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Tolerância e autoimunidade, Notas de aula de Medicina

O sistema imune tem a capacidade de distinguir o próprio do não-próprio, ou seja, de tolerar os antígenos do hospedeiro e responder a antígenos estranhos.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Copacabana
Copacabana 🇧🇷

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Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Medicina
Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal
Disciplina de Imunologia – MED 194
Monitor: André Costa Matos
Tolerância e autoimunidade .
Introdução: ......................................................................................................................................................... 1
Tolerância ao próprio ......................................................................................................................................... 1
Tolerância central:.......................................................................................................................................... 1
Linfócitos T ................................................................................................................................................ 1
Linfócitos B:............................................................................................................................................... 2
Tolerância periférica:...................................................................................................................................... 2
Tolerância a antígenos estranhos:....................................................................................................................... 3
Autoimunidade................................................................................................................................................... 4
Mecanismos de autoimunidade: ..................................................................................................................... 4
Fatores genéticos na autoimunidade............................................................................................................... 5
Responda:........................................................................................................................................................... 6
Referências:........................................................................................................................................................ 6
Básica: ............................................................................................................................................................ 6
Avançada:....................................................................................................................................................... 6
Introdução:
Tolerância é um estado imunológico de não responsividade que pode ser induzida
tanto por antígenos próprios quanto não próprios. Doenças autoimunes refletem a perda da
tolerância ao próprio.
Tolerância ao próprio
O sistema imune tem a capacidade de distinguir o próprio do não-próprio, ou seja,
de tolerar os antígenos do hospedeiro e responder a antígenos estranhos. Para isso, existem
vários processos adquiridos ativamente, em que linfócitos auto-reativos são excluídos do
plantel ou inativados após encontrar antígenos próprios.
Esses processos podem ser induzidos nos órgãos linfóides centrais ou nos tecidos
periféricos.
Tolerância central:
É necessário que haja um equilíbrio no reconhecimento dos antígenos próprios para
evitar autoreatividade ou anergia.
Linfócitos T
Ocorre no timo durante o desenvolvimento fetal e por pouco tempo após o nascimento.
Baseia-se na deleção clonal de linfócitos T autoreativos. Antígenos próprios são
apresentados aos LT, que já possuem receptores específicos. Esses linfócitos podem ter 3
tipos de comportamento quanto ao reconhecimento de antígenos junto ao MHC dos
timócitos:
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Universidade Federal da Bahia

Faculdade de Medicina

Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal

Disciplina de Imunologia – MED 194

Monitor: André Costa Matos

Tolerância e autoimunidade.

Introdução: ......................................................................................................................................................... 1 Tolerância ao próprio ......................................................................................................................................... 1 Tolerância central: .......................................................................................................................................... 1 Linfócitos T ................................................................................................................................................ 1 Linfócitos B:............................................................................................................................................... 2 Tolerância periférica:...................................................................................................................................... 2 Tolerância a antígenos estranhos:....................................................................................................................... 3 Autoimunidade ................................................................................................................................................... 4 Mecanismos de autoimunidade: ..................................................................................................................... 4 Fatores genéticos na autoimunidade............................................................................................................... 5 Responda: ........................................................................................................................................................... 6 Referências:........................................................................................................................................................ 6 Básica: ............................................................................................................................................................ 6 Avançada:....................................................................................................................................................... 6

Introdução:

Tolerância é um estado imunológico de não responsividade que pode ser induzida

tanto por antígenos próprios quanto não próprios. Doenças autoimunes refletem a perda da

tolerância ao próprio.

Tolerância ao próprio

O sistema imune tem a capacidade de distinguir o próprio do não-próprio, ou seja,

de tolerar os antígenos do hospedeiro e responder a antígenos estranhos. Para isso, existem

vários processos adquiridos ativamente, em que linfócitos auto-reativos são excluídos do

plantel ou inativados após encontrar antígenos próprios.

Esses processos podem ser induzidos nos órgãos linfóides centrais ou nos tecidos

periféricos.

Tolerância central:

É necessário que haja um equilíbrio no reconhecimento dos antígenos próprios para

evitar autoreatividade ou anergia.

Linfócitos T

Ocorre no timo durante o desenvolvimento fetal e por pouco tempo após o nascimento.

