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TCC sobre tratamento para leishmaniose, com protocolos in vitro de avaliação de citotoxicidade , avaliação sob forma promastigota e amastigota de Leishmania
Tipologia: Teses (TCC)
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Investigação do potencial antileishmania e citotóxico das hidrazonas sintéticas
HDZ-2 e HDZ-
Anna Nayza Lopes da Silva
Teresina
Anna Nayza Lopes da Silva
Investigação do potencial antileishmania e citotóxico das hidrazonas sintéticas
HDZ-2 e HDZ-
Trabalho de Conclusão de Curso, Estágio
Supervisionado Obrigatório I, como requisito parcial
para obtenção do Título de Médica Veterinária, requerido
pela Universidade Federal do Piauí,
Orientador: Prof. Dr. Michel Muálem de Moraes Alves
Trabalho de Conclusão de Curso, Estágio Supervisionado Obrigatório I, como requisito
parcial para obtenção do Título de Médica Veterinária, requerido pela Universidade Federal
do Piauí.
Orientador: Prof. Dr. Michel Muálem de Moraes Alves
Trabalho apresentado e aprovado em ________/_____________/________ para a banca
examinadora composta por:
Prof. Dr. Michel Muálem de Moraes Alves
Orientador
Prof. Dr. Fernando Aécio de Amorim Carvalho
Membro
MsC. Rita de Cássia Viana Carvalho
Membro
Ao Professor Fernando Aécio de Amorim Carvalho, pelos dois períodos em que ministrou
aulas para mim, pelo tempo dedicado a me repassar seus conhecimentos acerca da
leishmaniose, pela oportunidade de poder participar e conhecer a rotina do Laboratório de
Atividade Antileishmania do Núcleo de Pesquisas em Plantas Medicinais (NPPM/UFPI), e
por sempre ter sido muito solícito.
Ao Professor Michel Muálem De Moraes Alves, por ter aceitado ser meu orientador, pelos
dois períodos em que ministrou aula para de modo excepcional, por sempre estar a
disposição de sanar minhas dúvidas, e por ser extremamente diligente.
Ao grupo do Laboratório de Atividade Antileishmania do Núcleo de Pesquisas em Plantas
Medicinais (NPPM/UFPI): Rita de Cássia, Karla Germana Barcelar, Fernando Aécio e
Michel Muálem, por terem me auxiliado com seus conhecimentos para que eu pudesse
desenvolver minha pesquisa.
Aos meus familiares, a minha mãe Analigia de Oliveira Lopes, e ao meu pai, Leonardo
Carvalho Moreira, por sempre durante a minha vida investirem no meu futuro para que eu
pudesse ter acesso a melhor educação, por sempre acreditarem no meu potencial. A
minha mãe, Analigia de Oliveira Lopes, por sempre estar do meu lado durante toda sua
vida, por me incentivar a focar nos meus estudos, e por todo seu cuidado e zelo comigo. A
minha irmã, Anna Naylma Lopes da Silva, por nunca duvidar da minha capacidade, por
todo seu apoio e amor.
Ao meu avô, Benedito, que infelizmente não se encontra mais entre nós, mas que sempre
me defendeu do mundo e de tudo, que durante toda sua vida sempre acreditou onde eu
poderia chegar, que sempre me defendeu quando eu fazia coisa errada com o argumento
que eu era inteligente, eu sei que todos os dias o senhor está me protegendo de tudo e sei
que nunca deixou de acreditar em mim.
Aos meus sete monstrinhos Marley, Luly, Nick, Nina, Emilly, Scooby e Bethoven por
tornarem nossas vidas melhores e com mais gastos também, mas que todo o amor que
vocês nos dão aniquila toda danação e prejuízo.
As minhas amigas Larissa Castelo, Maria Eduarda Coelho, Isabel Monnaly, Ana Mel,
Karine Santos, Ianahanna Duarte, Camilla Albuquerque eJorge Vasconcelos por estarem
comigo durante esses quatro anos, por fazer a vida acadêmica e extra-acadêmica ser
mais leve e gostosa de se viver.
Aos meus amigos Glenda Medeiros, Yanne Kiss, Lívia Almeida, Maria Clara Fernandes e
Daniel Marinho por estarem comigo a mais de 7 anos, por compatilharem suas vidas
comigo.
Lista de Tabelas
Concentração inibitória média (CI 50
) e concentração citotóxica média (CC 50
sobre células RAW.................................................................................................
