Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Teorias Psicanalíticas: Melanie Klein, Winnicott e o Desenvolvimento Psíquico, Resumos de Psicologia da Personalidade

As teorias psicanalíticas de Melanie Klein e Donald Winnicott, focando no desenvolvimento psíquico infantil. Aborda conceitos como a posição esquizoparanóide e depressiva de Klein, a importância da relação com objetos parciais e totais, a função do objeto transicional em Winnicott, e a influência da frustração e da identificação projetiva no desenvolvimento da personalidade. O texto oferece uma análise profunda das etapas pré-genital e genital, da internalização de objetos bons e maus, e da importância da reparação e da gratidão na saúde mental.

Tipologia: Resumos

2025

À venda por 15/04/2025

lohanne-medeiros
lohanne-medeiros 🇧🇷

5 documentos

1 / 21

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
TEORIAS DA
PERSONALIDADEII
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Teorias Psicanalíticas: Melanie Klein, Winnicott e o Desenvolvimento Psíquico e outras Resumos em PDF para Psicologia da Personalidade, somente na Docsity!

TEORIAS DA

PERSONALIDADEII

A HISTÓRIA DE MELANIE KLEIN

Em 1914, a analista entra em contato com a psicanálise por meio do texto “sobre os sonhos” de Freud. A partir desse contato, Klein equiparava os sonhos ao brincar das crianças, uma vez que os sonhos tem um conteúdo manifesto e latente, assim como nas brincadeiras - a interpretação das brincadeiras das crianças é semelhante à interpretação da associação livre de ideias dos adultos. Por isso Klein é considerada uma discipula de Freud, apesar de trazer muitos conceitos novos para a psicologia analítica. Ela parte da teoria do Dualismo Pulsional (pulsão de vida - ímpeto de busca - e de morte - repulsa à busca, pouca mobilidade), para ela a pulsão de morte nas crianças está associada à inibição intelectual (pela dificuldade de manejo desses impulsos, tal dificuldade faz-se tão intensa que afasta o ser da realidade), o qual também se relaciona com impulsos destrutivos intensos muito severos. o manejo dessas pulsões, facilitado pelo analista, auxilia a criança a entrar, paulatinamente, em contato com a realidade novamente e de maneira mais “saudável”. superego arcaico -> severo -> dificuldade de interesse em entrar em contato com o mundo. a criança transfere o superego para a “pessoa espelho” (professor, analista, etc). é necessário legitimar o sentimento da criança, porém é preciso intermediar a manifestação do sentimento com o comportamento adjacente. Para Melanie não era preciso realizar com crianças uma preparação para a análise, pois esta já seria capaz de realizar a ação transferencial com o analista (reedição do padrão de relação das figuras originárias com o analista - impulsos amorosos e agressivos estão presentes na relação paciente-analista). Ao brincar a criança expressa suas ansiedades e fantasias, dando acesso à sexualidade infantil e à agressividade. Erich (pseudônimo Fritz), filho de Klein, foi sua primeira experiência em análise de crianças, pois a criança apresentava inibição intelectual. Posteriormente, iria concluir que repassar com a criança suas questões e falar sobre o que tem passado, ajudaria a mesma, em escala inconsciente - visto que esta não tem capacidade psíquica de compreender e assimilar tais correlações - a regular as pulsões (e como no caso de Erich, a findar essa inibição intelectual). Melanie foi pioneira no trabalho psicanalítico com crianças, desenvolvendo um instrumento para a análise infantil: a caixa lúdica - ela via esse recurso como representação do mundo interno da criança e contingente de suas representações inconscientes e relações objetais.

Melanie Klein

Melanie Klein nasce em 1882 e falece em Londres em 1960. Uma mulher de família hebraica, com poucas condições financeiras, o que contribui para que ela não consiga realizar seu desejo inicial de cursar medicina; em uma família composta de quatro irmãos, perde dois deles ainda muito jovem, dando a ela um contato maior e precoce com as experiências do luto. Casa-se aos 21 anos um amigo de seu irmão falecido e esse relacionamento se desenvolveu de maneira conturbada, o que levou ao rompimento do mesmo algum tempo depois - o que era mais um agravante para a época, visto que a sociedade via com maus olhos mulheres divorciadas. Ela tinha um sofrimento psíquico muito grande (depressão) - em decorrência de toda a sua história de vida - e tinha a ajuda de sua mãe cotidianamente. Klein foi responsável por introduzir uma modificação na técnica básica da psicanálise e substituiu a palavra pelo brincar. Dessa forma, propôs que a brincadeira seria uma via de acesso aos conteúdos inconscientes da criança, equivalendo o meio à linguagem verbal do adulto. Ela via esse recurso [o brincar] como representação do mundo interno da criança e contingente de suas representações inconscientes e relações objetais.

