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Reflexão sobre Transtorno Opositor Desafiador na Escola: Desafio para Professores e Pais, Notas de aula de Diagnóstico

Este documento reflete sobre o transtorno opositor desafiador (tod) e suas influências na escola. Ele discute as características do tod, analisa concepções sobre o transtorno, esclarece dúvidas e propõe alternativas de trabalho com alunos com tod. O objetivo é ajudar professores e pais a entender o tod e encontrar estratégias para melhorar a aprendizagem e o relacionamento dos alunos com este transtorno.

O que você vai aprender

  • Que é o Transtorno Opositor Desafiador?
  • Como os professores e pais podem ajudar alunos com TOD?
  • Quais são as estratégias para melhorar a aprendizagem de alunos com TOD?
  • Quais são as características do Transtorno Opositor Desafiador?
  • Quais são as influências do Transtorno Opositor Desafiador na escola?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
AVM
TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR - COMO ENFRENTAR
O TOD NA ESCOLA
TATIANE CRISTINA GONÇALVES DA SILVA
Prof. Orientador: Fabiane Muniz
Co-orientadora: Professora: Giselle Böger Brand
Rio de Janeiro
2017
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

AVM

TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR - COMO ENFRENTAR

O TOD NA ESCOLA

TATIANE CRISTINA GONÇALVES DA SILVA

Prof. Orientador: Fabiane Muniz Co-orientadora: Professora: Giselle Böger Brand

Rio de Janeiro 2017

UNIVERSIADE CÂNDIDO MENDES

AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU

TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR - COMO ENFRENTAR

O TOD NA ESCOLA

TATIANE CRISTINA GONÇALVES DA SILVA

Monografia apresentada ao Instituto A Vez dos Mestre como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Educação Especial e Inclusiva

Prof. Orientador: Fabiane Muniz Co-orientadora: Professora: Giselle Böger Brand

Rio de Janeiro 2017

RESUMO

O presente trabalho se propõe a refletir sobre o transtorno opositor desafiador e como enfrentá-lo no dia a dia da escola buscando fazer um trabalho significativo com os alunos acometidos desse comportamento para que consigam seguir adiante no seu processo de aprendizagem e melhorem seu relacionamento com seus pais, seus professores e os colegas. A pouca informação sobre este transtorno pode fazer com que ele seja entendido como falta de limites, como hiperatividade ou desobediência. O ser humano é considerado um ser de relações sociais. Ele incorpora e assume como suas as normas, valores vigentes na família, em seus pares, na sociedade sem mesmo se dar conta disso. Somos sociais não apenas porque dependemos de outros para viver, mas porque os outros influenciam a maneira como convivemos, com aquilo que fazemos, com o modo com que construímos e criamos e com o modo com que expressamos afeto. Na sala de aula nos deparamos com crianças que apresentam comportamentos muito difíceis de lidar. São alunos que se apresentam e interagem de maneira grosseira, como se fôssemos seus inimigos. São alunos que a princípio parecem se qualquer educação, sem respeito, agressivos, violentos, inquietos e consequentemente com muitas falhas em seu processo de aprendizagem. O TOD acomete crianças e adolescentes. Há possíveis causas e fatores, mas é preciso que a pesquisa sobre o TOD se aprofunde para dar melhores respostas. O trabalho em sala de aula é praticamente ineficaz se não houver uma equipe multidisciplinar que faça seu trabalho específico na qual o professor seja um dos profissionais envolvidos. Há algumas sugestões que podem melhorar o trabalho com os alunos com TOD.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a realização desse trabalho sobre transtorno opositor desafiador é a pesquisa bibliográfica. Fizemos um levantamento de livros, monografias, dissertações, teses, artigos, periódicos e textos na Internet, ou seja, material já publicado tradicional ou digitalmente, que pudesse servir de base para a especificidade do tema que levantamos. A pesquisa bibliográfica tem como objetivo levar a conhecer as diferentes contribuições científicas publicadas disponíveis sobre determinado assunto. Essa forma de pesquisa é um procedimento básico para a realização dos estudos inerentes à redação de trabalhos monográficos, porque insere o autor da monografia num caminho pelo qual se busca conhecer o que de mais relevante e citado tem se produzido sobre o tema. Este método colabora, ainda, para saber quais os autores escreveram e publicaram sobre o tema e se as hipóteses e perguntas sobre o mesmo foram respondidas e quais questões estiveram mais presentes nos trabalhos produzidos decidir e, ainda, se é interessante repetir а investigação com os mesmos objetivos e questões. Segundo Marconi e Lakatos (2010) A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação oral: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 166). Em qualquer das formas, o objetivo é buscar a frequência com que o transtorno opositor desafiador ocorre, suas características, suas relações, causas, e ligações com outros fenômenos pertinentes que podem ajudar numa análise que interesse ao trabalho que por ora iniciamos.

