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Estudo Prospectivo: Tratamento Cirúrgico de Fraturas de Maxila em Centro de Treinamento, Slides de Otorrinolaringologia

Um estudo prospectivo sobre o tratamento cirúrgico de fraturas de maxila realizado em um centro de treinamento em cirurgia crânio-maxilo-facial durante o ano de 2009. O estudo avalia as associações, etiologias, resultados e complicações dos pacientes submetidos a redução cruenta e fixação interna de fratura de maxila. A maioria das fraturas foi classificada como le fort ii, associada a fraturas do complexo zigomático-orbitário. O baixo índice de complicações e pouca necessidade do emprego do bloqueio maxilomandibular no pós-operatório demonstram que a redução cruenta associada à fixação interna rígida é uma forma segura e eficaz de tratamento.

O que você vai aprender

  • Quais foram as principais complicações observadas após o tratamento cirúrgico de fraturas de maxila?
  • Quais foram as principais etiologias de fraturas de maxila identificadas no estudo?
  • Quais tipos de fraturas de maxila foram mais prevalentes no estudo?

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Luiz_Felipe
Luiz_Felipe 🇧🇷

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Tratamento cirúrgico da fratura de maxila
179
Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(4): 179-82
Tratamento cirgico da fratura de maxila: estudo
prospectivo de 1 ano em um centro de treinamento em
cirurgia cnio-maxilo-facial
Surgical treatment of maxillary fractures: prospective study of
1-year in a training center in cranio-maxillo-facial surgery
Marcos rossiter Melo1, Vinícius Faria GiGnon1, Bruno alVarenGa silVa loredo1,
sérGio antônio araújo costa2, josé Mariano carValho costa3, lucas GoMes Patrocínio4
ARTIGO ORIGINAL
RESUMO
Introdução: Os traumas faciais ocupam papel de destaque
nos atendimentos emergenciais dos hospitais de referência. Dentre
os tipos de trauma de face, as fraturas de maxila estão entre as mais
prevalentes e geralmente estão associadas a outros tipos de fraturas.
Além disso, apresentam importantes alterações oclusais. Requer
tratamento por meio de redução e fixação interna ou por meio de
bloqueio maxilo-mandibular. Objetivo: Avaliar prospectivamente os
pacientes portadores de fratura de maxila tratados por meio de redu-
ção e fixação interna no ano de 2009, em um Centro de Treinamento
em Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial. Método: Análise prospectiva de
20 pacientes com fratura de maxila submetidos a redução cruenta
e fixação interna. Foram coletados dados relacionados a idade,
gênero, etiologia, classificação, outras fraturas de face, necessidade
de bloqueio maxilo-mandibular pós-operatório e complicações.
Resultados: A população estudada foi de 20 pacientes, sendo 19
do sexo masculino, com idade entre 11 e 65 anos (41,1 ± 14,7
anos). As principais etiologias foram acidente automobilístico (n=13,
65,0%), agressão interpessoal (n=3, 15,0%) e queda da própria
altura (n=3, 15,0%). Com relação à distribuição sazonal, os meses
mais frequentes foram agosto (n=5, 25%) e novembro (n=4, 20%).
As fraturas foram classificadas em Le Fort I (n=5), Le Fort II (n=11),
Le Fort III (n=2), Lanelongue (n=2) e Richet (n=2). As fraturas de
face mais comumente associadas foram zigoma (n=18, 90%), nariz
(n=12, 60%), naso-etmóido-orbitárias (n=4, 20%) e mandíbula
(n=3, 15%). Os pacientes foram acompanhados por 3 a 12 me-