Transferência Na clínica kleiniana, a transferência é um elemento fundamental e dinâmico da análise. Ela se manifesta na relação analista-paciente, onde o paciente projeta no analista diferentes aspectos de seus objetos internos. Isso ocorre no "aqui e agora" da sessão, e o analista pode ocupar diferentes lugares nessa dinâmica transferencial. Melanie Klein observou essa dinâmica transferencial inclusive na análise de crianças, onde a personificação no ato de brincar serve como base para as transferências, ligada aos mecanismos de defesa de dissociação e projeção. A relação transferencial-contratransferencial é um elemento chave nos atendimentos, tanto com crianças quanto com adultos. Klein considerava a transferência positiva e negativa como a espinha dorsal da análise. Em essência, a transferência na perspectiva kleiniana permite reviver e analisar as primeiras relações objetais do paciente dentro do setting terapêutico. Interpretação A interpretação é a ferramenta principal do analista kleiniano para promover mudanças no psiquismo do paciente, especialmente das crianças. Klein guiou-se inicialmente pelo método da interpretação dos sonhos, estendendo essa abordagem para dar significado ao brincar das crianças. Ela equiparava as situações de brincadeiras das crianças às associações livres dos adultos, buscando o significado simbólico de cada brincadeira ou atitude. A interpretação das fantasias que emergem no brincar das crianças gera profundas alterações no psiquismo, desde que feita em uma linguagem acessível. Assim como nas interpretações das associações livres dos adultos, as interpretações do analista na clínica infantil exercem uma influência posterior sobre o paciente. A interpretação kleiniana visa trazer à luz as fantasias inconscientes e os conflitos psíquicos primários que se manifestam na transferência e no brincar. Resistência (Implícita nas Defesas) Embora o termo "resistência" não seja centralmente utilizado nas fontes da mesma forma que em outras abordagens, o conceito está implícito na compreensão kleiniana dos mecanismos de defesa e das ansiedades que o paciente mobiliza - mas existem diversos mecanismos de defesa, que podem ser compreendidos como uma forma de resistência, como: o splitting, a projeção, a introjeção, a idealização e a negação, característicos da posição esquizoparanoide. Esses mecanismos podem ser entendidos como formas de resistência ao contato com a realidade psíquica dolorosa e com as angústias persecutórias e depressivas. Por exemplo, a negação da realidade psíquica pode levar ao isolamento e à diminuição da interação entre o mundo interno e externo, inibindo os processos de projeção e introjeção. Da mesma forma, os mecanismos esquizoides, como isolar o ego do ambiente e negar a dependência dos outros, podem ser vistos como resistências à relação com o analista e à exploração das dinâmicas transferenciais. A inibição intelectual, mencionada na fonte, também pode ser entendida como uma forma de resistência, relacionada a defesas radicais contra o sadismo infantil. TRANSFERÊNCIA RESISTÊNCIA INTERPRETAÇÃO Um marco importante nos seus primeiros atendimentos foi a introdução, em 1923, da caixa lúdica individual, utilizada pela primeira vez com uma paciente de 2 anos e 9 meses. Além disso, Klein instituiu o setting analítico, deixando de analisar as crianças em suas casas e estabelecendo um espaço específico para o tratamento. Estes elementos demonstram a importância que Klein atribuía à forma como a criança se comunica através do brincar e à estruturação de um ambiente terapêutico adequado para a análise infantil. As suas observações e técnicas pioneiras foram cruciais para o desenvolvimento da psicanálise infantil e continuam relevantes na análise de crianças e de pacientes com funcionamento psicótico até hoje. TRIADE DO PENSAMENTO KLEINIANO A transferência oferece o campo onde as dinâmicas psíquicas inconscientes são revividas; a interpretação atua como o instrumento para tornar conscientes essas dinâmicas e promover a integração e elaboração; e a resistência se manifesta através dos diversos mecanismos de defesa acionados para evitar o contato com a dor psíquica, sendo compreendida e abordada dentro do processo analítico através da análise da transferência e das fantasias inconscientes. A capacidade do analista de observar o vínculo afetivo da sessão e de ter atravessado sua própria posição depressiva são elementos importantes para manejar essas dinâmicas de transferência e as resistências implícitas.

