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Tempo de Espera na Urgência e Emergência: Importância e Soluções, Esquemas de Medicina

Este documento discute o conceito do tempo de espera na urgência e emergência, sua importância na qualidade de assistência oferecida e os problemas associados a longos tempos de espera. Além disso, apresenta soluções adotadas por hospitais para reduzir o tempo de espera, como sistemas de triagem, alertas de pico e princípios enxutos. Referências incluídas.

O que você vai aprender

  • Quais são as soluções adotadas por hospitais para reduzir o tempo de espera na urgência e emergência?
  • Qual é a importância do tempo de espera na urgência e emergência?
  • Como a falta de registro do tempo de espera afeta a análise de desempenho de hospitais?

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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1. Sigla
E-ACE-02
2. Nome
Tempo de espera na Urgência e Emergência
3. Conceituação
Tempo médio transcorrido entre a chegada do pa-
ciente no Pronto Atendimento/Pronto-Socorro e a
avaliação médica inicial, segundo a classificação
de risco:
Em cinco níveis: emergente risco imediato à
vida [vermelho], muito urgente risco iminente à
vida [laranja], urgente potencial amea à vi-
da/potencial evolução para sérias complicações
[amarelo], pouco ou menos urgente [verde] e
não urgente [azul] (Ministério da Saúde, 2002;
Mackway-Jones, Marsden e Windle, 2006).
Em três níveis: emergente risco de morte com
necessidade de atenção imediata; urgente
necessidade de cuidadosdicos, mas não
risco de morte; não urgente necessidade de al-
gum tipo de atenção dica, contudo o tempo
de atendimento não é um fator crítico (Andrade,
2010).
Domínio
Acesso
Relevância
Essencial
4. Importância
O tempo de espera conforme a categoria de risco
é um indicador de desempenho fundamental na
urgência e emergência. A redução dos tempos de
espera, especialmente dos pacientes graves, pode
melhorar a qualidade da assistência, proporcionan-
do mais prontamente o acesso ao diagnóstico e ao
tratamento específico para a condição do pacien-
te. Longos tempos de espera contribuem para a su-
perlotação dos serviços de urgência e emergência,
que podem levar a uma série de problemas, inclu-
indo resultados desfavoráveis no tratamento e na
evolução dos pacientes, maior sofrimento para a-
queles que esperam, recusa de recebimento de
ambulâncias, alta tensão para a equipe assistencial
e ambientes estressantes e desagradáveis
(Bittencourt e Hortale, 2009; Agency for Healthcare
Research and Quality (AHRQ), 2012a).
Estágio do
Ciclo de Vida
E.2
Sumário:
Sigla
Nome
Conceituação
Domínio
Relevância
Importância
Estágio do Ciclo
de Vida
Método de Cálcu-
lo
Definição de Ter-
mos utilizados no
Indicador:
Interpretação
Periodicidade de
Envio dos Dados
Público-alvo
Usos
Parâmetros, Dados
Estatísticos e Re-
comendações
Meta
Fontes dos Dados
Ações Esperadas
para Causar Im-
pacto no Indica-
dor
Limitações e Vie-
ses
Referências
Tempo de espera na Urgência e Emergência
V1.01 - Novembro de 2012
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Baixe Tempo de Espera na Urgência e Emergência: Importância e Soluções e outras Esquemas em PDF para Medicina, somente na Docsity!

  1. Sigla E-ACE- 02
  2. Nome

Tempo de espera na Urgência e Emergência

  1. Conceituação

Tempo médio transcorrido entre a chegada do pa-

ciente no Pronto Atendimento/Pronto-Socorro e a

avaliação médica inicial, segundo a classificação

de risco:

  • Em cinco níveis: emergente – risco imediato à

vida [vermelho], muito urgente – risco iminente à

vida [laranja], urgente – potencial ameaça à vi-

da/potencial evolução para sérias complicações

[amarelo], pouco ou menos urgente [verde] e

não urgente [azul] (Ministério da Saúde, 2002 ;

Mackway-Jones, Marsden e Windle, 2006).

