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Um estudo prospectivo sobre o tratamento cirúrgico de fraturas de maxila realizado em um centro de treinamento em cirurgia crânio-maxilo-facial durante o ano de 2009. O estudo avalia as associações, etiologias, resultados e complicações dos pacientes submetidos a redução cruenta e fixação interna de fratura de maxila. A maioria das fraturas foi classificada como le fort ii, associada a fraturas do complexo zigomático-orbitário. O baixo índice de complicações e pouca necessidade do emprego do bloqueio maxilomandibular no pós-operatório demonstram que a redução cruenta associada à fixação interna rígida é uma forma segura e eficaz de tratamento.
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Tipologia: Slides
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Tratamento cirúrgico da fratura de maxila
Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(4): 179-
Marcos rossiter M elo^1 , Vinícius F aria GiGnon 1 , B runo alVarenGa silVa loredo^1 , sérGio antônio araújo costa 2 , josé M ariano carValho costa 3 , lucas GoMes P atrocínio 4
RESUMO
Introdução: Os traumas faciais ocupam papel de destaque nos atendimentos emergenciais dos hospitais de referência. Dentre os tipos de trauma de face, as fraturas de maxila estão entre as mais prevalentes e geralmente estão associadas a outros tipos de fraturas. Além disso, apresentam importantes alterações oclusais. Requer tratamento por meio de redução e fixação interna ou por meio de bloqueio maxilo-mandibular. Objetivo: Avaliar prospectivamente os pacientes portadores de fratura de maxila tratados por meio de redu- ção e fixação interna no ano de 2009, em um Centro de Treinamento em Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial. Método: Análise prospectiva de 20 pacientes com fratura de maxila submetidos a redução cruenta e fixação interna. Foram coletados dados relacionados a idade, gênero, etiologia, classificação, outras fraturas de face, necessidade de bloqueio maxilo-mandibular pós-operatório e complicações. Resultados: A população estudada foi de 20 pacientes, sendo 19 do sexo masculino, com idade entre 11 e 65 anos (41,1 ± 14, anos). As principais etiologias foram acidente automobilístico (n=13, 65,0%), agressão interpessoal (n=3, 15,0%) e queda da própria altura (n=3, 15,0%). Com relação à distribuição sazonal, os meses mais frequentes foram agosto (n=5, 25%) e novembro (n=4, 20%). As fraturas foram classificadas em Le Fort I (n=5), Le Fort II (n=11), Le Fort III (n=2), Lanelongue (n=2) e Richet (n=2). As fraturas de face mais comumente associadas foram zigoma (n=18, 90%), nariz (n=12, 60%), naso-etmóido-orbitárias (n=4, 20%) e mandíbula (n=3, 15%). Os pacientes foram acompanhados por 3 a 12 me- ses (média de 5,8 meses). Em 7 pacientes, optou-se por manter o bloqueio maxilo-mandibular no pós-operatório, que durou de 2 a 6 semanas (média de 3,57 semanas). As principais complicações do tratamento foram: exposição de material de síntese (n=2), enoftlamia (n=1), má-oclusão (n=1), paresia transitória do ramo frontal do nervo facial (n=1), ectrópio (n=1). Conclusões: Os pacientes mais acometidos foram os adultos jovens do sexo masculino, apresentando como etiologia principal o acidente automobilístico. A maioria foi classificada como Le Fort II, com associação com fraturas do com- plexo zigomático-orbitário. Houve baixo índice de complicações e pouca necessidade do emprego do bloqueio maxilo-mandibular no pós-operatório, demonstrando que a redução cruenta associada à fixação interna é uma forma de tratamento segura e eficaz.
Descritores: Maxila/cirurgia. Técnicas de fixação da arcada ósseo-dentária. Fixação interna de fraturas.
ABSTRACT
Introduction: Facial trauma plays a prominent role in hospital emergency referrals. Among the types of facial trauma, fractures of the maxilla are among the most prevalent and generally associated with other types of fractures. Besides, they present important occlusal changes and require treatment by reduction and internal fixation or by means of intermaxillary fixation. Objective: To evaluate prospectively the patients with maxillary fractures treated by reduction and internal fixation in the year 2009, in a Craniomaxillofacial Surgery training center. Methods: Prospective analysis of 20 patients with maxillary fractures that underwent open reduction and internal fixation. Data were collected on age, gender, etiology, classification, other facial fractures, the need for postoperative intermaxillary fixation, and complications. Results: The study population consisted of 20 patients, 19 males, age range from 11 to 65 years-old (41.1 ± 14.7 years-old). The main causes were motor vehicle accident (n=13, 65.0%), interpersonal aggression (n=3, 15.0%), and falling from height (n=3, 15.0%). With regard to seasonal distribution, the months more frequent were August (n=5, 25%) and November (n=4, 20%). The fractures were classified into Le Fort I (n=5), Le Fort II (n=11), Le Fort III (n=2), Lanelongue (n=2), and Richet (n=2). The facial fractures were more commonly associated with zygoma (n=18, 90%), nose (n=12, 60%), nasoorbitoethmoid (n=4, 20%), and mandible (n=3, 15%). Patients were followed for 3 to 12 months (mean 5.8 months). In 7 patients, it was chosen to keep intermaxil- lary fixation in the postoperative period that lasted from 2 to 6 weeks (mean, 3.57 weeks). The main complications were: exposure of the implant (n=2), enoftlamia (n=1), malocclu- sion (n=1), transient paresis of the frontal branch of the facial nerve (n=1), and ectropion (n=1). Conclusions: Young adult males were the patients most affected and the most common etiology was automobile accident. Most were classified as Le Fort II, which were associated with fractures of the zygomatic- orbital complex. A low rate of complications and little need for the use of intermaxillary fixation postoperatively demonstrated that open reduction associated with internal fixation is a safe and effective treatment.