SUMÁRIO

  • Introdução...............................................................................................
    1. Capítulo: Os distúrbios de conduta......................................................... - 1.1. O ser humano como ser social.................................................. - 1.2. O transtorno...............................................................................
      • 1.3. Transtorno Opositor Desafiador ................................................
      • 1.4. Causas e fatores........................................................................
    1. Capítulo: Algumas características do TOD............................................
      • 2.1. TOD na infância e adolescência................................................
      • 2.2. Um aluno com TOD na escola...................................................
      • 2.3. TOD e indisciplina......................................................................
    1. Capítulo: Proposta de trabalho com alunos com TOD...........................
    • Conclusão...............................................................................................
    • Referências bibliográficas.......................................................................

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INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho se propõe a refletir sobre o transtorno opositor desafiador e como enfrentá-lo no dia a dia da escola buscando fazer um trabalho significativo com os alunos acometidos desse comportamento para que consigam seguir adiante no seu processo de aprendizagem e melhorem seu relacionamento com seus pais, seus professores e os colegas. A sigla para identificar este transtorno pode ser TOD ou TDO, dependendo de sua tradução do inglês. Neste trabalho, optamos por TOD. O ser humano é um ser de relações. Mais do que qualquer outro animal, ele precisa de cuidado, carinho, atenção desde que nasce, caso contrário não conseguirá sobreviver e morrerá em poucos dias após o nascimento. Para aprender sua língua materna, o ser humano precisa de uma comunidade falante, assim como necessita de outras crianças em sua convivência que o ensinem como se comportar dentro de sua cultura e que vá ensinando e mostrando a realidade e o mundo dos adultos, enquanto ele vai se desenvolvendo e crescendo de maneira saudável e feliz, aprendendo seus limites e suas possiblidades, seu valor e seu potencial. Nem sempre, contudo, a criança consegue se desenvolver de maneira saudável. Além da predisposição para enfermidades, pode acontecer que o ambiente em que cresce ou outras causas, façam com que ela venha a sofrer de alguns problemas, sejam eles físicos ou psicológicos que atrapalhem seu desenvolvimento. Isso poderá afetar não só a si próprio como também as pessoas que vivem em torno dela, e pode chegar prejudicar também os grupos humanos onde ela se situa e convive, criando situações tensas e difíceis para todos. Um desses problemas é o Transtorno Opositor Desafiador. Ele está dentro dos transtornos neuropsíquicos de comportamento desruptível, que são comportamentos que fazem mal tanto para a criança que tem como para quem convive com ela. O TOD atinge em média 6% das crianças e dos adolescentes e esse índice não deve ser desprezado.

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  1. Em seguida, quais são as causas que hoje são compreendidas como motivadoras deste distúrbio. No capítulo seguinte, falamos sobre algumas características do TOD tanto nas crianças como nos adolescentes, o que pode nos ajudar a compreender melhor o transtorno e suas dificuldades. Concluímos com o terceiro capítulo, em que apresentamos algumas propostas de trabalho com os alunos com TOD. Apesar das dificuldades que se apresentam, as alternativas estão presentes e é possível, de acordo com cada caso, melhorar a perspectiva de cada aluno com o transtorno, suas relações e aprendizagem.

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1. CAPÍTULO: OS DISTÚRBIOS DE CONDUTA

Para formar-se bem como ser humano, a criança precisa ter uma família que a acolha, que a ensina o básico para viver em sociedade. Ela precisa, então, ter uma família que a apoie e seja para ela a segurança de crescer aprendendo a se relacionar bem com os outros. Alguns problemas, como os distúrbios de conduta, podem dificultar ou impedir o bom desenvolvimento da criança com seus pares e com os adultos. O Transtorno Opositor Desafiador é um dos grandes desafios para o desenvolvimento das boas relações da criança.