2. Avaliação do efeito da HDZ-2, HDZ-3 e ANF-B sobre as formas promastigotas
da L.amazonensis .................................................................................................. 27
A leishmaniose é uma zoonose que ocorre principalmente em países com clima tropical e
subdesenvolvidos, que possuem condições desfavoráveis de saneamento básico e higiene.
Essa doença pode ocorrer de duas formas clínicas: Leishmaniose tegumentar (LT) e
Leishmaniose visceral (LV). A leishmaniose visceral é uma das doenças tropicais mais
negligenciadas e que apresenta um caráter altamente letal. A Leishmaniose que atualmente
tem como tratamento alguns fármacos disponíveis, sendo eles: antimoniais pentavalentes,
anfotericina B, mitelfosina, paramomicina e a pentamidina. Entretanto, esses fármacos apesar
de serem indicados para o tratamento possuem um grau de nefrotoxicidade e
hepatotoxicidade elevados. Portanto, o estudo em questão teve como objetivo avaliar a
eficácia do uso das hidrazonas sintéticas, HDZ-2 e HDZ-3, sob as formas promastigotas de
Leishmania amazonensis. De acordo com esse estudo, consuma-se que as hidrazonas
sintéticas HDZ-2 E HDZ-3 apresentaram potencial antileishmania contra formas
promastigotas de L. amazonensis , sendo que a HDZ-3 teve melhor atividade que a HDZ-2.
Além disso, as hidrazonas sintéticas causaram alterações morfológicas do parasita, tais como:
flagelo curto, membrana porosa e dismorfismo. Assim, é possível concluir que o as hidrazonas
sintéticas são promissoras para futuras investigações de seu potencial para o tratamento das
leishmanioses, sendo necessários novos ensaios com estas substâncias para comprovar essa
atividade.
Palavras-chave : Atividade antileishmania, hidrazonas, Leishmania amazonensis
Leishmaniasis is a zoonosis that occurs mainly in countries with a tropical climate or
underdeveloped economies, which have unfavorable conditions of basic sanitation and
hygiene. This disease can occur in two clinical forms: Tegumentary Leishmaniasis (LT) and
Visceral Leishmaniasis (VL). Visceral leishmaniasis is one of the most neglected tropical
diseases and has a highly lethal nature. Leishmaniasis is currently treated with some available
drugs, namely: pentavalent antimonials, amphotericin B, mitelfosine, paromomycin and
pentamidine. However, these drugs, despite being indicated for treatment, have a high degree
of nephrotoxicity and hepatotoxicity. Thus, the study in question aimed to evaluate the
effectiveness of the use of synthetic hydrazones, HDZ-2 and HDZ-3, on the promastigotes of
Leishmania amazonensis. According to this study, it was concluded that the synthetic
hydrazones HDZ-2 and HDZ-3 showed antileishmanial potential against promastigotes of L.
amazonensis , with HDZ-3 having better activity than HDZ-2. Furthermore, synthetic
hydrazones caused morphological changes in the parasite, such as: short flagellum, porous
membrane and dysmorphism. Thereby, it is possible to conclude that synthetic hydrazones are
promising for future investigations of their potential for the treatment of leishmaniasis, requiring
new tests with these substances to prove this activity.
Keywords : Antileishmanial activity, hydrazones, Leishmania amazonensis
derivados hidrazônicos apresentam um amplo espectro de atividades farmacológicas e
biológicas de interesse (Hussain, I, et al, 2017), e que as N -acilidrazonas exibiram
atividades biológicas para diferentes alvos terapêuticos (THOTA S et al., 2018). Nesse
contexto, a capacidade de interagir com sistemas biológicos coloca os grupos funcionais
hidrazona e N -acilhidrazona em destaque entre os compostos químicos para fins
medicinais. Diante disso, o objetivo principal desse estudo é investigar o potencial
antileishmania e citotóxico das hidrazonas sintéticas (HDZ-2 e HDZ-3), que são bioativos,
sobre parasitos do gênero Leishmania e sua citotoxicidade in vitro sobre células RAW.
