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Uma análise detalhada das personagens de inocência, uma obra romântica de taunay. O texto destaca as semelhanças e diferenças entre pereira, manecão e cirino, e como eles se posicionam em relação às convenções românticas. Além disso, o documento discute o papel de inocência na obra e como ela contrapõe as expectativas do herói nacional.
O que você vai aprender
Tipologia: Esquemas
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Uberlândia
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Letras — Curso de Mestrado em Teoria Literária do Instituto de Letras e Lingüística da Universidade Federal de Uberlândia para a obtenção do título de Mestre em Letras. Linha de pesquisa: Perspectivas Teóricas e Historiográficas no Estudo de Literatura. Orientador: Prof. Dr. Ivan Marcos Ribeiro
Uberlândia 2009
LUCIENE CARMO NONATO OLIVEIRA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Letras — Curso de Mestrado em Teoria Literária do Instituto de Letras e Lingüística da Universidade Federal de Uberlândia para a obtenção do título de Mestre em Letras. Linha de pesquisa: Perspectivas Teóricas e Historiográficas no Estudo de Literatura. Orientador: Prof. Dr. Ivan Marcos Ribeiro
A Deus por todos os momentos; Aos meus pais, Raimundo e Ana, pela esperança e simplicidade; Ao meu marido pela paciência e compreensão; Ao professores orientadores Roberto Daud pelos primeiros passos e Ivan Ribeiro pelo término de uma das etapas desse longo caminho do conhecimento.
“Faço, já disse, grande cabedal da Retirada da Laguna e de Inocência, mas chegarão, porventura, esses dois livros a posteridade? Serão lidos, emergirão do enorme acervo de obra, romances, tratados condenados a eterna escuridade? Quanto ambiciono para Inocência o destino de Paulo e Virginia! (...) Diz Mme. de Stäel que a tradução de um livro, a sua versão em língua estrangeira é meia imortalidade ganha. Lá por isso já conquistei esta metade.” (TAUNAY, 2005)
Neste trabalho, analisamos o romance sertanista Inocência, de Visconde de Taunay objetivando um estudo acerca do enfretamento da tradição e a modernidade, sob a ótica do sertanejo — dentro das suas concepções tradicionais, aspectos estes considerados arcaicos e agressivos — e do homem civilizado, de transição, apreendendo concepções ainda não assimiladas, não sabendo lidar com as mesmas, provocando angústia e sofrimento. Divergindo do posicionamento defendido pelos românticos, entretanto, o sertanejo não é o herói do romance, pois o narrador descreveu seu comportamento sob traços negativos que se contrapõem a toda a tendência, descrita desde de Alencar, de ser ele o legítimo herói nacional. Entre protagonistas e antagonistas, observou-se um possível embate velado entre eles, considerados representantes de duas posições sociais: a urbana versus a sertaneja. Nesse cenário, o narrador se posiciona, expondo a sua opinião sobre algumas atitudes tomadas pelo sertanejo de modo a se justificar perante o público leitor (urbano) esclarecendo que está em desacordo com a postura da personagem.
PALAVRAS-CHAVE: Romantismo, nacionalismo, modernidade, tradição, angústia, sertanejo, narrador.
No período de grandes efervescências teóricas, científicas e progressistas, pode- se dizer que o Romantismo foi consagrado um dos sustentáculos de um sistema político- ideológico para a propagação de uma idéia que manifestasse os clamores de uma suposta recém-nação. A nacionalidade e o Estado-nação pressupõem uma unicidade, homogeneidade cultural de hábitos, de tradição que poderia, aparentemente, se instituir no interior da própria sociedade, sempre em construção, desconsiderando-se as diversidades de cada grupo que também faziam parte desse mesmo país, e, dessa forma, dar continuidade às concepções ideológicas, políticas e culturais que promoveriam o progresso e o estabelecimento de uma civilização homogênea. O Romantismo e a historiografia brasileira funcionaram muito bem à medida que proporcionaram os ajustes dos ideais alemães e franceses à realidade brasileira para difundir o espírito nacional em um território de dimensão geográfica bastante extensa e heterogênea. Além disso, serviu como anteparo para o estabelecimento de uma política ainda com resquícios da colonização, centralizando o controle da soberania ao império. Entretanto, colaborou também para um problema maior para a corte, que conseguiu, com muita dificuldade, solucionar a fragmentação do território. Para a literatura brasileira, essas manifestações foram favoráveis para demarcar uma posição independente, distinta da sua rival lusitana. Depois da fundação da historiografia foi possível criar fronteiras entre o passado e o presente estético e histórico, pesquisar, descobrir, incluir e excluir obras, escritores, ou seja, colher todo material considerado literário, pois, até então, não havia nenhum interesse em recuperá- lo e/ou preservá-lo. Apesar de toda a situação paradoxal, o proveito político-ideológico dessas manifestações foi de grande relevância, deixando marcada naquela época a prioridade daqueles que se empenharam para fundamentar uma produção cultural- intelectual no país. Especificamente no Romantismo sertanista, destaca-se o sertanejo, pela diferença de cultura, hábitos, tradições, práticas e identidades opostas ao homem civilizado, não havendo praticamente informações nem contato com aquele, isolado nas regiões mais distantes. O sertanejo era pouco vislumbrado como um protagonista
