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Uma revisão sobre os principais tumores ósseos benignos que acometem os membros superiores, abordando o manejo inicial, diagnóstico e tratamento para consolidar as diferenças desse difícil diagnóstico diferencial. Os autores discutem as características clínicas e radiológicas de diferentes tipos de tumores, como osteoma, encondroma, osteocondroma e condroblastoma, e descrevem as hipóteses diagnósticas de acordo com as lesões mais comuns em cada faixa etária.
O que você vai aprender
Tipologia: Esquemas
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Não perca as partes importantes!
João Guilherme Brochado Geist Fabiano da Silva Marques Lucas Sangoi Alves Osvaldo André Serafini Carlos Daniel de Garcia Bolze
TUMORES BENIGNOS ÓSSEOS, MEMBROS SUPERIORES.
BENIGN TUMOR BONE, UPPER LIMB.
Este artigo tem por objetivo realizar uma revisão sobre os principais tumores ósseos benignos que acometem os membros superiores. Abordaremos o manejo inicial, diagnóstico e tratamento, a fim de consolidar as diferenças desse difícil diagnóstico diferencial.
The purpose of this paper is to review the upper limbs main benign tumors. Discuss the initial management, diagnosis and treatment, in order to consolidate the differences of this difficult differential diagnosis.
As lesões ósseas em geral apresentam uma sintomatologia pouco específica e, em muitos casos, são completamente assintomáticas. Inúmeras vezes são diagnosticadas incidentalmente através de exames de imagem realizados por outros motivos. O encaminhamento ao médico ortopedista costuma ser de grande valia para o paciente, já que este tipo de lesão possui diversas hipóteses diagnósticas e pode ter diferentes evoluções. Focaremos nesse capítulo nos tumores ósseos benignos que podem acometer os membros superiores.
AVALIAÇÃO INICIAL
A dor em extremidades é uma queixa muito comum nos consultórios médicos, especialmente nos membros superiores. Tenossinovites, epicondilites e as lesões por esforços repetitivos lideram as causas mais comuns dos sintomas. Porém, deve-se estar muito atento quanto à duração e à natureza progressiva dos sintomas, que podem indicar a presença de um tumor ósseo subjacente. Casos com evolução clínica atípica, prolongada ou que não respondem à terapia convencional inicial devem chamar a atenção para a necessidade de realizar novos exames de imagem, a fim de prosseguir a investigação. As características observadas nesses exames, especialmente na radiografia simples, junto com os dados da anamnese e exame físico, nos permitem elaborar as hipóteses diagnósticas de acordo com as lesões mais comuns em cada faixa etária, que é o dado da história mais importante.
CLASSIFICAÇÃO DE ENNEKING É o sistema para estadiamento de tumores músculo-esqueléticos benignos e malignos utilizado pelo cirurgião ortopédico. Eficaz em determinar prognóstico, planejar cirurgia e indicar terapia adjuvante no tratamento.Os Benignos são classificados pela letra B (benigno) seguido do numeral arábico 1, 2 ou 3 conforme descrito a seguir. Para os malignos é utilizado numeral romano.1, B1: Benigno Latente: Assintomático. Lesão permanece completamente encapsulada. Sem deformação ou expansão do osso. B2: Benigno Ativo: Sintomático. Lesão permanece encapsulada e apresenta camada reativa. Pode expandir/insuflar o córtex devido à deformação de osso cortical. B3: Benigno Agressivo: Bastante sintomático. Lesão que penetra a cápsula, protuindo diretamente na zona esclerótica ao redor. Zona reativa espessa. Costuma destruir osso adjacente.
TUMORES ÓSSEOS Osteoma Osteóide: tumor ósseo benigno e ativo (B1). Costuma ocorrer nas primeiras três décadas de vida. Em geral é menor que 1,5cm, osteoblástico, possui bordos delimitados, frequentemente com zona periférica de neoformação óssea reativa (esclerose cortical). Nos membros superiores acomete com maior frequência os ossos da mão e do punho.^3 Clinicamente apresenta-se como um tumor doloroso, com característica de dor noturna que tem alívio com uso de salicilatos. Pode evoluir para resolução espontânea em 2- 5 anos.
Tumor de Células Gigantes: Tumor benigno agressivo (B3), osteolítico. Possui tecido muito vascularizado, numerosas células gigantes do tipo osteoclásticas. Acomete normalmente pacientes com placas de crescimento fechadas. Isso ajuda a diferenciar a lesão de cistos aneurismáticos (lesão pseudotumoral) e de condroblastomas epifisários, que atingem faixas etárias mais baixas. Em membros superiores, desenvolve-se preferencialmente na região epifisária do rádio distal. Pode expandir-se para a metáfise ou estar junto com o Cisto Aneurismático quando é localmente muito agressivo. Possui agressividade radiológica. A epífise é toda destruída, inclusive a cartilagem articular. A metástase pulmonar pode acometer até 3% dos pacientes. Destes, a mortalidade chega a 15%.^7 O tratamento é remover todo o tumor, tentando preservar ou restaurar, ao máximo, a função da articulação adjacente. Casos avançados e com comprometimento articular severo, além de baixo estoque ósseo, muitas vezes, necessitam de endopróteses ou cirurgias radicais, devido à impossibilidade de reconstrução local. A curetagem ou a ressecção ampla associada à adjuvância local com fenol a 5% e eletrocauterização é considerado um tratamento fácil, efetivo e associado a poucas complicações.^7 Os defeitos observados após a ressecção ou a curetagem são preferencialmente preenchidos com cimento ósseo. O metilmetacrilato atua também como adjuvante, pois possui ação inibitória local do tumor e permite a visualização, com maior facilidade, de eventuais recidivas locais através dos exames de imagem.^8 O seguimento pós-operatório envolve radiografias de tórax e do local acometido trimestralmente por 1 ano e a cada 6 meses nos dois anos seguintes. Tabela 1 LESÕES ÓSSEAS REGIÃO ACOMETIDA EM MEMBROS SUPERIORES
RADIOGRAFIA CONDUTAS
OSTEOMA OSTEOIDE Mãos e punhos Lesão osteoblástica com bordos delimitados, < 1,5cm. Zona periférica com esclerose cortical.
Evolução natural Ressecção da lesão e de parte da esclerose cortical. Ressecção por TC ENCONDROMA Mãos e úmero Lesão osteolítica, ovoide. Afila e insufla a cortical adjacente.
Curetagem e enxertia. Injeção de cimento de fosfato de cálcio.^9 OSTEOCONDROMA Região proximal do úmero.
Projeção óssea composta por camada cortical contínua com a do osso subjacente. Crescimento no sentido da diáfise.
Ressecção simples, se dano vasculo-nervoso, alteração funcional, interferência no crescimento.
CONDROBLASTOMA Epífise proximal do úmero
Área osteolítica, arredondada, 1-4cm de
Curetagem com enxertia.
diâmetro, delimitada por halo de osso esclerótico. Áreas de calcificação moteada TUMOR DE CÉLULAS GIGANTES
Rádio distal Lesão osteolítica, expansão da camada cortical com destruição da epífise.
Curetagem agressiva e uso de fenóis/cimento ósseo. Ressecção da lesão.
Figura 1 - Encondroma(4.2) Figura 2 - Osteocondroma(4.3)
Figura 3 - Condroblastoma(4.4) Figura 4 - Tumor de Células Gigantes(4.5)
Figura 5 - Osteoma Osteóide(4.1)