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Guias e Dicas
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Intervenção Educativa para o Controle da Hipertensão Arterial, Notas de estudo de Diagnóstico

Um projeto de intervenção educativa para a prevenção e o controle da hipertensão arterial sistêmica (has) em uma comunidade específica. O projeto inclui a identificação dos fatores de risco, a avaliação clínica, a realização de palestras e clubes de debate, e o encaminhamento de pacientes com has para tratamento. Além disso, o documento aborda as causas, a prevalência e os fatores de risco associados à has, bem como as taxas de controle da pressão arterial.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA
HERIBERTO RAMON SUAREZ VERDECIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PROPOSTA DE INTERVENCÃO EDUCATIVA SOBRE FATORES DE
RISCO DE HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA NA ESF
PARAÍSO
Campos Gerais/Minas Gerais
Ano da aprovação: 2016
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

HERIBERTO RAMON SUAREZ VERDECIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PROPOSTA DE INTERVENCÃO EDUCATIVA SOBRE FATORES DE

RISCO DE HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA NA ESF

PARAÍSO

Campos Gerais/Minas Gerais Ano da aprovação: 2016

HERIBERTO RAMON SUAREZ VERDECIA

PROPOSTA DE INTERVENCÃO EDUCATIVA SOBRE FATORES DE

RISCO DE HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA NA ESF

PARAÍSO

Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, da Universidade Federal de Minas Gerais, para obtenção do Título de Especialista. Orientador: Prof.ª Dr. ª Nazaré Pellizzetti Szymaniak Campos Gerais/Minas Gerais Ano da aprovação: 2016

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que contribuíram para que eu pudesse concretizar essa especialização, em especial a minha equipe de saúde da ESF Paraíso, que sempre colaborou com as ações desenvolvidas na intervenção. A todos os usuários pertencentes a ESF Paraíso, por sua participação e colaboração com as ações desenvolvidas pela equipe de saúde na unidade. À minha orientadora Prof.ª Dr. ª Nazaré Pellizzetti Szymaniak, pelo acompanhamento, atenção, paciência e dedicação ao longo dessa especialização. Aos gestores do município Paraisópolis, pelo apoio recebido. A todos os colegas, orientadores e coordenadores do curso, pelas experiências, ideias e ajuda compartilhada. Enfim, a todos os que colaboraram de alguma forma com a intervenção. Obrigado.

O conhecimento dirige a prática; no entanto, a prática aumenta o conhecimento.

  • Thomas Fuller -

ABSTRACT

In analysis by the team of health in the number of patients registered at health I Paradise area in the municipality Paraisópolis called attention to low prevalence of systemic arterial hypertension (SAH) with 15:14%. In comparison with studies carried out in Brazil which show that 22-43% of the population falls ill SAH is perceived as this could hinder proper monitoring and prevention of complications of the disease. OBJECTIVE: To develop an Intervention Project (PI) on SAH to decrease the incidence in the population of the area coverage of the Health Program Paradise Paraisópolis Family / MG. METHODS: This is an intervention project developed in FHS (Family Health Strategy) Paradise in the city of Paraisópolis MG. The same had as guiding question: "Patients know Hypertension and risk factors of the same." The study period was from August 2014 to March 2015 by professionals working in the FHS. For the development of the IP was made a plan of action that included home visits, individual interviews and blood pressure control campaigns (PA), lectures and sports activities in a population of 3593 individuals. RESULTS: The project made it possible to determine the prevalence of hypertension in the area expanded the knowledge of patients inherent in the process of falling ill and living with hypertension and that errors in the data fill in the form (accompanying sheet of hypertensive and / or diabetic) and Hyper day, which causes damage to the control of this disease. CONCLUSIONS: The PI had satisfactory results enabling the development of situational diagnosis, identification of the main problem and the construction of key action step plan in the planning process. Keywords: Prevention. systemic arterial hypertension. Risk factors.

