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A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo protozoário toxoplasma gondii, um parasita intracelular obrigatório. O ciclo biológico deste parasita envolve dois tipos de hospedeiros: definitivo (felídeos) e intermediário (roedores, cães, suínos, ovinos, caprinos e aves domésticas). A infecção crônica caracteriza-se pela presença de bradizoítos dentro de cistos, que permanecem dentro do hospedeiro por toda a vida. Os humanos podem se contaminar por ingestão acidental de oocistos no solo, pela ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cistos, ou pelo contato com latas de lixo contaminadas. Os sintomas da toxoplasmose variam de febre, inflamação de linfonodos e diarreia, a pneumonia, miocardite, miosite, hepatite, encefalite e exantema maculopapular. O diagnóstico se dá por exames laboratoriais, como a observação direta e o isolamento do agente, testes sorológicos e técnicas moleculares.
Tipologia: Notas de aula
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Dra Daniela Pontes Chiebao, médica veterinária, Pesquisadora Cientifica da Apta Regional Sorocaba
Doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii , parasita intracelular obrigatório, responsável pela cocidiose do felídeos (gatos e felinos silvestres) e muito comum no meio ambiente. É uma antropozoonose cosmopolita que afeta mais de 200 espécies animais entre mamíferos e aves. Este parasita ocupa o quarto lugar na lista da FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations e OMS – Organização Mundial da Saúde entre os dez principais agentes transmitidos por alimentos no mundo. Estima- se que 1/3 da população humana esteja infectada pelo Toxoplasma atualmente.
O protozoário tem um ciclo biológico com dois tipos de hospedeiros: a) definitivo: felídeos e b) intermediário: roedores, cães, suínos, ovinos, caprinos e aves domésticas, mas podendo parasitar até mesmo mamíferos marinhos. No intestino delgado dos felídeos ocorre a produção de oocistos através da reprodução sexuada de gametas do parasita, com troca de material genético. Esses oocistos liberados nas fezes e presentes no solo, baias, ração e no meio ambiente, quando em condições adequadas de temperatura e umidade em cerca de uma semana se transformam em sua forma infectante, o oocisto esporulado, que é bastante resistente, podendo permanecer na água e em solos úmidos por até 18 meses. A ingestão do oocisto pelo hospedeiro intermediário, dá origem à multiplicação rápida assexuada, o taquizoíto, que se espalhará por vários tecidos, com predileção pela musculatura esquelética, globo ocular, sistema nervoso e placenta. A resposta do sistema imune do hospedeiro faz com que os taquizoítos se desenvolvam para sua forma de persistência, os bradizoítos, que permanecem dentro de cistos provavelmente pelo resto da vida do indivíduo, o que caracteriza a infecção crônica. Portanto, oocistos, bradizoítos e os taquizoítos constituem as formas evolutivas que asseguram a cadeia de transmissão, utilizando diversos mecanismos. Os oocistos, eliminados nas fezes do gato durante uma a duas semanas, podem permanecer infectantes por vários meses, permitindo que ocorra a infecção de outros animais e do homem. Outro importante mecanismo de transmissão decorre da presença de cistos nos tecidos de animais parasitados, que funcionam como hospedeiros intermediários. O homem pode se contaminar pela ingestão acidental de oocistos mantidos do solo, crianças que brincam em tanques de areia, onde os gatos costumam defecar, pelo contato com latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados; e principalmente pela
ingestão de carne crua e mal cozida contendo cistos, especialmente carne de suínos e ovinos e ainda a ingestão de taquizoitos excretados pelo leite de cabras infectadas. O período de incubação ocorre de 10 a 23 dias após a ingestão de carne contaminada; de 5 a 20 dias, após ingestão de oocistos de fezes de gatos. Em cerca de 40% dos fetos de mães que adquiriram a infecção durante a gravidez pela via transplancentária nascem com toxoplasmose ou seqüelas de infecção. A transmissão direta entre pessoas não ocorre, porem é possível na transfusão de sangue e transplante de órgãos. Os animais domésticos, gatos e cães, podem se infectar pela ingestão de oocistos, cistos ou por via transplacentária. A toxoplasmose em animais de produção ocorre necessariamente pela coabitação com gatos e felinos selvagens.
