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Este trabalho monográfico explora o significado metafórico do termo 'caminho' na bíblia, dividido em três capítulos. O primeiro capítulo aborda a utilização do termo no antigo e novo testamento, enquanto o segundo foca nos salmos e o terceiro discute a importância do caminho na vida cristã. O autor examina como o conceito de caminho influenciou a prática religiosa judaica e cristã.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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por
Saulo Pinto da Silva
Monografia apresentada à Congregação da Faculdade de Teologia como um dos requisitos para a conclusão do curso de Bacharel em Teologia.
São Bernardo do Campo
Comissão Examinadora
A comissão, tendo examinado o presente Trabalho Final de Curso, o considera
Prof. Hélerson Bastos Rodrigues Orientador
Prof. Tércio Machado Siqueira Co-leitor
Prof. Clóvis Pinto de Castro
São Bernardo do Campo, 1998.
Ao Deus Pai, por ser a fonte da vida; A Jesus Cristo, como o Mestre dos Mestres, por ser a fonte de toda a graça; Ao Espírito Santo, o Consolador; por ser a fonte de todo entendimento; Aos Professores e Professoras, por sua dedicação ao ensino; Aos funcionários da Faculdade de Teologia, pela disposição com que servem; Aos amigos das Igrejas Metodistas de Volta Redonda, São Paulo e São Vicente; Aos pastores que nos aconselharam e motivaram; À minha esposa, filho, pais e amigos; Muito obrigado! Vocês me ajudaram a chegar até aqui.
Simei Monteiro
Se caminhar é preciso, caminharemos unidos e nossos pés, nossos braços sustentarão nossos passos. Não mais seremos a massa, sem vez, sem voz, sem história, mas uma Igreja que vai em esperança solidária.
Se caminhar é preciso, caminharemos unidos e nossa fé será tanta que transporá as montanhas. Vamos abrindo fronteiras onde só havia barreiras, pois somos povo que vai em esperança solidária.
Se caminhar é preciso, caminharemos unidos e o reino de Deus teremos como horizonte de vida. Compartiremos as dores, os sofrimentos e as penas, levando a força do amor em esperança solidária.
Se caminhar é preciso, caminharemos unidos e a nossa voz no deserto fará brotar novas fontes. E a nova vida na terra será antevista nas festas. É Deus que está entre nós em esperança solidária.
Pareceu-nos de grande importância a descoberta do sentido bíblico e pastoral do termo “caminho”. Encontrar o caminho certo, o melhor caminho, o caminho em que haja luz, pode se constituir no grande propósito de vida em nosso ponto inicial, pois é apenas através de uma entrada pelo caminho correto que se pode prever a chegada no final esperado. Para nossa vivência cristã, este encontro pode determinar o avanço e a conquista de metas.
A Igreja e os Cristãos que nela se congregam, ao longo dos séculos não transitaram sempre pelos mesmos caminhos. Em um mundo que tão rapidamente se altera, que avança em um progresso impressionante, nós precisamos a cada instante nos apressar e, em muitos casos, mudar de rota, de estrada ou de meio de transporte. A Igreja que caminhava a pé, hoje “caminha” com veículos motorizados em alta velocidade, voa pelos ares em aviões ou, mais recentemente, caminha pelos caminhos da informática através da sua rede mundial, a Internet.
Neste trabalho de pesquisa, queremos argumentar se o povo de Deus é chamado a se estabelecer definitivamente em uma “terra santa” sem diálogo com
outras culturas de seu tempo, sem diálogo com outras confissões, ou se o seu chamado é para estar sempre em movimento, povo peregrino, indo ao encontro de todos e todas que vivem sem terem encontrado vida em abundância sob a graça de Deus. A expressão “caminho” é a metáfora que nos dá o principal argumento.
Este trabalho monográfico encontra-se dividido em três capítulos sendo trabalhados na seguinte seqüência de assuntos: no 1o^ capítulo, observamos o aparecimento do termo caminho no Antigo e no Novo Testamentos. Tentaremos descobrir diversos momentos nos quais a utilização deste termo, em sentido metafórico ou real, foi importante para o povo em sua trajetória de vida, sempre seguida pelo desejo de conhecer e agradar a Deus. No 2o^ capítulo, nossa visão ficou delimitada aos aspectos da Igreja Cristã nascente, algumas de suas primeiras definições quanto ao seu caminho e a influência recebida por parte de alguns outros grupos, em sua época de surgimento, que possuíam abordagens semelhantes aos primitivos Cristãos em relação a ter uma nova proposta de caminho para o povo. No 3 o^ capítulo, finalmente, observamos o caminhar do movimento metodista, alguns dos aspectos e momentos que definiram seu caminho a partir do seu surgimento e alguns textos presentes no metodismo brasileiro, os quais vão revelando a evolução do pensamento cristão e metodista em relação à forma de construir o caminhar da Igreja.
