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TRABALHO FINAL DE MESTRADO, Slides de Empreendedorismo

Palavras-chave: Empreendedorismo, intenções empreendedoras, universidade empreendedora, auto- eficácia, competências empreendedoras. Page 5. Rumo à universidade ...

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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MESTRADO EM
MARKETING
TRABALHO FINAL DE MESTRADO
DISSERTAÇÃO
RUMO À UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA: O POTENCIAL
EMPREENDEDOR DOS ALUNOS DO ISEG
ISABEL CRISTINA DO CARMO COSTA PINTO
SETEMBRO - 2013
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MESTRADO EM

MARKETING

T RABALHO F INAL DE MESTRADO

DISSERTAÇÃO

R UMO À UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA : O POTENCIAL

EMPREENDEDOR DOS ALUNOS DO ISEG

ISABEL C RISTINA DO C ARMO C OSTA PINTO

SETEMBRO - 2013

MESTRADO EM

MARKETING

T RABALHO F INAL DE MESTRADO

DISSERTAÇÃO

R UMO À UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA : O POTENCIAL

EMPREENDEDOR DOS ALUNOS DO ISEG

ISABEL C RISTINA DO C ARMO C OSTA PINTO

O RIENTAÇÃO:

PROF. DOUTOR LUÍS M OTA DE CASTRO

SETEMBRO – 2013

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Resumo

A relevância do empreendedorismo e inovação é cada vez mais evidente devido ao papel fundamental que desempenham na sociedade e economia, o que tem tornado esta temática num importante alvo de estudo. A procura pela compreensão do espírito de iniciativa desde a sua origem tem sido crescente, no sentido de perceber qual a melhor forma de estimular cada vez mais e melhores empreendedores. Neste sentido, impõe-se a necessidade de perceber os fatores que levam à intenção de empreender e também de refletir sobre a inserção desta temática desde cedo na vida académica dos indivíduos, como parte complementar da sua aprendizagem. A universidade empreendedora torna-se assim um ponto incontornável nesta temática e um alvo de estudo devido ao papel central que desempenha no empreendedorismo e consequente necessidade de adaptação a tamanha responsabilidade.

Perante a frequente dificuldade das universidades de adequar a sua oferta nesta área, no sentido de se tornarem mais empreendedoras, este estudo teve como objetivo principal a compreensão do potencial empreendedor dos alunos de uma Instituição de Ensino Superior específica. Com base na teoria sobre a formação de intenções empreendedoras, foi realizado um estudo de caso que permitiu avaliar o percurso da instituição nesta área, aferir o potencial empreendedor dos respetivos alunos, perceber a relação entre ambos e sugerir medidas para a adaptação da estratégia organizacional de acordo com o potencial de empreendedorismo verificado.

O estudo baseou-se numa entrevista semi-estruturada, para perceber a dinâmica interna da instituição, e num inquérito dirigido aos alunos. A partir deste último foi possível perceber o forte potencial empreendedor dos alunos da instituição e a sua relação com o ensino do empreendedorismo. Verificou- se o papel positivo da instituição no fomento do empreendedorismo mas foi possível detetar falhas ao nível da comunicação e oferta de formação nesta área, assim como alguns pontos de melhoria em termos de organização e iniciativas a implementar. A análise do potencial empreendedor dos alunos provou ser um método que permite a adequação da estratégia de ensino às necessidades do seu público, no sentido de vir a proporcionar melhores resultados para ambas as partes: a escola e os seus alunos.

Palavras-chave: Empreendedorismo, intenções empreendedoras, universidade empreendedora, auto- eficácia, competências empreendedoras.

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Abstract

The relevance of entrepreneurship and innovation is increasingly obvious due to the key role they play in Society and Economy, which has made this subject a major focus of study. The search for understanding the entrepreneurial attitude from its origin has been increasing, in the sense of understanding which is the best way to stimulate more and better entrepreneurs. In this regard, it is imperative the need to understand the factors that lead to the entrepreneurial intentions and also to reflect on the inclusion of this issue in an early stage of the academic life of individuals, as a complementary part of their learning. The entrepreneurial university thus becomes an unavoidable point in this matter and a study target, due to the central role it plays on entrepreneurship and consequent need to adapt to such responsibility.

Given the frequent difficulty of universities to adapt their offerings in this area, in order to become more entrepreneurial, this research was aimed at understanding the entrepreneurial potential of the students of a specific higher education institution. Based on the theory of formation of entrepreneurial intentions, a case study was carried out to the course of the institution in these matters to measure the entrepreneurial potential of its students, to understand the relationship between both, and finally to suggest measures to adapt the organizational strategy according to its measured entrepreneurial potential.