Lista de abreviaturas, siglas e acrônimos ACS Agente Comunitário da Saúde APS Atenção Primária à Saúde CAP Caderno de Ações Programáticas CAPS Centros de Atenção Psicossocial ESF Estratégia da Saúde da Família HUERB Hospital de Urgência e Emergência NASF Núcleos de Apoioà Saúdeda Família SAE Hospital Doenças Infectocontagiosas SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SUS Sistema Único de Saúde TAC Tomografia Axial Computorizada UBS Unidade Básica de Saúde UPA Unidade de Pronto Atendimento RCR Referência e Contrarreferência PES Planejamento Estratégico Situacional SAH SystemicArterial Hypertension PI Intervention Project FHS Family Health Strategy

Sumário

  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • Lista de abreviaturas, siglas e acrônimos
  • Lista de Quadros e Figuras
  • Sumário
  • 1 Introdução
    • 1.1Histórico e apectos geopolíticos do município
    • 1.2 Condições de Saúde
    • 1.3 Unidade Básica de Saúde.........................................................................................................
    • 1.4 Recursos Humanos
    • 1.5 Justificativa da intervenção
  • 2 Objetivos
    • 2.1 Objetivo Geral
    • 2.2 Objetivos Específicos
  • 3 Método
    • 3.1Primeiro Passo: Identificação dos problemas
    • 3.2 Definição dos problemas
    • 3.3Segundo Passo: Priorização dos Problemas
    • 3.4Terceiro Passo: Descrição do problema
    • 3.5Quarto Passo: Explicação do problema
    • 3.6 Quinto passo: Identificação dos nós críticos
    • hipertensão arterial” 3.7 Desenho de operações para os nós críticos do problema “Elevada incidência de
    • 3.8 Identificação dos recursos críticos
    • 3.9 Análise da viabilidade do plano de intervenção
    1. Referencial Teórico........................................................................................................
    • 4.1 A hipertensão arterial sistêmica e seus fatores de risco
    • 4.2 Diagnóstico, avaliação e medidas da Hipertensão Arterial
    • 4.3 Fatores predisponentes da hipertensão
    • 4.4 Objetivos e metas referentes ao tratamento da hipertensão arterial
  • 5 Plano Operativo do Projeto de Intervenção
  • O autor (2016).....................................................................................................................
  • 6 Considerações Fináis
  • 7 Referências
  • 8 - ANEXOS
  • ANEXO 2 - Folheto Educativo

PROPOSTA DE INTERVENCÃO EDUCATIVA SOBRE FATORES DERISCO DE

HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA NA ESF PARAÍSO

1 Introdução 1.1Histórico e apectos geopolíticos do município Paraisópolis é um município do Estado de Minas Gerais que tem sua história relacionada à procura do ouro. Localizado na Serra da Mantiqueira, na microrregião de Itajubá, faz limite com os municípios de Conceição dos Ouros ao norte, Brasópolis ao leste, São Bento do Sapucaí (SP) no sudeste, Gonçalves a sul, Camanducaia no sudoeste, Córrego do Bom Jesus no oeste e Consolação no noroeste. A cidade possui área de 332,31 km², população de 20410 habitantes, dos quais 16861 (75 %) residem na área urbana e 3702 (25%) habitam na zona rural (IBGE, 2008). O primeiro núcleo de povoação se originou da bandeira de Gaspar Vaz da Cunha que, partindo de Taubaté, subiu a Serra da Mantiqueira até atingir a cabeceira do Rio Sapucaí Mirim, em Minas Gerais, à procura de veios do precioso mineral. Vários outros seguiram, posteriormente, os passos de Gaspar. Não tendo encontrado indícios de ouro na região, muitos mineradores passaram a se dedicar à lavoura e à pecuária, criando o povoado do Campo do Lima, que passou a ser também o marco divisório entre as províncias de São Paulo e Minas Gerais após a expulsão dos paulistas (Plano Municipal de Saúde Paraisópolis, 2014). Um dos novos colonos foi o Guarda-Mor Francisco Vieira Carneiro que, em 1839, firmou suas sesmarias no local. Essas eram vastas glebas de terras férteis que, somadas às águas piscosas do Rio Sapucaí Mirim, atraíram colonos. Esses colonos, com o tempo, passaram a exigir a criação de uma capela para a realização de serviços religiosos e que seria devotada a São José. O povoado foi crescendo e recebendo vários nomes no decorrer dos anos. A emancipação política do município se deu no dia 25 de janeiro de 1873 pela Lei 1882 de 15/07/1872, que elevou definitivamente o povoado à categoria de vila. Em 1874, a Vila de São José do Paraíso tornou-se uma cidade (Plano Municipal de Saúde Paraisópolis, 2014).