Brincadeiras e fantasias Um dos pontos centrais da clínica kleiniana é a psicanálise de crianças através das brincadeiras, entendidas como as associações livres dos adultos. Para Klein, a criança expressa suas ansiedades e fantasias no brincar, que seria a manifestação da phantasia inconsciente. Essa phantasia é definida como os correlatos subjetivos das pulsões, sendo os representantes psíquicos de impulsos, necessidades, sentimentos, afetos, desejos, e até processos corporais. Assim, o brincar da criança é uma janela para o seu mundo interno de phantasias inconscientes, análogo às associações verbais do adulto. A interpretação dessas fantasias no brincar visa gerar profundas alterações no psiquismo das crianças, utilizando uma linguagem acessível. Relação transferencial-contratransferencial (paciente-analista) A clínica kleiniana também destaca a importância da relação transferencial-contratransferencial na relação analista-paciente. O analista ocupa diferentes lugares na transferência, vivenciando o "aqui e agora" da relação. Há uma comunicação entre inconscientes através dos mecanismos de identificação projetiva e introjetiva, fundamentais na dinâmica transferencial e contratransferencial. As phantasias inconscientes do paciente são projetadas no analista, que as recebe e processa, podendo devolvê-las de forma interpretada. A intuição do analista, seu contato imediato com o mundo dos afetos e das representações inconscientes, e sua implicação afetiva são ferramentas essenciais nesse processo transferencial, permitindo observar o vínculo e o clima afetivo da sessão. Relação criança-pais A análise kleiniana busca contribuir para a relação das crianças com as figuras parentais, considerando as relações edípicas e a elaboração de um edipo precoce. Klein já investigava as relações triangulares e seus efeitos desde a tenra infância. A internalização do "bom objeto" e do "vínculo parental" são considerados importantes para o desenvolvimento de um ego forte (internalizar e proteger o “bom objeto”). Contudo, Klein também reconhecia a não idealização do vínculo parental e a necessidade de aceitar uma dependência fundamental dos objetos. A "cura analítica" para Klein envolve o atravessamento da posição depressiva e a solução do complexo edipiano, o que implica a capacidade de experimentar relações complexas e ambivalentes com objetos integrais, conforme detalhado nas discussões sobre as formas da "situação edípica" no artigo. “Bom objeto – vínculo parental” Não idealização do vínculo parental: “Melanie Klein reconhece que sempre haverá forças de morte dentro da grande aliança - sempre haverá, por exemplo, inveja rivalidades e ciúmes [...]. ou seja, embora, o superego e muitos dos impulsos libidinais e agressivos possam ser integrados e relativizados por um ego fortalecido, ainda assim haverá uma sombra de angustias inominaveis que escapam a simbolização e ameaçam os bons objetos internalizados” (p.188, 2010) Solidão e saude mental A solidão imposta pela internalização do vínculo parental não implica a negação da dependência, mas a aceitação de uma dependência fundamental dos objetos de cuja aliança se está sempre parcialmente excluído; Saúde mental: desejo de equilíbrio e paz – um forte desejo de perfeição de um estado interno de equilíbrio e paz não pode ser calado. Conviver com ele [equilibrio] e moderá-lo pela aceitação da dependência dos outros, bem como das fontes de satisfação e insatisfação na relação com os objetos; p. 187 Contato da realidade interna e externa A clínica kleiniana também considera o contato com a realidade interna e externa e o amor à verdade como elementos importantes. O "processamento da realidade", a partir da perspectiva kleiniana, demonstra que não há percepção sem a operação das phantasias inconscientes. O objetivo da análise é que essas phantasias possam ser processadas e perder seu caráter onipotente, integrando-se à experiência de vida do sujeito. Intuição: contato imediato com o mundo dos afetos e das representações inconscientes; implicação afetiva do analista; p. 178 (2010). Plano intrapsíquico: capacidade de lidar com a frustração decorrente dos limites, das perdas e das separações sem recorrer aos mecanismos esquizo-paranóides e às defesas maníacas;

A clinica - estilo e tecnicas

ASPECTOS PRINCIAPIS

Os sistemas kleinianos

A dualidade pulsional e suas ramificações Segundo Klein, desde o nascimento, o indivíduo é impulsionado por duas forças básicas e antagônicas: a pulsão de vida (Eros), que busca a união, a preservação e o prazer, e a pulsão de morte (Thanatos), que se manifesta como agressividade destrutiva. Esses impulsos primários são a base dos conflitos precoces , que se iniciam na relação com o primeiro objeto, o seio materno. Sadismo, voracidade e agressividade são expressões da pulsão de morte direcionadas ao objeto. A voracidade se manifesta como um desejo insaciável de incorporar e esvaziar o objeto de seus conteúdos bons, enquanto o sadismo envolve o desejo de atacá-lo e destruí-lo. Essa agressividade não é apenas reativa à frustração, mas uma manifestação primária da pulsão de morte. “em seus primeiros textos, ela fala sobre hibrys, que por excelência é a voracidade presente no dinamismo oral, anal e fálico” (p. 60) e “ela sugere que o imaginário sádico e as ideias semelhantes às que levam aos piores crimes também estão presentes no desenvolvimento normal de bebês e das crianças” (p.60). O superego precoce pulsional se forma a partir da internalização das projeções da própria agressividade e das figuras parentais internalizadas, inicialmente de forma parcial e intensamente punitiva. Essa instância psíquica primitiva é influenciada pelas qualidades atribuídas aos objetos internalizados através das projeções da libido e da agressividade do bebê. A internalização do "objeto bom" é essencial para o desenvolvimento de um ego forte e para a proteção contra o "objeto mau" internalizado. “esse superego pulsional é uma concepção que envolve a noção de que as primeira formas de contrapor-se a certas moções pulsionais são de natureza também pulsional: são as próprias forças do id que, dispostas umas contra as outras, criam essa primeira forma de ‘interdição’.” (p. 60) Os conflitos e a dinâmica entre pulsões e objetos internalizados são vivenciados de maneiras distintas nas duas primeiras organizações da mente descritas por Klein: a posição esquizoparanoide e a posição depressiva. Posição Esquizoparanoide Esta é a primeira forma de organização psíquica, característica dos primeiros meses de vida. O ego é frágil e utiliza mecanismos de defesa primitivos como a cisão (splitting), onde o objeto e o self são divididos em partes "boas" e "más" idealizadas e persecutórias, respectivamente. Predomina a identificação projetiva, onde partes do self são projetadas no objeto, influenciando a percepção e a relação com ele. As relações objetais são parciais e marcadas por intensas ansiedades de aniquilação pelo objeto mau. A agressividade e a voracidade são intensamente projetadas, gerando um mundo interno povoado por objetos persecutórios e idealizados. Nessa fase, a situação edípica é vivida de forma nebulosa, com figuras parentais combinadas e confusas, gerando ansiedades psicóticas. Há uma recusa ou rejeição da relação triangular. Posição Depressiva Por volta do final do primeiro ano de vida, ocorre uma integração maior do ego e dos objetos, levando à emergência da posição depressiva. A criança começa a perceber o objeto como total, com aspectos bons e maus integrados. Surge a capacidade de sentir ambivalência, reconhecendo que o objeto amado também pode ser fonte de frustração. As ansiedades persecutórias da posição esquizoparanoide são substituídas por ansiedade depressiva, que envolve o medo de perder e danificar o objeto amado e total. Desenvolve-se a culpa e o desejo de reparação pelos ataques destrutivos fantasiados contra o objeto. A capacidade de simbolização se desenvolve, permitindo lidar com a ausência do objeto e elaborar as perdas. Na posição depressiva, a situação edípica começa a se configurar de forma mais clara, com a diferenciação entre os pais e a percepção de sua relação. A capacidade de ocupar o lugar de terceiro na relação se desenvolve, crucial para o desenvolvimento cognitivo e auto-reflexivo.