escolhidas retomam a temática do homem na sua angústia, diante de situações que escapam ao seu controle, sendo desafiado a vencê-las. Observaremos a construção e formação das personagens, ressaltando-lhes as semelhanças existentes, as virtudes que as desconfiguram enquanto heróis românticos, pois representam força, coragem e virilidade. O comportamento das personagens resultará numa imagem degradada, frágil, durante o desenvolvimento do enredo, pois as personagens sofrem transformações contribuindo para a formação de sua subjetividade concretizada nos capítulos finais, invertendo-se a imagem aparente inicial de destemidas, revestindo- as da figura de um herói fortificado, livre de todos os problemas com que foram concebidos desde então. Divergente e insólito é o protagonista do romance Inocência, que desencadeou a abordagem para esse estudo e que manifesta traços de personalidade que o aproximam do protagonista de O Garimpeiro. Frágil, angustiado, inseguro e nuances de charlatanismo são alguns traços controversos atribuídos ao herói que o tornam uma personagem em trânsito, de cuja personalidade arbitrária, o indeterminismo e a transformação constante fazem parte, resultando em sua degradação. A volubilidade significa o rompimento do homem com o seu mundo, a reprodução da instabilidade implica a descontinuidade desse homem fragmentado. Esta posição o coloca num estado de pouca resistência e inaptidão para reagir diante da situação, buscando subterfúgios com auxílio de outros para se desfazer de seus problemas. Dedicamo-nos, no segundo capítulo, à apresentação da influência e da originalidade do homem rústico, que proporcionarão pontos de vistas diferenciados e/ou semelhantes de um mesmo ser, o sertanejo, ressaltando as suas peculiaridades com traços de autoridade, violência, rudeza, personalidade forte, franqueza, naturalidade, características atenuadas pela sua religiosidade, sua maneira de se expressar e sua receptividade perante aquele que o procura para se hospedar. Esse conjunto de características representa a cultura de um homem da província. Aspectos negativos e positivos que constituem as personagens se sobressaem na obra e demonstram os hábitos de uma época e um lugar, em função do costume de vida própria da região provinciana e de um homem que está em transição diante das mudanças comportamentais, do avanço da modernidade nas áreas urbanas. Entretanto, se o intuito dos escritores românticos era atribuir ao sertanejo um lugar de destaque como ícone nacional, um herói sertanejo idealizado, Inocência
contrapõe-se a todo o ideal simbólico que representa o herói nacional; rompe com esta perspectiva pelo direcionamento dado às personagens Pereira, Manecão e Inocência. Essa obra auxilia a ilustrar a figura do homem do sertão, diferenciando-se do elemento de afirmação para fundamentar a identidade nacional. Assim, a obra contribui para a formação de uma literatura sertanista, sem a pretensão de ser mais uma engrenagem do nacionalismo. Vai além disso. Remete às impressões, rememorações de um passado distante do autor, que percorreu o interior do país e teve contato direto com outro mundo, uma realidade pouco explorada na literatura romântica. Para fundamentar nosso trabalho, recorremos à leitura e pesquisa de textos teóricos, artigos, sugestões bibliográficas de professores, bibliotecas, livros da historiografia brasileira, da crítica literária brasileira, que servirão como base para a nossa investigação e interpretação, no intento de colaborar para a discussão no campo literário. Contribuir com outro olhar é o intuito desde trabalho para enriquecer, sugerir, despertar possibilidades de questionamentos que poderão surgir, pois nenhuma resposta se encerra em si mesma.
cercanias que voltasse para casa. Trazia na cabeça um chapéu-do-chile de abas amplas e cingido de larga fita preta, sobre os ombros de um ponche-pala de variegadas cores e calçava botas de couro da Rússia bem feitas e em bom estado de conservação. Tinha quando muito vinte e cinco anos, presença agradável, olhos negros e bem rasgados, barba e cabelos cortados quase à escovinha e ar tão inteligente quanto decidido. (TAUNAY, 2006, p. 46).
