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Trabalho de conclusão de curso TCC I
Tipologia: Exercícios
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Não perca as partes importantes!
São José dos Campos 2024
gastrointestinais, incluindo gostos para só um tipo de alimento e muita agitação em casos de ruídos e sons muito altos. Estes comportamentos são representados por comportamentos motores ou verbais estereotipados, comportamentos sensoriais incomuns; excessiva adesão/aderência a rotinas e padrões ritualizados de comportamento; interesses restritos, fixos e intensos. (ZANOLLA et. al, 2015) O acompanhamento do paciente com TEA deve ser feito com médicos especialistas com pediatra (no caso das crianças), fonoaudiólogo, psiquiatra, pedagogos (para a parte educacional). Apesar das instituições escolares de hoje serem conscientes e inclusivas, estando dispostas a receberem as crianças portadoras de TEA, ainda assim a melhor escolha é levar essa criança em instituições escolares específicas que seja apta e exclusiva para esses pacientes. O tratamento para crianças e adolescentes com espectro autista envolve terapias psicossociais, antipsicóticos típicos e atípicos, estabilizadores de humor, inibidores seletivos da recaptação de serotonina e alternativas medicinais complementares. (CASTRO et. al ,
Nos dias de hoje ao verificarmos os diversos tipos de tratamentos para portadores do TEA, achamos outra opção que já tem sido aplicada como tratamento promissor em doenças como o Mal de Alzheirmer e o Mal de Parkinson, que é a planta Cannabis sativa, conhecida popularmente como Maconha ou Cânhamo, a planta possui mais de 80 substâncias químicas conhecidas como canabinoides. Dentre essas substâncias temos o Tetraidrocanabidiol (THC) substância considerada intoxicante e alucinógena, e o Canabidiol (CBD) que não possui esses efeitos tóxicos e onde se aplica a maioria dos estudos terapêuticos hoje em dia. Pesquisas tem mostrado que os canabinoides também possuem efeitos benéficos em neoplasias e em seu respectivo seu tratamento. Além disso, podem ser utilizados como adjuvantes na quimioterapia, uma vez que, essas substâncias possuem interação com receptor CBD, podendo induzir autofagia em células de glioma, melanoma, fígado, pâncreas e próstata, além de impedir a multiplicação de células cancerosas da mama, tireoide, pulmão, cervical e colorretal. (NASCIMENTO et. al ; 2023)
O CBD, no ano de 1963 foi considerado um tipo de modulador alostérico negativo em receptores canabinoides de tipo CB1 e ser também antagonista inverso no receptor CB2. A Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da Resolução de Diretoria Colegiada RDC nº 17 de 14 de maio de 2015, autoriza o único composto químico da planta Cannabis sativa a ser comercializado no Brasil é o CBD e apenas para uso medicinal. Considerado hoje uma opção promissora já em pacientes portadores de Mal de Alzheimer e Parkinson, está também em uso, testes e estudos de sua eficácia tanto do seu óleo como de seu princípio ativo aplicados em medicamentos alopáticos, sendo ou não associados a outros medicamentos. A Cannabis sativa popularmente conhecida como maconha, é uma planta rica em diversas substâncias, porém o destaque maior são os canabinoides THC e CBD que tem mostrado grande potencial terapêutico devido a sua capacidade de estimular receptores do organismo humano gerando uma resposta benéfica em algumas doenças neurológicas e neurodegenerativas que atualmente não possuem cura ou tratamento. (NASCIMENTO et. al ; 2023) 1.1 O PROBLEMA O tratamento medicamentoso com o uso da planta Cannabis sativa possui eficácia para os portadores de TEA, e quais seriam seus efeitos no organismo desses pacientes?
