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Guias e Dicas
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Trabalho-Bertolt Brecht-final, Trabalhos de Cultura

Analise da Obra o Casamento o Pequeno Buguês

Tipologia: Trabalhos

2012

Compartilhado em 14/02/2012

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edite-brooks-4 🇧🇷

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1 SOBRE O AUTOR
Nascido em 10 de dezembro de 1898, numa Alemanha pré-nazista em
iminência da Primeira Guerra Mundial, o escritor Ugen Friedrich Berthold
Brecht, ou simplesmente Berthold Brecht, destacou-se e atingiu legitimidade ao
conduzir uma revolução estética na poesia e no teatro.
No teatro, com a teoria épica, o dramaturgo propunha a união da ciência
e da arte para o benefício do pensamento crítico por parte do espectador. Para
Brecht, o papel do autor dramático não se resume a reprodução histórica/social
de determinado acontecimento, mas deve assumir um caráter transformador
que atue sobre o indivíduo e seu ambiente social. Por esse contexto, suas
obras refletem os problemas fundamentais do mundo, especialmente a luta
pela emancipação social da humanidade. O teatro de Brecht é político
declaradamente, um teatro a serviço da causa operária, da revolução social,
daí seu caráter épico e didático.
Brecht colocou-se à margem a categorização das escolas literárias e
mesmo tendo passado pelo expressionismo não se acorrentou a nenhuma
vertente estética “pura”. Como Shakespeare, ele soube usar, na época atual, o
heróico e o lírico, o dramático e o cômico, o grave e o ridículo, dando à sua
obra um sentido universal e híbrido. Rejeitando a obediência às regras métricas
e estilísticas tradicionalmente estabelecidas.
2 LINHA DO TEMPO
1913 Berthold Brecht começou a colaborar numa revista escolar
A Colheita – escrevendo seus primeiros textos;
1918 O contato com os textos de Frank Wedekind, precursor do
teatro expressionista, fez com que Brecht se inclinasse à temática da
moral pequeno-burguesa, daí conheceu o teatro popular das
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1 SOBRE O AUTOR

Nascido em 10 de dezembro de 1898, numa Alemanha pré-nazista em iminência da Primeira Guerra Mundial, o escritor Ugen Friedrich Berthold Brecht, ou simplesmente Berthold Brecht, destacou-se e atingiu legitimidade ao conduzir uma revolução estética na poesia e no teatro.

No teatro, com a teoria épica, o dramaturgo propunha a união da ciência e da arte para o benefício do pensamento crítico por parte do espectador. Para Brecht, o papel do autor dramático não se resume a reprodução histórica/social de determinado acontecimento, mas deve assumir um caráter transformador que atue sobre o indivíduo e seu ambiente social. Por esse contexto, suas obras refletem os problemas fundamentais do mundo, especialmente a luta pela emancipação social da humanidade. O teatro de Brecht é político declaradamente, um teatro a serviço da causa operária, da revolução social, daí seu caráter épico e didático.

Brecht colocou-se à margem a categorização das escolas literárias e mesmo tendo passado pelo expressionismo não se acorrentou a nenhuma vertente estética “pura”. Como Shakespeare, ele soube usar, na época atual, o heróico e o lírico, o dramático e o cômico, o grave e o ridículo, dando à sua obra um sentido universal e híbrido. Rejeitando a obediência às regras métricas e estilísticas tradicionalmente estabelecidas.

2 LINHA DO TEMPO

  • 1913 – Berthold Brecht começou a colaborar numa revista escolar – A Colheita – escrevendo seus primeiros textos;
  • 1918 – O contato com os textos de Frank Wedekind, precursor do teatro expressionista, fez com que Brecht se inclinasse à temática da moral pequeno-burguesa, daí conheceu o teatro popular das

cervejarias e a música dos cabarés alemães, que exerceram forte

influência em sua formação e carreira teatral ;

  • 1920 – A utopia da igualdade social e o pacifismo atraíram Brecht para o marxismo;
  • 1923 – Baal é encenada. Considerada a primeira grande peça do autor, a obra ridiculariza a decadência do teatro expressionista;
  • Final dos anos 1920 – O autor utiliza a música como um dos elementos do que chamou de Teatro Épico. Obras: A ópera de três vinténs (1928) e Ascensão e queda da cidade de Mahagonny (1928-1929);
  • 1930 – Surgem os primeiros esboços sobre a teoria do teatro épico, na qual Brecht critica o teatro burguês, classificado por ele como teatro culinário, onde o público compra emoções e estados de embriaguez, eliminando o juízo crítico; um teatro de evasão, destinado ao gozo imediato.
  • 1933 – Com o estouro da Segunda Guerra Mundial e a ascensão do Terceiro Reich, o autor se exilou do país. Suas obras foram queimadas em Berlim, bem com a de muitos escritores da época;
  • No início dos anos 1940 – Brecht critica violentamente a figura de Hitler, mostrando os crimes do nazismo em suas obras;
  • (^) No final dos anos 1940 a 1956 – Continuou a lutar, como marxista, pela causa operária. Ao morrer, em 1956, o mundo inteiro reconhecia a grandeza de sua obra que abrange 50 peças, adaptações e fragmentos deixados por concluir.

