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TCC - Gestão de Compras em Supermercados de Médio Porte da Cidade de Castro-PR, Teses (TCC) de Administração Empresarial

A economia brasileira tem passado por diversas transformações, gerando uma série de mudanças na gestão das empresas, especialmente em seus processos operacionais. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo avaliar a gestão de compras em supermercados de médio porte, verificando a qualificação dos compradores, entendendo o funcionamento do processo de compras e demonstrando a importância do setor para o aumento da competitividade das organizações. Para tanto, foi adotada uma abordagem empír

Tipologia: Teses (TCC)

2012

Compartilhado em 09/01/2012

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INSTITUTO EDUCACIONAL DE CASTRO
CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
JOEMIL MARCONATO BARBOSA
BRUNO DE QUADROS CAMARGO
CARLOS ADRIANO GALVÃO
SÉRGIO DE JESUS RAMOS
GESTÃO DE COMPRAS NOS SUPERMERCADOS DE MÉDIO PORTE DA
CIDADE DE CASTRO/PR
CASTRO
2011
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INSTITUTO EDUCACIONAL DE CASTRO

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

JOEMIL MARCONATO BARBOSA

BRUNO DE QUADROS CAMARGO

CARLOS ADRIANO GALVÃO

SÉRGIO DE JESUS RAMOS

GESTÃO DE COMPRAS NOS SUPERMERCADOS DE MÉDIO PORTE DA

CIDADE DE CASTRO/PR

CASTRO

JOEMIL MARCONATO BARBOSA

BRUNO DE QUADROS CAMARGO

CARLOS ADRIANO GALVÃO

SÉRGIO DE JESUS RAMOS

GESTÃO DE COMPRAS NOS SUPERMERCADOS DE MÉDIO PORTE DA

CIDADE DE CASTRO/PR

Monografia apresentada em cumprimento parcial aos requisitos exigidos para obtenção do título de bacharel em Administração, do Instituto Educacional de Castro. Orientação: Professor Mestre Paulo César Machado Lemos.

CASTRO

AGRADECIMENTOS

Agradecemos em primeiro lugar a Deus, que nos deu ânimo e forças para vencermos mais essa etapa em nossas vidas.

Agradecemos aos quatro entrevistados, pela disponibilidade em nos receber nos seus locais de trabalho e prestar as informações relevantes e necessárias para a elaboração deste trabalho.

Agradecemos aos nossos pais e namoradas pela compreensão nos dias em que nos privamos de suas companhias.

Agradecemos aos colegas de turma pela ajuda constante e pelo apoio dado.

Agradecemos ao professor Jackson Ricardo Olszewski, pela disponibilidade em participar da banca avaliadora;

Agradecemos aos professores Paulo César Machado Lemos e Rosemeri Leane Knebel que, com muita competência repassaram todos os conhecimentos básicos necessários para a efetivação deste trabalho.

"Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar".

(Bertrand Russell)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 –

FIGURA 2 –

Ciclo de compras.................................................................. Organograma do setor de compras......................................

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................

CAPÍTULO 1 – GESTÃO DE COMPRAS..........................................................

A CIDADE DE CASTRO....................................................................

SUPERMERCADOS..........................................................................

Conceito............................................................................................. Evolução dos supermercados no Brasil.......................................... COMPRAS......................................................................................... Gestão de compras........................................................................... Histórico............................................................................................. Conceitos.......................................................................................... Importância das compras.................................................................. Função e objetivos das compras....................................................... Tipos de compras.............................................................................. Ciclo de compras............................................................................... COMPRADORES.............................................................................. Tipos de compradores....................................................................... Estilo de compradores....................................................................... Qualificação dos compradores.......................................................... FORNECEDORES............................................................................ Seleção dos fornecedores.................................................................

CAPÍTULO 2 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

EMPÍRICOS........................................................................................................ 35

PESQUISA EXPLORATÓRIA...........................................................