Este estudo demonstra qual a importância que tem um tratamento seguro a pessoas com TEA, oferecendo qualidade de vida e saúde a esses pacientes, e que hoje tem que ser feito mais pesquisas sobre o assunto e um senso pois não se sabe a quantidade em números de pacientes autistas no Brasil, e os demais países tem acesso a informações como essas, que é relevante quando se fala em tratamentos ou até possíveis prevenções. É importante saber como o TEA age em um organismo humano, enfatizar que há tratamentos para esses pacientes, levar educação em saúde explicar o que é o TEA para que os pais dessas crianças possam aderir ao tratamento, por não haver muito material explicativo no Brasil existe muito preconceito das pessoas quando se trata do tema autismo. Esse tema merece total atenção, porque hoje em dia o SUS é muito precário ao se tratar dessa doença, com demora para as consultas com os especialistas, faltas de equipamentos para diagnóstico preciso do TEA é o que ocorre um atraso da adesão de um tratamento para esses pacientes, e como os tratamentos são em medicamentos controlados quanto mais tardar é esse diagnóstico, mais dificultoso será a adesão de um tratamento fixo a esse paciente. E a pesquisa leva a um tipo de tratamento inovador, que tem sido de alta adesão para outras doenças como Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson, também vista em tratamentos para TEA a planta Cannabis sativa. Essa planta já era usada há muitos anos como tratamentos de dores como exemplo a enxaqueca, ocasionava nas pessoas alguns efeitos alucinógenos, o que fez com o passar do tempo, proibir o seu uso em vários países. Nos dias de hoje, a planta conhecida popularmente como maconha, é tratada como droga ilícitas ou recreativa, possuindo mais de 80 substâncias químicas em sua composição duas delas chamam a atenção de pesquisadores, essas são Canabidiol (CBD) e Tetraidrocanabidiol (THC), e nesse estudo contará com a estrutura dessas substâncias e como ocorre a sua farmacocinética e farmacodinâmica em um organismo humano, até que ponto trará benefícios aos pacientes com TEA, e abranger a toxicodinâmica o que leva os sintomas de alucinação e causa a dependência. Análises sobre a legislações e exigências para a aquisição de medicamentos á base de Cannabis no Brasil, suas
burocracias e um pouco sobre a liberação da planta no Brasil, se isso afetaria ou não o uso medicinal dessa planta de um jeito benéfico para os pacientes que necessitam desse tratamento. Esse estudo contribuirá para a conscientização da sociedade sobre a existência do TEA, que está cada vez maior, que mesmo não havendo uma pesquisa com números exatos podemos presenciar no dia a dia pessoas agindo conforme os sintomas do autismo, e explicar que existe variações do TEA de pessoa para pessoa, e sintomas agem de maneira específica em cada portador, e que os pais dessas crianças devem procurar por ajuda de especialistas, para que se tenha uma qualidade de vida e saúde digna aos seus filhos logo ao identificar qualquer alerta de sintomas de TEA, para que assim possa obter um tratamento mais certeiro para o paciente. E se precisar do tratamento com Cannabis deve-se deixar de lado o receio dessa substância, o que tem muito ainda na sociedade brasileira, e permitir que o paciente com TEA siga a orientação médica corretamente, dando a ele uma qualidade de vida melhor.
and its implication for a neural theory of behavior (publicado em 1964), afirmou que a base do autismo era orgânica e não emocional.” (LOPES, 2020) Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se hoje cerca de 70 milhões de pessoas são portadoras de TEA, e no Brasil cerca de 2 milhões de pessoas são portadoras de TEA em algum grau. 4.2 CAUSAS GENÉTICAS E AMBIENTAIS DO AUTISMO, E OS TRATAMENTOS MEDICAMENTOSOS MAIS RECEITADOS De acordo com ZANOLLA, (2015) causas genéticas são coexistentes, uma forma de comorbidade entre variadas síndromes e o TEA, onde pode citar o caso de pacientes portadores da Síndrome do X Frágil também ser diagnosticadas com TEA. Síndromes genéticas, devida alterações cromossômicas, mutações gênicas em todas a característica em comum é a presença de defeitos morfológicos ligado à deficiência intelectual, sendo cerca de 10 a 30% desses pacientes, podem