The study was based on a semi-structured interview, to understand the internal dynamics of the institution, and on a survey directed to the students. From this survey it was possible to perceive the strong entrepreneurial potential of the institution’s students and its relation with the entrepreneurship education. The positive role of the institution in promoting entrepreneurship was verified but it was possible to detect some flaws regarding communication and education offering in that area, as well as to suggest some improvement tips regarding management and some initiatives to implement. The assessment of the entrepreneurial potential among students has proven to be a method that allows the adequacy of the teaching strategy to its public’s needs, in order to provide better results in the future for both parties: the school and the students.

Keywords: Entrepreneurship, entrepreneurial intentions, entrepreneurial university, self-efficacy, entrepreneurial competencies.

    1. Introdução Índice
    1. Revisão de Literatura
  • 2.1. Empreendedorismo
  • 2.2. O Empreendedor
  • 2.3. Origem da atitude empreendedora: inata ou adquirida?
  • 2.4. Empreendedorismo no Ensino Superior
  • 2.4.1. A Importância do Estímulo ao Empreendedorismo no Ensino Superior
  • 2.4.2. Métodos de Ensino...........................................................................................................................
  • auto-eficácia empreendedoras.................................................................................................................. 2.5. Procurando medir os níveis de intenção empreendedora através dos conceitos de competências e
  • 2.5.1. A Intenção Empreendedora
  • 2.5.2. Competências Empreendedoras
  • 2.5.3. Auto-Eficácia Empreendedora
  • 2.5.4. Integração dos conceitos de Intenção, Competências e Auto-Eficácia Empreendedoras
    1. Metodologia
  • 3.1. O Estudo de Caso..............................................................................................................................
  • 3.2. Método de Recolha de Dados
  • 3.3. Amostragem
    1. Estudo de Caso - As Intenções Empreendedoras dos Alunos do ISEG
  • 4.1. O ISEG - Contextualização...............................................................................................................
  • 4.2. O Empreendedorismo no ISEG
  • 4.3. Iniciativa e Organização Interna do ISEG - Uma Perspetiva...........................................................
  • 4.4. O Potencial de Empreendedorismo no ISEG
  • 4.4.1. Auto-Eficácia Empreendedora no ISEG
  • 4.4.2. Competências Empreendedoras no ISEG
  • 4.4.3. Ensino do Empreendedorismo no ISEG
  • 4.4.4. O Desejo Manifesto de Empreender
  • 4.5. Análise Crítica dos Dados da Pesquisa
  • do ISEG 4.5.1. Objetivo 1: Averiguar a eventual existência e intensidade de potencial empreendedor dos alunos
  • pela instituição na formação de intenções empreendedoras nos alunos 4.5.2. Objetivo 2: Apurar o contributo das iniciativas de estímulo ao empreendedorismo proporcionadas
  • atividades de fomento do empreendedorismo na universidade. 4.5.3. Objetivo 3: Identificar pontos fracos e sugestões de melhoria para a instituição no âmbito das suas
    1. Discussão
    1. Análises Conclusivas vi
  • 6.1. Conclusão do Estudo
  • 6.2. Relevância Empresarial do Estudo
  • 6.3. Limitações da Investigação...............................................................................................................
  • 6.4. Sugestões para Investigações Futuras
  • Referências
  • Tabela 2.1 - Iniciativas da Universidade Empreendedora (Adaptado de Santos e Caseiro, 2012) Índice de Figuras
  • Tabela 2.2 - Áreas de Competências Empreendedoras (adaptado de Man e Lau, 2000)
  • Tabela 2.3 - Fontes de Auto-Eficácia Empreendedora (adaptado de Boyd e Vozikis, 1994)
  • Tabela 3.1 - Níveis de Potencial Empreendedor para Interpretação de Resultados................................
  • Figura 2.1 - Modelo de Formação de Intenções Empreendedoras (Dermol, 2010) Índice de Tabelas
  • Figura 4.1 - Distribuição de Respostas sobre Auto-Eficácia Empreendedora
  • Figura 4.2 - Distribuição de Respostas sobre Competências Empreendedoras
  • Figura 4.3 - Distribuição de Respostas sobre o Ensino do Empreendedorismo no ISEG
  • Figura 4.4 - Distribuição de Respostas sobre o Desejo de Empreendedor
  • Figura 4.5 - Resultados em Termos do Modelo de Investigação Proposto (adaptado de Dermol, 2010)

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1. Introdução

Este trabalho debruça-se sobre a realidade do empreendedorismo nas instituições de ensino superior, aborda essa questão no contexto de uma instituição em particular e investiga o potencial de intenção empreendedora por parte dos respetivos alunos.