  • Em três níveis: emergente – risco de morte com

necessidade de atenção imediata; urgente –

necessidade de cuidados médicos, mas não há

risco de morte; não urgente – necessidade de al-

gum tipo de atenção médica, contudo o tempo

de atendimento não é um fator crítico (Andrade,

Domínio Acesso

Relevância Essencial

  1. Importância

O tempo de espera conforme a categoria de risco

é um indicador de desempenho fundamental na

urgência e emergência. A redução dos tempos de

espera, especialmente dos pacientes graves, pode

melhorar a qualidade da assistência, proporcionan-

do mais prontamente o acesso ao diagnóstico e ao

tratamento específico para a condição do pacien-

te. Longos tempos de espera contribuem para a su-

perlotação dos serviços de urgência e emergência,

que podem levar a uma série de problemas, inclu-

indo resultados desfavoráveis no tratamento e na

evolução dos pacientes, maior sofrimento para a-

queles que esperam, recusa de recebimento de

ambulâncias, alta tensão para a equipe assistencial

e ambientes estressantes e desagradáveis

(Bittencourt e Hortale, 2009; Agency for Healthcare

Research and Quality (AHRQ), 2012a).

Estágio do

Ciclo de Vida

E.

Sumário:

Sigla

Nome

Conceituação

Domínio

Relevância

Importância

Estágio do Ciclo

de Vida

Método de Cálcu-

lo

Definição de Ter-

mos utilizados no

Indicador:

Interpretação

Periodicidade de

Envio dos Dados

Público-alvo

Usos

Parâmetros, Dados

Estatísticos e Re-

comendações

Meta

Fontes dos Dados

Ações Esperadas

para Causar Im-

pacto no Indica-

dor

Limitações e Vie-

ses

Referências

Tempo de espera na Urgência e Emergência

V1.01 - Novembro de 2012

PÁGINA 2 E-ACE- 02

  1. Método de

Cálculo

O tempo médio de espera deve ser determinado, como abaixo especificado,

separadamente para cada um dos níveis do modelo de estratificação adotado:

em cinco categorias de risco (emergente, muito urgente, urgente, pouco urgen-

te e não urgente), ou em três categorias de risco (emergente, urgente e não ur-

gente).

∑ tempo (min) da chegada à avaliação médica

Nº de pacientes admitidos na emergência

  1. Definição de

Termos utili-

zados no In-

dicador:

  1. a) Numera-

dor

  1. b) Denomi-

nador

a) Numerador – somatório do tempo em minutos transcorrido entre a chegada de

cada paciente ao Pronto Atendimento/Pronto-Socorro até a avaliação médica

inicial, incluindo o tempo despendido na recepção e triagem/acolhimento com

classificação de risco, em um mês. Deve existir um sistema de registro de atendi-

mentos que permita a medição destes diversos tempos (recepção – triagem e tri-

agem – avaliação médica inicial).

b) Denominador – Número de pacientes admitidos no Pronto Atendimento/Pronto-

Socorro, em um mês.

Recomenda-se a estratificação em cinco níveis, pois as escalas que assim proce-

dem apresentam maior fidedignidade, validade e confiabilidade na avaliação do

quadro clínico real do paciente. Dentre estas escalas/protocolos se destacam:

Emergency Severity Index (ESI), Australasian Triage Scale (ATS), Canadian Triage

and Acuity Scale (CTAS), e Manchester Triage System – Protocolo de Manchester

(Souza, 2009). No entanto, também são aceitáveis sistemas de estratificação em

três níveis de risco (Andrade, 2010).

Objetivando a comparabilidade com os modelos de classificação de risco em três

níveis, nas análises de desempenho individual, das categorias e do conjunto de

hospitais participantes, os tempos de espera dos modelos de classificação de risco

em cinco níveis serão agregados da seguinte maneira: emergente/ muito urgente

(Níveis 1 e 2), urgente (Nível 3) e pouco urgente/ não urgente (Níveis 4 e 5).

