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Teoria da restauração, Notas de estudo de História

Resumo sobre a Teoria da restauração e seus autores

Tipologia: Notas de estudo

2023

Compartilhado em 10/08/2023

ester-alves-26
ester-alves-26 🇧🇷

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Teoria da restauração
MODELO FRANCÊS X MODELO INGLÊS
Na Inglaterra, as sociedades de proteção envolvem
-
se sem intermediários nas questões de conservação. William
Morris, por exemplo, cria em 1877 a Society for the Protection of Ancient Buildings.
Na França, institui-se um aparelho de Estado centralizado, dotado de uma poderosa infraestrutura administrativa e
técnica, o Serviço dos Monumentos Históricos.
John Ruskin
-
> RESTAURAÇÃO CONSERVADORA
Viollet
-
-
Duc
-
> RESTAURAÇÃO ESTILÍSTICA
Camillo Boito
-
> RESTAURAÇÃO MODERNA
Cesare Brandi
-
> RESTAURAÇÃO CRÍTICA
Viollet-le-Duc -
doutrina intervencionista, predomina no conjunto dos países europeus
os intervencionistas consideram que restaurar um edifício significa “restituí
-
lo a um estado completo, que pode
nunca ter existido”. Sendo assim, se um edifício não continha todos os elementos necessários a compor um estilo,
estes deveriam ser acrescentados no processo de restauração
Viollet de Duc sente nostalgia pelo futuro e não pelo passado. Ao Reconstituir um tipo, ele concede
-
se um utensilio
didático (Ele ensina o que é catedral gótica) que restitui ao objeto restaurado um valor histórico , mas não a sua
historicidade. (o objeto não pertence ao tempo , mais possui o valor histórico.)
Desenvolve uma metodologia de trabalho onde, muitas vezes, ficava no campo da criação. Além disso, o resultado
final da intervenção proporcionava uma obra completamente diferente da original
Obra : Catedral de Notre Dame de Paris -> A catedral passou por grandes danos durante a Revolução Francesa
de 1789. O restauro da fachada principal, entre os anos de 1845 e 1857, previu a realocação das estátuas removidas
durante a revolução. Para isso, foram feitas novas estátuas. Inseriu
-
se também uma agulha central, no cruzamento
entre a nave principal e o transepto do edifício.
John Ruskin
Doutrina anti
-
intervencionista, Inglaterra
Defende um anti intervencionismo radical, até então sem exemplo, e que é consequência da sua concepção de
monumento histórico.
“não se tinha o direito de tocar nos monumentos antigos, que pertenciam, em parte, àqueles que os edificaram e,
também, às gerações futuras”. Para os anti
-
intervencionistas, a “restauração é impossível e absurda”, pois
equivaleria a “ressuscitar um morto”, além de romper com a autenticidade da obra. Todavia, esses doutrinadores
não excluem a possibilidade da manutenção, desde que imperceptível.
Em relação à corrente anti
-
intervencionista, Ruskin sustentava que a arquitetura era essencial à lembrança, sendo
o meio mantenedor das ligações com o passado e a identidade coletiva.
Já no The Seven Lamps of Architecture, o mesmo autor destaca o potencial de memória que o monumento
histórico desempenha, em função do valor histórico de que se reveste, sem tratar das antiguidades. Desta forma,
󶂢
considera um “sacrilégio tocar nas cidades da era pré
industrial, propondo continuar a habitá
-las, como no passado”,
como garantia da identidade individual e coletiva. Em suma: pretende
-
se viver as cidades históricas no presente
Obra: As sete lâmpadas da arquitetura (1849)
apresenta em sete princípios morais que deveriam iluminar a prática arquitetônica de sua época:
Sacrifício: dedicação do ofício do homem a Deus;
Verdade
: exposição artesanal e honesta de materiais e estrutura;
Poder
: alcance da sublimidade da natureza pela ação humana sobre os edifícios;
Beleza
:
a ornamentação deve ser extraída da natureza, criação divina;
Vida
:
edifícios devem ser feitos por mãos humanas, para que a alegria dos pedreiros esteja associada à
sua liberdade expressiva;
Memória: os edifícios devem respeitar a cultura a partir da qual eles se desenvolveram;
Obediência: os edifícios devem ser concebidos em conformidade com os melhores valores existentes na
arquitetura inglesa.
Camillo Boito
Engenheiro, arquiteto e historiador de arte, as suas competências permitem-lhe situar-se na
articulação de dois mundos tornados estranhos: MUNDO DA ARTE X MUNDO DA MODERNIDADE
TÉCNICA
Camillo Boito partiu das idéias de Ruskin e Viollet
-
le
-
Duc, conciliando
-
as no restauro filológico. Entendia
que a restauração só deveria ser praticada in extremis, quando todos os outros meios de
salvaguarda (manutenção, consolidação, intervenções imperceptíveis) tivessem fracassado.
defendia a ideia de que a restauração deveria ser uma operação discreta, voltada para a
preservação do que restava das construções antigas.
Boito também foi um defensor ardoroso do patrimônio cultural italiano, defendendo a importância
da preservação dos monumentos históricos e atuando como membro da Comissão de Antiguidades
e Belas Artes de Veneza.
AUTENTICIDADE
(Ruskin e Morris) Não se deve apenas preservar a pátina dos edifícios antigos, mas
também os acréscimos sucessivos de que o tempo os carregou.
LEGITIMIDADE DO RESTAURO
(Viollet
-
le
-
Duc)
-
Boito sustenta a prioridade do presente sobre o passado
e afirma a legitimidade do restauro
DISTINÇÃO DA INTERVENÇÃO (Boito) -A falta de autenticidade da zona restaurada deve poder ser
distinguida dos elementos originais do edifício à vista desarmada.
Três tipos de intervenção (Boito)
Restauro arqueológico: para os monumentos da Antiguidade. Sugere uma ação que se preocupe,
antes de mais, com a exatidão científica e, em caso de reconstituição, considere apenas a massa e
o volume, deixando de alguma forma em branco o tratamento das superfícies e da sua
ornamentação.
Restauro pitoresco
:
para os monumentos góticos. Sugere uma ação que concentre o seu principal
esforço no esqueleto (ossatura) do edifício e abandone as carnes (estatuária e decoração) à sua
ruína.
Restauro arquitetônico
:
para os monumentos clássicos e barrocos. Deve levar em conta o edifício na
sua totalidade.
Teoria da Restauração