O empreendedorismo é um processo de inovação independente em que um indivíduo combina a sua alta motivação, a sua capacidade de reconhecer e concretizar oportunidades, e a sua disposição para ser criativo e correr riscos mesmo perante as incertezas e mudanças constantes na economia, para criar algo novo e com valor (Carland, Watson, Carland e Stewart Jr., 1998). É um conceito multifacetado e reconhecido quer em termos de inovação e vitalidade económica, quer em avanços de investigação e desenvolvimento (Carland, Stewart e Carland, 1996).

A crescente importância do empreendedor na sociedade tem evidenciado a necessidade de atenção a este tema nas universidades e a evolução neste campo tem sido notória. Uma vez que a personalidade empreendedora é passível de ser desenvolvida com a aprendizagem, através dos estímulos certos (Girardi, Azevedo e Franklin, 2001), torna-se natural a procura e a consequente oferta de ensino do empreendedorismo nas instituições de ensino superior. A universidade empreendedora pretende adaptar-se à nova realidade do mercado de trabalho, em que cada indivíduo é responsável pelo próprio emprego, pelo que se torna importante fomentar o espírito empreendedor através da busca de conhecimento contínuo em novas áreas, da especialização nas suas áreas específicas e de técnicas de preparação para a sua carreira futura (Moreira, 2011). Não existe um ensino uniformizado nesta área, no entanto um acordo nesta matéria seria fundamental para a implementação generalizada da universidade empreendedora com os métodos de ensino adequados e assim assegurar a eficiência do processo de formação de intenções empreendedoras (Dermol, 2010).

Perante as transformações profundas que se têm verificado no mercado de trabalho - como a grande flexibilização e precarização do emprego -, a adaptação a esta nova realidade exige, quer das universidades, quer dos alunos, uma mudança de mentalidade e de atitude, para facilitar a cada indivíduo o processo de empregabilidade. Para tal, é necessário que se desenvolva nos alunos um espírito empreendedor durante o seu percurso académico, de forma a que cada um assuma a responsabilidade pela sua carreira, seja ao preparar-se para os desafios profissionais do trabalho assalariado ou na criação de intenções empreendedoras (Moreira, 2011).

As intenções empreendedoras são um estado de espírito que guia o indivíduo nas suas ambições, compromissos e estabelecimento de metas. Elas garantem a atenção e empenho de um indivíduo em relação a um objetivo específico, assim como o planeamento e comportamentos direcionados para a concretização desse objetivo. As intenções são um tema de grande relevância no estudo do empreendedorismo, tendo em conta que toda a ação empreendedora tem a intenção como ponto de partida (Bird, 1988). Uma vez que é possível avaliar a intenção empreendedora através dos diferentes

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2. Revisão de Literatura

2.1. Empreendedorismo O tema do empreendedorismo tem entusiasmado o meio académico devido ao impacto que causa cada vez mais na economia e na sociedade. Esta atenção crescente despertou o interesse de estudos em diversas áreas e teorias sobre o tema a partir de diferentes perspectivas (Low e MacMillan, 1988).

O empreendedorismo é um conceito complexo que, segundo Bygrave (1989), só pode ser estudado em acção, no terreno, e envolve o processo de criação e de constante transformação, por oposição a ser um fenómeno estático. O empreendedorismo abrange diversas matérias, perspetivas, objetivos, metodologias e, portanto, tem múltiplas definições na literatura. O problema deste conceito multifacetado é que nunca é visto de todos os ângulos para poder ser bem definido (Low e MacMillan, 1988). Enquanto estes autores, numa perspetiva de gestão, sugerem que o empreendedorismo é o ato de criar uma nova empresa e perceber o seu papel no desenvolvimento da economia, outros autores como Leite e Melo (2008) adotam uma postura socio-política e colocam o empreendedor como a base do conceito, como ator social que executa ações de liderança e inovação ao desenvolver novas empresas. Kuratko (2005), por sua vez, e também numa perspetiva de gestão, defende que o empreendedorismo vai além da criação de negócios, caracterizando-se por comportamentos do empreendedor. Para o autor, com base em Kuratko e Hodgetts (2004), “empreendedorismo é um processo dinâmico de visão, mudança e criação, que requer uma aplicação de energia e paixão de forma a conseguir criar e implementar novas ideias e soluções criativas”. Leite e Melo (2008) apontam o empreendedorismo como um fenómeno que surge associado a casos de sucesso com a figura do empreendedor a opor-se ao emprego formal, assalariado e subordinado, uma vez que quer garantir a sua criatividade e autonomia, simultaneamente libertando-se da rotina e burocracia. O empreendedorismo também se opõe, por vezes, ao conhecimento e organização universitários, dado que o meio académico não estimula a criatividade e privilegia o conhecimento padronizado em detrimento do conhecimento prático. Kuratko (2004) partilha desta perspectiva:

“O empreendedorismo é a nova revolução e faz-se através da inovação e criatividade contínuas. É o futuro da nossa economia mundial. Hoje, as palavras usadas para descrever o novo regime de inovação do século XXI são: sonhar, criar, explorar, inventar, descobrir e imaginar! Acredito que estamos num momento em que a diferença entre o que pode ser imaginado e o que pode ser conquistado nunca foi tão pequena.”