Figura 1. Ciclo biológico de Toxoplasma gondii, adaptado de Dabey Beattie
Geralmente, os animais não apresentam sinais clínicos evidentes, ou podem ser muito variados, como febre, discreta linfoadenopatia, acomentimento neurológico e abortamentos. Não foram ainda descritos casos clínicos de toxoplasmose em bovinos. Nos cães e nos felinos, pode cursar com
simplex, vírus da rubéola, T. pallidum (lues), Listeria monocytogenes, Borrelia burgdorferi, além da eritroblastose fetal e doenças degenerativas
Figura 2. Linfoadenomegalia em indivíduo infectado pelo T. gondii (Fonte: Prof. Dr. Italmar Teodorico Navarro, Universidade Estadual de Londrina)
Figura 3. Microftalmia, microcefalia e hepatoesplenomagalia em recém-nascido com toxoplasmose congênita (FONTE: Prof. Dr. Italmar Teodorico Navarro, Universidade Estadual de Londrina)
suína, ovina, caprina ou de caça cruas ou mal cozidas; ingestão de leite não pasteurizado, de vegetais mal higienizados e água não devidamente tratada. Usar luvas durante a limpeza dos contêineres de dejetos felinos e evitar contato com fezes de gato e principalmente evitar recolher animais abandonados sem os devidos cuidados e posterior consulta do médico veterinário. No acompanhamento médico pré-natal das gestantes, o exame de toxoplasmose é obrigatório. Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intra-uterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes. Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso. Para os animais, recomenda-se o acompanhamento do médico veterinário onde será orientada a castração e vermifugação de gatos domésticos; e nas propriedades rurais, evitar que estes tenham acesso aos comedouros e bebedouros dos animais de produção. Não existe ainda tratamento curativo para toxoplasmose animal, somente quimioterápicos coccidiostáticos, como a pirimetamina e a sulfadiazina, que dificultam a multiplicação do parasita, mas não eliminam a infecção crônica. Em humanos, a necessidade de tratamento e sua duração serão preconizados pelo clinico diante da gravidade dos sintomas e o tipo de paciente. As drogas terapêuticas recomendadas para o tratamento da toxoplasmose não agem sobre os cistos; mas são efetivas contra os taquizoitos, e se nos baseiam mesmos coccidiostáticos descritos acima, geralmente de uso associado. Podem ser realizados protocolos terapêuticos em gestantes com a enfermidade, porém as dosagens variam conforme o medicamento e o indivíduo. Também não existe vacina para humanos. No Reino Unido e França há uma vacina comercial disponível para ovinos e que demonstra eficácia para suínos, porém não testada ou regulamentada para uso no Brasil.A suspeição clínica de exposição aos fatores de risco é de suma importância para o médico. O diagnóstico humano conta com o serviço do Ambulatório de Zoonoses do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, São Paulo- SP; localizado a Av. Dr. Arnaldo no.165, tel: 38961200 (PABX), Prédio dos Ambulatórios, sob responsabilidade do Dr. Marcos Vinicius da Silva (marcos.silva@emilioribas.sp.gov.br ou mvsilva@pucsp. br, as consultas poderão ser agendadas por telefone ou no site do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Outros grupos de estudo, diagnóstico e apoio ao tratamento humano (itens 1 e 2) e animal (3 e 4):
1-Instituto de Medicina Tropical, Universidade de São Paulo, Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 470, Telefone: (11) 3061-7010. Site: www.imt.usp.br
2-Instituto Adolfo Lutz, Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Av. Dr. Arnaldo, 355, Telefone (11) 3068-2876. Site: www.ial.sp.gov.br
3-Instituto Biológico, Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1252, Telefone: (11) 5087-1772. Site: www.biologico.sp.gov.br
4-Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87, Telefone (11) 3091-7701. Site: www.fmvz.usp.br