Os trajes e acessórios que usava durante as suas andanças próximo da casa de Pereira, demonstram certo requinte, que contrastava com outro viajante pertencente àquela região. Segundo Rozilda Nunes Pereira (1991), o chapéu e a bota de Cirino faziam parte do modismo importado do estrangeiro tão presente no romantismo brasileiro. Podemos acrescentar também alguns objetos que faziam parte das viagens de Taunay. Ele cita o modelo da bota, que era muito caro, mas bastante resistente às viagens mais longas, tanto que, na preparação de sua viagem para a guerra, havia comprado um par do modelo, perdendo-o durante a viagem, deixando transparecer o seu pesar:
De inexcedível préstimo me foram em toda a viagem e expedição de Mato Grosso três coisas: 1ª essas malas com a competente cama; 2ª esplêndida barraca forrada que me foi dada pelo Arsenal de Guerra da Corte; 3ª um par de botas altas, de couro da Rússia, que comprei na loja do Queirós por sessenta mil réis. Pelos serviços prestados valia bem o triplo ou o quádruplo. (TAUNAY, 2005, p. 130).
O narrador realça a jovialidade, inteligência e determinação evidentes. É um viajante que não apresenta nenhuma ameaça ou rudeza de modos, aspectos estes perceptíveis na maioria dos viajantes. Não é um homem rústico, ranzinza e severo, mas traz consigo aspectos que o definem um homem alegre, cortês pela expressão e atitude, um homem das cidades. Viajando sozinho, tendo por companhia a natureza, a solidão que o aborrece, procura criar subterfúgios para espantar o enfado, referindo-se a um hábito muito comum dos viajantes solitários. Dessa forma, a personagem é inserida na narrativa de maneira tal que temos a impressão de total domínio e conhecimento do narrador sobre a situação do viajante, o que aproxima o leitor da viagem e que ela desperta nos viajantes. O emprego do pronome ‘nosso’ estabelece e confirma o vínculo entre narrador e leitor:
O nosso viajante, se caminhava distraído e meio pensativo, não parecia, contudo, de gênio sombrio ou pouco divertido. Muito ao contrário, sacudia às vezes o torpor em que vinha e entrava a cantarolar, ou assoviar, esporeando a valente cavalgadura, que na marcha que tomava ia abanando alternadamente as orelhas com o movimento cadencial da cabeça. (TAUNAY, 2006, p. 47, grifo nosso).
Logo após o encontro de Cirino com um estranho, habitante da região, trava-se um diálogo em que o leitor é informado sobre a origem do viajante. Era natural da vila Casa Branca e foi criado em Ouro Preto. O estranho identifica-se a Cirino como Pereira e o convida para descansar em sua casa. Observa-se que há o diálogo longo entre as personagens, que se apresentam para o leitor sem a intromissão do narrador. Pereira, bastante observador, considera o moço uma pessoa de posses por trazer uma tropa consigo. Entretanto, Cirino desfaz essa imagem de “nobreza” pelas privações que tem padecido durante a sua viagem. Mesmo assim, Pereira na sua modéstia oferece pouso, salientando que as acomodações eram humildes, perante as possíveis regalias a que o viajante poderia estar acostumado na capital. Sob o olhar atento de Pereira confirma-se o que havia sido descrito pelo narrador: um viajante que apresenta uma aparência distinta dos demais moradores locais, um “estrangeiro” naquelas paragens. O colóquio prolonga-se e nos revela mais informações sobre o moço. Descobre- se o seu ofício de curar doenças, fato determinante para escolher os lugares para onde vai. Exerce a medicina, não tendo o título de doutor, mas é formado em farmácia, conforme ele mesmo diz. Além disso, enaltece a si mesmo pelas curas que tem feito, demonstrando ser eficaz na sua atividade medicinal: “E acrescentou com enfatuação: — Desde então tenho batido todo o poente de Minas e feito curas que é um milagre...” (TAUNAY, 2006, p. 52). Depois de ser interrogado pelo Pereira sobre as circunstâncias que o levaram para aquele lugar, sabemos que Cirino não tem destino certo. Nas próximas páginas, apresenta-se o real motivo de sua presença e outro lado pernicioso de Cirino: era jogador de cartas. Estava endividado, e precisava urgentemente pagar as dívidas de jogo. “Talvez naquela, região onde se encontrava, poderia formar uma clientela avultosa para quem sabe conseguir pagar a dívida.” (TAUNAY, 2006, p. 54). Posteriormente, apresenta aflição e arrependimento por ter participado de tal empreendimento: “Não imagina — replicou Cirino com verdadeiro sentimento — quanto me tem amofinado essa maldita dívida. Não pelo dinheiro, que dele faço pouco
confirmado pela formação que possui. Por outro lado subverte-se toda essa aparência de bom moço para o engodo de sua atividade exercida ilegalmente como médico, que o coloca numa condição privilegiada de se intitular doutor, que ele mesmo faz questão de preservar. Confirmando tal aspecto negativo da personagem Cirino, Taunay (2005) relembra a pessoa que serviu de inspiração para criar o protagonista, ressaltando a má impressão deixada pela pessoa ao entrar em contato com ela:
Num pouso adiante, encontrei um curandeiro que se intitulava doutor ou cirurgião, à vontade, e serviu-me para a figura do apaixonado Cirino de Campos, atenuando os modos insolentes, antipático daquele modelo, com quem entabulei, por curiosidade, conversação. Era homem pretensioso, quase grosseiro e supinamente ignorante, que viajava com um mundo de drogas para impingi-las, a torto e a direito, aos incautos. (TAUNAY, 2005, Memórias, p. 366-367).