A inovação é um ponto-chave neste processo independente que é empreender, é ela o instrumento específico dos empreendedores (Drucker, 1986). O compromisso com a inovação é a única característica comum a estes indivíduos que criam constantemente novas fontes de riqueza ou transformam recursos existentes em fontes de riqueza (Drucker, 1998). O autor sublinha que a inovação é o coração da atividade empreendedora, dado que tem início com a procura de oportunidades no

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mercado e é aplicada no potencial de uma empresa, pois foi desde o início pensada para esse fim. Segundo Drucker, este é um processo que requer esforço, que é fruto do trabalho e não de um dom, porque a inovação requer conhecimento, dedicação, trabalho árduo e, sobretudo, um foco total no objetivo.

É a partir da inovação que se desenvolvem duas das principais perspetivas de investigação do empreendedorismo - a económica e a comportamentalista. A primeira defende que é através da criação de novos empreendimentos que se possibilita o desenvolvimento de uma economia e tem como principal pensador Joseph Schumpeter, um autor que vincula o empreendedorismo à inovação e ao desenvolvimento económico, partindo da perceção e aproveitamento de oportunidades de negócio (Macedo et al., n.d.). Para Schumpeter (1985, segundo Macedo et al., n.d.), o empreendedor é a força da economia por procurar substituir os produtos e tecnologias que conhece, buscando evolução e aprendizagem constantes, novos conhecimentos e propondo a novidade. A inovação radical, que promove novos produtos e esquemas de produção substituindo os existentes, representa para o autor o motor da economia, num processo que ficou conhecido por destruição criativa: novas combinações de recursos produtivos que tomam o lugar de antigas técnicas, produtos ou determinada organização industrial.

Na perspetiva comportamentalista, o empreendedorismo já corresponde a uma atitude psicológica, a busca pela realização pessoal, a concretização de um sonho. Esta corrente de estudo foi sobretudo representada por David McClelland, que justificou a autonomia e iniciativa do empreendedor pela sua necessidade superior de realização pessoal, comparativamente com os restantes indivíduos (Macedo, Silva e Boava, n.d.). O autor baseou-se nas características psicológicas dos empreendedores e nos seus sistema de valores para apreender a motivação para o empreendedorismo. Para McClelland (1961, segundo Macedo et al., n.d.), e ao contrário da perspetiva económica, é a motivação que representa o motor do empreendedorismo, concluindo nos seus estudos que a necessidade de realização e a atividade empreendedora se correlacionam positivamente.

Independentemente destas duas teorias, há, de forma geral, um consenso na literatura que estabelece o fenómeno do empreendedorismo, quer em termos de inovação e vitalidade económica, quer em avanços de investigação e desenvolvimento (Carland et al., 1996). A palavra ‘empreendedorismo’, com origem na palavra francesa entreprendre, usada desde o século XII, tem como definição base inicial e atual o ato de fazer algo, de tomar iniciativa ou arriscar. O empreendedorismo define-se pelas suas funções de equilibrar e desequilibrar o mercado, de enfrentar a incerteza e introduzir inovações na economia (Wennekers, 2006). O empreendedorismo é, então, o processo independente em que um indivíduo combina a sua alta motivação, a capacidade de reconhecer e concretizar oportunidades, e a sua disposição para ser criativo e correr riscos mesmo perante as incertezas e mudanças constantes na economia, e cria algo novo com valor. Este indivíduo é alguém direcionado para o sucesso e que reúne em si todas as funções do empreendedorismo (Carland et al., 1998). Assim, uma vez que o conceito de

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disponíveis para atingir os seus objetivos, com todas as incertezas que essa opção implica (Drucker, 1986). O empreendedor está disposto a passar por diversos sacrifícios antes de alcançar o que pretende; ele vai experimentar os caminhos sombrios da incerteza para no fim sentir a incrível sensação do sucesso. Ao contrário do pequeno negociante comum, o empreendedor concentra-se na inovação, expansão e lucratividade em pouco tempo, e destaca-se sobretudo pela sua visão de negócio (Kuratko, 2004). Esta é talvez a grande característica distintiva do empreendedor. A visão é a chave para a inovação, criatividade e a criação de uma nova empresa. Permite ao empreendedor ver aquilo que ainda não está à vista. Para o autor, é a visão empreendedora que permite a perspicácia, intuição e sexto- sentido frequentes do empreendedor para reconhecer, por exemplo, novos mercados a explorar, novos métodos e novos designs , o que proporciona novos negócios e a criação de empresas (Carland, 1996).