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Teoria da restauração MODELO FRANCÊS X MODELO INGLÊS

Na Inglaterra, as sociedades de proteção envolvem

se sem intermediários nas questões de conservação. William

Morris, por exemplo, cria em 1877 a Society for the Protection of Ancient Buildings.

Na França, institui-se um aparelho de Estado centralizado, dotado de uma poderosa infraestrutura administrativa e técnica, o Serviço dos Monumentos Históricos.

John Ruskin

> RESTAURAÇÃO CONSERVADORA

Viollet

le

Duc

> RESTAURAÇÃO ESTILÍSTICA

Camillo Boito

> RESTAURAÇÃO MODERNA

Cesare Brandi

> RESTAURAÇÃO CRÍTICA

V

iollet

le

Duc

doutrina intervencionista, predomina no conjunto dos países europeus

os intervencionistas consideram que restaurar um edifício significa “restituí

lo a um estado completo, que pode

nunca ter existido”. Sendo assim, se um edifício não continha todos os elementos necessários a compor um estilo,estes deveriam ser acrescentados no processo de restauração

Viollet de Duc sente nostalgia pelo futuro e não pelo passado. Ao Reconstituir um tipo, ele concede

se um utensilio

didático (Ele ensina o que é catedral gótica) que restitui ao objeto restaurado um valor histórico , mas não a sua historicidade. (o objeto não pertence ao tempo , mais possui o valor histórico.)

Desenvolve uma metodologia de trabalho onde, muitas vezes, ficava no campo da criação. Além disso, o resultadofinal da intervenção proporcionava uma obra completamente diferente da original

Obra :

Catedral de Notre Dame de Paris ->

A catedral passou por grandes danos durante a Revolução Francesa

de 1789. O restauro da fachada principal, entre os anos de 1845 e 1857, previu a realocação das estátuas removidas durante a revolução. Para isso, foram feitas novas estátuas. Inseriu

se também uma agulha central, no cruzamento

entre a nave principal e o transepto do edifício. John Ruskin Doutrina anti

intervencionista, Inglaterra

Defende um anti intervencionismo radical, até então sem exemplo, e que é consequência da sua concepção de monumento histórico.