1.2 Condições de Saúde De acordo com indicadores apresentados pelo Ministério da Saúde (2003) estima-se, para o município de Paraisópolis, que entre a população total de 19753, são usuários do SUS cerca de 17780 habitantes. Dessa população, 5649 é usuária exclusiva do SUS. Outros 12148 habitantes usam o SUS e algum outro sistema de atenção, sendo que 1718 não utilizam o SUS (Plano Municipal de Saúde Paraisópolis, 2014). Na gestão municipal do Sistema de Saúde, o Conselho Municipal de Saúde é deliberativo e consultivo, operando através de reuniões mensais. Composto por 70% de representantes dos usuários, 10% de trabalhadores da Saúde e 20% de membros do governo e prestadores de serviços (Plano Municipal de Saúde Paraisópolis, 2014). A rede de saúde da Atenção Básica do município conta com ESF, sendo 1 na zona rural e 4 na zona urbana, além de 5 Equipes de Agentes Comunitários da Saúde (EACS). Entre os de saúde instalados, encontram-se 1 Policlínica, 1 Centro Materno Infantil,1 Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), 1 Centro de saúde (pronto atendimento), 20 Consultórios Odontológicos, 5 Consultórios Odontológicos na ESF, 1 Farmácia Popular, 1 Hospital ,1 CRAS (Centro de Referência Assistencial) e o asilo para idosos Vila Vicentina. Visando ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiado na inserção da ESF na rede de serviços, ocorreu o processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica. O município aderiu aos Agentes Comunitários de Saúde como passo inicial para organização do território, cadastro das famílias, adoção de práticas de promoção e prevenção à saúde, de forma que a implantação da ESF fosse facilitada. Não existe um serviço específico para Referência e Contrarreferência (RCR) no Sistema Municipal e as demandas de especialidades são encaminhadas para os municípios próximos, de acordo com as necessidades e são divididos entre os municípios de Itajubá, Pouso Alegre e Poços de Caldas. Porém, não há contra referência desses municípios para Paraisópolis. A demanda de média e alta complexidade do município também se dirige para os municípios de Itajubá, Pouso Alegre e Poços de Caldas. Há um hospital para internações provido de ala para maternidade, porém não existe ala específica para pediatria ou UTI neste hospital.