O saber e a inibição intelectual A inibição intelectual para Klein está relacionada principalmente com a forma como o sadismo infantil é manejado e com a inibição das fantasias inconscientes, afetando a pulsão do saber e a capacidade de exploração e aprendizado. Crianças com inibição intelectual e falta de curiosidade podem apresentar essa condição porque o sadismo infantil não foi suficientemente tolerado para que pudesse ser transformado, através da sublimação, na pulsão do saber (impulso epistemofílico, para Freud). Para Klein, o ato de conhecer pressupõe uma certa dose de "domínio" e sadismo sobre o objeto a ser conhecido, havendo uma certa " violência " no exercício do domínio que precisa ser sublimada na forma de desejo pelo conhecimento. Quando há uma repressão intensa ou o sadismo não pode ser sublimado, ocorre uma paralisação da exploração do mundo e dos processos simbólicos, levando à inibição intelectual. Adicionalmente, a inibição e o empobrecimento das fantasias inconscientes podem levar a prejuízos para a curiosidade e a aprendizagem, uma vez que são as fantasias que conferem sentido e valor afetivo às experiências. Sem o livre curso do fantasiar inconsciente, torna-se difícil a antecipação de sentido necessária para aprender, e o "impulso epistemofílico" fica esvaziado e enfraquecido. Um exemplo claro disso, é o caso Dick. Caso Dick: Dick apresentava um sadismo excessivo devido ao excesso de frustração e privação, o que ativou mecanismos de defesa muito radicais, anteriores à repressão. A expulsão do sadismo foi tão intensa que não pôde ser sublimado sob a forma de desejo de conhecer e explorar o mundo. Isso promoveu uma paralisação da exploração do mundo e dos processos simbólicos, resultando em inibição intelectual. O caso Dick ilustra como um manejo inadequado do sadismo infantil, exacerbado por frustração e privação, pode levar a defesas primitivas que impedem a sublimação em pulsão do saber e causam inibição intelectual. A formação de símbolos foi paralisada neste caso. Portanto, para Klein, a inibição intelectual não é apenas uma falta de capacidade cognitiva, mas está profundamente ligada à dinâmica das pulsões, especialmente o sadismo, e à livre expressão e elaboração das fantasias inconscientes. A dificuldade em tolerar e sublimar o sadismo infantil, juntamente com a inibição das fantasias, obstaculiza a curiosidade, a exploração e, consequentemente, o desenvolvimento intelectual. FASES PRÉ-GENITAL E GENITAL Em relação às etapas pré-genital e genital, a teoria kleiniana enfatiza a importância fundamental dessas primeiras fases (oral, anal e uretral, que correspondem em grande parte à dinâmica das posições esquizoparanoide e depressiva) para o desenvolvimento da capacidade de estabelecer relações objetais totais e para a elaboração do complexo de Édipo na fase genital. A forma como os conflitos e as ansiedades dessas fases iniciais são manejados e integrados influencia a vivência da sexualidade e dos relacionamentos na vida adulta. A resolução da posição depressiva e a elaboração da situação edípica precoce são consideradas pré-requisitos para uma vivência mais madura da fase genital e para a capacidade de amar e trabalhar. Fase pré-genital “As etapas pré-genitais da sexualidade são regidas pela ‘lei da selva’, e o objeto de amor é fundamentalmente um objeto a ser consumido ou submetido”(p.62), assim, pode-se “associar a dinâmica pré-genital com a lei da natureza, e, do outro lado, vincular a passagem para a ‘cultura’ (ou do regime social) com a primeira configuração do objeto total, que marca também o início do complexo de Édipo, impondo-se à necessidade de se fazer o luto pelo objeto perdido, para que ele seja então reconhecido como outro semelhante, e para que venha a sentir culpa e preocupação em relação a ele”. (p. 63-64) Esta fase é marcada pelo predomínio do ódio, da voracidade e da destrutividade. A criança vivencia relações de objeto parciais, onde não reconhece o outro em sua existência autônoma e separada, vendo-o apenas como um objeto a ser consumido, destruído ou submetido, sem reconhecer seus direitos, necessidades e desejos. Esse dinamismo mental está relacionado ao predomínio da pulsão de morte.

