Relações Intergeracionais: Uma Abordagem Sociológica dos Fenômenos Educativos, Slides de Sociologia da Educação

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TRANSMITIR E HERDAR: O ESTUDO DOS

FENÔMENOS

EDUCATIVOS EM UMA PERSPECTIVA

INTERGERACIONAL

KIMI TOMIZAKI*

Universidade Estadual de Feira de Santana Disciplina: Sociologia da Educação Docente: Me. Fagner Bitencourt Discentes: Agenilva França dos Santos, Geisa das Virgens Goodluck

Introdução

 (^) A autora começa com a descrição de um sonho, retirado da obra de Claudine Attias-Donfut, que simboliza a coexistência e a interação entre os vivos e os mortos.  (^) No sonho, mortos precisam dos vivos para continuar "vivendo" simbolicamente, e os vivos têm a obrigação de dar vida aos mortos. Esta metáfora destaca a relação de dependência e interação contínua entre diferentes gerações, ou seja, como as gerações mais jovens precisam reconhecer e interagir com a herança das gerações anteriores.

Introdução

 (^) Complexidade das relações Intergeracionais: A autora enfatiza que as relações entre gerações não são apenas sobre sucessão ou conflito, mas envolvem um intrincado balanço de alianças, disputas, continuidades e rupturas. As gerações são conectadas por processos de socialização e transmissão de valores, práticas e símbolos, o que gera um campo de interseção fundamental entre elas. Esse processo de transmissão e herança define como as gerações se posicionam em relação ao legado recebido e a necessidade de cada geração transmitir o que considera essencial para a continuidade de sua herança. Além disso, o fenômeno geracional pode influenciar mudanças nos métodos educativos e nos conteúdos a serem transmitidos.

Gerações e relações intergeracionais: uma definição complexa O ensaio de Mannheim, "Das Problem der Generationen" (1928), é considerado o mais completo esforço sociológico na constituição de uma teoria das gerações. Mannheim concebe o fenômeno geracional como uma situação social específica que só pode ser plenamente compreendida através de uma abordagem sociológica. Mannheim propõe uma "experiência mental" para delimitar os fatores estruturais do fenômeno geracional, imaginando uma sociedade onde uma geração vivesse eternamente. Levantando os questionamentos: Uma sociedade, cujos membros nunca fossem substituídos, seria totalmente estática? Haveria espaço para novas aprendizagens?

Gerações e relações intergeracionais: uma definição complexa  (^) Para Mannheim: Somente se esses homens utópicos dispusessem de uma consciência total utópica, se eles vivessem tudo que pode ser vivido, se eles pudessem saber tudo que pode ser conhecido e se eles dispusessem da flexibilidade necessária a um eterno recomeço, que a ausência da sucessão de gerações seria, em parte, compensada. ([1928] 1990, p. 48) Logo as possibilidades de inovação dessa sociedade imaginária seriam muitíssimos reduzidas.

Gerações e relações intergeracionais: uma definição complexa O autor destaca a importância de considerar as diferentes dimensões que compõem o fenômeno geracional, como idade, situação de classe, experiências comuns, relação com outras gerações e conjuntura histórica. Traz a ideia de Mannheim que não se deve conceber o surgimento de novas gerações somente em função do nascimento de novos membros nas sociedades, pois o fato de indivíduos terem nascido em um mesmo período histórico não é suficiente para concluir que estes constituirão uma geração. Por isso Mannheim também traz o elemento do critério etário e da situação-histórico comum, na influência do pertencimento de uma geração. Como também a transmissão dos conteúdos sociais, será orientada pelos grupos sociais aos quais os indivíduos pertencem, sendo assimilados e interpretados pelo contexto social. Logo a transmissão de valores, educação, normas e os conhecimentos

Gerações e relações intergeracionais: uma definição complexa  (^) Por exemplo, dois indivíduos que nasceram na mesma década podem pertencer a gerações diferentes em termos de experiências e identidades se um deles cresceu em um ambiente rural e o outro em um ambiente urbano. As condições de vida, as oportunidades e os desafios enfrentados por esses indivíduos serão diferentes, levando a diferentes formas de ver o mundo e de entender suas posições nele. Entretanto, não se pode desconsiderar o peso das idades sobre as experiências dos indivíduos, mesmo entre aqueles ligados por uma situação de classe comum.

Gerações e relações intergeracionais: uma definição complexa O autor traz um aspecto que considera imprescindível que Mannheim não discute “A dimensão familiar ou das relações de parentesco” Mauger (2009, p. 112) afirma que "uma geração familiar é filha de seus pais, uma geração social é, por sua vez, filha dos seus anos de formação, filha do seu tempo e de sua idade." Essa distinção sublinha que as gerações familiares estão enraizadas em laços de parentesco e influências diretas dos pais, enquanto as gerações sociais são moldadas pelas condições sócio-históricas e pelo contexto cultural e temporal em que os indivíduos crescem. As relações familiares desempenham um papel crucial na formação das identidades e perspectivas dos indivíduos, influenciando como eles se relacionam com o mundo e suas gerações sociais.

Gerações e relações intergeracionais: uma definição complexa Diferentes gerações familiares podem coincidir com gerações sociais distintas, o que pode levar a conflitos tanto no âmbito familiar quanto em espaços públicos, como o sistema educacional ou campos profissionais. Esses conflitos podem surgir devido às diferenças nas expectativas, valores e práticas entre as gerações. Embora as gerações familiares sejam definidas por laços de parentesco, elas estão inseparavelmente ligadas ao sistema escolar, ao mercado de trabalho e a outras estruturas sociais. Isso significa que as experiências de uma geração familiar são sempre mediadas pelas condições e realidades das gerações sociais ou históricas nas quais estão inseridas. O que pode levar a conflitos tanto no âmbito familiar quanto em espaços públicos devido às diferenças nas expectativas, valores e práticas entre as gerações.

Por uma abordagem geracional dos fenômenos

educativos

A autora enfatiza que a sociologia da educação deve examinar do ponto de vista sociológico, os fenômenos educativos, ao invés de se concentrarem somente nas instituições escolares e no sistema de ensino. Tomizaki discute a abordagem geracional como uma ferramenta que pode contribuir para a expansão da sociologia da educação.

Por uma abordagem geracional dos fenômenos

educativos

A abordagem geracional pode ajudar a superar algumas das limitações, trazendo uma visão mais ampla dos processos educativos, pois ao considerar as interações entre gerações, é possível obter uma compreensão mais profunda de como os valores e conhecimentos são transmitidos e transformados ao longo do tempo. Essas interações, podem revelar novas dimensões dos fenômenos educativos que são ignorados quando o foco é exclusivamente nas instituições de ensino.

Por uma abordagem geracional dos fenômenos

educativos

Para Mannheim as gerações se influenciam mutuamente e que existe a “instrução” formal e os “conteúdos e atitudes” que são transmitidos de maneira inconsciente. Ele argumenta que os conteúdos inconscientes são mais significativos para o fenômeno geracional, sendo a educação formal, apenas uma parte do processo de transmissão cultural, enquanto grande parte da herança geracional ocorre através de mecanismos mais sutis e infamais.

Conclusão  (^) Para concluir, reafirma-se a importância de compreender as relações intergeracionais para aprofundar a análise sociológica dos fenômenos educativos. A autora sugere que a abordagem geracional pode radicalizar a análise sociológica, oferecendo novas perspectivas sobre como as gerações interagem e influenciam os processos educativos e sociais.