“Empreendedores são indivíduos que reconhecem oportunidades onde os outros veem o caos, contradição e confusão. São catalisadores agressivos da mudança no mercado. Eles são comparados a atletas olímpicos, ao desafiarem-se para quebrar novas barreiras (...). Sejam quais forem as suas paixões, os empreendedores são os heróis do mercado atual. Eles iniciam empresas e criam emprego num ritmo impressionante. A economia global tem sido revitalizada devido aos seus esforços e o mundo abraça essas iniciativas como as forças mais importantes para o desenvolvimento económico. A paixão e motivação dos empreendedores faz o mundo dos negócios avançar. Eles desafiam o desconhecido e conquistam continuamente avanços para o mundo” (Kuratko, 2004).

O espírito empreendedor é uma característica distinta, e não um traço de personalidade. Um indivíduo que procura constantemente a mudança e, quando a encontra, explora-a como oportunidade, é quando se define como empreendedor. Empreender não está relacionado especificamente com a economia ou com a psicologia, mas com todas as atividades dos seres humanos (Drucker, 1986).

2.3. Origem da atitude empreendedora: inata ou adquirida? A origem do espírito empreendedor é uma questão central no tema do empreendedorismo e para a qual não existe uma resposta consensual na literatura. No entanto, são cada vez mais os teóricos que defendem as experiências, a aquisição de conhecimentos e o ensino como a principal origem da atitude empreendedora. Para Campos (2007), existem diversos fatores que propiciam o comportamento empreendedor, como a personalidade do indivíduo, o seu contexto social, académico e familiar e os valores daí obtidos. Segundo Campos, são estes valores, hábitos e comportamentos que levam um indivíduo a vir a ser ou não empreendedor.

Dan Bricklin (2001), empreendedor de sucesso, responde à famosa pergunta “o empreendedor já nasce assim ou é formado?” defendendo que é uma combinação de ambos, pois é necessário que o indivíduo possua uma boa intuição para tomar decisões mas também necessita de uma envolvente que propicie as suas aplicações. Para Bricklin, o empreendedor é fruto das suas vivências e do seu percurso em todos os aspetos. Ele é influenciado desde a infância, pelas experiências durante o crescimento, pela sua

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instrução religiosa, a formação académica e técnica que frequenta. Bricklin defende que o empreendedor quer aprender sempre, enquanto aluno ou profissional, treina os seus talentos, procura aperfeiçoar-se sempre e é verdadeiramente apaixonado pelo que faz. O empreendedorismo é fruto daquilo que o indivíduo pratica ou experiencia, combinado com os seus dons naturais. No entanto, esta parece ser das poucas opiniões que defendem uma componente inata do empreendedorismo nos indivíduos.

Na literatura é sobretudo defendida a perspetiva de que o empreendedor é fruto da sua formação pessoal e aprendizagens. Se é defendida a teoria de que a sua personalidade e talentos interferem nesta formação, também é verdade que a própria personalidade do indivíduo é resultado das suas vivências e foi desenvolvida ao longo do tempo. Um indivíduo pode tornar-se empreendedor através dos estímulos certos, uma vez que a personalidade empreendedora é passível de ser desenvolvida com a aprendizagem, desde que exista uma predisposição, iniciativa, curiosidade, a vontade de evoluir e a sensibilidade para realizar coisas novas (Girardi et al., 2001).

Gupta (2000) defende que o empreendedor se define pelos seus traços, motivação e coragem. Define-se pelas suas redes de contacto e experiências de trabalho anteriores. Resumidamente, um indivíduo decide empreender consoante o seu percurso e contingências. Welter (2010) destaca a importância dos diferentes contextos que o indivíduo pode experienciar, cada um com diferentes oportunidades, dificuldades e aprendizagens, que constituem um background de todas as suas decisões. Outros autores têm a opinião complementar de que o empreendedorismo pode ser ensinado ou estimulado.

“A maior parte daquilo que ouvem sobre empreendedorismo está totalmente errado. Não é misterioso. E nada tem a ver com genes. O empreendedorismo é uma disciplina, e como qualquer disciplina, pode ser aprendido” Peter Drucker (1985, citado por Kuratko, 2004).

Tal como Drucker, Light (2006) argumenta que o sucesso depende das capacidades do empreendedor e que essas podem ser ensinadas. Para o autor, não é a personalidade que influencia a decisão de empreender, mas sim as habilidades que o indivíduo aprende para controlar e aplicar a sua personalidade. Uma vez que o ensino é um dos estímulos determinantes para empreender, esse tópico é abordado em seguida.