Os pacientes que dão entrada e são acolhidos e classificados quanto ao risco ou

recebem tratamento, mas vão a óbito ainda no Pronto Atendimento/Pronto-

Socorro, devem ser incluídos.

Os pacientes que chegam mortos ao Pronto Atendimento/Pronto Socorro devem

ser excluídos.

  1. Interpretação

É desejável atingir valores mais baixos de tempo de espera na Urgência e Emer-

gência. Longos tempos de espera podem ser produzidos pelo afluxo de um gran-

de número de pacientes não graves ao Pronto Atendimento/Pronto-Socorro, em

decorrência de dificuldades de acesso a consultas em consultórios médicos, poli-

clínicas e clínicas da família. A falta de leitos hospitalares disponíveis, impedindo

que pacientes graves já estabilizados sejam transferidos dos serviços de Urgência e

Emergência para unidades de internação, provoca um entrave no fluxo de paci-

entes que resulta em um aumento do tempo de espera.

PÁGINA 4 E-ACE- 02

  1. Meta Modelos de Classificação de Risco em Cinco Níveis:

Nível 1 – Manchester Vermelho (Emergente), ATS Categoria 1 (Risco Imediato à

Vida), CTAS 1 (Ressuscitação), ESI 1: avaliação médica imediata.

Nível 2 – Manchester Laranja (Muito Urgente), ATS Categoria 2 (Risco Iminente à

Vida), CTAS 2 (Emergência), ESI 2: avaliação médica em até 10 minutos.

Nível 3 – Manchester Amarelo (Urgente), ATS Categoria 3 (Potencial Ameaça à!

Vida/Urgência), CTAS 3 (Urgente), ESI 3: avaliação médica em até 30 minutos.

Nível 4 – Manchester Verde (Pouco Urgente), ATS Categoria 4 (Situação de po-

tencial urgência ou de complicação/gravidade importante), CTAS 4 (Pouco Ur-

gente), ESI 4: avaliação médica em até 60 minutos.

Nível 5 – Manchester Azul (Não Urgente), ATS Categoria 5 (Menos urgente ou

problemas clínico-administrativos), CTAS 5 (Não Urgente), ESI 5: avaliação médica

em até 120 minutos.

Modelos de Classificação de Risco em Três Níveis:

Nível 1 – Emergente: avaliação médica imediata.

Nível 2 – Urgente: avaliação médica em até 30 minutos.

Nível 3 – Não Urgente: avaliação médica em até 120 minutos.

15. Fontes dos

Dados

Sistema de registro de atendimento na urgência e emergência, em papel ou

eletrônico, contendo os horários de recepção, triagem e avaliação médica

inicial.

  1. Ações

Esperadas

para Causar

Impacto no

Indicador

Entre as intervenções destinadas à redução do tempo de espera na urgência e

emergência adotadas por diferentes hospitais, em âmbito nacional e internacio-

nal, se destacam:

(1) Implantação de sistemas de triagem que priorizem o atendimento aos pa-

cientes graves, em situação de urgência e emergência, utilizando-se para

este fim a aplicação, por profissionais de saúde, de nível superior, com

treinamento específico, de escalas/protocolos que estratifiquem o risco e

determinem o tempo alvo para avaliação médica (Souza, 2009; Camargo,

(2) Criação de unidades ou de portas de entrada para atendimento exclusivo

de pacientes não graves, desviando-os das áreas destinadas aos pacien-

tes graves, em situação urgência/emergência, desafogando assim o fluxo

do Pronto Atendimento/Pronto-Socorro (Camargo, 2012).