Categoria Fase Pré-Genital (Posição esquizo-paranoide e início da depressiva) Fase Genital (Posição depressiva integrada e ego mais maduro) Foco Principal Ansiedade frente aos impulsos destrutivos e defesa do self Integração dos objetos e reparação das relações afetivas Relação Objeto Primordial Seio materno (objeto parcial) Pais (objetos totais) Qualidades do Objeto Dividido em 'bom' e 'mau' Objeto total integrado (ambivalência tolerada) Dinâmica Relacional Cisão, projeção, idealização, identificação primária Empatia, amor, reparação, tolerância à ambivalência Pulsão Predominante Pulsão de morte (agressividade) Pulsão de vida (amor, cuidado) Tipo de Ansiedade Ansiedade persecutória (medo do objeto mau) e ansiedade de aniquilamento (medo da destruição do self) Ansiedade depressiva (culpa e medo de ferir o objeto amado) Marcos e Eventos Chave Fantasias inconscientes de ataque ao seio mau; defesas maníacas Desejo de reparar os danos causados; internalização do bom objeto Desenvolvimento Posterior Base para a posição depressiva; ainda imaturo emocionalmente Capacidade de amar, trabalhar, confiar e lidar com frustrações RESUMO - Fase Pré-Genital x Fase Genital segundo Melanie Klein

Melanie Klein afirma que a posição esquizoparanóide é a primeira organização da mente que o bebê vivencia, nos primeiros meses de vida. É a fase em que o bebê não possui um ego integrado (é um ego arcaico), levando a uma experiência do mundo e dos objetos de forma parcial. A principal característica dessa fase é a cisão (splitting) entre o bom e o mau objeto, entre o seio bom e o seio mau. Ao dizer que o bebê possui uma experiência parcial do mundo, quer dizer que ele se relaciona com objetos parciais, como o seio bom (aquele que o satisfaz) e o seio mau (fonte de frustração e dor). Esses objetos parciais são idealizados (o bom) ou perseguidores (o mau), sendo que esta divisão se reflete na vivência do self, em um self idealizado e um self perseguidor. A ansiedade que se predomina na posição esquizoparanóide é a ansiedade persecutória , que se refere ao temos do bebê em ser aniquilado pelos maus objetos externos e internalizados. Essa ansiedade é ligada à projeção da própria agressividade no objeto , que é percebido como ameaçador. A realidade psíquica é aterrorizante , levando o bebê a um estado de negação , resultando na consequência do isolamento , diminuindo sua interação entre mundo interno e externo, inibindo os processos de introjeção e projeção. Porém, a inibição da vida afetiva, através do isolamento, acarreta no “estancamento” da curiosidade e da capacidade intelectual. Os mecanismos de defesa predominantes nessa fase são: splitting, introjeção, projeção, idealização, negação, identificação projetiva e identificação introjetiva. Os mecanismos esquizóides se referem ao isolamento do ego do ambiente e partes do ego entre si, incomunicabilidade e solidão, negação da importância do objeto e da dependência que possui dos outros. Já os mecanismos paranóides se referem ao estado de indiferenciação entre o ego e os objetos externos, estado de fusão, de caráter narcísico entre o ego e seus objetos. Por meio da cisão , o bebê separa o bom e o mau objeto, assim como as partes boas e más de si mesmo, tentando proteger o bom self do mau. A projeção envolve atribuir sentimentos e impulsos internos (principalmente os agressivos) a objetos externos. A introjeção é o processo de internalizar aspectos dos objetos externos, podendo ser tanto idealizados quanto persecutórios, sendo uma forma específica de introjeção a identificação projetiva , que se refere que partes do self são projetadas no objeto e o indivíduo se sente identificado com tais partes projetadas, exercendo controle sobre o objeto ou se sentindo controlado por ele.