2.4. Empreendedorismo no Ensino Superior

2.4.1. A Importância do Estímulo ao Empreendedorismo no Ensino Superior Os empreendedores não são nascidos assim, mas desenvolvidos, e segundo Harfst (2010) as instituições de ensino confirmam esta realidade. Perante este fenómeno, esse autor defende que se devem desenvolver as competências dos indivíduos através de métodos inovadores, uma vez que as competências empreendedoras são cada vez mais determinantes também nos colaboradores das empresas, tornando assim evidente a necessidade de inserir o ensino do empreendedorismo no currículo

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que levam para as novas exigências da realidade laboral atual.

Gibb (n.d) definiu a universidade empreendedora como a que segue uma série de parâmetros, dos quais se destacam: a criação da própria autonomia financeira; a aceitação de uma universidade que abraça um conhecimento de relevância e a partilha e aprendizagem com a comunidade alargada; não ter medo de maximizar o potencial de comercialização das suas ideias para criar valor na sociedade e não ver nisso uma ameaça para os valores académicos; organizar-se internamente para permitir um forte condutor central de empenho no empreendedorismo; comprometer-se ativamente com a comunidade alargada de stakeholders como parte da estratégia de aprendizagem organizacional; aceitar responsabilidade pelo desenvolvimento pessoal dos estudantes e docentes; construir um sistema de recompensas para os docentes que vai além dos critérios de publicação e investigação; assegurar-se que o conceito de ensino do empreendedorismo penetra em todas as faculdades, assumido pelos docentes-chave e integrado nos programas de ensino.

Além disto, Gibb (n.d.) defende que os comportamentos empreendedores podem ser praticados e, como tal, deve existir um modelo de ensino que faça com que os alunos revelem as suas competências e atributos, tendo em conta que cada indivíduo é único e que a grande vantagem na adesão ao empreendedorismo é o facto de dar uma oportunidade a todos. Se estes valores podem ser desenvolvidos e aprendidos, o modelo de ensino deve focar-se em criar empatia com os valores e comportamentos empreendedores, desenvolver o pensamento estratégico, a responsabilidade e tantos outros traços da personalidade empreendedora. Para Gibb (n.d.), as oportunidades para a aprendizagem experimental devem ser maximizadas: “a universidade empreendedora é aquela que oferece oportunidades, práticas, culturas e ambientes para encorajar ativamente os estudantes empreendedores”. Apesar de já haver alguma oferta nesta área, nem sempre é claro quais são os melhores métodos e abordagens para criar e assegurar uma universidade empreendedora sustentável. Assim, importa conhecer alguns métodos deste ensino mencionados na literatura.

2.4.2. Métodos de Ensino Existem diversas perspetivas sobre quais as abordagens mais adequadas para o ensino do empreendedorismo e sobre qual a mais eficaz, mas parecem faltar definições claras neste campo. A universidade empreendedora seria implementada com maior sucesso se existisse uma abordagem sistemática sobre este tema e seria assim mais fácil promover o comportamento empreendedor (Dermol, 2010). A adesão ao ensino do empreendedorismo é essencial a todo o tipo de universidades, pois vai preparar tanto os alunos de áreas de gestão como de humanidades para uma cultura cada vez mais decisiva na carreira e vida pessoal dos estudantes, no sentido de se tornarem mais autónomos, independentes e buscarem os próprios sucessos. Aceitar a ideia de universidade empreendedora é uma questão de adaptação às novas exigências do mercado de trabalho e de aceitação da evolução do ensino superior no sentido de ter maior autonomia e alterações na cultura organizacional (Santos e Caseiro, 2012). Desta forma, para desenvolver um espírito empreendedor nos alunos, há diversos métodos a

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considerar, consoante os objetivos do ensino. São decisivos os professores com experiência de empreendedorismo e a escolha adequada de um misto de métodos de ensino, que em conjunto serão mais eficazes no processo de criação de intenções empreendedoras (Dermol, 2010).

Santos e Caseiro (2012) propõem um leque de iniciativas a implementar no sentido de desenvolver o comportamento empreendedor e integrar o empreendedorismo no código genético das universidades – ver tabela 2.1. Perante esses desafios, os professores têm um papel decisivo e está nas mãos deles conseguir uma união e coordenação para que estas matérias não sejam teóricas, mas uma componente prática do ensino, em que os alunos são estimulados na sala de aula, são envolvidos no espírito empreendedor e levados a pensar e agir de acordo. Os docentes têm a responsabilidade de despertar as características empreendedoras, naturalmente presentes nos humanos, mas que estão adormecidas à espera do estímulos certos, como os incentivos à criatividade e aos pensamentos inovadores, a partilha de experiências reais e demonstrações de atitudes empreendedoras. É importante que os alunos sejam levados a colocar em prática o que aprendem, a resolver problemas reais expostos em aula e assim terminar a sua formação com maior conhecimento do mercado e em sintonia com as suas expectativas. Para isto são importantes os contributos dos empreendedores já estabelecidos, com testemunhos pessoais (Saes e Pita, 2007).