ANÁLISE DA PESQUISA EXPLORATÓRIA.....................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................

REFERÊNCIAS..................................................................................................

APÊNDICE A – Roteiro para Aplicação da Entrevista...................................

ANEXO A – Modelo de Carta de Sessão.........................................................

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qualificação dos compradores pode ser um diferencial para que os mesmos consigam reduzir seus custos e se manter competitivo no mercado. O objetivo geral do presente estudo é demonstrar e avaliar a gestão de compras de 4 supermercados de médio porte da cidade de Castro. Os objetivos específicos propostos para o estudo foram os seguintes:

a) Descrever a função compras; b) Fundamentar os conceitos de qualificação e gestão de compras; c) Caracterizar os principais setores econômicos da cidade de Castro; d) Caracterizar o setor supermercadista; e) Demonstrar o grau de qualificação dos compradores.

Para que os objetivos do presente trabalho fossem atingidos, o estudo foi realizado em duas etapas: uma etapa exploratória e uma conclusiva. A etapa exploratória constituiu-se como o modelo conceitual teórico preliminar, a partir de revisão bibliográfica, já a etapa conclusiva, constituiu-se de pesquisa em determinados supermercados da cidade de Castro – Pr, com a aplicação de entrevistas. O Capítulo 1 – Gestão de Compras, num primeiro momento apresenta-se a cidade de Castro, seu potencial turístico, suas riquezas, local onde o estudo foi realizado, na sequência foram abordados o conceito de supermercado e a sua evolução. No decorrer do Capítulo apresentou-se a função compras de uma maneira geral, o histórico, os conceitos, sua importância, os objetivos, os tipos e ciclos da compra. Para finalizar o Capítulo 1, abordou-se os temas compradores e fornecedores, discorrendo sobre o estilo e os tipos de compradores, sobre a qualificação e demonstrando a forma de seleção de fornecedores. Após o levantamento do referencial teórico foi elaborado um conjunto estruturado de perguntas (entrevista), considerando-se os indicadores que compõem os objetivos da pesquisa e estratégias que favoreçam a condução da entrevista com eficiência (APÊNDICE A). Os questionários foram aplicados aos responsáveis pelas compras dos supermercados.

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As entrevistas foram realizadas entre a segunda quinzena do mês de outubro e a primeira quinzena do mês de novembro em 4 supermercados de médio porte da cidade, com os compradores dos mesmos, onde em todos os supermercados tivemos uma ótima recepção e os entrevistados demonstraram grande interesse em prestar as informações solicitadas para a elaboração do estudo. As entrevistas foram conduzidas de maneira cordial e amigável. No presente estudo os Supermercados e os compradores terão as identidades preservadas, conforme solicitação dos proprietários e entrevistados, sendo representados por Supermercado XX, Supermercado YY, Supermercado WW e Supermercado ZZ. A apresentação e discussão dos dados empíricos fazem parte do Capítulo 2 deste trabalho, onde num primeiro momento apresenta-se a parte bibliográfica do método utilizado para a coleta dos dados, indispensáveis para o presente estudo, que nesse caso foi a pesquisa exploratória, em seguida foram realizadas a análise dos resultados da pesquisa, e por fim, as considerações finais.