POSIÇÃO ESQUIZOPARANOIDE

POSIÇÃO DEPRESSIVA

A posição depressiva surge gradualmente da esquizoparanóide à medida que o bebê desenvolve uma maior integração do ego , começando a perceber os objetos (principalmente a mãe) como totais, ou seja, contendo aspectos bons quanto maus (lembrar que a prof. Bruna comentou que quando o sujeito consegue vencer a cisão entre bom e mau, ele atinge um nível de amadurecimento psíquico muito grande). Nesta posição, a criança se relaciona com objetos totais, reconhecendo que as pessoas amadas (de início a mãe) são as mesmas que podem gratificar e frustrar. A percepção da totalidade do objeto leva ao reconhecimento de que os próprios impulsos agressivos puderam ter causado danos ao objeto amado. A ansiedade predominante é a ansiedade depressiva, que é caracterizada pelo receio de perder o objeto amado, pelo sentimento de culpa e remorso por ter tido impulsos agressivos em relação a ele, preocupando-se em repará-lo. O sadismo é contrabalanceado por impulsos amorosos. Além disso, o bebê pode adentrar em uma reparação maníaca, que consiste no desejo de anular os ataques sádicos, devolvendo a vida e a integridade ao objeto atacado, anulando os “perseguidores” (uma certa onipotência). Os mecanismos de defesa implicados nesta posição se tornam mais elaborados, tendo como objetivo lidar com a ansiedade depressiva e o sentimento de culpa, sendo eles: a reparação (envolvendo esforços para restaurar e cuidar do objeto que fora danificado); idealização (ela continua, mas de modo mais integrado, ajudando a proteger o objeto) e a introjeção (um objeto total bom e amado contribui para o fortalecimento do ego e da capacidade de amar).

INTRODUÇÃO SOBRE WINNICOTT

Donald W. Winnicott

Donald Woods Winnicott foi um pediatra e psicanalista existencialista , que acreditava que nenhum avanço científico se faz sem o conhecimento daquilo que já foi feito. Isso significa que Winnicot utiliza-se das fontes de Freud para formular algumas de suas concepções básicas, que são: Existem determinantes inconscientes, em que a consciência é apenas uma parte da vida psíquica e que é determinada por processos psíquicos inconscientes Existe um processo que faz com que certos elementos, que constituem a vida psíquica e emocional, são conscientes ou inconscientes A sexualidade infantil e o complexo de Édipo são fundamentais para o psiquismo do indivíduo A psicoterapia elaborada por Freud, se depara com dois fatores essenciais durante o processo de tratamento, que são: a transferência (ligação afetiva com o terapeuta) e a resistência (acesso aos determinantes inconscientes das doenças/sintomas). Winnicott considerava Freud um homem da ciência, que havia feito várias descobertas importantes sobre a natureza do homem, mas sem idolatrá-lo. Porém, afirma que Freud formulou ideias introdutórias e intuitivas sobre os fenômenos psíquicos, afirmando que um de seus grandes erros foi ter considerado a existência de uma pulsão de morte para explicar a origem da agressividade ou da compulsão à repetição (diz que isso é um atraso para a psicanálise). Para explicar brevemente o título do livro: “Por que Winnicott?”, o autor afirma que a importância do psicanalista se dá pelo reavaliar e reposicionamento que ele fez acerca da importância da sexualidade infantil e do complexo edípico nos processos saudáveis e patológicos do desenvolvimento emocional do sujeito. Winnicott afirma que o complexo de Édipo é essencial e deve ser considerado, porém, não é suficiente e não pode ser redutível. Para Winnicott, o bebê nasce extremamente imaturo, tanto emocional quanto cognitivamente, para poder reconhecer algo como mundo externo, que ele não pode amar, odiar, ter inveja, porque para isso o bebê precisaria se diferenciar dos objetos. Por isso, é somente depois de várias conquistas psíquicas (pessoais e cognitivas) que uma criança tem as condições para viver suas relações no quadro edípico, o que é muito saudável e necessário para a saúde emocional. De forma resumida, o complexo de Édipo é um acontecimento a ser administrado quando o sujeito atinge uma maturidade emocional. A importância da sexualidade infantil, para o Winnicott, refere-se que a sexualidade corresponde a uma certa maneira de viver a vida e as pressões instituais, que diz respeito à experiência de sentir excitações como sendo próprias do indivíduo (internas). Porém, viver essas excitações corporais é preciso associá-las a determinadas fantasias sobre si e sobre os objetos que podem vir a satisfazer essas excitações. Assim, o bebê imaturo, sente as pressões instintuais como sendo externas dele, portanto, Winnicott afirma que viver essas excitações precisa, também, de um certo grau de amadurecimento. Winnicott estudou a relação do bebê com sua mãe , que afirma ser esta relação uma “unidade psíquica” e não como dois seres distintos. Assim, não havia possibilidade de falar de bebê sem sua mãe, uma vez que no início é a mãe que passa gradualmente se tornando algo externo e separado do bebê.