Tabela 2.1 - Iniciativas da Universidade Empreendedora (Adaptado de Santos e Caseiro, 2012) Iniciativa Descrição

ideias de negócio^ Concurso de

Consiste em colocar diferentes planos de negócios em competição e é das iniciativas mais utilizadas para promover o empreendedorismo. No entanto, pode não estar a atingir os objetivos pretendidos porque os planos a concurso não são pensados de raiz para virem a ser concretizados num negócio, mas feitos como componente de avaliação de alguma unidade curricular que no fim os disponibiliza para concursos. A ambição de ganhar o prémio torna secundário o objetivo de executar o projeto e ainda é desvalorizada a formação do aluno com estes concursos por serem vistos como atividades extracurriculares. Além destes fatores, a inexperiência do planos de negócio, dado que estes carecem de conhecimentos económicos e experiência de análise de mercados.s alunos interfere na estrutura e qualidade dos

Incubação de empresas O objetivo desta iniciativa é apoiar os empreendedores desde a fase inicial dos seus projetos, com acesso aos recursos necessários à concretização dos seus negócios, como o acesso a laboratórios e tecnologias. A incubação de empresas tem ganho destaque nesta área e apoios de origem pública e privada.

Networking Trata sucessos dos seus empreendimentos, para motivar os alunos a interessar--se da visita^ de empresários à universidade para falar de experiências na primeira pessoa, de dificuldades ese por esta opção de carreira. Para isto, devem cultivar-se os contactos entre as institui desta forma intensificar a atividade empresarial regional.ções e as empresas locais e regionais para propiciar esta cooperação e partilha, e

Transformação estratégico organizacional

Os docentes têm uma função determinante na divulgação do empreendedorism atividades e adoptando as que mais estimularem os alunos. Também estes devem ser consultados para dar as suaso no meio académico, envolvendo-se nas opiniões em relação ao desempenho e divulgação dessas iniciativas, e assim possibilitar abordagens mais eficazes noensino do empreendedorismo.

curricular^ Revisão Cada instituição deve inserir nos seus cursos alguma unidade curricular de empreendedorismo, de forma a que os alunos de todas as áreas tenham contacto com este tema, e assim cumprir um objetivo da União Europeia, para além deincentivar a procura de oportunidades de negócio e preparação do futuro.

Propriedade intelectual Esta iniciativa envolve a criação do Regulamento da Propriedade Intelectual para tornar transparentes os aspetos relacionados com a eventual exploração económica da atividade dos empreendedores e a aplicação dos seus resultados no mercado. Formação dedocentes^ É essencial ao ensino do empreendedorismo que se disponibilizem aos docentes as ferramentas necessárias à exploração eficaz destas matérias, para além da sua preparação e formação na área, bem como alguma experiência de empreendedorismo. Devem também existir iniciativas que reforcem as competências dos professores e melhorem cada vez mais o ensino.

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trabalho/família, e é fundamental nas intenções empreendedoras. Este alinhamento psicológico resulta em novas empresas mais eficazes (Bird, 1988). Com o mesmo objetivo, a segunda variável, sintonia, refere-se à mente aberta do empreendedor e à sua disposição para a troca de conhecimentos com os outros e a capacidade de aprender com os próprios erros. São as qualidades de networking do empreendedor, nomeadamente a atenção e mente aberta em relação ao que o rodeia, que vão definir o seu maior ou menor sucesso, uma vez que aqueles que aprendem ativamente aumentam as suas probabilidades de sucesso em relação aos que não aproveitam cada oportunidade para fazer novas aprendizagens. O empreendedor eficaz é aquele que está sempre preparado para aprender, com os outros e com as suas experiências, e com esta atenção à sua missão e ao que o rodeia ele fica numa posição em que desfruta de oportunidades inesperadas e, devido também ao seu alinhamento, aceita os contratempos e lida de imediato com dificuldades que surjam. Desta forma, o empreendedor que possui ambas as variáveis tem maiores probabilidades de sucesso na concretização das suas intenções empreendedoras (Bird, 1988). Além de saber como concretizar as intenções empreendedoras, importa conhecer a sua origem, para além das influências positivas por parte da universidade empreendedora.

