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Um estudo sobre os títulos de 72 dissertações de mestrado produzidas na puccamp e ufmg entre 1990 e 1994. O autor analisa a amplitude vocabular, espaço gráfico e tipos de oração utilizados nos títulos. O documento discute a importância dos títulos para atrair leitores e facilitar a busca de informações.
Tipologia: Notas de aula
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Elbe Benetti SODEK PUCCAMP Rosanara Urbanetto PERES UFSM Maria Valéria Guimarães P. de Camargo ITAL Ivania Aparecida Morche de Jesus UDESC
Foram analisados os títulos de 72 dissertações de Mestrado da PUCCAMPe da UFMG,1990 a 1994;quanto a amplitudevocabular, espaço gráficoe tipos de oração. Concluiu-seque a diferença da média de amplitude vocabular e de espaço gráficoentre as duas instituiçõesnão foirelevante. No que diz respeito, ao tipo de oração, a maioria foi declarativa, com exceção de apenas uma interrogativa.
Palavras-chave: Títulosde dissertações; Amplitudevocabular; Espa- ço gráfico; Orações.
Com o avanço da Ciência e Tecnologia, surgiu uma quantidade considerável de literatura, verificou-se a urgência de (*) Trabalho realizado na disciplina Metodologia do trabalho científico, curso de Mestrado, Puccamp, ministrado pela Prof~D~ Geraldina P. Witter.
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organizar novos caminhos para propagar as informações científicas. De acordo com Juliano (1994), o desenvolvimento da ciência se
ciona um estudo profundo das descobertas, propiciando o desenvol- vimento da área e a sua afirmação como ciência. A busca da informação é uma tarefa da qual nenhum profissional que tenha por objetivo levantar as informações de que precisa para pesquisar pode deixar de executar, podendo ser levan- tamento bibliográfico, revisão de literatura. Esta pode ser feita de forma sistemática ou metodologicamente visando atender objetivos imediatos, a curto prazo ou até mais distantes, mas a opção por um levantamento sistemático ou um controlado metodologicamente é que irá caracterizar o produto que se espera apresentar. Os tipos de levantamento assumem esta caracterização porque implicam ir às fontes, recuperar dados que poderão oportunizar, embasar ou direcionar o trabalho em curso. Já as fontes permitem ao autor ter conhecimento mais profundo do problema que está pesquisando. Nesta busca os títulos dos trabalhos se constituem em pistas signifi- cativas para o usuário da informação. Estas fontes de informação assumiram, no século XVII, a forma de periódicos, lançando-se a pedra fundamental para transmitir o conhecimento científico ao mundo. Segundo as palavras de Castro (1977, p.76), "o conhecimento científico tem caráter cumulativoe o investigador retomao problemaondeseusantecessores o abandonaram...". Completando esta idéia Witter (1990, p.14), diz: "não cuidar deste aspecto leva à duplicação desnecessária de coleta de dados". Os dados científicos encontram-se registradas nos perió-
as pesquisas realizadas pelos cientistas para que outros pesquisado- res possam avaliá-Ia, registrá-Ia ou rejeitá-Ia, além de serem a base para que novos projetos possam ser gerados. Para facilitar a comu- nicação, os títulos dos trabalhos devem ser considerados como elementos relevantes e como tal cuidados por seus autores. A busca da informação e a revisão de literatura tornou-se, com o tempo, para alguns pesquisadores objeto de estudo para
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ocorra é importante frisar que não se pode desperdiçar nenhuma palavra com comunicações excessivas ou auto evidentes. O título é um aspecto relevante do discurso científico sendo o primeiro contato entre leitor texto-autor. Deve obedecer a normas específicas para facilitar a comunicação e a inserção de trabalho nas bases de dados. De acordo com Feitosa (1987), deve-se procurar repre- sentar nos títulos os pontos importantes do trabalho, para que ele seja proveitoso ao leitor, facilitando a busca do tema do artigo.1'Um título pode ter maior impacto expressivo se explicitar melhor a informação. "Algumas vezes é aconselhável fazer título bipartido, para torná-Io mais forte, mais incisivo". Neste caso entra a importância dos títulos realmente fornecerem o assunto ao qual o trabalho se relaciona. para não ocorrer do pesquisador receber após sua busca uma série de obras distantes do seu problema de pesquisa. Entretanto, a principal função do título é semântica e cognitiva. O título resume a informação mais importante ou interes- sante do texto. Os textos em geral têm uma estrutura temática re- presentada pelas chamadas "macro-estruturas semânticas" (Dijk, 1986). Essaestrutura hierárquicaconsiste de macro-proposiçõesque expressam as informações mais relevantes do texto. A ação do título não se faz sentir apenas no período anterior à leitura; durante a compreensão do texto, o leitor faz uso das "macro-estruturas semân- ticas", isto é, ele constrói temas para organizar a grande quantidade de detalhes, a fim de que possa entender e armazenar na memória a informação. As funções cognitivas do título são relevantes também para a reprodução posterior das informações textuais. Na memória, os textos também estão representadoscom uma organização macro- estrutural que permite ao leitor procurar e recuperar informações armazenadas (Terzi, 1992). Um título além de ser claro e conciso deve ser objetivo. Com freqüência os títulos de trabalhos científicos não são atraentes, pois alguns são padronizados. por requisitos editoriais (identificação de séries ou coleções) e outros revelam pouca criatividade. Para que isso não ocorra, é necessário que o autor use "o princípio da variação, criando designações bem contrastantes, submetendo-as a colegas e a não-especialistas,antes de optar pelo título definitivo"(Matos, 1988, p.779).