Espero que esta pesquisa possa se constituir em colaboração para a Igreja Metodista pensar seu caminhar em seu esforço de cumprir sua missão de servir ao povo.
caminhar o povo de Deus, compreendido aqui tanto o povo de Israel quanto a Igreja Cristã, e as dificuldades do povo em encontrá-lo e andar neste caminho.
1.1. No Antigo Testamento Não são poucas as vezes nas quais aparece o substantivo hebreu derek no Antigo Testamento: “706 ou 710 vezes”.^2
No Antigo Testamento, falar de caminho é o mesmo que falar de “pisada”, nos dando o sentido de “consolidado”, “feito” ou “marcado”. E foi a partir deste significado base que este termo assumiu diversos conceitos metafóricos e figurativos e não apenas o sentido geográfico-espacial. O pensamento religioso judaico se expressa através da observação do caminho do ser humano, sendo este constantemente comparado com a instrução dada por Deus para este caminhar. O que cabe ao homem é caminhar na justiça, expressando em sua vida um desejo profundo de seguir o mesmo caminho traçado por seu criador.
A principal ênfase do pensamento religioso bíblico, e do pensamento judaico posterior, não é o conhecimento de Deus, mas a imitação de Deus. Esta imitação deve ser tentada adotando-se o modo de vida justo chamadohalakhah. A palavra tem sua raiz em “caminhar”. Halakhah significa, portanto, a forma pela qual caminhamos; essa forma leva a uma aproximação cada vez maior com os atos de Deus.^3
Foi através desta ênfase do pensamento religioso centrado no ‘caminhar na justiça’ que as páginas da Bíblia, desde o Antigo Testamento, estão tomadas de histórias de vidas, de atitudes certas e de erros, de arrependimentos e
(^12) KIRST, Nelson. Rudimentos de Homilética. São Leopoldo. Editora Sinodal. 1985. pp. 114 e 115. Cambridge, U. K.. William B. Eerdmans Publishing Company. 1983. p. 276.BOTTERWICK, G. J. & RINGGREN, H..^ Theological Dictionary of the Old Testament Volume II. (^3) FROMM, Erich. O Espírito de Liberdade. Rio de Janeiro. Zahar Editores. 1966. p. 144.
perdão. Nelas não existe a intenção de esconder a fraqueza humana e exaltar os supostos sucessos, mas sim de mostrar também os erros para que todas as futuras gerações saibam avaliar as falhas e os acertos relatados no caminhar dos antepassados, e encontrem o melhor caminho, sempre em relação à direção apresentada por Deus.
Dizer que o judaísmo não se centraliza em torno da crença certa, mas do comportamento certo, não significa dizer que a Bíblia e a tradição posterior não se tenham relacionado com o conceito de Deus. existência de um Deus é a premissa para a prática do caminho.Mas significa, isto sim, que na tradição judaica a A tarefa do homem é viver e agir de forma adequada, e com isso tornar-se semelhante a Deus.^4
A meta que vai sendo traçada pelas páginas do Antigo Testamento é a de encontrar os homens e mulheres que andaram pelo caminho certo. O primeiro homem a conseguir caminhar da forma mais almejada não poderia ter tido esta forma de andar descrita de modo mais simples e objetivo: “andou Enoque com Deus, e já não era, porque Deus o tomou para si” (Gn 5.24). Vamos procurar entender esta forma de caminhar, e como encontrar este caminho, inicialmente através de alguns livros e textos do Antigo Testamento.
O Caminho do homem , na verdade, abrange toda a sua vida, suas experiências, seus sucessos ou suas dificuldades. Ao tentarmos observar o aparecimento do termo caminho e suas diferentes utilizações no A. T. poderemos descobrir toda a importância dada para os atos humanos que constróem, deixam marcas e encaminham sua vida e seu destino.
(^4) Idem, p. 150.
significa: “Ato ou efeito de perverter; mudança de bem para mal; desvio de uma função normal”^6. Portanto, o caminho perverso é a mudança de rumo da criação humana do bem para o mal. O texto está nos informando que toda a carne, isto é, homens e mulheres, seguiam um caminho perverso contrário ao planejado pelo criador, a perversão estava na violência: “a terra estava corrompida à vista de Deus, e cheia de violência” (cf. Gn 6.11). No texto, a violência não está especificada; mas não devia restringir-se à violência física; as marcas do caminho perverso deveriam estar também na existência da pobreza e nas injustiças praticadas contra os pobres.
Parece-nos claro que o escritor do livro de Gênesis utilizou como sinônimas as expressões: “todo desígnio do seu coração” (v. 5); com “caminho perverso” (v. 12). E o Deus de Israel não aceita a perversidade de nenhuma de suas criaturas em todo o universo criado por Ele.