Baseia-se na deleção clonal de linfócitos T autoreativos. Antígenos próprios são

apresentados aos LT, que já possuem receptores específicos. Esses linfócitos podem ter 3

tipos de comportamento quanto ao reconhecimento de antígenos junto ao MHC dos

timócitos:

− não reconhecem e sofrem apoptose por falta de estímulo.

− reconhecem avidamente e sofrem apoptose por serem autoreativos.

− reconhecem pouco e são selecionados para maturação nos órgãos linfóides periféricos.

Linfócitos B:

Se o LB em algum momento da maturação encontrar o antígeno na ausência de

estimulação pelo LTh o processo provavelmente será abortado.

Ocorre na medula óssea quando antígenos multivalentes (proteínas de membrana)

ou antígenos presentes em altas concentrações induzem a morte das células B. Por outro

lado, a baixa concentração de antígenos próprios solúveis induzem anergia por decréscimo

Mecanismo de tolerância centralde Ig de membrana ou por falta de sinais de ativação intracelulares.

Figura retirada do livro do Abbas – Imunologia Celular e Molecular

Tolerância periférica:

Alguns linfócitos potencialmente autoreativos podem escapar da deleção clonal.

Existem algumas maneiras de o sistema imune evitar autoimunidade:

  • Sequestração antigênica

Existem antígenos que se encontram em sítios que o sistema imune não entra em contato

(ex: cérebro, câmara anterior do olho, ovário, placenta, testículo e útero gravídico). Assim,

nesses locais, não há resposta imune em condições normais.

Autoimunidade

Pode ser sistêmica ou órgão específica e resulta de uma falha nos mecanismos gerais que

mantém tolerância ao próprio somados a fatores que contribuem para o desenvolvimento de

autoimunidade (APCs e linfócitos anormais, fundo genético que predispõe, processos

inflamatórios e infecções).

Mecanismos de autoimunidade:

- Defeito no mecanismo de deleção clonal (ex: falha na apoptose por anormalidades

no FAS ou FAS-L;

- Perda da anergia da célula T: pode ocorrer nos processos inflamatórios, infecções e

necrose tecidual, onde se tem APCs ativadas que poderão apresentar antígenos próprios aos

linfócitos e expressar moléculas coestimulatórias;

- Ativação policlonal de linfócitos (ex: infecção com produção de superantígenos);

- Reação cruzada entre antígenos próprios e microbianos;

- Liberação de antígenos seqüestrados (ex: processos inflamatórios);

- Defeito na regulação de linfócitos Th1 e Th2;

- Falha do linfócito T supressor;

Mecanismos de autoimunidade em amarelo:

figura retirada do Kuby

Fatores genéticos na autoimunidade

Múltiplos genes contribuem para a ocorrência de doença autoimune. Alguns alelos

HLA estão associados a uma maior ocorrência de autoimunidade. Além disso, muitas

doenças autoimunes têm padrão hereditário, a maioria multifatorial: esclerose múltipla,

Diabetes mellitus tipo 1, lupus e doença de Crohn.

Exemplos de doenças sistêmicas (só a título de ilustração, leiam sem decorar)

Doença Orgão (s) Alvo Mecanismos

Artrite reumatóide Juntas Desconhecido T H 1 + macrofagos complexos imunes Anticorpos anti-nuclear

Lupus eritematoso sistêmico

Rins, juntas, pele DNA ou nucleoproteinas IC de C' e: anticorpos Anti- nuclear (90%) RF (20%) RNA, RBCs, plaquetas, etc.

Síndrome de Sjögren

Glândulas exócrinas, ex: lacrimal e salivar

Varios T H 1 + macrofagos IC de C' e: anticorpos antinuclear (70%) RF (75%)

Guillain-Barré Nervos periféricos Varios Inflamatório CMI

Kamradt T., Avrion M. N. Advances in immunology: Tolerance and Autoimmunity. N Engl J Med, 344(9): 655-64, 2001.

http://www.intomed.hpg.ig.com.br/autoimunidade.html

http://www.kcom.edu/faculty/chamberlain/Website/MSTUART?Lect11.htm

Peter D., Roitt I. M. Advances in immunology: The Immune System (First of two parts). N Engl J Med, 343(1): 37-49, 2000.