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Este documento discute a complexidade de definir políticas adequadas para o gerenciamento de estoques em empresas, enfatizando a importância de evitar custos associados a falta ou excesso de estoque. O texto apresenta causas de mau desempenho no controle de estoque, descreve um caso de estoque de peças em uma unidade de manutenção e propõe soluções para melhorar o gerenciamento de estoques, incluindo a análise abc e o controle de revisão periódica. O documento também discute o uso do sistema erp para definir lotes de reposição e identificar itens obsoletos.
O que você vai aprender
Tipologia: Esquemas
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Não perca as partes importantes!
Campos dos Goytacazes – RJ Setembro de 2008
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia de Produção do Centro de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção.
Orientador: Prof. Sebastião Décio Coimbra de Souza, D.Sc.
Campos dos Goytacazes – RJ Setembro de 2008
Agradeço a Deus por até aqui ter me ajudado e sustentado, a Ele toda honra e toda glória.
Aos meus pais e minha família pelo imensurável amor e dedicação, sou infinitamente grato por toda confiança depositada em mim.
A todos meus eternos amigos e colegas pelo companheirismo, apoio, e por me proporcionarem momentos inesquecíveis.
A todo corpo docente e funcionários do Laboratório de Engenharia de Produção por serem facilitadores dessa minha conquista, e em especial ao meu orientador, professor Décio, por acreditar em meu potencial.
Aos amigos da unidade de manutenção estudada por todo apoio e disponibilidade em compartilhar de seus conhecimentos que tanto me fez crescer profissionalmente, além do companheirismo e exemplo profissional.
CARNEIRO, Lucas S. Identificação de Fatores Críticos e Proposição de Melhorias no Gerenciamento de Estoques em uma Unidade de Manutenção em Turbomáquinas. Monografia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, 2008.
O eficiente gerenciamento de estoques é um fator essencial para a estratégia de uma organização. A definição de uma política adequada para cada agrupamento de itens controlados é uma atividade complexa na gestão de estoques que aumenta proporcionalmente ao número de itens, aos diferentes padrões de demanda e às características específicas. Neste sentido, este trabalho aborda um estudo de caso em uma unidade de manutenção de turbomáquinas que inclui a identificação dos fatores críticos do estoque, considerando itens com baixo giro, alto custo de aquisição e longos tempos de reabastecimento; e propostas de melhoria, em que uma metodologia de classificação ABC com critérios é apresentada, e um plano de ação é traçado de acordo com os resultados identificados.
Palavras chave: Logística, Suprimentos, Gerenciamento de Estoques, Classificação ABC.
RESUMO..................................................................................................................... ABSTRACT .................................................................................................................
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A sobrevivência e o sucesso de uma empresa depende, em grande parte, da forma como seus bens e serviços são produzidos, sendo o custo do produto determinado, sobretudo, pela eficiência do seu sistema produtivo. À medida que as empresas tornam-se focalizadas num conjunto restrito e bem definido de tarefas, comprando cada vez mais materiais e serviços de fornecedores especialistas, a contribuição da função de compras e suprimentos tem aumentado de importância. Pequenos descuidos no planejamento, programação ou no controle de estoques podem levar à diminuição do lucro de uma companhia.
O crescimento do volume das necessidades de material e as mudanças no processo produtivo que incluem ciclos curtos e variedades de produtos afetam o comportamento gerencial, que, em curto prazo, devem tomar decisões que mantenham em níveis economicamente satisfatórios as necessidades de materiais na organização, para isso, torna-se necessário o estudo da gestão de estoques. (RIBEIRO, 2003).
O eficiente gerenciamento de estoques é um fator essencial para a estratégia operacional de uma organização, pois impacta direta ou indiretamente no controle dos custos totais, no fluxo e agilidade dos processos internos e também na eficácia nas operações e serviços oferecidos aos clientes. A definição de uma política adequada, para cada agrupamento de itens em estoque controlados em cada empresa é uma atividade complexa na gestão de estoques, visto que tal política busca o equilíbrio entre o custo da falta de estoque e o custo de manter estoque.
A complexidade na administração de materiais aumenta proporcionalmente ao número de itens, aos diferentes padrões de demanda e às características específicas. A maioria dos gerentes tem posições diferentes sobre o assunto, pois se por um lado o custo do estoque é alto, significando capital parado, por outro proporcionam segurança em caso de imprevisto ocorrido na produção.
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As limitações para este trabalho são decorrentes do próprio tipo de pesquisa realizada, pois a metodologia de estudo de caso utilizada neste trabalho somente permite que os resultados e conclusões se apliquem na unidade de manutenção estudada. E como o assunto abordado, gerenciamento de estoques, é extenso, procurou-se abordar apenas a questão gerencial.