1.1.2. No Êxodo
A partir do texto de Êx 3.18b - “agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto, a fim de que sacrifiquemos ao Senhor nosso Deus” - a expressão caminho assume seu sentido geográfico e metafórico. O caminho do deserto para fora da terra do Egito é concreto, um difícil caminho que exigirá do povo coragem, esforço físico e esperança de encontrar uma nova terra. “O Êxodo é um gesto de libertação, mas não a posse da liberdade. A “saída” do Egito é o primeiro passo que leva à “entrada” na terra prometida”.^7
Por isto a história do Êxodo será uma descrição do caminho geográfico
Petrópolis. Editora Vozes & São Leopoldo. Sinodal. 1996. p. 8. (^6) Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa , vol. V, Verbete “perversão”, Rio de Janeiro. Bloch Editores. 1972. p. 1263. (^7) CROATTO, J. Severino. Êxodo – Uma Hermenêutica da Liberdade. São Paulo. Paulinas. 1981. p.
que um povo irá trilhar, caminho difícil pelo mar e pelo deserto; e também é uma demonstração de que um povo somente poderá ser dignamente chamado de povo de Deus se os seus atos estiverem de acordo com o “caminho” que Deus vai orientando através de um líder escolhido.
Em Êxodo 32.8 nós lemos: o povo “depressa se desviou do caminho que eu lhes ordenei, e fizeram para si um bezerro de fundição”. Não se refere ao caminho ordenado para ser transcorrido pelo deserto, mas sim ao caminho do culto e adoração exclusivos a Javé.
1.1.3. A Torah como o caminho de Deus
Enquanto em Gênesis se fala de um caminho de justiça dos homens e mulheres, criados por Deus, para com os seus semelhantes, em Êxodo, sob o ponto de vista mais sacerdotal, fala-se do caminho de um povo chamado à adoração ao único Deus verdadeiro. Esta intenção irá culminar com a apresentação da Torah como o verdadeiro caminho instituído por Deus, pelo qual somente aquele que nele corretamente caminhasse, guardando todos os seus preceitos, poderia permanecer com a vida.
O termo hebraico torah tem um sentido mais amplo e não tão estritamente jurídico como o grego nomos (lei) com que os Setenta o traduziram. Designa um “ensinamento”dado por Deus aos homens para regular sua conduta. 8
Com o avanço de um povo pelo deserto e suas primeiras vitórias e mesmo dificuldades que iam aparecendo, tornava-se necessário uma organização
mulheres que praticavam a justiça.
Na verdade, o resultado concreto da religião só está presente quando as teorias, as crenças e as leis, são experimentados e vividos, no que se reflete em frutos para a própria pessoa e para toda a comunidade.
Os salmos também são poesia. Com eles, o crente ou a comunidade professa suas crenças, expressa seussentimentos espirituais, incita-se à ação; as três coisas, atos religiosos, podem fundir-se na palavra poética, no poema.^11
Embora sejam considerados poesia, os salmos encontraram a sua força e razão de ser também como anunciadores de modelos de conduta e como incentivadores dos que, dentre o povo, desejavam conduzir-se pelo caminho melhor, o qual veremos especificado à medida em que verificarmos o contexto da utilização deste termo nos diversos salmos.
O salmo primeiro possui valores que assumem grande importância, especialmente por terem sido colocados, talvez não ocasionalmente, na abertura do saltério. “Considero esse salmo uma composição tardia, elaborada para ser anteposta à compilação final do saltério. Donde brotam valores contextuais que convém sondar”.^12
A definição do caminho dos justos e dos pecadores e a meditação na lei do Senhor, são os valores destacados neste primeiro salmo. Mostrar como os justos alcançam a felicidade também deverá ser um dos principais objetivos de todo o saltério.
exemplo, num aniversário; pode ser enunciado: feliz tu que^ Felicitar^ pode^ expressar^ um^ desejo,^ como^ por
(^1112) SCHOKEL, L. A. & CARNITI, C.. Salmos I – (Salmos 1-72). São Paulo. Paulus. 1996. p. 66. Idem, p. 123.