Além disso, o seu endividamento pelo jogo aprofunda o seu lado desfavoravelmente, atenuado pelos sentimentos nobres de arrependimento de estar naquela situação e tentar se redimir da sua falta. Assim cria-se uma dualidade para esse herói: de um lado, o narrador demonstra a aparência de um jovem escrupuloso, inicialmente afirmando a imagem de um herói romântico perfeito; e de outro, transfigura-o num ser marcado por descrédito pelo título assegurado de doutor e as dívidas de jogo. Nesse jogo dos contrários, o narrador compromete-se com a “verdade”, não escondendo nenhum detalhe nem sendo conivente com a postura do protagonista, lançando mão de algumas ironias, deixando bem claro a sua posição:
Antes, porém, de nela penetrarmos, digamos quem era aquele mancebo que viajava ornado do pomposo título de doutor, e o que mais é, revestido de autoridade para ir, a seu talante, aplicando remédios e preconizando curas milagrosas. (TAUNAY, 2006, p. 56).
A presença do narrador configura uma pessoa que julga, faz intervenções no enredo através de comentários e observações que acha necessário e esclarecedor para o leitor, além de apresentar a sua posição em defender o rigorismo científico e tratar Cirino com ironia. O narrador encontra-se em posição privilegiada, pois tudo sabe e tudo vê, introduz a sua análise crítica, suas suspeitas e suposições, não deixando escapar nada sobre a personagem, fazendo questão de não omitir nenhuma observação sobre o
comportamento de Cirino, como se fosse uma obrigação deixar o leitor informado, não permitindo que este confie na imagem, inicialmente, de bom mocinho. O capítulo III do romance é dedicado a uma pequena biografia de Cirino. No princípio, o narrador nos informa o lugar de nascimento, a relação breve dos pais com o protagonista, logo depois descreve a convivência com o tio que praticamente o criou. O narrador o denomina padrinho ou tio, não o identificando pelo seu nome. Não nomear esse parente próximo da personagem confere-lhe proteção, ocultamento, e também uma crítica a um tipo da sociedade que queria atingir e que será preponderante para a formação da personalidade que deverá compor a personagem. Em torno desse parente, delineia-se uma fachada ilusória — que, posteriormente, se fixa como verdade criada pelos moradores — em que ele teria uma situação econômica bastante avantajada, mas nada materialmente comprovada. Assim, ele adquiria regalias sobre o qual se agarrara e aproveitava para conseguir privilégios e respeito diante da sociedade, garantindo, assim, a convicção de todos da sua supremacia social, principalmente diante do clero.^2 Entretanto, após a sua morte, descobre-se que nada existia quanto à fortuna, a sua herança era constituído de livros, pouco ortodoxos, tudo não passava da imaginação dos habitantes daquele lugar, que perceberam o engano quando
Descobriu-se então que carola fora um pensador desabusado, antigo admirador de Xavier, O Tiradentes, que nuca tivera vintém e vivera como filósofo, grazinando lá consigo mesmo de tudo e de todos. Era o seu testamento uma gargalhada meio de gosto, meio de ironia, atirada de além-túmulo e corroborada pelo legado sarcástico que, em pomposo codicilo, fazia aos padres do Caraça da sua biblioteca, “a fim, dizia ele, de ajudar a educação dos mancebos e auxiliar as boas intenções dos seus honrados e virtuosos diretores. (TAUNAY, 2006, p. 60).
Após ser expulso do colégio com a morte do tio, por falsas promessas e não pagamento do mesmo, Cirino consegue uma ocupação numa velha botica devido à sua esperteza e também, conforme nos informa o narrador, sua astúcia, que, naturalmente, o aproxima da personalidade de seu tio:
Tinha então dezoito anos e, como era vivo, conseguiu, apesar de natural pecha que atirava o parentesco com o estrambótico e defunto protetor, ir servir de caseiro numa botica velha e manhosa, onde entre drogas e (^2) Maiores informações sobre a relação do tio de Cirino e do clero consultar Maretti (2006) nas referências bibliográficas.