Conceitos em Winnicott

1 ) Ambiente facilitador, mãe suficientemente boa e Holding Winnicott descreve a importância do “ambiente facilitador” que é primariamente provido pela mãe (ou cuidador principal), sendo essencial para o desenvolvimento saudável do self bebê, sendo caracterizado por ambiente suficientemente bom. Este ambiente é aquele que se adapta às necessidades (instintuais e relacionais) dos bebês , permitindo que eles tenham suas necessidades atendidas e a noção de que existe um ambiente externo. É suficientemente bom porque se adapta, não de maneira perfeita, mas de um jeito específico para cada bebê. É nesse ambiente provido pela mãe, que ela atende às necessidades do bebê de forma adequada, sendo, portanto, uma mãe suficientemente boa. O Holding é algo além de simplesmente segurar o bebê no colo, mas sim, engloba a totalidade do cuidado materno inicial, como o acolhimento emocional, a proteção contra estímulos aversivos e a capacidade de responder às necessidades do bebê de modo sensível e previsível. Um holding eficaz proporciona ao bebê a experiência de continuidade do ser e de sentir que seus impulsos são reais. Exemplo: um bebê que sente fome chora faz com que a mãe que possui boa capacidade de holding perceba o choro, identificando a necessidade e oferece o alimento de maneira calma e consistente. Isso permite que o bebê experimente seu desejo/impulso (fome) como algo real e que o mundo responde às suas necessidades. Mas então, qual a importância do Holding? é a de promover a integração do ego do bebê, ajudando na formação de um “Eu” que seja coeso e facilitar a realização (a crença de que o mundo externo é pode ser incorporado pelo self)

  1. Preocupação materna primária Como visto anteriormente, o meio suficientemente bom começa através do alto grau de adaptação que a mãe proporciona para atender às necessidades do bebê. Essa mãe é capaz de fazer isso por conta do estado particular que Winnicott chamou de “preocupação materna primária”. Esse estado se refere a um estado de retraimento da mãe que é essencial para que ela possa estar emocionalmente envolvida com o filho, que é o que vai permitir a conexão da mãe com o bebê (que a torna suficientemente boa). É um modo de ser-estar da mãe em consonância (de modo simultâneo) com a possibilidade de se comunicar com o bebê, para saber do que ele precisa para poder atender às suas necessidades (tanto instintuais quanto relacionais), em um período de tempo relativo para que o bebê não se decepcione, ou seja, para não ultrapassar seu limite de tolerância de modo que ele ainda perceba a satisfação de suas necessidades como vindo de si mesmo. 3) O momento de imaturidade inicial e os objetos subjetivos No período inicial, o bebê não consegue se virar sozinho, ou seja, precisa da sustentação do ambiente (a mãe-ambiente), assim, como dito antes, o neném não consegue separar o ambiente de si mesmo, não há distinção. Além disso, o bebê enxerga a mãe como uma extensão de si, como se fossem uma coisa só, fato este que Wiwi chama de “narcisismo primário”. É assim: se a mãe se adapta suficientemente bem, o bebê conclui que o mamilo e o leite são resultados da tensão instintiva que ele está sentindo, ou seja, é como se aquilo que a criança precisa para se satisfazer viesse dela mesma como num passe de mágica. É por isso que Winnicott afirma que o bebê vive numa “ilusão de onipotência” , ou seja, o que ele encontra é, na verdade, uma criação dele (vem dele) – o bebê cria o seio que ele precisa para se satisfazer. O seio com que ele se relaciona, no momento em que ocorre a adaptação adequada do ambiente, fornecendo ao bebê o que está de acordo com suas necessidades é um objeto subjetivo , porque é criado (do ponto de vista do bebê) por ele.

TEORIA DAS RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA

Teorias Winnicottianas

Winnicott procurou, desde sempre, fazer uma teoria do desenvolvimento emocional do ser humano. Assim, se esforçou para descrever como o homem progride de sua situação inicial - na qual é imaturo (emocional e cognitivamente) , não integrado (no espaço, em si, no tempo etc) – para as várias integrações que vão ocorrendo durante a vida e do desenvolvimento - que consiga diferenciar o mundo interno do externo, conquistar uma unidade de sujeito psicológico , estabelecendo-se e sentindo-se como pessoa. Portanto, irá descrever sua teoria emocional vista como uma teoria de dependência, que afirma ter 3 grandes fases de desenvolvimento: 1.D ependência absoluta: até os 4 primeiros meses – é a fase em que o bebê não percebe o cuidado materno, em que ele pode assumir controle sobre o que é bom ou mau, estando em posição de se beneficiar ou sofrer. É a fase em que desenvolve sua fantasia antes da formação completa do aparelho psíquico. Experiências sensoriais na vida intrauterina permitem que o bebê estabeleça um repertório de imagens (visuais, olfativas, cinestésicas etc.) que auxiliam na constituição do campo imaginário É nessa fase que o bebê desenvolve o seio que precisa, ou seja, o objeto subjetivo O papel da mãe suficientemente boa consiste em oferecer eco à criatividade narcísica do bebê, ou seja, proporcionar suficiente oportunidade de ilusão onipotente. Aqui são fundamentais o ambiente facilitador, a mãe suficientemente boa e o holding Desilusão gradual: após a ilusão de onipotência (o eco da criatividade narcísica do bebê), advém a experiência de completude na percepção do bebê, em que essa desilusão é necessária para o distanciamento da relação mãe-bebê Para o Winnicott, as psicoses advêm de falhas ambientais nessa fase inicial.