apresentar comorbidade com TEA. As regiões cromossômicas ocorrem uma diferenciação estrutural, ou seja, perdas ou ganhos de massa cromossômica como no caso da Síndrome de Down e Turner, que são identificadas pelo cariótipo. Sendo então consideradas microduplicações ou microdeleções podem se confundir com os Números de Cópias de Variação (CNVs). CNV pode haver quadro patogênico ou não. Segundo FARIA, (2024), fatores teratogênicos podem interferir muito no neurodesenvolvimento do feto, que pode causar prejuízos grandes na fase adulta. Entre esses fatores podemos citar alguns ambientais como poluição, contato com pesticidas e inseticidas, talidomida, valproato (VPA) falta de vitaminas como o ácido fólico por exemplo, e infecções virais ou bacterianas. Relacionado ao VPA se sua dosagem for ultrapassada em sua curva dose – resposta de segurança, isso poderá ocasionar efeitos teratogênicos, anomalias tanto morfológicas como neurológicas no feto, causando problemas no neurodesenvolvimento como TEA, esquizofrenia e até paralisia cerebral. E fatores ambientais e emocionais da gestante, como exposição a
produtos químicos, estresse ou depressão, pode aumentar a chance do surgimento do autismo no bebê. De acordo com NETO, (2019) conclui-se uma diversidade de medicamentos que são utilizados como terapia para o TEA, mas todos são utilizados como off-label , necessitando de mais estudos e evidencias clínicas. Listamos abaixo alguns dos medicamentos indicados para TEA, e seus eventos adversos segundo suas bulas. Quadro 1: Medicamento mais utilizados no tratamento de TEA, suas indicações e seus eventos adversos comuns. GRUPOS TERAPÊUTICOS FÁRMACO INDICAÇÕES EVENTOS ADVERSOS COMUNS CLOZAPINA Hiperatividade, agressividade e movimentos repetitivos LEUCOPENIA, VISÃO BORRADA, SEDAÇÃO, NAUSEA, CONSTIPAÇÃO, TAQUICARDIA, CONSTIPAÇÃO, ENZIMAS HEPÁTICAS AUMENTADAS ENTRE OUTROS. ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS (^) RISPERIDONA Ansiedade, irritabilidade, agressividade, comportamento repetitivo e depressão. Nasofaringite, Infecção do trato respiratório superior, Infecção do trato urinário, anemia, insônia, tontura, visão turva, taquicardia, náusea, vômitos, erupção cutânea entre outros. ARIPIPRAZOL Irritabilidade, estereotipia e hiperatividade. Náusea, vômito, constipação, cefaléia, vertigem, acatisia, ansiedade, insônia e inquietação. FLUOXETINA Comportamentos ritualísticos,estereotipados e repetitivos Diarreia, Náusea, fadiga (incluindo astenia), dor de cabeça e insônia (incluindo despertar cedo) síndrome gripal, faringite e sinusite; entre outros. FLUVOXAMINA Comportamentos compulsivos, repetitivos e agressividade. Anorexia, agitação, nervosismo, ansiedade, insônia, sonolência, tremor, cefaleia e vertigem, palpitação taquicardia, dor abdominal, constipação, diarreia, boca seca, dispepsia, náusea e vômito, hiperidrose, astenia e mal-estar. Antidepressivos inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) SERTRALINA Comportamentos repetitivos e disruptivos Diminuição do apetite, aumento do apetite, insônia, Sintomas de depressão, ansiedade, agitação, bruxismo, pesadelos, diminuição da libido, Tontura, dor de cabeça, Hipertonia, tremor, sonolência, parestesia, Deficiência visual, Zumbido, Vômito,
e da língua), hipertermia medicamentosa, sensibilidade cruzada com outros tricíclicos, Náusea e vômito, anorexia, dor epigástrica, diarreia, alterações do paladar, estomatite, cólicas abdominais, glossite, Ginecomastia em homens, aumento das mamas e galactorreia em mulheres; aumento ou diminuição da libido, impotência sexual; inchaço testicular; elevação ou redução da glicemia; síndrome da secreção inapropriada de HAD (hormônio antidiurético). Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) Clomipramina Hiperatividade, agressividade e comportamentos ritualísticos. Taquicardia sinusal, palpitações, hipotensão ortostática, alterações clinicamente irrelevantes do ECG em pacientes sem doença cardíaca (ex.: alterações da onda T e do segmento ST), zumbido, alterações da acomodação visual, visão borrada, midríase, náusea, boca seca, constipação, vômito, distúrbios gastrointestinais, diarreia, tontura, tremores, cefaleia e mioclonia, sonolência entre outros. Imipramina Hiperatividade, fala inadequada Aumento de peso, Anorexia, Inquietação, confusão, delírio, alucinações, ansiedade, agitação, mania, hipomania, distúrbios da libido, distúrbios do sono, desorientação, Tremor, Tontura, dor de cabeça, sonolência, parestesia, Visão borrada, distúrbio de acomodação visual, diminuição do lacrimejamento, Taquicardia sinusal, anormalidades no eletrocardiograma, Rubores, hipotensão ortostática, Boca seca, constipação, Náusea, vômito, Teste da função do fígado anormal, Distúrbios da micção e Fadiga. Antidepressivos Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN) Venlafaxina Deficits sociais, hiperatividade, problemas de comunicação e comportamentos e interesses restritos. Hipomania, ansiedade, agitação, nervosismo, confusão, insônia ou outros distúrbios do sono, fadiga, sonolência, parestesia, tontura, convulsão, vertigem, cefaleia, sintomas de gripe, tinido, coordenação e equilíbrio prejudicados, tremor, sudorese, boca seca, anorexia, diarreia, náusea e vômito. Em estudos anteriores à comercialização, a maioria das reações à interrupção foi leve e resolvida sem tratamento. Embora estes eventos
sejam geralmente autolimitados, tem havido relatos de sintomas de descontinuação graves e, por vezes, estes efeitos podem ser prolongados e graves. Antiepiléticos anticonvulsivantes Valproato Instabilidade afetiva, linguagem repetitiva e agressividade. Trombocitopenia, Aumento de peso, perda de peso, Sonolência, tremor, amnesia, ataxia, tontura, disgeusia, cefaleia, nistagmo, parestesia, alteração da fala, Zumbido no ouvido, Náusea, Dor abdominal, constipação, diarreia, dispepsia, flatulência, vômitos, Alopecia, equimose, prurido, rash cutâneo, Diminuição do apetite, Aumento do apetite, Alteração na marcha, edema periférico Ambliopia, diplopia, Infecção, Lesão. Lamotrigina Irritabilidade, agressividade, comportamento repetitivo. Dor de cabeça, exantema cutâneo Agressividade, irritabilidade, fadiga, sonolência, insônia, tontura, tremor, náusea, vômito, diarreia. Levetiraceta m Impulsividade, hiperatividade, labilidade emocional e agressividade Sonolência e dor de cabeça, Nasofaringite, Dor abdominal, diarreia, dispepsia, náusea, vômito, Crise convulsiva, distúrbio de equilíbrio, tontura, tremor, Agressividade, depressão, hostilidade, insônia, irritabilidade, nervosismo, Anorexia, Vertigem, Tosse, Rash. Antagonistas do receptor de glutamato Amantadina Hiperativo e deficits na linguagem Náuseas, tontura e instabilidade, distúrbios do início e da manutenção do sono (insônias), episódios depressivos, irritabilidade e mau humor, alucinações, confusão, anorexia, boca seca, constipação, ataxia não especificada, edema (de membros inferiores), livedo reticularis (afecções da pele e do tecido celular subcutâneo, não especificado), hipotensão ortostática, cefaleia, sonolência, nervosismo, pesadelos, agitação e inquietação, diarreia (alteração
Memantina Irritabilidade, memória, hiperatividade, linguagem e Hipersensibilidade ao medicamento, Sonolência, Tonturas, distúrbios de equilíbrio, Hipertensão, Dispneia, Testes de
Conforme SÁ, (2019), a Cannabis sativa já era conhecida na Ásia, e popularmente chamada de cânhamo ou maconha na Índia e sua origem data mais de 4000 anos. A planta tinha utilidades para a população da época, com ela fabricavam cordas, tintas, com as sementes alimentavam os animais, usavam nas tradições religiosas inclusive a budista e por fim o uso terapêutico que tratava desde prisões de ventre, cólicas menstruais, reumatismo e servia como analgésico para dores fortes. Segundo SÁ, (2019) a Cannabis sativa se disseminou por todo continente europeu, principalmente na época das Cruzadas, onde foi utilizada como medicamento, e nesse mesmo período os pesquisadores franceses analisaram o potencial terapêuticos da planta. E no Brasil, a planta foi introduzida através dos escravos, como é relatada em documentos oficiais, onde os escravos trouxeram bonecas de pano onde internamente trazia sementes da planta. O uso terapêutico da planta caiu drasticamente nos meados do século XX, o motivo foi que os pesquisadores não conseguiram separar as substâncias ativas da Cannabis sativa. Outro fator importante para a redução de seu uso terapêutico foi a taxação que a Organização das Nações