Keywords: Maxilla/surgery. Jaw fixation techniques. Frac- ture fixation, internal.
Melo MR et al.
Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(4): 179-
Os traumas faciais ocupam papel de destaque nos atendi- mentos emergenciais dos hospitais de referência. Apresenta inci- dência crescente nas últimas quatro décadas em decorrência do aumento dos acidentes automobilísticos e da violência urbana^1. Dentre os tipos de traumas de face, as fraturas de maxila estão entre as mais graves e geralmente estão associadas a outros tipos de fraturas^2. Além disso, podem ocasionar importantes alterações oclusais, que, se não forem restauradas de maneira adequada, podem evoluir para sequelas estéticas e funcionais. Acurado diagnóstico, exposição cirúrgica apropriada e precisa redução são fatores essenciais para o restabelecimento do paciente às suas condições anteriores ao trauma. O tratamento das fraturas de maxila é realizado através de redução e fixação, seja por meio de bloqueios maxilo-mandibu- lares ou fixação interna estável com uso de miniplacas e para- fusos. O tratamento cirúrgico das fraturas maxilares permite recuperação mais rápida do paciente, com menos morbidade quando realizado de maneira adequada^3. O presente estudo tem como objetivo avaliar prospecti- vamente os pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de fratura de maxila em um Centro de Treinamento em Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial, durante o ano de 2009, avaliando suas associações, etiologias, resultados e complicações.
Foram avaliados, prospectivamente, todos os pacientes que apresentavam trauma crânio-maxilo-facial atendidos pela Divisão de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial do Serviço de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de Uberlândia, durante o ano de 2009. Os critérios estabelecidos para inclusão no estudo foram: diagnóstico clínico e radiológico de fratura de maxila, tratamento cirúrgico cruento da fratura de maxila, fixação interna estável com miniplacas e parafusos da fratura de maxila, acompanha- mento por, no mínimo, três meses após o procedimento cirúrgico. Os critérios estabelecidos para exclusão no estudo foram: trauma facial com ausência de fratura de maxila, tratamento não-cirúrgico de fratura de maxila, redução incruenta sem fixação interna de fratura de maxila, seguimento pós-operatório menor que três meses.
Foram coletados dados relacionados a idade, gênero, etio- logias, classificações, associações, técnica cirúrgica, neces- sidade de bloqueio maxilo-mandibular no pós-operatório e complicações.
Foram incluídos no presente estudo 20 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico com redução cruenta e fixação interna de fratura de maxila Divisão de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial do Serviço de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de Uberlândia, durante o ano de 2009. A população estudada foi de 20 pacientes, 19 do sexo masculino e 1 feminino, com idade entre 11 e 65 anos (41, ± 14,7 anos). As principais etiologias foram acidentes auto- mobilísticos (13 pacientes, 65,0%), agressão interpessoal ( pacientes, 15,0%) e queda da própria altura (3 pacientes, 15%). Com relação à distribuição sazonal, os meses mais frequentes foram agosto (5 casos, 25%) e novembro (4 casos, 20%). As fraturas foram classificadas em Le Fort I (n=5), Le Fort II (n=11), Le Fort III (n=2), Lanelongue (n=2) e Richet (n=2) (Figura 1). As fraturas de face mais comumente associadas foram as zigomático-orbitárias (n=18, 90%), nariz (n=12, 60%), naso-etmóido-orbitárias (n=4, 20%) e mandíbula (n=3, 15%). Os pacientes foram acompanhados por 3 a 12 meses
Figura 1 – Gráfico demonstrando a classificação das fraturas de maxila dos 20 pacientes avaliados no presente estudo.
Correspondência: Lucas Gomes Patrocinio Rua Arthur Bernardes, 555 – 1º Andar – Uberlândia, MG, Brasil – CEP: 38400- E-mail: lucaspatrocinio@clinicaotoface.com.br
Melo MR et al.
Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(4): 179-
dessa camada. A lesão neural é, muitas vezes, incom- pleta e temporária. Encontramos essa complicação em 15% dos casos, sendo a paresia temporária^11.
Os pacientes mais acometidos foram os adultos jovens do sexo masculino, tendo como etiologia principal o acidente automobilístico. A maioria foi classificada como Le Fort II, com associação com fraturas do complexo
zigomático-orbitário. Houve baixo índice de complicações e pouca necessidade do emprego do bloqueio maxilo- mandibular no pós-operatório, demonstrando que a redução cruenta associada à fixação interna rígida é uma forma de tratamento segura e eficaz.
Trabalho apresentado como pôster no XI Congresso Brasileiro de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial, em Natal, RN, Brasil, no período de 2 a 4 de junho de 2010. Trabalho realizado na Divisão de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial, Serviço de Otorrinolaringologia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil. Artigo recebido: 17/8/ Artigo aceito: 25/10/