3 SOBRE A OBRA: O CASAMENTO DO PEQUENO

BURGUÊS (BERTOLD BRECHT, 1919)

tange à relação entre tema e público – pois, no que compreende a narrativa da ação dramática, o autor emprega uma das veias do teatro épico, o distanciamento, para que o espectador não mergulhe no que Brecht nomeia como teatro culinário, em que o público embriagado pelo drama se destitui de senso crítico.

Tal distanciamento é percebido tanto na presença discreta do narrador, cujas expressões não estão inflamadas pela emoção, como no diálogo direto entre as personagens, que conferem um caráter dinâmico a narrativa das ações, no qual, cada cena desencadeia outra, sobretudo porque em Brecht, o personagem torna-se agente da história.

O emprego da música como comentário e os saltos no desenvolvimento da trama são recursos do teatro épico cuja utilização também é notada em O casamento do pequeno burguês , em que o jogo de hipocrisia vai ganhando tempero ao mesmo tempo em que o tédio, o cansaço e o álcool começam a fazer efeito entre os convidados, assim como se pode examinar nesse trecho de passagem da ação dramática, em que O AMIGO embriagado faz uso da canção para questionar, de maneira sarcástica e implícita, a honra da NOIVA.

O AMIGO canta a ‘Balada da Castidade em Tom Maior’ Oh! No escuro um no outro se fundiu Oh! Estamos sós! Ela olhou e sentiu: Ela é minha! Com desejo, ele pensou A escuridão, o fogo da paixão, atiçou Mas ele só beijou a noiva no nariz:

Daí também percebe-se a crítica que Brecht em relação as convenções estabelecidas ainda na aristocracia que atingiam a classe burguesa em ascensão, tais como: a renovação de aparências num casamento mal sucedido e infeliz, a questão da virgindade antes do casamento, o próprio empenho da sociedade burguesa de se afirmar perante a nobreza. Essas abordagens fazem com que a relação forma/conteúdo atinja certo grau de reciprocidade. Assim

como torna-se evidente a busca do autor em “solucionar” a problemática do drama clássico no que refere-se as abordagens das temáticas aristocráticas. Aqui, o drama não mais representa a saga heróica da nobreza, mas sim estabelece diálogo direto com a revolução da classe burguesa sem que se prenda na ditadura do tempo, ou no seu espaço épico.

Nesse sentido, é de interesse destacar a presença do MARIDO e da MADAME, esses personagens fundamentam com excelência a busca de Brecht em questionar as ações da nobreza e sua prática conveniente. Sobretudo por que é perceptível o recorde social que os personagens abordam: a sociedade nobre sendo obrigada a suportar e conviver com a classe burguesa em processo de estabelecimento. A MADAME, mas que o MARIDO, censura as práticas da burguesia como podemos observar no diálogo em que ela critica a forma artesanal com que os móveis dos noivos foram feitos, destacando que o tipo de carpintaria usada na produção da cristaleira já não estava na moda, mas mostrando bastante interessante em conhecer o interior do móvel, sobre outra justificativa que não a de comparar a posição social de ambas as famílias no que diz respeito aos bens materiais. Os móveis feitos a mão configuram-se como a analogia que o dramaturgo alemão faz ao comportamento coercitivo da sociedade para com o indivíduo, pois à medida que as revelações aparecem, um móvel é quebrado na ação dramática, como se a cada móvel quebrado um valor social burguês fosse perdido. A verdade se revela distinta das aparências mostradas no início da festa. Assim, Brecht em sua narrativa linear e desdobrada estimula a queda das máscaras, mostrando através de suas personagens a tendência naturalista e pouco heróica de seu drama moderno.

O PAI DA NOIVA, O NOIVO, SEU AMIGO, A MADAME, SEU MARIDO, O MOÇO, A MÃE DO NOIVO, A NOIVA e SUA IRMÃ, assim as nove personagens nos são apresentadas, sem um nome próprio e sem características, apenas sujeitos comuns dentro da ação dramática presente e presença. Contribuindo para o distanciamento necessário à análise crítica.

O autor, com essa medida, impede que as personagens cresçam além do tema, fazendo com que o espectador não se fixe apenas a uma representação, mas se lance ao conhecimento da obra como unidade. O

BIBLIOGRAFIA

ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. São Paulo: Perspectiva, 2008. SONDI, Peter. Teoria do drama moderno. São Paulo: Cosac & Naify, 2003

BORNHEIM, Gerd. Brecht: a Estética do Teatro. Rio de Janeiro: Graal, 1992.

ROUBINE, Jean-Jacques. Introdução às grandes teorias do teatro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

VASCONCELOS, Luiz Paulo da Silva. Dicionário de teatro. Porto Alegre: L&PM, 2001.