1.1.1. Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo principal: analisar, avaliar e propor melhorias na gestão de materiais em um estudo de caso de uma unidade específica de manutenção de turbomáquinas de uma grande Companhia nacional. Desta forma, pode-se aproximar a teoria estudada com a prática empresarial.
1.1.2. Objetivos Específicos
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O presente trabalho se justifica pela abrangência do tema, importância e impacto do desempenho do gerenciamento de estoques nos lucros e produtividade das companhias. A preocupação com a abordagem gerencial dos estoques é citada em planos de negócios, como novos projetos estratégicos que focam em desafios de disciplina de capital, visando assegurar o retorno adequado do capital empregado nos vários segmentos de negócios da companhia.
Este estudo contribui também como referência para futuros estudos na área de gestão de estoques, reunindo dados e informações para auxiliar e melhorar o desenvolvimento de estratégias de gerenciamento de estoques.
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estoques entre duas fases de um processo de transformação, mais independentes entre si essas fases são, no sentido de que interrupções de uma não acarretam interrupção na outra.
Corrêa et al. (2007) define estoques de matérias-primas como reguladores de diferentes taxas de suprimento – pelo fornecedor – e demanda – pelo processo de transformação; estoques de material semi-acabado como reguladores de possíveis taxas de produção entre dois equipamentos subseqüentes, seja por questão de especificação (os equipamentos têm velocidades diferentes) ou por questões temporárias (um deles pode ter sofrido quebra); e estoques de produtos acabados como reguladores das diferenças entre as taxas de produção do processo produtivo (suprimento) e de demanda do mercado.
2.1.1. Objetivos do estoque
A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita sincronização entre a oferta e demanda, de maneira a tornar a manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impossível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias e minimizar os custos totais de produção e distribuição (BALLOU, 1993).
Os estoques proporcionam uma série de benefícios, como:
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A seguir apresenta-se uma discussão de cada um destes benefícios segundo Ballou (1993):
Estoques auxiliam a função de marketing a vender os produtos da empresa. Estes podem ser localizados mais próximos aos pontos de vendas e com quantidades mais adequadas. Isto é vantajoso para clientes que precisam de disponibilidade imediata ou tempos de ressuprimento pequenos. Para a firma fornecedora, isto significa vantagem competitiva e menores custos de vendas perdidas, especialmente para produtos particularmente elásticos quanto ao nível de serviço, ou seja, na probabilidade de atendimento do pedido com um produto do estoque atual. Para apenas um item, o nível de serviço pode ser definido como:
Nível de Serviço = 1 – (Eq. 2.1.)
O marketing também pode beneficiar-se da disponibilidade constante do produto, mesmo quando a oferta é sazonal.
O mínimo custo unitário de produção geralmente ocorre para grandes lotes de fabricação com o mesmo tamanho. Estoques agem como amortecedores entre oferta e demanda, possibilitando uma produção mais constante, que não oscila com as flutuações de vendas. A força de trabalho pode ser mantida em níveis estáveis e os custos de preparação de lotes podem ser diminuídos.
Muitas vezes, pequenos lotes de compra são gerados para satisfazer necessidades de produção ou para abastecer diretamente clientes a partir da manufatura. Isto implica maiores custos de frete, pois não há volume suficiente para
Demanda anual total
Número esperado de unidades faltantes anualmente
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2.1.2. Custos de Estoque
Apesar dos benefícios proporcionados, manter estoques acarreta a custos que devem ser considerados ao estabelecer um nível eficaz de estoques. Segundo Chase et al. (2006), o investimento em estoque não é o único custo associado ao gerenciamento de estoques, embora possa ser o mais visível. Aqui serão abordados os custos de manutenção, custos de setup (ou mudança de produção), custos de pedido e custos de falta de estoque.
Os custos de manutenção incluem os custos para as instalações de armazenagem, manuseio, seguro, furto, quebras, obsolescência, depreciação, impostos e o custo de oportunidade do capital. Obviamente, os altos custos de manutenção favorecem os níveis baixos de estoque e o reabastecimento freqüente.
Fabricar cada produto diferente envolve a obtenção dos materiais necessários, organização dos setups específicos dos equipamentos, preenchimento dos formulários necessários, tempo de carga apropriado e materiais e a retirada do estoque anterior de materiais.
Se não houvesse custos ou perda de tempo na mudança de um produto para outro, muitos lotes pequenos seriam produzidos. Isso reduziria o nível dos estoques, com economias resultantes nos custos. Um desafio atual consiste em tentar reduzir esses custos de setups para permitir tamanhos de lotes menores.