2. Revisão de Literatura
2.1Leishmaniose
A Leishmaniose está entre as doenças tropicais negligenciadas, considerada uma zoonose
de ocorrência mundial principalmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, a
qual é ocasionada pelo protozoário tripasssonomatídeo pertencente ao gênero Leishmania ,
parasita intracelular obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclearo qual possui
como hospedeiro intermediário o flebótomo Lutzomia sp., também conhecido como mosquito-
palha, birigui, tatuquira; pertencente ao reino Animalia, filo Arthropoda, classe Insecta, ordem
Diptera, no qual as fêmeas são hematófagas, pertencentes a subfamília Phlebotominae,
subordem e família Psychodidae. O parasita leishmania posssui como hospedeiro definitivo
mamíferos como cães, gatos, raposas, marsupiais e humanos. A leishmaniose possui duas
formas clínicas, tegumentar (LT) e visceral (LV), ambas as formas clínicas possuem como
vetor o flebotomíneo Lutzomia sp. (figura 1). A LV é sistêmica e evolutiva, e acomete órgãos
como baço, fígado e medula espinhal. A LT consiste mais em lesões na pele, ficando restrita
ao local da picada ocorrendo descamacões e eczemas (OLIVEIRA et al., 2010).
Em humanos a leishmaniose visceral é dividida em três períodos: inicial, de estado e
final (Ministério da Saúde, 2017). O período inicial é caracterizado por apresentar como
sintomas febre, hepatoesplenomegalia e palidez cutâneo-mucosa; o período de estado é
caracterizado pela febre irregular associada ao emagrecimento progressivo, aumento da
hepatoesplenomegalia (figura 3) e palidez cutâneo-mucosa,e possui um quadro clínico de
mais de dois meses de evolução; o período final é aquele que evolui caso não se tenha feito o
tratamento ou diagnóstico, e tem como características febre contínua, comprometimento
intenso do estago geral, instalação da desnutrição (cabelos quebradiços, pele seca e cílios
alongados), edema dos membros inferiores que pode evoluir para anasarca, hemorragias,
ascite e icterícia (Ministério da Saúde, 2017).
Nos cães a LV é uma infecção sistêmica e de evolução rápida, e suas manifestações
clínicas estão diretamente relacionadas com a capacidade imunocompetente do animal, os
animais podem ser portares sintomáticos ou serem assintomáticos por meses ou anos
(Ministério da Saúde, 2006). Os sinais clínicos clássicos da LV são: lesões cutâneas eczema
e descamação, em particular na orelha e no espelho nasal, pequenas úlceras, vistas mais
frequentemente ao nível do focinho, orelhas, cauda e articulações, e pêlo opaco (Ministério
da Saúde, 2006). Observa-se ainda nas fases mais adiantadas da doença esplenomeglia,
edema de patas, vômitos, hiperqueratose, onicogrifose, alopecia, dermatites,
ceratoconjutivite, uveíte, coriza, linfadenopatia, diarréia e hemorragia intestinal. Além disso,
na fase final da infecção geralmente ocorre paresia das patas posteriores, inanição, caquexia
e morte (Ministério da Saúde, 2006).
Figura 2. Forma promastigota da leishmania
Figura 1. Flebotomíneo Lutzomia sp.
Fonte: Google
Fonte: Google
Durante o mesmo período a média de casos para a Leishmaniose Tegumentar foi de
22,4% de casos por ano, sendo o Pará com maior índice de casos com 16,63% e a Bahia o
segundo estado com maior número de casos com índice de 14,39% (SISTEMA DE
INFORMAÇÕES DE AGRAVO DE NOTIFICAÇÕES-2017). Nos últimos seis anos, o ano de
2017 obteve o maior número de casos de LT (grafico 2), sendo que em todos esses seis
anos e anos anteriores a região norte liderou o número de casos(grafico 3).
Fonte: SVS/MS
Fonte: SVS/MS
Figura 3. Casos de leishmaniose visceral por UF de infecção.