1.1. O ser humano como ser social Desde seus primórdios, o ser humano é considerado um ser de relações sociais. Ele incorpora e assume como suas as normas, valores vigentes na família, em seus pares, na sociedade sem mesmo se dar conta disso. Todas as ciências humanas destacam esse preceito e essa condição humana. O ser humano se relaciona a tudo que o rodeia. No dizer de Gadotti (1991) “todos os seres, entrosados uns com os outros, estão em perpétua mudança.” (GADOTTI, 1991, p. 56) A partir daí sabemos que o ser humano precisa de vida em família e vida social (escola, vizinhos, igreja, clube etc.) e contato com outros seres humanos que vão nos transformando na pessoa que somos. Nossa vida está interligada à vida de muitas pessoas as quais nem sempre conhecemos e nem sempre temos contato direto, como as pessoas que plantam, colhem, transportam os alimentos que comemos, as que costuram as roupas e fazem os sapatos que usamos, as que criam aparelhos dos quais nos utilizamos para as mais variadas atividades humanas. Toda a pessoa depende da interação com os outros para até mesmo para se manter viva. Somos animais que estabelecem relações sociais. Na nossa condição humana, precisamos sentir, ver, ouvir, tocar nossos semelhantes que fazem parte da nossa natureza social e também da nossa história pessoal. O ser humano precisa se relacionar e interagir com os outros porque precisa de comunicação, precisa criar através da sua cultura, precisa aprender, precisa

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O primeiro grupo social da criança é a família e aos poucos ela vai estabelecendo outros contatos como creche, escola, igreja e amigos da infância. Chegando a adolescência, vai descobrindo seu grupo com outros jovens, em grupo de trabalho, clube, partido, grupo esportivo e outros. Em todos esses lugares vai se exercitando nas relações interpessoais, é influenciando e também influencia. Você não teria possibilidade de sobreviver como indivíduo se não fizesse parte de outros grupos. O ser humano nasce dentro de uma cultura. Os jogos e brincadeiras infantis, que tanto marcam as crianças e fazem com que aos poucos comecem a penetrar o mundo dos adultos através das brincadeiras de imitação acontecem porque as crianças mais velhas compartilham coma s menores sua “sabedoria.” Há um saber e uma educação que é transmitida com a convivência. Segundo Demo (1987), A nenhuma mãe (...) ocorreria a ideia estranha de que para educar seus filhos, teria primeiro que estudar educação. Sabe educar por outros caminhos: pela convivência comunitária, pela experiência histórica, pela identidade princípios sociais que norteia a vida do grupo, pelo bom senso. (DEMO, 1987, p. 26) Essa sabedoria e bom senso fazem com quem os mais velhos “eduquem” de maneira assistemática os menores. Essas relações de convivência vão ensinando cultura, idioma, brincadeira, costumes que nenhum outro modo pode ensinar. Os distúrbios de conduta são um conjunto de problemas e comportamentos repetidos agressivos, violentos, antissociais ou desafiadores capazes de violar regras, deveres e normais sociais. No caso específico deste trabalho, atinge crianças e adolescentes.

1.2. O transtorno

Às vezes na sala de aula nos deparamos com crianças que apresentam comportamentos muito difíceis de lidar. São alunos que se apresentam e interagem de maneira grosseira, como se fôssemos seus inimigos. São alunos que a princípio parecem se qualquer educação, sem respeito, agressivos, violentos, inquietos e consequentemente com muitas falhas em seu processo de

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aprendizagem. Logo, esses alunos são estigmatizados e passam a carregar o rótulo de “aluno-problemas”. O professor, às vezes com a formação deficiente, com uma sala super lotada, precisando correr de uma escola para outra para melhorar seus proventos, sem tempos para uma formação continuada e uma atualização de seus conhecimentos, acaba por deixar esses alunos de lado, retirando da sala, aplicando castigos para que possa dar conta de trabalhar seu conteúdo e satisfazer as exigências da escola e dos pais. Nem sempre a escola conta com orientador educacional e psicopedagogo que poderiam avaliar o aluno e encaminhá-los para outros profissionais que poderiam diagnosticar o problema. Quando a situação de rebeldia e indisciplina do aluno começam a impedir que o trabalho do professor seja realizado pelo tipo de comportamento que o aluno apresenta e que prejudica não só a si mesmo como também aos colegas, aos profissionais que aturam junto dele na escola é de fato necessário que os pais sejam orientados e que ele seja encaminhado a um diagnóstico correto. É que se o comportamento do aluno é contínuo, ele poderá estar sofrendo de Transtorno de Conduta. O agrupamento F91 da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (ONU, 1989) caracteriza esse distúrbio

