode-se usar uma placa de vidro (ou mesmo um pedaço de papel celofane) prêsa aos bordos superiores da gaiola com vaselina, ou uma cêra ou massa qualquer; por cima do vidro, para protegê-lo, coloca-se então a tampa de madeira. Essas precauções são úteis quando se trata do Rhodnius prolixus , que sempre tem uma tendência a subir para depositar seus ovos na tampa dos vasilhames; as larvas recém-nascidas dêsses ovos poderiam encontrar um caminho para sair, visto ser difícil conseguir fechar perfeitamente a gaiola com a tampa de madeira.
A tela deve ser tão fina de modo a impedir a passagem das larvas do primeiro estádio, mas não tanto que impeça a introdução do rostro dos barbeiros por entre suas malhas.
Os parafusos com porcas que se vê na Figura 1 e que existem também na face posterior da gaiola, em posição idêntica aos da face anterior, vão servir para a contenção do cobaio que será usado para alimentação dos barbeiros, como se verá depois.
Dentro das gaiolas várias tiras de papel mata-borrão pregueadas em sanfona e colocadas umas sôbre as outras (Fig. 4), fornecem esconderijo para os insetos e servem para absorver as dejeções dos mesmos.
408 Memórias do Instituto Evandro Chagas: Parasitologia
Descreve-se um tipo de gaiolas para manutenção de colônias de triatomídeos em laboratório. De acôrdo com o método descrito, pode-se alimentar os insetos em cobaio colocado do lado de fora das gaiolas, o que permite manter as colônias com maior limpeza, livres das dejeções dêste animal, e torna desnecessário abrir as gaiolas, a não ser quando se deseja retirar os barbeiros para xenodiagnóstico ou outros fins.
SUMMARY Special containers are described for the maintenance of colonies of triatomid bugs in the laboratory. By this method there is no need to introduce animals into the cage for the bugs to feed on; therefore, the colonies may be kept cleaner than by the usual methods. The description is followed by illustrations showing the containers and the manner in which the bugs feed on a guinea pig.
REFERÊNCIA
(^1) DIAS, E. Criação de triatomídeos no laboratório – Mem. Inst.
Oswaldo Cruz , 33 (3), Outubro de 1938.
Deane, M. P. Um método para manter colônicas de triatomídeos em laboratórios 409
Estampa 1
Fig. 1 – Fotografia de uma das gaiolas para criação de triatomídeos. Escala 1:
Fig. 2 – Corte transversal de uma gaiola, na metade superior, mostrando como encostam-se diretamente as paredes de vidro: V — vidro; M — armação de madeira Fig. 3 – Desenho de estrado de madeira para as gaiolas e do vasilhame de metal para receber as dejeções de cobaio durante a alimentação dos triatomídeos.
Fig 2 Fig. 3
Deane, M. P. Um método para manter colônicas de triatomídeos em laboratórios 411
Estampa 3
Fig. 6 – As gaiolas completamente armadas
Fig. 7 – Close-up mostrando alguns triatomideos a sugar o cobaio através da tela.