Brasil, 2021
Gráfico 1. Casos de leishmaniose visceral. Brasil, 1980 a 2021
No período entre 2015 e 2017, foram notificados no estado do Piauí 170 casos de
Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), onde 146 desses casos foram classificados
como a forma cutânea e os outros 24 casos categorizados como a forma mucosa. Dos 170
casos de LTA 58,82% concentrou-se em Teresina (SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE
AGRAVO DE NOTIFICAÇÕES-2017). Desse modo, é uma das afecções dermatológicas
que merece mais atenção, devido à sua magnitude, assim como pelo risco de ocorrência de
Fonte: SVS/MS
Fonte: SVS/MS
Gráfico 2. Casos e coeficiente de detecção de leishmaniose tegumentar. Brasil, 2012 a 2021
Gráfico 3. Casos de leishmaniose tegumentar por região. Brasil, 2012 a 2021
membrana do macrófago começa a envolver o parasito formando uma espécie de funil,
nesse funil ocorre a transformação de promastigota para amastigota com a internalização
do flagelo. As amastigotas irão ser englobadas por um vacúolo, o qual se funde com o
lisossomo, formando o vacúolo parasitóforo, as promastigotas podem tanto ficar aderidas a
parede do vacúolo quanto livres dentro deste, os parasitos começam a se multiplicar
descontroladamente a ponto de ocasionarem a lise celular, com a liberação das formas
promastigotas que serão fagocitadas pelas células do sistema fagocítico(TEIXEIRA et al.,
Figura 4. Esquema das morfologias promastigota e amastigota e o ciclo de vida da Leishmania com os
diferentes tipos de células em destaque. (a) Promastigota e morfologias amastigotas alinhadas ao longo do
eixo posterior anterior com estruturas-chave nas células indicadas. (b) Ciclo de vida da Leishmania com
eventos críticos e diferentes tipos de células destacados. Um flebotomíneo se alimenta de sangue de um
hospedeiro mamífero infectado e ingere um macrófago contendo amastigotas de Leishmania. No intestino
médio do flebotomíneo, os amastigotas se diferenciam em promastigotas procíclicos. Em seguida, tornam-
se promastigotas nectomonas, que escapam da matriz peritrófica e então se ligam às microvilosidades no
intestino médio antes de se moverem para o intestino médio torácico e a válvula estomodeal, onde se
diferenciam em promastigotas leptomonas. Aqui, os promastigotas leptomonas se diferenciam em
promastigotas haptomonas que se ligam à válvula estomodeal e são transmitidos quando o flebotomíneo
se aproxima uma refeição de sangue. Os estágios proliferativos são indicados por uma seta circular.
Fonte: Sunter J, Gull K. 2017
Quando o vetor for fazer o repasto sanguíneo em um cão hígido inoculará as formas
promastigotas que por sua vez irão adentrar nas células do sistema fagocítico mononuclear
e posteriormente fazem divisão binária transformando-se em amastigotas novamente e
devido a essas sucessivas divisões que aumentam o número de parasitas intracelulares,
ocorre a destruição dos macrófagos e liberação das formas amastigotas. A Leishmaniose
tegumentar ocorre de modo semelhante a visceral, entretanto, as amastigotas que são
liberadas ficam restritas às células hitiocitárias (HARHAY, M.O. et al., 2011).
2.2Tratamentos Convencionais
Para o tratamento da leishmaniose, atualmente têm-se no mercado os fármacos de
primeira escolha que são os antimoniais pentavalentes (antimoniato de N -metilglucamina), e
os de segunda escolha, anfotericina B e pentamidina. O antimoniato de N-metil glucamina tem
a vantagem de poder ser administra-do em nível ambulatorial o que diminui os riscos
relacionados à hospitalização pois o paciente não necessita de internamento para a
administração do medicamento, em contrapartida, nos últimos anos, doses
progressivamente maiores dos antimoniais têm sido recomendadas pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) e pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos da
América devido ao aparecimento de resistência primária do parasito a esses fármacos, além
de ser contraindicado para gestantes, portadores de insuficiência renal, hepática e cardíaca
(CAPELLO et al., 2015; HU et al., 2015).
A pentamidina e anfotericina B apresentam desvantagem quanto ao uso devido o
tratamento ser realizado por via parenteral, necessitando de cuidados assistenciais para a
administração, além de causar toxicidade elevada. A anfotericina B é a única opção no
tratamento de gestantes e de pacientes que tenham contraindicações ou que manifestem
toxicidade (SANTOS et al., 2018).
O isotionato de pentamidina, uma diamidina aromática, é um agente antiprotozoário
(RAJASEKARAN; CHEN, 2015). Paciente em uso de isotionato de pentamidina podem
apresentar reações graves que podem ameaçar a vida do paciente, como hipotensão,
hipoglicemia, pancreatite, arritmia cardíaca, leucopenia, trombocitopenia, insuficiência renal
aguda, hipocalcemia e taquicardia ventricular (AKBARI; ORYAN; HATAM, 2017; DE ALMEIDA
et al., 2017).A administração parenteral pode levar ao aparecimento de hipomagnesemia,
hematúria macroscópica e reações no local da infusão, como desconforto e dor, até
endurecimento, formação de abscesso e necrose muscular. O uso está contraindicado em