Tal comportamento deve comportar grandes violações das expectativas sociais próprias à idade da criança; deve haver mais do que as travessuras infantis ou a rebeldia do adolescente e se trata de um padrão duradouro de comportamento (seis meses ou mais). Quando as características de um transtorno de conduta são sintomáticos de uma outra afecção psiquiátrica, é este último diagnóstico o que deve ser codificado. O diagnóstico se baseia na presença de condutas do seguinte tipo: manifestações excessivas de agressividade e de tirania; crueldade com relação a outras pessoas ou a animais; destruição dos bens de outrem; condutas incendiárias; roubos; mentiras repetidas; cabular aulas e fugir de casa; crises de birra e de desobediência anormalmente frequentes e graves. A presença de manifestações nítidas de um dos grupos de conduta precedentes é suficiente para o diagnóstico. (ONU, 1989)

A manifestação repetida durante certo período de tempo, como sugere o texto, por 6 meses, pode indicar que a criança ou adolescente está acometido

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A falta de conhecimento e de compreensão deste padrão de comportamento pode fazer com que pais e professores o confundam com hiperatividade, indisciplina, falta de educação e de limites e etc. Segundo o segundo o DSM – IV – TR caracteriza-se como TOD

Perder a calma; discutir com adultos; negar-se a obedecer aos pedidos ou regras dos adultos; fazer coisas que incomodem, gratuitamente, os outros; culpar os outros por seus erros ou comportamentos inadequados; ser suscetível à irritação; ficar enraivecido e ressentido; ser rancoroso e vingativo. (DSM- IV- TR, 2000). O comportamento desafiador aparece ao longo da evolução das crianças pode tomar diferentes caminhos, que vão desde a passividade total em que ela permanece sistematicamente inativa quando precisa obedecer, ao extremo de xingar, tiver acessos de cólera, hostilidade, irritação, agressividade e discussão para com figuras de autoridade, pais ou cuidadores. Ainda sobre o DSM, o V dá uma contribuição para o TOD, porque “apresenta uma concepção acerca do funcionamento da personalidade e lista traços de personalidade patológica que podem estar presentes em cada transtorno.” (ARAÚJO, 2013), e assim expande a compreensão dos transtornos. Segundo Apa (2014) Quando o transtorno de oposição desafiante é persistente ao longo do desenvolvimento, os indivíduos com o transtorno vivenciam conflitos frequentes com pais, professores, supervisores, pares e parceiros românticos. Com frequência, tais problemas resultam em prejuízos significativos no ajustamento emocional, social, acadêmico e profissional do indivíduo. (APA, 2014, p. 465). Quando a postura da criança, na maneira habitual de se relacionar, apresenta essas características, começam os problemas na criança e o seu ambiente e acontece uma deterioração significativa na vida social dela. Os sintomas do Transtorno Opositor Desafiador são similares em ambos os gêneros, todavia, meninos podem apresentar esses sintomas e comportamento mais persistentes. Geralmente, este transtorno se manifesta por volta dos oito anos de idade e pode ter a idade mais crítica na adolescência, que

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é, por excelência, a idade das contradições, da irritabilidade, do desafio dos limites impostos pelo mundo adulto. Para que o comportamento difícil e problemático seja caracterizado como Transtorno Opositor Desafiador deve haver violações importantes que se estendem além das expectativas apropriadas à idade da pessoa e que sejam de natureza mais grave que as travessuras de criança ou a rebeldia que caracteriza certa parcela dos adolescentes. Além disso, junto ao TOD, a criança pode apresentar também características relacionadas ao Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Segundo Teixeira (2014)

Essa associação é muito comum, estando presente em até 14% dos casos. Essas crianças apresentam maior agressividade, maior impulsividade, mais conflitos com os outros estudantes, maior dificuldade nos relacionamentos sociais e pior desempenho acadêmico (TEIXEIRA, 2014, p. 35)

Por isso, é fundamental que se faça um diagnóstico completo, já que em muitas situações o TOD é confundido com TDAH porque a criança apresenta excesso de atividade, tem dificuldade para se acalmar e reações extremas. Quando a criança passa do que se considera normal em termos de indisciplina e dificuldade de relacionar-se não só com seus colegas, mas também com todos os outros adultos com os quais tem contato, quando ela não reconhece nem respeita nenhum tipo de regra ou norma que lhe apresentem, quando ela tem um comportamento que chama a atenção pela total falta de limite ou ainda quando apresenta apatia exagerada é hora de interferir e pedir ajuda para que a criança inicia o tratamento o mais cedo possível.

1.4. Causas e fatores

O estudo e a análise do transtorno opositor desafiador ainda são insuficientes para responder a todas as perguntas que tantos os profissionais da educação quanto os da saúde e principalmente as famílias têm levantado.