2.5.2. Competências Empreendedoras Como referiram Dias, Nardelli e Vilas Boas (2008), “existe uma grande diversidade de conceitos sobre competências”. Man e Lau (2000) concordam que as competências são características de personalidade e capacidades de um indivíduo, naturalmente influenciadas por aspetos pessoais como as suas experiências ou variáveis demográficas. Na literatura existem diversos pontos de vista sobre este tema, mas as competências empreendedoras, relevantes neste estudo, são claramente definidas por Dermol (2010):

“Competências empreendedoras são conhecimentos, capacidades e atitudes que se aprendem e são mensuráveis. Elas são a base de construção das crenças, expectativas, possíveis reações e atitudes do indivíduo em relação aos seus potenciais desempenhos e às percepções sobre possíveis ideias empreendedoras, e, como tal, podem influenciar positivamente as intenções empreendedoras”.

Dias et al. (2008) consideram o conceito de competências empreendedoras muito importante, pois são essenciais para que o empreendedor leve a nova empresa a ter sucesso. Man e Lau (2000) apresentaram seis áreas de competências empreendedoras distintas, categorizadas na tabela 2.2.

Tabela 2.2 - Áreas de Competências Empreendedoras (adaptado de Man e Lau, 2000)

Competências Empreendedoras Comportamento Empreendedor Competências de Oportunidade A habilidade de aceder a muitas informações, usá oportunidades de mercado. A informação é um meio crucial para o empreendedor experiente.-las eficazmente e através delas conseguir identificar

Competências de Relacionamento Capacidade de criar, desenvolver e manter relacionamentos de longo essencial ao empreendedor, assim como saber adaptar-se e interagir socialmente.-prazo. Ter uma boa rede de contactos é

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Competências Empreendedoras Comportamento Empreendedor

CompetênciasConceituais^ Relacionam avaliação de riscos, percepção única do mercado, visão e o olhar positivo sobre todas as situações. Estascapacidades refletem-se no comportamento do empreendedor, revelando um indivíduo observador, perspicaz,-se com a intuição do empreendedor e a fácil adaptação a novos ambientes, a capacidade de inovador, com auto-estima e propenso ao sucesso.

Administrativas^ Competências^ A boa gestão dos recur habilidades de liderança, planeamento, motivação e organização são fundamentais ao empreendedor.sos da empresa^ -^ internos, externos, humanos, físicos, financeiros, tecnológicos. As Competências Estratégicas A visão de longo posicionamento de mercado, a situação financeira e a correta avaliação estratégica da empresa.-prazo, capacidade de criar metas de médio-prazo e habilidade de definir táticas perante o

Comprometimento^ Competências de^ A capacidade de dedicação permanente ao negócio que leva o empreende^ seu negócio, mesmo perante as dificuldades. Compromisso com o trabalho árduo em nome da concretização dosdor a seguir sempre em frente com o seus objetivos. Esta disciplina, garra e paixão são traços marcantes do empreendedor.

Os autores acrescentaram um outro grupo de competências que suportam as anteriores, que denominaram de “competências de suporte”. Estas referem-se às capacidades de gestão pessoal do empreendedor, nomeadamente à gestão do tempo, do equilíbrio entre trabalho, família, lazer e saúde. Desempenhando os papéis de proprietário, gestor e profissional em simultâneo, ele deve deter em primeiro lugar as competências de suporte, que incluem a boa gestão do stresse e preocupações, por mais que se envolva nos seus negócios.

2.5.3. Auto-Eficácia Empreendedora A auto-eficácia é um construto que indica o nível de crença de um indivíduo nas próprias capacidades para vir a realizar uma tarefa ou objetivos pessoais, mesmo em caso de contratempos. A auto-eficácia permite prever os esforços e perseverança do indivíduo, bem como a sua decisão de avançar com determinado comportamento, uma vez que é a crença nas próprias capacidades que vai ou não levá-lo a tentar alcançar o seu objetivo. A percepção de que um comportamento excede as suas capacidades vai deter o indivíduo de tentar realizá-lo, o que faz da auto-eficácia empreendedora uma variável que explica a formação e força das intenções empreendedoras e a probabilidade destas virem a resultar em ações (Boyd e Vozikis, 1994).

A auto-eficácia tem efeitos sobre vários aspetos da intenção empreendedora. Não só influencia o empreendedor no estabelecimento de metas pessoais, como interfere na escolha entre tarefas mais acessíveis ou mais desafiantes, consoante a confiança do indivíduo em si próprio. Uma forte auto- eficácia permite visualizar cenários de sucesso futuros, o que leva o indivíduo a encarar de forma positiva os desafios propostos, assim como querer aprender e evoluir sempre mais. A auto-eficácia também define as conquistas pessoais, uma vez que pode ser o fator diferenciador entre pessoas com o mesmo nível de conhecimentos ou competências, e que, através das crenças nas próprias capacidades, mais facilmente persistem e ultrapassam as suas limitações e contratempos (Bandura, 1993).

Bird (1988) defende a aplicação do conceito de auto-eficácia como variável explicativa do desenvolvimento da intenção empreendedora e das condições sob as quais essas intenções podem vir a