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mos “isto é sadio”, "isto é doente”; ou que saibamos o que é a virtude para di- zermos "Isto é virtuoso”, "isto é vicioso"; ou que saibamos o que é o amosfara dizermos “isto é amável” ou "isto é odioso! = uma causa eficiente ou produtora: à idéia é uma realidade que outras realidades (outras idéias) e produz em nós o desejo do « da virtude; nossa razão (ou nosso intelecto) é uma cesta na nature za que as idéias (imateriais, imortais, inteligíveis, atividades e por isso pade co- nhecê-las (pois só o semelhante conhece o semelhante). /Ás fdéias são de mesma natureza que nossa razão (ou nosso intelecto) e por'isso podem agir sobre ela (somente o semelhante age sobre o semelhante), causando em nós o conheci. mento c a virtude; A * uma causa final: agindo à distância; a idéia é desejada pelos seres existen- tes como um fim ou uma finalidade. -Ós humanos aspiram à verdade, isto é, ao Belo, Bom e Justo; sua vida inteleítual e moral é guiada pelo desejo de conhe- cer as idéias da Beleza, Bondade e Justiça, fins aos quais os humanos tendem in- teleciual e eticamente. As idéias são o que move o desejo da alma, são foimas de amor ou Eros. Por isso no Banguete a filosofia é amor da formosura, isto é, da perfeição das Formas. A Idéia (e uma idéia) é um princípio lógico, ontológico, epistemológico e causal que garante a intcligibilidade do mundo, a verdade das coisas e do conhe- “cimento, a perfeição cu justeza das ações morais, políticas e técnicas. TEORIA DA ALMA (PSICOLOGIA) E DA VIDA VIRTUOSA (ÉTICA) A distinção entre o sensível e o inteligível é ontológica (há duas ordens di- ferentes de realidade, quer se conceba uma delas como a estrutura invisível das coisas que aparecem aos sentidos, quer se conceba que há dois mundos diver- é lógica ou epistemológica (seus objetos sos, um espiritual e outro, materi são conhecidos de maneiras diferentes). Essa distinção reaparece na teoria pla- tônica da alma, psykht. No Timeu, depois de oferecer o mito da origem do mundo, isto é, a cosmo- logia ou a fabricação do mundo sensível pelo demiurgo, Platão mostra que o mundo é um cosmo, uma totalidade ordenada e coerente, porque é um organis- mo vivo ou vivente, ou seja, é animado, possui alma. Psykhé é vida ou o princi. pio vital que anima um ser ou lhe dá vida e, porque a vida é movimento ou mu- dança, psykhé é o princípio da auto-atividade e da autoconservação do cosmo. Ela é a Alma do Mundo. Além de princípio das mudanças e da conservação, à Alma do Mundo é a fonte do conhecimento, pois com os mesmos elementos com que a fabricou o demiurgo fabricou a alma humana e a colocou num cor- po. Participando da Alma do Mundo, a alma humana individual, além de ser o princípio vital do corpo, está destinada por natureza ao conhecimento, “Também no Fedro a exposição sobre a alma humana é feita por melo de um mito, pois, explica Sócrates, somente um deus poderia definir a essência da alma, enquanto os homens podem apenas oferecer uma imagem aproximada dela por ser ela tão diferente do corpo e das coisas. Nesse diálogo, ao narrar o Mito Cocheiro, Sócrates explica que, no princípio, havia uma única alma univer- sal e dela provieram as almas dos deuses e as dos homens. Inicialmente, frag- imentos da Alma do Mundo permaneceram junto à abóbada do universo, de onde contemplavam a verdade ou as idéias. Com o movimento circular ou ro- tatório do universo, esses fragmentos foram se desprendendo da abóbada e, numa longa queda, ao encontrar fragmentos ds matéria, nele fizeram pousada. O conjunto de uma alma e um corpo chama-se homem. A alma humana é, pois, uma natureza intermediária entre o divino é o mundo, destinada ao conheci- mento, mas por sua ligação com o corpo também pode cair no esto e ser arras- tada pelas paixões, que a distanciam de sua destinação natural. Psykhé é princi- pio da vida mental e espiritual au o princípio cognoscente. A alma é o que, em nós, conhece e permite conhecer. Nesse sentido, diversamente da Timeu, em que todos os seres possuem alma ou são vivos, ainda que somente os homens possuam o princípio do conhecimento, no Fedro, somente os homens são dota- dos de alma, pois esta é identificada à razão, alojada num corpo e diferente dele. Mas, como no Timeu, também no Fedro a encarnação da alma faz dela a sede dos apetites, dos desejos e da afetividade. Em todos os diálogos em que trata da alma humana, Platão a apresenta Como uma natureza intermediária entre 0 sensível e o inteligível, participando da primeira pelo corpo e da segunda pela inteligência ou razão. Porque partici- pa das Formas, a alma participa da eternidade delas, ou seja, é imortal. A psylhé €o divino em nós ou, como escreve Platão, é o que em nós “é semelhante ao di- vino” não só pela racionalidade, mas também pela imortalidade, Por ser imor- tal, a alma humana é individual. Sua individualidade é justamente o que torna Scanned by CamScanner