1.3 Unidade Básica de Saúde A área de abrangência do ESF Paraíso possui 893 famílias, e 3593 habitantes, com alfabetização de 95.25%. A UBS que sedia o programa situa-se no Bairro Centro de Paraisópolis. O horário de funcionamento inclui o período da manhã, das 08:00 às 12:00 horas e o período vespertino, das 13:00 às 17:00 horas. A equipe foi criada no ano 2005 e atua de segunda a sexta feira. 1.4 Recursos Humanos A ESF é composta por 1 médico, 1 enfermeiro, 2 técnicos de enfermagem, 9 agentes comunitários de saúde, 1equipe de saúde bucal (dentista e técnico de higiene dental ou auxiliar de consultório dentário três dentre as cinco equipes existentes). Vale reiterar a experiência positiva dos NASF (Núcleos de Apoio à Saúde da Família), que traz a inserção dos seguintes profissionais: fisioterapeuta, psicólogo, ginecologista e pediatra, nutricionista, farmacêutico, educador físico, em pontos estratégicos de referência sendo que cada núcleo será referência para cada Equipes da ESF (Estratégia da Saúde da Família), facilitando o acesso de pacientes que necessitam de uma atenção desse profissional para reabilitação de seu estado de saúde. 1.5 Justificativa da intervenção A HAS precisa atenção no município Paraisópolis e nesta ESF em particular há registro de 544 pacientes. Muitas vezes, os pacientes permanecem sem tratamento por não conhecerem a doença e suas complicações e procuram atendimento quando apresentam sintomas. Avaliando as complicações que derivam da HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica), sua alta taxa de mortalidade, sua elevada taxa de invalidez e a presença fatores de risco modificáveis que influem seu desenvolvimento tornaram o tema como justificável para desenvolver este Projeto de Intervenção. Os dados epidemiológicos brasileiros relativos ao risco cardiovascular, apesar de se mostrarem consistentes pela existência de estudos bem delineados e representativos, estão restritos a algumas regiões, o que deixa dúvidas se as informações existentes

Identificar os fatores de risco da hipertensão arterial na população em estudo. Projetar o programa de intervenção educacional com base sobre os fatores de risco de hipertensão arterial. Avaliar o nível de conhecimento adquirido após a implementação da intervenção. Aumentar o conhecimento da população estudada sobre os principais fatores de risco que interferem na incidência da HAS. 3 Método Esta proposta de intervenção utiliza o método Planejamento Estratégico Situacional (PES) seguindo passos de um Plano de Ação a partir da análise de determinados critérios. Na equipe de Saúde de ESF Paraíso a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) foi selecionada como prioridade 1. Uma vez definidos os problemas e as prioridades (1º e 2º passos), a próxima etapa foi a descrição dos problemas selecionados. Para descrição do problema priorizado, a Equipe utilizou alguns dados fornecidos pelo SIAB (Sistema de Informação de Atenção Básica) e outros que foram produzidos pela própria equipe. Foram selecionados indicadores da frequência de alguns dos

problemas relacionados aos mesmos, além disso, da ação da equipe frente a esses problemas (cobertura, controle de pacientes hipertensos, entre outros) e também indicadores que evidenciam a ideia indireta da eficácia das ações (internações e óbitos). Cabe aqui ressaltar as deficiências do sistema de informação e necessidade de que a equipe produza informações adicionais para auxiliar no processo do planejamento. Para lograr a melhor explicação a equipe de saúde considerou importante entender a gênese com a identificação de suas causas. A partir da explicação, foi elaborado um plano de ação, entendido como uma forma de sistematizar propostas de solução para enfrentar os problemas. Foi necessário pensar as soluções e estratégias para o enfrentamento das causas consideradas importantes iniciando a elaboração do plano de ação propriamente dito, elaborando um desenho de operacionalização. A partir identificação dos recursos críticos a serem estabelecidas para execução das operações constitui atividade fundamental para analisar a viabilidade do plano. Foram considerados recursos críticos aqueles indispensáveis à execução de uma operação e que não estão disponíveis. Por isso, é importante que a equipe tenha clareza de quais são esses recursos, para criar estratégias que se possa viabilizá-los. A equipe de saúde identificou os recursos críticos de cada operação. Para analisar a viabilidade de um plano, foram identificadas três variáveis fundamentais: atores que controlam recursos críticos das operações que compõem o plano; recursos cada um desses atores controla e; motivação de cada ator em relação aos objetivos pretendidos com o plano_._ A equipe identificou os atores que controlavam os recursos críticos e sua motivação em relação a cada operação, propondo ações estratégicas. Finalmente, para a elaboração do plano operativo a equipe de saúde, em reunião com as pessoas envolvidas no planejamento, definiu por consenso a divisão de responsabilidades por operação e os prazos para a realização de cada produto.