ses (média de 5,8 meses). Em 7 pacientes, optou-se por manter o
bloqueio maxilo-mandibular no pós-operatório, que durou de 2 a 6
semanas (média de 3,57 semanas). As principais complicações do
tratamento foram: exposição de material de síntese (n=2), enoftlamia
(n=1), má-oclusão (n=1), paresia transitória do ramo frontal do
nervo facial (n=1), ectrópio (n=1). Conclusões: Os pacientes mais
acometidos foram os adultos jovens do sexo masculino, apresentando
como etiologia principal o acidente automobilístico. A maioria foi
classificada como Le Fort II, com associação com fraturas do com-
plexo zigomático-orbitário. Houve baixo índice de complicações e
pouca necessidade do emprego do bloqueio maxilo-mandibular no
pós-operatório, demonstrando que a redução cruenta associada à
fixação interna é uma forma de tratamento segura e eficaz.
Descritores: Maxila/cirurgia. Técnicas de fixação da arcada
ósseo-dentária. Fixação interna de fraturas.
ABSTRACT
Introduction: Facial trauma plays a prominent role in
hospital emergency referrals. Among the types of facial trauma,
fractures of the maxilla are among the most prevalent and
generally associated with other types of fractures. Besides, they
present important occlusal changes and require treatment by
reduction and internal fixation or by means of intermaxillary
fixation. Objective: To evaluate prospectively the patients with
maxillary fractures treated by reduction and internal fixation in
the year 2009, in a Craniomaxillofacial Surgery training center.
Methods: Prospective analysis of 20 patients with maxillary
fractures that underwent open reduction and internal fixation.
Data were collected on age, gender, etiology, classification,
other facial fractures, the need for postoperative intermaxillary
fixation, and complications. Results: The study population
consisted of 20 patients, 19 males, age range from 11 to 65
years-old (41.1 ± 14.7 years-old). The main causes were motor
vehicle accident (n=13, 65.0%), interpersonal aggression (n=3,
15.0%), and falling from height (n=3, 15.0%). With regard to
seasonal distribution, the months more frequent were August
(n=5, 25%) and November (n=4, 20%). The fractures were
classified into Le Fort I (n=5), Le Fort II (n=11), Le Fort III (n=2),
Lanelongue (n=2), and Richet (n=2). The facial fractures were
more commonly associated with zygoma (n=18, 90%), nose
(n=12, 60%), nasoorbitoethmoid (n=4, 20%), and mandible
(n=3, 15%). Patients were followed for 3 to 12 months (mean
5.8 months). In 7 patients, it was chosen to keep intermaxil-
lary fixation in the postoperative period that lasted from 2 to
6 weeks (mean, 3.57 weeks). The main complications were:
exposure of the implant (n=2), enoftlamia (n=1), malocclu-
sion (n=1), transient paresis of the frontal branch of the facial
nerve (n=1), and ectropion (n=1). Conclusions: Young adult
males were the patients most affected and the most common
etiology was automobile accident. Most were classified as Le
Fort II, which were associated with fractures of the zygomatic-
orbital complex. A low rate of complications and little need for
the use of intermaxillary fixation postoperatively demonstrated
that open reduction associated with internal fixation is a safe
and effective treatment.
Keywords: Maxilla/surgery. Jaw fixation techniques. Frac-
ture fixation, internal.
pf3
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Tratamento cirúrgico da fratura de maxila

Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(4): 179-

Tratamento cirúrgico da fratura de maxila: estudo

prospectivo de 1 ano em um centro de treinamento em

cirurgia crânio-maxilo-facial

Surgical treatment of maxillary fractures: prospective study of

1-year in a training center in cranio-maxillo-facial surgery

Marcos rossiter M elo^1 , Vinícius F aria GiGnon 1 , B runo alVarenGa silVa loredo^1 , sérGio antônio araújo costa 2 , josé M ariano carValho costa 3 , lucas GoMes P atrocínio 4

ARTIGO ORIGINAL

RESUMO

Introdução: Os traumas faciais ocupam papel de destaque nos atendimentos emergenciais dos hospitais de referência. Dentre os tipos de trauma de face, as fraturas de maxila estão entre as mais prevalentes e geralmente estão associadas a outros tipos de fraturas. Além disso, apresentam importantes alterações oclusais. Requer tratamento por meio de redução e fixação interna ou por meio de bloqueio maxilo-mandibular. Objetivo: Avaliar prospectivamente os pacientes portadores de fratura de maxila tratados por meio de redu- ção e fixação interna no ano de 2009, em um Centro de Treinamento em Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial. Método: Análise prospectiva de 20 pacientes com fratura de maxila submetidos a redução cruenta e fixação interna. Foram coletados dados relacionados a idade, gênero, etiologia, classificação, outras fraturas de face, necessidade de bloqueio maxilo-mandibular pós-operatório e complicações. Resultados: A população estudada foi de 20 pacientes, sendo 19 do sexo masculino, com idade entre 11 e 65 anos (41,1 ± 14, anos). As principais etiologias foram acidente automobilístico (n=13, 65,0%), agressão interpessoal (n=3, 15,0%) e queda da própria altura (n=3, 15,0%). Com relação à distribuição sazonal, os meses mais frequentes foram agosto (n=5, 25%) e novembro (n=4, 20%). As fraturas foram classificadas em Le Fort I (n=5), Le Fort II (n=11), Le Fort III (n=2), Lanelongue (n=2) e Richet (n=2). As fraturas de face mais comumente associadas foram zigoma (n=18, 90%), nariz (n=12, 60%), naso-etmóido-orbitárias (n=4, 20%) e mandíbula (n=3, 15%). Os pacientes foram acompanhados por 3 a 12 me- ses (média de 5,8 meses). Em 7 pacientes, optou-se por manter o bloqueio maxilo-mandibular no pós-operatório, que durou de 2 a 6 semanas (média de 3,57 semanas). As principais complicações do tratamento foram: exposição de material de síntese (n=2), enoftlamia (n=1), má-oclusão (n=1), paresia transitória do ramo frontal do nervo facial (n=1), ectrópio (n=1). Conclusões: Os pacientes mais acometidos foram os adultos jovens do sexo masculino, apresentando como etiologia principal o acidente automobilístico. A maioria foi classificada como Le Fort II, com associação com fraturas do com- plexo zigomático-orbitário. Houve baixo índice de complicações e pouca necessidade do emprego do bloqueio maxilo-mandibular no pós-operatório, demonstrando que a redução cruenta associada à fixação interna é uma forma de tratamento segura e eficaz.

Descritores: Maxila/cirurgia. Técnicas de fixação da arcada ósseo-dentária. Fixação interna de fraturas.

ABSTRACT

Introduction: Facial trauma plays a prominent role in hospital emergency referrals. Among the types of facial trauma, fractures of the maxilla are among the most prevalent and generally associated with other types of fractures. Besides, they present important occlusal changes and require treatment by reduction and internal fixation or by means of intermaxillary fixation. Objective: To evaluate prospectively the patients with maxillary fractures treated by reduction and internal fixation in the year 2009, in a Craniomaxillofacial Surgery training center. Methods: Prospective analysis of 20 patients with maxillary fractures that underwent open reduction and internal fixation. Data were collected on age, gender, etiology, classification, other facial fractures, the need for postoperative intermaxillary fixation, and complications. Results: The study population consisted of 20 patients, 19 males, age range from 11 to 65 years-old (41.1 ± 14.7 years-old). The main causes were motor vehicle accident (n=13, 65.0%), interpersonal aggression (n=3, 15.0%), and falling from height (n=3, 15.0%). With regard to seasonal distribution, the months more frequent were August (n=5, 25%) and November (n=4, 20%). The fractures were classified into Le Fort I (n=5), Le Fort II (n=11), Le Fort III (n=2), Lanelongue (n=2), and Richet (n=2). The facial fractures were more commonly associated with zygoma (n=18, 90%), nose (n=12, 60%), nasoorbitoethmoid (n=4, 20%), and mandible (n=3, 15%). Patients were followed for 3 to 12 months (mean 5.8 months). In 7 patients, it was chosen to keep intermaxil- lary fixation in the postoperative period that lasted from 2 to 6 weeks (mean, 3.57 weeks). The main complications were: exposure of the implant (n=2), enoftlamia (n=1), malocclu- sion (n=1), transient paresis of the frontal branch of the facial nerve (n=1), and ectropion (n=1). Conclusions: Young adult males were the patients most affected and the most common etiology was automobile accident. Most were classified as Le Fort II, which were associated with fractures of the zygomatic- orbital complex. A low rate of complications and little need for the use of intermaxillary fixation postoperatively demonstrated that open reduction associated with internal fixation is a safe and effective treatment.

Keywords: Maxilla/surgery. Jaw fixation techniques. Frac- ture fixation, internal.

Melo MR et al.

Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(4): 179-

INTRODUÇÃO

Os traumas faciais ocupam papel de destaque nos atendi- mentos emergenciais dos hospitais de referência. Apresenta inci- dência crescente nas últimas quatro décadas em decorrência do aumento dos acidentes automobilísticos e da violência urbana^1. Dentre os tipos de traumas de face, as fraturas de maxila estão entre as mais graves e geralmente estão associadas a outros tipos de fraturas^2. Além disso, podem ocasionar importantes alterações oclusais, que, se não forem restauradas de maneira adequada, podem evoluir para sequelas estéticas e funcionais. Acurado diagnóstico, exposição cirúrgica apropriada e precisa redução são fatores essenciais para o restabelecimento do paciente às suas condições anteriores ao trauma. O tratamento das fraturas de maxila é realizado através de redução e fixação, seja por meio de bloqueios maxilo-mandibu- lares ou fixação interna estável com uso de miniplacas e para- fusos. O tratamento cirúrgico das fraturas maxilares permite recuperação mais rápida do paciente, com menos morbidade quando realizado de maneira adequada^3. O presente estudo tem como objetivo avaliar prospecti- vamente os pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de fratura de maxila em um Centro de Treinamento em Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial, durante o ano de 2009, avaliando suas associações, etiologias, resultados e complicações.

MÉTODO

Foram avaliados, prospectivamente, todos os pacientes que apresentavam trauma crânio-maxilo-facial atendidos pela Divisão de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial do Serviço de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de Uberlândia, durante o ano de 2009. Os critérios estabelecidos para inclusão no estudo foram: diagnóstico clínico e radiológico de fratura de maxila, tratamento cirúrgico cruento da fratura de maxila, fixação interna estável com miniplacas e parafusos da fratura de maxila, acompanha- mento por, no mínimo, três meses após o procedimento cirúrgico. Os critérios estabelecidos para exclusão no estudo foram: trauma facial com ausência de fratura de maxila, tratamento não-cirúrgico de fratura de maxila, redução incruenta sem fixação interna de fratura de maxila, seguimento pós-operatório menor que três meses.

Foram coletados dados relacionados a idade, gênero, etio- logias, classificações, associações, técnica cirúrgica, neces- sidade de bloqueio maxilo-mandibular no pós-operatório e complicações.

RESULTADOS

Foram incluídos no presente estudo 20 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico com redução cruenta e fixação interna de fratura de maxila Divisão de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial do Serviço de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de Uberlândia, durante o ano de 2009. A população estudada foi de 20 pacientes, 19 do sexo masculino e 1 feminino, com idade entre 11 e 65 anos (41, ± 14,7 anos). As principais etiologias foram acidentes auto- mobilísticos (13 pacientes, 65,0%), agressão interpessoal ( pacientes, 15,0%) e queda da própria altura (3 pacientes, 15%). Com relação à distribuição sazonal, os meses mais frequentes foram agosto (5 casos, 25%) e novembro (4 casos, 20%). As fraturas foram classificadas em Le Fort I (n=5), Le Fort II (n=11), Le Fort III (n=2), Lanelongue (n=2) e Richet (n=2) (Figura 1). As fraturas de face mais comumente associadas foram as zigomático-orbitárias (n=18, 90%), nariz (n=12, 60%), naso-etmóido-orbitárias (n=4, 20%) e mandíbula (n=3, 15%). Os pacientes foram acompanhados por 3 a 12 meses

Figura 1 – Gráfico demonstrando a classificação das fraturas de maxila dos 20 pacientes avaliados no presente estudo.

Correspondência: Lucas Gomes Patrocinio Rua Arthur Bernardes, 555 – 1º Andar – Uberlândia, MG, Brasil – CEP: 38400- E-mail: lucaspatrocinio@clinicaotoface.com.br

  1. Médico, Otorrinolaringologista, Residente de Cirurgia Crânio-Maxilo- Facial do Serviço de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.
  2. Cirurgião-Dentista, Especialista em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, Co- laborador da Divisão de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial do Serviço de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.
  3. Cirurgião-Dentista, Especialista em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, Doutor em Ciências da Saúde, Colaborador da Divisão de Cirurgia Crânio-Ma- xilo-Facial do Serviço de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.
  4. Médico, Otorrinolaringologista, Cirurgião de Cabeça e Pescoço, Ci- rurgião Crânio-Maxilo-Facial, Doutor em Ciências da Saúde, Chefe da Divisão de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial do Serviço de Otorrino- laringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.