Custos de pedido se referem aos custos administrativos e de escritórios para preparar o pedido de compra ou a ordem de produção. Os custos de pedido incluem todos os detalhes, como a contagem dos itens e o cálculo das quantidades dos pedidos. Os custos associados com a manutenção do sistema necessário para rastrear os pedidos também estão incluídos nestes custos.
Quando se esgota o estoque de um item, para se expedir novo pedido, deve- se aguardar até que o estoque seja reabastecido ou cancelado. Existe um trade-off (custo de oportunidade) entre o estoque de manutenção para satisfazer a demanda e os custos resultantes da falta de estoque. Este equilíbrio é algumas vezes difícil de
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obter, porque pode não ser possível estimar os lucros perdidos, os efeitos dos clientes perdidos ou as penalidades por atrasos. Freqüentemente, o custo presumido de falta de estoque é pouco mais do que uma estimativa, embora geralmente seja possível especificar uma gama destes custos.
Ballou (2006) considera os custos de pedido, de manutenção e de falta de estoques importantes para a determinação da política de estoque. Segundo o autor, os custos estão permanentemente em conflito, ou em compensação entre si. Com o objetivo de determinar a quantidade do pedido para reposição de um item no estoque, essa relevante compensação de custos é mostrada na Figura 1.
Figura 1 - Compensação dos custos relevantes com a quantidade pedida (Fonte: BALLOU, 2006, p.279)
2.1.3. Classificação de estoques
Qualquer sistema de estoque deve especificar quando um pedido é feito e quantas unidades pedir. A maioria das situações de controle do estoque envolve tantos itens que não é prático modelar e dar um tratamento completo a cada item.
Uma prática comum no controle de estoques é diferenciar produtos em um número limitado de categorias e depois aplicar uma política de controle de estoques separada a cada uma dessas categorias. Isto faz sentido uma vez que nem todos os
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do item, estoques suficientemente grandes devem ser mantidos disponíveis para evitar a falta de estoque. Uma forma de garantir um controle mais próximo é designar este item como sendo A ou B, forçando-o na categoria, mesmo que o seu volume monetário não assegure essa inclusão.
A análise ABC fornece uma ferramenta para identificar os itens que têm um grande impacto no desempenho do custo geral de estoque da firma quando as melhorias nos procedimentos de controle de estoques são implementadas. Um sistema de estoque perpétuo, melhorias nos procedimentos de previsão, ou uma análise cuidadosa das decisões do lote e prazo do pedido para itens A fornecerão uma maior melhoria no desempenho do custo do estoque do que aconteceria com esforços similares nos itens C. Por isso, a análise ABC é freqüentemente um primeiro passo útil na melhoria do desempenho do estoque (VOLLMANN, 2006).
As principais definições para a gestão de estoques de determinado item referem-se a quando e quanto ressuprir este item, à medida que ele vai sendo consumido pela demanda. Ou seja, é preciso definir o momento do ressuprimento e a quantidade a ser ressuprida, para que o estoque possa atender às necessidades da demanda. Deve-se considerar antes a natureza desta demanda (figura 3), seja ela dependente ou independente.
Figura 3 - Exemplos de padrões comuns de demanda de produtos. (Fonte: BALLOU, 2006, p.275)
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A demanda independente é aquela que não se relaciona com a demanda de outros itens, como por exemplo, os produtos acabados, assim ela pode ser projetada através de técnicas específicas de previsões. Por outro lado, a demanda é considerada dependente quando está relacionada diretamente ou faz parte da demanda de outros itens.
A forma de determinação do momento do ressuprimento e a quantidade a ser ressuprida são o que de fato diferencia os diversos sistemas de gestão de estoques disponíveis. A seguir, baseado nos conceitos abordados por Ballou (2006), serão tratados os modelos de ponto de pedido, revisão periódica e estoque para a demanda como referencial teórico para este trabalho.
2.2.1. Modelo do Ponto de Pedido
O controle de estoque do ponto de pedido presume que a demanda é perpétua e age continuadamente sobre o estoque para reduzir seu nível. Quando o estoque é reduzido ao ponto em que sua quantidade se mostra igual ou menor do que um nível chamado de ponto de pedido, uma quantidade econômica de pedido Q* é lançada na fonte de suprimento para repor o estoque. O nível eficaz do estoque em um determinado ponto no tempo é a quantidade disponível mais a quantidade pedida, menos quaisquer comprometimentos do estoque, tais como pedidos em carteira ou alocações à produção ou a clientes. A quantidade Q* chega num tempo retardado pelo prazo de entrega. Entre o momento que se faz o pedido de reposição no ponto de pedido e o momento que ele chega no estoque existe um risco de que a demanda venha a exceder o estoque restante. A probabilidade de que isso venha a ocorrer é controlada mediante um aumento ou redução do ponto de pedido e pelo ajuste de Q*.