conseguiste... Em ambos os casos implica um juízo de valor. A felicitação não é mandato, como a Torah, nem súplica, como a Tepilla. No Sl 1 é um enunciado de valor: evitar o caminho dos pecadores é um valor, meditar a lei do Senhor é um valor. Todo o saltério fica assim inscrito, de algum modo, nesse enunciadoinicial e programático. 13
Portanto, o uso de caminho como uma metáfora que engloba toda a vida e prática do ser humano, desde seu nascimento até seu fim, foi motivadora para muitos dos temas transmitidos até nós pela poesia dos salmos e em especial neste primeiro salmo. É muito bom quando um enunciado apresenta uma boa meta e se propõe a mostrar o caminho pelo qual se chegará a este objetivo. No caso do saltério a meta é a felicidade, a bem-aventurança dos justos; e o caminho está na meditação da lei do Senhor. “O saltério se introduz também como um bom caminho, afastado do caminho dos malvados. Eles têm um desígnio em seu caminho, o honrado tem a Torah do Senhor no seu”.^14
No Salmo 37, o autor percebe que está sendo necessário refazer todo o processo libertador iniciado no Êxodo. Sendo assim, ele percebe neste Salmo uma repetição da seqüência da história da saída do Egito, do caminho no deserto e a entrada na terra prometida. Isto irá significar que foi apenas aparente a conquista da terra e a libertação dos opressores, na verdade, o caminho para a conquista da liberdade e da justiça sempre estará à frente, desafiando o povo e isto em todos os tempos.
despossuídos^ Pela poderão^ ação de^ docerta^ Senhor, forma refazeros^ oprimidos o processo^ e fundacional de libertação: Sair de: o Senhor “levará” adiante “sua justiça” e direito (v. 6); ele os livra e salva (v. 40). (^1314) Ibid, p. 124. Ibid; p. 126.
1.2. Caminho no Novo Testamento No Novo Testamento encontramos o termo “caminho”, em grego hodos, mais uma vez, como no Antigo testamento, tanto em seus diversos sentidos metafóricos quanto geográfico-espacial. A verdade é que a diversidade de usos deste termo, como já havíamos visto no A. T. e agora poderemos ver brevemente no N. T., nos demonstra sua força para comunicar diversas experiências do povo e para inspirar este povo a grandes realizações. Escolhi três diferentes passagens do N. T. para analisarmos. Para não se tornar extenso demais, não foi possível a escolha de outros textos para nossa observação. Dois textos (Mt 7.13-14 e a de 1 Co 12. 31), considerei importantes quanto à utilização de “caminho” no sentido metafórico; e no que se refere aos dois discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35), a importância é tanto metafórica quanto geográfico-espacial. Muitas outras vezes, e com grande relevância, aparece o termo caminho no N. T.; porém, fomos obrigados a nos limitar à análise só destes três momentos.
1.2.1. O Caminho Largo e o Caminho Estreito (Mt 7. 13-14)
Este uso metafórico do termo caminho, dividido em dois e apresentado como questão de vida ou morte o estar no caminho certo, está presente não só nestas palavras de Jesus, colocadas no Evangelho, mas já era inspiradora de diversas tradições religiosas antigas, como vimos em parte do Antigo Testamento e ainda veremos mais à frente neste trabalho. O uso estava presente em outras comunidades, como a dos essênios de Qumrã, ou inspiravam os ensinos para os primitivos cristãos, conforme se encontra na Didaquê.
imagem dos dois caminhos, célebre na tradição bíblica (cf. Sl^ O^ sermão^ da^ montanha^ termina^ retomando^ a 1). A nova justiça está no andar pelo caminho da vida, revelado
pelos ensinamentos de Jesus. Mas, este caminhar é sempre baseado num ato de discernimento”.^16
O contexto de Mt 7.13,14 é claramente o de finalização do sermão do monte. É importante observarmos que há uma relação muito profunda entre o conteúdo do ensinamento do sermão de Jesus no monte (o qual em Lucas é chamado de sermão da planície, mas aqui não iremos discutir esta diferença, pois não se relaciona a este trabalho), e sua conclusão com a metáfora dos dois caminhos. Referindo-se à existência destas imagens presentes na idéia de dois caminhos diferentes, especialmente na dificuldade de andar por um caminho estreito, certamente vinham à mente da comunidade de Mateus o entendimento de que seria exigido esforço e disposição, durante toda a vida, para cumprir-se todos aqueles profundos ensinamentos.
É mister todavia observar que o intuito de Jesus não é tanto chamar a atenção para o confronto numérico entreos que se salvam e os que se condenam – mistério para o qual não quis dar uma resposta clara (cf. Lc 13. 2,3) – mas estimular seus discípulos para não desanimarem diante da dificuldade do ideal por ele proposto e para não se deixarem aliciar pela senda cômoda da mediocridade e do vício.^17
A questão da quantidade perde lugar para a ênfase na qualidade dos seguidores de Jesus. Esta qualidade se faz perceber pelo esforço e fidelidade no cumprimento dos ensinamentos do Mestre os quais podem ser comparados com um caminho estreito do qual se pode perder o rumo caso não seja seguido com profunda dedicação.
(^16) GORGULHO, G. & ANDERSON, A. F.. A justiça dos pobres – Mateus. São Paulo. Paulinas. 1981.