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relacionado com uma quantidade de fatores de risco presentes na criança. Todos esses possíveis fatores estão relacionados com questões sociais, psicológicas e biológicas, sendo suas interações responsáveis pelo surgimento, desenvolvimento e curso clínico da condição. É importante salientar a necessidade de se fazer um diagnóstico através de um profissional competente que possa fazer o laudo médio. O transtorno se apresenta em casa, na escola e em lugares públicos, revelando várias e diferentes teorias que justifiquem seu surgimento. (TEIXEIRA, 2014, p. 29) A dimensão biológica aparece como uma possível causa, no entanto não há pesquisas conclusivas que possam definir diretamente as causas e apontar um ou algumas como determinantes. Segundo Gonçalves (2014) Inicialmente, em qualquer transtorno e para qualquer paciente, o primeiro passo é a realização de uma avaliação minuciosa que possa trazer dados consistentes a fim de se traçar uma linha de bases. Isto é, conhecer quem é a pessoa, qual sua demanda, como foi sua história de aprendizagem e quais são as relações estabelecidas com o contexto. A avaliação permite trazer um diagnóstico topográfico e funcional, apontar diagnósticos diferenciais e escolher as técnicas mais pertinentes e eficazes para serem utilizadas no processo terapêutico. Além disso, a avaliação não ocorre apenas no início do acompanhamento psicoterápico, mas durante todo o processo. (GONÇALVES, 2014, p. 12) É importante ressaltar que os diversos problemas comportamentais apresentados pelas crianças ou adolescentes que costumam aparecer associados ao TOD, podem ser influenciados por variáveis de natureza diversa e serem sintomas de outros transtornos de conduta. Mesmo porque, uma criança ou adolescente com TOD pode também apresentar apática, extremamente silenciosa, omissa, muda, sem reação, sem fazer nada, sem expressar sentimentos. Há fatores que podem ser sinalizados em famílias cujos filho apresenta TOD. Segundo Gonçalves (2014) Complicações pré e perinatais; complicações da gravidez e do parto; prematuridade e baixo peso ao nascer, lesões ou complicações cerebrais menores; Psicopatologia e comportamento criminoso na família: comportamento criminoso, personalidade antissocial e alcoolismo em um dos genitores; Histórico familiar de personalidade antissocial, abuso de drogas, TDHA, transtorno de humor, transtorno de aprendizagem;

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Desempenho materno e paterno deficiente: comunicações coercitivas dos pais aos filhos; disciplina inconsciente, punição severa ou física e pai\mãe permissivos ou excessivamente controladores; Supervisão deficiente: poucas regras e falta de supervisão; Perturbação das qualidades das relações familiares: pouca aceitação dos filhos por parte dos pais; falta de calor humano, afeição, apoio emocional e apego; Discórdia conjugal: conflitos e\ou violência doméstica; Tamanho da família: família muito grande; Irmãos com comportamento antissocial (especialmente irmão mais velho); Desvantagem sócio econômica: pobreza, excesso de pessoas no lar, desemprego, habitação precária, estresse financeiro e falta de apoio. (GONÇALVES, 2014, p.8)

Não é demais dizer que a família precisa ter atenção e buscar ajuda sempre que identificar situações conflitantes entre os pais e em relação aos filhos. E buscar ajudar sempre que não conseguir equacionar os problemas. Há algumas atitudes e posturas que podem ajudar aos pais a melhorarem o ambiente do seu lar e contribuindo assim para que o TOD não se desencadeie com tanta intensidade. Segundo Teixeira (2014)

  1. Tenha um ambiente saudável;
  2. Estabeleça regras e limites;
  3. Faça pedidos claros e objetivos;
  4. Pai e mãe devem falar a mesma língua;
  5. Seja um exemplo positivo e pacifico para o seu filho;
  6. Seja amigo de seu filho;
  7. Fortaleça a autoestima de seu filho;
  8. Esteja atento às mudanças da adolescência;
  9. Esteja atento à saúde mental de seu filho;
  10. Ensine sobre as pressões da juventude;
  11. Estimule as práticas de esporte;
  12. Comunica-se com a escola (TEIXEIRA, 2014, p. 85-93) Mesmo não sendo uma intervenção profissional, os pais podem contribuir para que o filho possa lidar melhor com a vida e com as dificuldades que se apresentam. Além disso, segundo Facion (2013)

As alternativas pedagógico-terapêuticas para a convivência diária com essas crianças há bastante semelhança com as apresentadas para os outros transtornos de comportamento disruptivo. Os terapeutas comportamentais indicam que os melhores resultados podem ser obtidos quando é realizada uma orientação familiar, com o objetivo de modificar sua postura com os filhos, principalmente para ficarem mais atentos aos