Unidas fez, colocando a planta como droga ilícita. Nos meados da década de 60, o pesquisador israelense Raphael Mechoulam, consegue efetuar a separação da substância delta-9-tetrahidracanabidiol (THC), principal ativo da Cannabis sativa. Todos os estudos sobre as propriedades, seus análogos, receptores endo canabinoides conhecido como CB1 e CB2 presentes em áreas do SNC e imunológico são todas muito recentes, foi através da descoberta dos canabinoides endógenos, que o próprio organismo humano produz, os estudos focaram no potencial clínico que a planta pode nos oferecer. A polemica é um grande sinal de falta de conhecimento, a Planta Cannabis sativa é uma espécie de planta com muitos cultivares diferentes, ou seja, genéticas diferentes. Em pesquisas e legislações, principalmente nos Estados Unidos, nos anos de 2014 e 2018, fizeram então uma distinção das plantas e enfim liberaram a utilização do cânhamo ( Cannabis sativa L.) , esta espécie possui um alto teor de princípio ativo CBD e baixo teor de THC, apresentando diversos canabinoides em menor proporção. E através da Resolução RDC nº 660 de 2022, a ANVISA aprova a utilização do CBD para uso medicinal no Brasil. “Define os critérios e os procedimentos para a importação de Produto derivado de Cannabis, por pessoa física, para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado, para tratamento de saúde.” (RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA Nº 660 DE MARÇO DE 2022) Para compreender melhor o mecanismo da CBD em nosso organismo, primeiramente vemos aqui o sistema de neurotransmissão clássico (SNTC), onde temos neurônios pré-sinápticos e neurônios pós-sinápticos, onde o neurônio pré-sinápticos recebe um estímulo potencial de membrana, liberando um neurotransmissor na fenda sináptica, que é detectado por receptores no neurônio pós-sináptico, onde passando adiante fará o seu efeito ou será bloqueado. E temos o Sistema Endocanabinoide (SEC), que tem um funcionamento retrogrado, ou seja, inversa ao SNTC, que libera um
neurotransmissor na fenda sináptica, e quando o neurônio pós-sináptico os detecta em seus receptores o SEC, libera um Endocanabinoide retornar para a fenda sináptica. Assim como apresenta o quadro 2, do diacilglicerol (DAG), sintetizado pela enzima diacilglicerol lipase-α (DAGLα), é liberado o Endocanabinoide 2- araquidonolglicerol (2-AG) na fenda sináptica onde poderá degradar-se ou agir em seus receptores, como vemos no caso abaixo o receptor CB1, que é onde realiza o bloqueio da liberação dos neurotransmissores, sendo o controle da neurotransmissão, caso haja um excesso no efeito dos neurotransmissores no neurônio pós-sináptico. E temos também a anandamida (AEA), sintetizada a partir de N-acil- fosfstidilletanolamida (NAPE) pela enzima fosfolipase D específic do NAPE (NAPE- PDL), dando a origem a um efeito retrogrado, retornando aos receptores pré- sinápticos, e ainda nos receptores pós-sinápticos encontramos a enzima hidrolase de amida ácidos graxos (FAAH), que é responsável pelo controle de liberação da NAPE. Os endocanabinoides são ácidos graxos produzidos pelo neurônio pós-sináptico, que retornam aos neurônios pré-sinápticos através de seus receptores CB1 ou CB produzindo os seus efeitos. Quadro 2: Hidrolase de Amida Ácidos Graxos (FAAH) Fonte: CANABIDIOL E O SISTEMA ENDOCANABINOIDE | Farmacologia Fácil | Prof. Dr. José Afonso. Conforme MEDEIROS, (2024) alguns estudos deixam claros a falta de eficácia de alguns medicamentos indicados para o tratamento do TEA, por não ser uma ação farmacológica convencional. Já o CBD, composto encontrado na Cannabis sativa tem sido bastante explorado em estudos e sugerido para pacientes com TEA, por causa dos sintomas estarem relacionados ao sistema Endocanabinoide. O CBD composto abundante da Cannabis sativa não apresenta efeitos psicoativos, não causando dependência aos seus usuários, o que difere da THC que causa vício e ainda com seu uso a longo prazo pode ocasionar toxicidade. Por ser muito semelhante ao sistema Endocanabinoide o CBD possui grande afinidade com os receptores canabinóides, em grande parte pelo CB1, que é o receptor acoplado a proteína G inibitória (GPCRs) realizando os seguintes processos: inibir a Adenil ciclase, inibir os canais de cálcio