(3) Implantação de sistemas de alerta de pico durante períodos de superlo-

tação do Pronto Atendimento/Pronto-Socorro, que permitam a realoca-

ção das equipes de maneira a manter as metas de tempo de espera para

as categorias mais urgentes (Agency for Healthcare Research and Quality

(AHRQ), 2012b; c; d; e; f; Camargo, 2012).

(4) Aplicação de princípios enxutos ( lean ) para melhorar o fluxo de pacientes

através do Pronto Atendimento/Pronto-Socorro, resultando em redução do

tempo de espera e maior satisfação do paciente (Silberstein, 2006; Ng et

al. , 2010; Camargo, 2012).

E-ACE- 02 PÁGINA 5

  1. Limitações e

Vieses

Como a distribuição dos tempos de espera é altamente assimétrica, isto é, uma

pequena percentagem dos atendimentos têm tempos de espera muito longos, o

tempo de espera médio é muito afetado por esta distribuição distorcida. Uma

alternativa, menos afetada por esses extremos, é utilizar o tempo de espera me-

diano (Hing e Bhuiya, 2012).

Observa-se que, mesmo em hospitais acreditados com protocolos de acolhimen-

to e classificação de risco implantados, um número não desprezível de prontuá-

rios não têm o registro do horário da avaliação médica inicial, impedindo a de-

terminação do tempo de espera. Em um serviço de emergência da Zona Norte

do Rio de Janeiro, referência para a saúde suplementar, 21,0% dos prontuários

não tinham a hora de início do atendimento médico anotada. Após treinamento

específico da equipe de saúde, este índice diminuiu para 8,2% (Neto, 2009b).

Não há um consenso de como computar o tempo de espera dos pacientes que

desistem de atendimento na emergência por espera excessiva. O percentual

desses pacientes pode atingir cifras significativas (Camargo, 2012), e sua exclu-

são pode levar a uma falsa diminuição do tempo médio de espera.

Há evidências de que o afluxo de pacientes de baixa complexidade (pacientes

pouco urgentes e não urgentes, que não chegam de ambulância e recebem

alta para casa) não aumenta o tempo de espera para outros pacientes (Schull,

Kiss e Szalai, 2007). Assim, medidas destinadas a reduzir o número desses pacien-

tes, não necessariamente determinam a redução do tempo médio de espera

para o primeiro contato médico de pacientes graves.

Independentemente da motivação para a procura do serviço de emergência, a

esmagadora maioria dos pacientes não tolera esperar por mais de 1 hora, mes-

mo aqueles que simplesmente vão a procura de uma receita (Fernandes, 2011).

Assim, mesmo cumprindo a meta para as situações não urgentes, o tempo de

espera percebido como excessivo pode ser uma causa importante de reclama-

ções e de insatisfação dos clientes (Camargo, 2012).

E-ACE- 02 PÁGINA 7

  1. Referências

(cont.) Neto, P. R. O. Avaliação do tempo de espera para ver o médico no Sistema de Triagem Quinta D’Or (STQD) - parte 2:

após treinamento específico. II Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência. Fortaleza: Associação Brasileira de

Medicina de Emergência. 23 a 26 de setembro, 2009b. p.577.

Ng, D. , et al. Applying the Lean principles of the Toyota Production System to reduce wait times in the emergency

department. CJEM , v.12, n.1, Jan, p.50-57. 2010.

Schull, M. J.; Kiss, A.; Szalai, J. P. The effect of low-complexity patients on emergency department waiting times. Ann

Emerg Med , v.49, n.3, Mar, p.25 7 - 264, 264 e251. 2007.

Silberstein, A. C. L. Um estudo de casos sobre a aplicação de princípios enxutos em serviços de saúde no Brasil.

(Dissertação - Mestrado). Instituto COPPEAD de Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,

2 006. 161 p.

Souza, C. C. d. Grau de concordância da classificação de risco de usuários atendidos em um pronto-socorro

utilizando dois diferentes protocolos. (Dissertação - Mestrado). Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas

Gerais, Belo Horizonte, 2009. 119 p.