“não se tinha o direito de tocar nos monumentos antigos, que pertenciam, em parte, àqueles que os edificaram e, também, às gerações futuras”. Para os anti

intervencionistas, a “restauração é impossível e absurda”, pois

equivaleria a “ressuscitar um morto”, além de romper com a autenticidade da obra. Todavia, esses doutrinadoresnão excluem a possibilidade da manutenção, desde que imperceptível.

Em relação à corrente anti

intervencionista, Ruskin sustentava que a arquitetura era essencial à lembrança, sendo

o meio mantenedor das ligações com o passado e a identidade coletiva.

Já no The Seven Lamps of Architecture, o mesmo autor destaca o potencial de memória que o monumentohistórico desempenha, em função do valor histórico de que se reveste, sem tratar das antiguidades. Desta forma,



considera um “sacrilégio tocar nas cidades da era pré

industrial, propondo continuar a habitá

-las, como no passado”,

como garantia da identidade individual e coletiva. Em suma: pretende

se viver as cidades históricas no presente

Obra:

As sete lâmpadas da arquitetura (1849)

apresenta em sete princípios morais que deveriam iluminar a prática arquitetônica de sua época: Sacrifício

: dedicação do ofício do homem a Deus;

Verdade

: exposição artesanal e honesta de materiais e estrutura;

Poder

: alcance da sublimidade da natureza pela ação humana sobre os edifícios;

Beleza

a ornamentação deve ser extraída da natureza, criação divina;

Vida

edifícios devem ser feitos por mãos humanas, para que a alegria dos pedreiros esteja associada à

sua liberdade expressiva; Memória

: os edifícios devem respeitar a cultura a partir da qual eles se desenvolveram;

Obediência

: os edifícios devem ser concebidos em conformidade com os melhores valores existentes na

arquitetura inglesa. Camillo Boito

Engenheiro, arquiteto e historiador de arte, as suas competências permitem-lhe situar-se naarticulação de dois mundos tornados estranhos: MUNDO DA ARTE X MUNDO DA MODERNIDADE TÉCNICA

Camillo Boito partiu das idéias de Ruskin e Viollet

le

Duc, conciliando

as no restauro filológico. Entendia

que a restauração só deveria ser praticada in extremis, quando todos os outros meios de salvaguarda (manutenção, consolidação, intervenções imperceptíveis) tivessem fracassado.

defendia a ideia de que a restauração deveria ser uma operação discreta, voltada para a preservação do que restava das construções antigas.

Boito também foi um defensor ardoroso do patrimônio cultural italiano, defendendo a importância da preservação dos monumentos históricos e atuando como membro da Comissão de Antiguidades e Belas Artes de Veneza.

AUTENTICIDADE

(Ruskin e Morris) Não se deve apenas preservar a pátina dos edifícios antigos, mas

também os acréscimos sucessivos de que o tempo os carregou. LEGITIMIDADE DO RESTAURO

(Viollet

le

Duc)

Boito sustenta a prioridade do presente sobre o passado

e afirma a legitimidade do restauro DISTINÇÃO DA INTERVENÇÃO

(Boito) -A falta de autenticidade da zona restaurada deve poder ser

distinguida dos elementos originais do edifício à vista desarmada. Três tipos de intervenção (Boito)

Restauro arqueológico:

para os monumentos da Antiguidade. Sugere uma ação que se preocupe,

antes de mais, com a exatidão científica e, em caso de reconstituição, considere apenas a massa e o volume, deixando de alguma forma em branco o tratamento das superfícies e da sua ornamentação.

Restauro pitoresco

para os monumentos góticos. Sugere uma ação que concentre o seu principal

esforço no esqueleto (ossatura) do edifício e abandone as carnes (estatuária e decoração) à suaruína.

Restauro arquitetônico

para os monumentos clássicos e barrocos. Deve levar em conta o edifício na

sua totalidade.

Teoria da Restauração