Melo MR et al.

Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(4): 179-

dessa camada. A lesão neural é, muitas vezes, incom- pleta e temporária. Encontramos essa complicação em 15% dos casos, sendo a paresia temporária^11.

  • Infecções pós-operatórias: são mais propensas em lesões extensas de tecidos moles, feridas contaminadas e fraturas expostas. Deve-se realizar debridamento dos tecidos desvitalizados e lavagem exaustiva das áreas contaminadas. Em longo prazo, infecções mal tratadas ou não diagnosticadas podem levar à osteomielite em torno dos locais dos parafusos ou fios. A remoção desses implantes e debridamento do osso podem ser necessários se os antibióticos não forem bem sucedidos. Evidenciamos infecção de ferida operatória em 5% dos pacientes e exposição de placas em 10%.
  • Enoftalmo e alterações oclusais: má união e resultante má oclusão e deformidades podem acontecer se a redução não é precisa ou se ocorrer perda ou afrou- xamento da fixação no pós-operatório. Pode-se evitar essa complicação com técnica cirúrgica meticulosa e adequada fixação. Apresentamos um paciente (5% dos casos) com má oclusão e um paciente (5% dos casos) com enoftalmo no pós-operatório. A proximidade com estruturas anatômicas complicadas e as possíveis consequências da reparação imprecisas tornam as fraturas maxilares uma doença complexa, compete ao cirurgião conhecer e aplicar os princípios cirúrgicos de forma meticulosa na gestão dessas fraturas.

CONCLUSÕES

Os pacientes mais acometidos foram os adultos jovens do sexo masculino, tendo como etiologia principal o acidente automobilístico. A maioria foi classificada como Le Fort II, com associação com fraturas do complexo

zigomático-orbitário. Houve baixo índice de complicações e pouca necessidade do emprego do bloqueio maxilo- mandibular no pós-operatório, demonstrando que a redução cruenta associada à fixação interna rígida é uma forma de tratamento segura e eficaz.

REFERÊNCIAS

  1. Braustein PW. Medical aspects of automotive crash injury research. J Am Med Assoc. 1957;163(4):249-55.
  2. Cohen RS, Pacios AR. Facial and cranio-facial trauma: epidemiology, experience and treatment. F Med. 1995;111(suppl):111-6.
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  4. Sastry SM, Sastry CM, Paul BK, Bain L, Champion HR. Leading causes of facial trauma in the major trauma outcome study. Plast Reconstr Surg. 1995;95(1):196-7.
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  6. Haug RH, Adams JM, Jordan RB. Comparison of the morbidity as- sociated with maxillary fractures treated by maxillomandibular and rigid internal fixation. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1995;80(6):629-37.
  7. Frakes MA, Evans T. Evaluation and management of the patient with LeFort facial fractures. J Trauma Nurs. 2004;11(3):95-101.
  8. Aksoy E, Unlü E, Sensöz O. A retrospective study on epidemio- logy and treatment of maxillofacial fractures. J Craniofac Surg. 2002;13(6):772-5.
  9. Markowitz BL, Manson PN. Panfacial fractures: organization of treatment. Clin Plast Surg. 1989;16(1):105-14.
  10. Phillips JH, Gruss JS, Wells MD, Chollet A. Periosteal suspension of the lower eyelid and cheek following subcilliary exposure of facial fractures. Plast Reconstr Surg. 1991;88(1):145-8.
  11. Haug RH, Prather J, Bradrick JP, Indresano AT. The morbidity asso- ciated with fifty maxillary fractures treated by closed reduction. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1992;73(6):659-63.

Trabalho apresentado como pôster no XI Congresso Brasileiro de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial, em Natal, RN, Brasil, no período de 2 a 4 de junho de 2010. Trabalho realizado na Divisão de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial, Serviço de Otorrinolaringologia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil. Artigo recebido: 17/8/ Artigo aceito: 25/10/