  1. Dependência relativa: dos 4 meses até 1 ano e meio – o bebê começa a perceber que nem tudo vêm dele, que existem diferenças entre suas necessidades e o atendimento dessas necessidades e, com isso, começa a se dar conta do cuidado materno, mas que pode passar a relacioná-lo com impulsos pessoais. O bebê tinha a impressão de que tudo advinha dele porque, antes, o ambiente se adaptava de maneira a constantemente atender suas necessidades É nessa fase que se iniciam os objetos e fenômenos transicionais, que nada mais são do que modos de se relacionar com o mundo - são paradoxalmente internos e externos – e é nessa passagem que a criança passa a se integrar num “Eu sou” É nessa fase que Winnicott diz que pode gerar as depressões e os vícios
  2. Rumo à independência: segue até os 6 ou 7 anos, passando pelo período de latência, pela adolescência, primeira maturidade e morte – é a fase da posse do “Eu”, identificando-se separado das coisas, em que se consolida uma série de valores pessoais e morais (interiorização da lei moral em si), passa a manejar seus impulsos instintuais nas relações interpessoais. É aqui que a criança passa a se cuidar sozinha pelo acúmulo de recordações de cuidado, da projeção de necessidades pessoais e da introjeção de cuidado, além de ter desenvolvido confiança no meio O envelhecimento é um eventual retorno à fase de dependência relativa Dificuldades nessa fase geram as neuroses e problemas em separar amor e ódio nas relações interpessoais Winnicott diz que o bebê humano só existe na dependência do mundo que o cerca, pois sem esse meio, não teria maturidade para viver por si mesmo, ou seja, aquilo que chamamos de “bebê” (enquanto entidade autônoma) não existe, pois o que se tem é, na verdade, um bebê acompanhado da mãe-bebê (díade). Winnicott diz que o bebê humano só existe na dependência do mundo que o cerca, pois sem esse meio, não teria maturidade para viver por si mesmo, ou seja, aquilo que chamamos de “bebê” (enquanto entidade autônoma) não existe, pois o que se tem é, na verdade, um bebê acompanhado da mãe-bebê (díade).

I ntegração É auxiliada pelo cuidado corporal da mãe e pelas experiências pulsionais, sendo um processo que se inicia muito cedo na vida do neném. A integração se manifesta através de um estágio primário não integrado, em que o bebê se compõe de uma série de motilidades e percepções sensoriais que vão sendo identificadas e integradas por conta da compreensão que a mãe suficientemente boa tem das necessidades do bebê. Personalização É auxiliada pela experiência pulsional e pelas repetidas experiências tranquilas do cuidado corporal materno. É a fase que se inicia pela dependência relativa, em que a unidade psíquica mãe-bebê passa a se “amolecer”, além de que a distinção do que “sou eu” e do “não eu” não está completamente estabelecida. Aqui é onde se inicia os objetos transicionais. Ou seja, o bebê já consegue viver sem a sua mãe, a capacidade de manter relações objetais já existe, entretanto, a distinção entre o não-eu e o eu-sou ainda não está completamente estabelecida. Realização A chegada desse estágio de experiências compartilhadas depende da constituição da realidade externa através do processo de ilusão- desilusão. Este período se inicia a partir das experiências do bebê de tentar destruir os objetos, seguidas da sobrevivência deles. No processo de desilusão, a mãe demonstra para o bebê que a onipotência (que não existe de fato, pois todo ser humano tem um grau de dependência com algo) é um peso/assustadora. A mãe tem a tarefa de gradativamente desiludir o bebê , para que haja uma diferenciação entre a realidade interna e externa. A criança desenvolve meios para ir gradativamente prescindindo do cuidado real através da introjeção Segundo Winnicott, a ilusão é propiciada pela mãe, ou seja, ela oferece ao bebê a oportunidade para a ilusão de que o seio faz parte do bebê, assim, cria a sensação de que ele está sob o controle mágico e onipotente do bebê. Porém, a tarefa final da mãe é ir gradativamente desiludindo o bebê. Portanto, a realização é um processo complexo que relaciona ilusão com fantasia, durante a qual o bebê passa a perceber a existência do mundo e passa a se relacionar com ele.

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL PRIMITIVO

A teoria do desenvolvimento emocional primitivo de Winnicott enfatiza a importância da unidade mãe-bebê nos primeiros momentos da vida, onde o bebê não existe separado do ambiente, sendo a mãe esse ambiente inicial. Para Winnicott, não haveria como descrever o bebê sem falar de sua mãe. Os estágios do desenvolvimento emocional primitivo, segundo Winnicott, são: Contribuições de Melanie Klein para a Psicanálise: https://www.youtube.com/watch?v=T5hGkRUPFoE&list=PLXZI- rRmvEw07P77_EzOHnoBDQYfv1m0L&index= Contribuições de Winnicott para a Psicanálise: https://www.youtube.com/watch?v=TeSZBTMiRYI WINNICOTT: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: https://www.youtube.com/watch?v=QJaC18AckcE AS 3 CONDIÇÕES BÁSICAS DA VIDA PSÍQUICA EM WINNICOTT: https://www.youtube.com/watch?v=xXNxyiI7jIM Não entendeu muito bem? Tente assistir alguns vídeos didáticos para compreender alguns aspectos apresentados no texto:

VIDEOS DIDÁTICOS

4) 3)

EXERCÍCIOS SOBRE WINNICOTT

**5)

1- A; 2- A; 3- C; 4- B; 5- E RESPOSTAS:**