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NA at nas, Terrível segredo Médicos contam como 62 pessoas morreram Complexo em acidente com armas biológicas na URSS Samuel Hutchinson, de Moscou & á ste é o cérebro de uma vitima”, diz a médica Fuina Abramova, exi- bindo uma massa escu- ra. “Veja os vasos san- guíneos: parecem formar um barrete de .eurdenl, E porque depois do acidente o cérebro ficou vermelho” Durante quase * vinte anos, a patologista russa e seu cole- ga Lev Grimberg guardaram amostras dos cadáveres. Era um segredo perigoso. Os órgãos de segurança da União Sovié- tica estavam dispostos a qualquer coisa para eliminar os vestígios do pior aciden- te com armas biológicas de que se tem notícia — só agora, sete anos depois de a União Soviética ter-se evaporado, os des- pojos puderam ser examinados por uma equipe médica independente, nos Estados Unidos. O exame no Labomtório Nacio- nal de Los Alamos confirmou o que os dois médicos russos sabiam desde o iní- cio: as 62 vítimas do desastre sucumbi- ram a uma doença rara em seres huma- nos, o antraz, ou carbúnculo. Experiên- cias com o Bacillus anthracis, causador do antraz, são tradicionais em países que se aventuram em programas de armas biológicas. Os pesquisadores americanos, por meio de análises de DNA, detectaram nas amostras russas sinais de até quatro diferentes cepas (variedades) do bacilo. Até então, só se conheciam casos de in- fecção por uma só cepa. A conclusão é simples e assustadora. As buctérias foram manipuladas para maximizar seu poder letal, dificultando ain- da mais os poucos métodos de preven- ção e cura. Os ame- ricanos examinaram um cérebro enegrecido e as pústulas num peda- go de pele, típicos sinto- mas do antraz, que pro- voca vômitos, febre, as- fixia e morte, num prazo de dois a quatro dias. À carne com manchas pretas pertencia no Soldados com máscaras de gás! vestígios apagados k ido da KGB e preservado * - em formol durante quase vinte ános, o cérebro de uma vítima é a prova definitiva do acidente com armas biológicas que matou 62 pessoa: E ina União Soviética, em 1279,. A superfície escura que recobre Irei, diz a médica russa Faina” Abramova, é sintoma típico .. Ê fda infecção peta bactéria do aritraz braço do primeiro cadáver que chegou ao hospital onde Abramova e Grimberg da- vam plantão noturno em Sverdlovsk (hoje Iekaterim- burgo), a 2 000 quilômetros de Moscou. Dissecado o corpo, ela identificou um mal muito mais comum entre ovelhas. Os cadáveres começaram a chegar ao ne- crotério do Hospital 40 em 9 de abril de 1979. Perto dali funciona até hoje a mis- teriosa base militar conhecida como 19, de ande havia emanado, uma semana-antes, uma nuvem morial- mente pestilenta. Pedaços de pulmão — A patologista ve- nificou as vias respiratórias destroçadas das vítimas, pediu informações com ur- gência ao Ministério da Saúde em Mos- cou e confirmou: era antraz, Graças à ra- pidez da médica, criou-se uma unidade especial dentro do Hospital 40 para isolar Ene. as vítimas do desastre, Na área da cidade mais afetada pelo vaza- —, mento bacteriano, sol- dados fizeram um tra balho de desinfecção em massa, Paralela — mente, a direção dc Partido Comunista ini ciava uma campanh de desinformação As mortes forar - atribuídas à ingestã de came estragud Os parentes das vit mas se viram coagidos assinar termos de cor promisso de que gue dariam silêncio. Tati na Komin lembra q' se recusou a entreg o relatório da auté sia de sua sogra, À veja 3 de junho. 1998 ee els