3.3Segundo Passo: Priorização dos Problemas Foram selecionados, pela equipe da ESF Paraíso considerando os seguintes critérios: importância, urgência e principalmente capacidade de enfrentamento pela equipe de saúde. Quadro 1 - Priorização dos problemas. Problema Importancia Urgencia 0 a 5 pontos Capacidade de enfrentamento Prioridade

  • Alta prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica Alta 5 Parcial 1
  • Elevado número de pacientes com doenças crônicas de foro psiquiátrico por não adesão terapêutica Alta 5 Parcial 1 Aumento da incidência do câncer Alta 4 Parcial 5 Gravidez precoce Alta 3 Parcial 4 Alcoolismo Alta 3 Parcial 3 Alta incidência de tabagismo Alta 3 Parcial 3 Fonte: O autor (2016). 3.4Terceiro Passo: Descrição do problema A hipertensão arterial sistêmica (HAS e considerada como um problema de saúde pública tanto por apresentar alta prevalência e incidência, como também por ser um fator de risco para diversas outras patologias, principalmente para as enfermidades cardiovasculares, que são as principais causas de mortalidade em todo o mundo, inclusive em grupos populacionais de condições socioeconômicas desfavoráveis (V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Em 2000 , aproximadamente 26% da população adulta em todo o mundo já apresentava HAS e esta proporção deverá aumentar para 29% até o ano de 2025, se não forem tomadas medidas de intervenção. O aumento na prevalência é esperado principalmente em os países em desenvolvimento. A HAS é um importante fator de risco para doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, que se exteriorizam, predominantemente, por acometimento cardíaco, cerebral, renal e vascular periférico. É responsável por 25 a 40% da etiologia multifatorial da cardiopatia isquêmica e dos acidentes vasculares cerebrais, respectivamente.

Essa multiplicidade de consequências coloca a hipertensão arterial na origem das doenças cardiovasculares e, portanto, caracteriza-a como uma das causas de maior redução da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos. No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 33% dos óbitos com causas conhecidas. Além disso, essas doenças foram a primeira causa de hospitalização no setor público, entre 1996 e 1999, e responderam por 17% das internações de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29% daquelas com 60 ou mais anos (DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI, 2004). Um dos objetivos na Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) é modificar o quadro atual da prevalência das enfermidades crônicas, por meio de mudança do estilo de vida, que pode influenciar vários fatores de risco. As doenças cardiovasculares se destacam, atualmente, como principais causas de morte, atingindo cerca de um terço do total da mortalidade adulta brasileira. No Rio Grande do Sul, em 2002, 21.802 indivíduos morreram por doenças do aparelho circulatório, representando, também, um terço da mortalidade total (BRASIL, 2006). As complicações da hipertensão arterial, em muitos casos, levam o paciente a requerer cuidados médicos de alto custo, exigindo uso constante de medicamentos, exames complementares periódicos e procedimentos como diálise e transplante. No Brasil, as doenças cardiocirculatórias são uma das principais causas de internações hospitalares e reconhecidamente envolvem custos elevados. Em Pelotas, Rio Grande do Sul, em 1992, um estudo de base populacional na população adulta estimou uma prevalência de hipertensão arterial sistêmica em torno de 20%, Soares São Paulo; (2007) O estudo revelou como mais atingidos os indivíduos acima de 40 anos, de cor negra, com história familiar de hipertensão, não havendo diferença significativa entre os sexos. A identificação de grupos em maior risco de serem acometidos pela HAS constitui importante contribuição na prevenção das morbidades e na efetividade do tratamento. Estudos de prevalência da hipertensão no Brasil, entre 1970 e início dos anos 90, revelam valores de prevalência entre 7,2 e 40,3% na Região Nordeste, 5,04 a 37,9% na Região Sudeste, 1,28 a 27,1% na Região Sul e 6, a 16,75% na Região Centro-Oeste (MALTA; MOURA, 2009).