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o título é uma recapitulação, sobre o que foi escrito no
documento. Há possibilidadede chamá-Io de etiqueta do trabalho. O título é a indexação inicial do texto. Os vocábulos dos títulos,
selecionados pelo escritor são primordiais para a recuperação do assunto e processo de indexação. Eles devem ser completos no sentido de enunciar o tema e conter as variáveis relevantes trabalha- das pelo autor. A principal variável a influir na definição do título é a transparência, para o leitor destas informações. Logo o título de um trabalho científico não é similar ao de uma produção literária ou artística, ou mesmo de marketing comercial. Deve-se pautar pela precisão científica. O objeto desta análiseforam as dissertações de mestrado, tipo de discurso que, segundo Severino (1983), pode ser definida como uma comunicação dos resultados de uma pesquisa sobre um assunto único e bem delimitado, sendo desenvolvida seguindo as mesmas regras metodológicas, técnicas e lógicas do trabalho científico. Vale a pena retomar as palavras de Witter et aI. (1988) segundo as quais o discurso científico pode ser definido como uma modalidade complexa de poder - fazer - saber, tendo por objetivos simultâneos a busca da verdade e a construção do saber, o que também deve estar refletido no título do trabalho. Éoportuno reiterarque a atividade de busca de informação é um processo contínuo, pois concluída e publicada a pesquisa, o autor deverá seguir atento acompanhando como ela foi recebida, se foi citada, se inspirou outros trabalhos, se foi bem interpretada no momento em que foi citada. Permeia este quadro o título enquanto variável para localização da informação e para levar o leitor a ler ou a rejeitar o texto. Considerando-se a relevância das bases de dados, os autores, ao darem títulos aos seus trabalhos, devem levar em consideração, mais particularmente o espaço reservado (número específico de toques) para a inclusão dos títulos. Caso contrário, corre
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Quanto ao tipo de oração as dissertações foram analisa- das e agrupadas de acordo com três tipos de oração: declarativa, interrogativa e exclamativa. Para a contagem dos vocábulos dos títulos das disserta- ções, foram consideradas como palavra única:
e os espaços entre elas. Nas dissertações: "Desempenhodo pessoal em bibliotecas universitárias em relação à execução de tarefas profissionais e não-profissionais e à aplicação de política de pessoal:o caso de UFRGS"(Machado, 1990), foram contados 171 espaços gráficos. "Avaliação do planejamento das bibliotecas universitárias brasileiras" (Oliveira,1993),ondeforamcontados68 espaçosgráficos. Como exemplosde tipos de oração podem ser referidas as dissertações: "Uso e comunicação de informaçãocientífica e técnica em uma instituição de pesquisa e desenvolvimento na área nuclear" (Ferreira, 1994), do tipo declarativa. "Um estudante universitário - um programa de educação de usuários - um usuário de biblioteca?" (Pregnolatto, 1994), do tipo interrogativa.
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Analisando os resultados obtidos na tabela 1, em relação a amplitude vocabular pode-se observar que tanto na PUCCAMP quanto na UFMG os valores maiores correspondem ao ano de 1990, e são respectivamente 28 e 27. Com referência a amplitude vocabular menor, o valor sete na PUCCAMP refere-se aos anos de 1990, 1991 e 1993, e na U FMG o valor oito aos anos de 1990, 1992 e 1993. Conclui-se que a amplitude vocabular maior e menor foi praticamente idêntica para as dissertações de mestrado das duas universidades.
Tabela 1 - Amplitude vocabular e de espaço gráfico usados nos títulos das dissertações de Mestrado da PUCCAMP e UFMG.
Institui- (^) PUCCAMP ção
Núme-I I Núme-
vocá- gráfico bytes bulos Ano N^ maior^ menor^ média^ média maior^ menor média média 1990 10 28 7 17,5 16,9 198 51 124,5 (^) 111, (^1991 7 20 7) 13,5 14,4 147 52 99,5 (^) 101, 1992 9 19 10 14,5 (^) 12,8 112 66 89,0 (^) 84, 1993 8 22 7 14,5 (^) 14,5 137 52 94,5 102, (^1994 10 19 8) 13,5 12,3 137 49 93,0 (^) 87, Sub-total 44 28 7 14,7 14,2 (^198 66) 100,1 97, UFMG Ano N maior menor média (^) média maior menor média média (^1990 6 27 8) 17,5 14,3 (^171) 70, 120,5 100, (^1991 5 18 10) 14,0 14,2 (^142 79) 110,5 106, (^1992 6 24 8) 16,0 14,3 (^151 53) 102,0 92, (^1993 7 22 10) 16,0 17,3 (^133 72) 102,5 117, 1994 14 20 8 14,0 (^) 14,5 124 56 90,0 (^) 93, Sub-total (^28 27 8) 15,5 14,9 (^171 53) 105,1 101,
com os respectivos títulos: "A orientação de usuário de informação bibliográfica", "Ensino de ciência: apostilas como material didático", "Avaliação do planejamento das bibliotecas universitárias brasilei- ras", além de concisos são claros e concretos. Segundo Matos (1988), saber criar títulos é uma exigência da comunicação eficaz que deve ser valorizado e aprimorado. De acordo com a ABNT através da norma NB/88 de julho de 1987, sobre o resumo das teses, recomenda-se que seja breve, contendo apenas 500 palavras. Já no caso dos títulos não foi encontrado nenhuma norma estipulada pela ABNT, mas a CAPES no seu formulário do SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO, PRODUÇÃO CIENTíFICA - BANCO DE TESES - G, estabelece que as dissertações e teses apresentem um título que tenha apenas 210 "bytes". Levando em consideração uma média de 14,2 vocábulos das 44 teses analisadas na PUCCAMP (tabela 1) e uma média do espaço gráfico correspondente de 97,4, calcula-se que o espaço estipulado pela CAPES (210 bytes) é suficiente para conter, em média, 30,6 vocábulos. Cálculo semelhan- te com os dados da UFMG (tabela 1) revela um valor de 30,7. Che- ga-se à conclusão de que todas as teses analisadas na PUCCAMP e UFMG estão dentro do padrão do formulárioG da CAPES, pois a tese de maior amplitude vocabular apresenta 28 vocábulos. Entretanto é importante lembrar,que a função cognitiva do título é de informar o leitor do conteúdo do texto. Um título com uma quantidade extensa de detalhes pode prejudicaro armazenamento da informação na memória do leitor, podendo também provocar um enviesado na compreensão,do assunto (Terzi, 1992). Os dados da tabela 2 demonstram que no período de 1990 a 1994, o tipo de oração dominante tanto na PUCCAMP quanto na UFMG são declarativas, entretanto, em 1994, na PUCCAMP,ocorreu uma única oração interrogativa, mostrando, portanto que esse tipo não é usual nos títulos de dissertações de mestrado. O teste de independência quanto a tipo de oração (declarativa) mostrou não haver diferença significante atribuível à variável escola, posto que X20= zero e X2c= 3,84.
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Os resultados aqui apresentados permitem concluir que: a) nas duas universidades apenas um título foi interrogativo; os demais sendo declarativos; b) quanto à amplitude vocabular e espaço gráfico, a tendência geral manteve-se dentro dos padrões da CAPES; c) não é estatisticamente significativa a diferença entre a PUCCAMP e UFMG quanto à amplitude vocabular.
BRAGA, L. M. Palavras de tftulos e resumos como acesso ao conteúdo do documento: uma análise numérica. Riode Janeiro: IBICT, UFRJ, 1982 (Dissertação de Mestrado). CASTRO, C. de M. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill,
DIJK, T. A. van. New Schemata. Studylng wrltlng: linguistic approches. Beverly Hills: Sage, 1986. FEITOSA, V. C. Comunicação na tecnologla o recado na ciência. São Paulo: Brasiliense, 1987.
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Instituição PUCCAMP^ UFMG Tipo de oração (^) Tipo de oração Ano Declarativa^ Interrogativa (^) Declarativa F %^ F^ % F^ % 1990 10 100 O (^) O (^6 ) 1991 7 100 O^ O (^5 ) 1992 9 100 O (^) O 6 100 1993 8 100 O (^) O (^7 ) (^1994 9 90 1 10 4 ) Total (^43 98 1 2 28 )
WITTER, G. P et aI. Saber, poder e fazer nos títulos de dissertações de mestrado em Psicologia da PUCCAMP. Estudos de Psicolo- gia, Campinas, v.5, n.2, p.70-83, 1988. WITTER, G. P. Pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e busca de informação. Estudo de Psicologia, Campinas, v.7, n.1, p.5-30, 1990.
ABSTRACT
The titles of 72 Masters dissertations produced at the Universities of PUCCAMP and UFMG between 1990 and 1994 were analyzed for vocabular amplitude, number of bytes, and phraseology. It was concluded that there was no relevant difference between the two institutions as to the vocabular amplitude and byte number. With regard to phraseology, the majority of titles were found to be declaratory, while only a single case was interrogatory. Key words: Dissertation titles; Vocabular amplitude; Byte number; Phraseology.
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