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soube receber muito bem os imigrantes que vieram motivados pelas terras férteis e em busca de uma melhor qualidade de vida (KREMER, 2007). Através do regime de sesmarias, a Coroa Portuguesa queria colonizar várias extensões de terras e por isso doava lotes a famílias que pretendessem se fixar nelas. O primeiro pedido da região foi feito pelo capitão-mor Pedro Taques de Almeida e sua família, em 19 de março de 1704. Nessas terras iniciou-se a construção de uma capelinha, hoje atual Igreja Matriz Senhora Sant’Ana. Segundo dados históricos da cidade, a igreja de Sant’Anna começou a ser construída no ano de 1704 e já se estabeleceu como símbolo e força da religião católica no século XVIII. A conclusão da igreja corresponde ao período em que a cidade recebeu um grande número de imigrantes e cresceu substancialmente. Isso ressalta a influência que o movimento imigratório teve sob a cidade no final do século XIX e início do século XX. (INVITI, 2008). Pela cidade de Castro passa o rio Iapó – conhecido pelos índios como Igapó ou rio que alaga. Esta característica de transbordar com facilidade obrigava os tropeiros a pernoitarem nas margens, transformando o local num pouso costumeiro das tropas. O movimento dos animais pelas margens do rio Iapó era crescente, pois com a construção da capelinha, mais moradores foram se fixando no pouso. Este, em 05 de março de 1774, foi elevado à categoria de Freguesia de Sant'Ana do Iapó. A Freguesia foi elevada à Vila Nova de Castro em 20 de janeiro de 1789. Depois da instalação da Comarca de Castro, em 1854, a Vila foi elevada à categoria de cidade, em 21 de janeiro de 1857, sendo considerada a primeira cidade instituída na Província do Paraná. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTRO, 2011). É grande a diversidade cultural das etnias que formaram a população castrense. Hoje esta diversidade pode ser vista através das colônias Castrolanda (holandesa) e Terra Nova (alemã). A colônia Terra Nova, localizada a 15 Km do centro da cidade, foi fundada a partir de 1933. Tem como principais atividades econômicas a produção do leite e o cultivo de milho e soja. Apresenta alguns atrativos como o Museu “Casa do colono – Das Kolonistenhaus”, a Igreja Santa Terezinha, construída em 1937 e a trilha ecológica. Já entre os anos de 1951 e 1954, famílias holandesas chegaram a Castro trazendo consigo tratores, equipamentos agrícolas e gado, dando origem à colônia e à Cooperativa Castrolanda. Localizada a 06 Km do centro da cidade, a colônia mantém suas tradições através da arquitetura típica, do grupo folclórico, gastronomia, língua entre

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outros. Além destes grupos étnicos que consolidaram-se formando colônias, há muitas outras imigrações presentes no município e que contribuíram para a formação sócio-cultural da população castrense. Destacam-se a presença negra, eslava (poloneses, ucranianos, russos, etc), italiana, árabe, japonesa, existindo ainda, remanescentes de povos indígenas. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTRO, 2011). A partir do final do século XIX e início do século XX, a cidade começou a crescer mais substancialmente. Este período coincide com a fase em que a vila já tinha a categoria de cidade e com a chegada dos primeiros imigrantes europeus. Além disso, não se pode esquecer que durante o período revolucionário do Paraná, entre os anos de 1893 e 1894, Castro foi alçada à capital interina do Estado por três meses (de 18/01 a 18/04/1894), período em que Curitiba esteve em poder dos revolucionários. (INVITTI, 2008). O Município de Castro tem como base de sua economia a atividade agropecuária, sendo considerado um dos maiores produtores do Estado do Paraná. Na agricultura destacam-se como principais produtos o milho, soja, feijão, batata, trigo e aveia. Já na pecuária de corte, a criação de gado, suínos e aves. Em relação à pecuária leiteira, o município é considerado uma das principais bacias leiteiras do Brasil em produtividade e qualidade genética. Castro recebeu o título de maior produtor de calcário agrícola da América Latina devido à exploração e extração mineral. Seu comércio é amplo, reunindo prestadoras de serviços, indústrias de móveis, pincéis e alimentos. Além de contar com um parque industrial para implantação de novas indústrias. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTRO, 2011).

1.2 SUPERMERCADOS

Dentre os diversos segmentos do comércio varejista, os supermercados são classificados como lojas alimentícias que possuem de 2 a 29 check-outs (terminais de registro) de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), na qual o comprador/consumidor não possui um vendedor para auxiliá-lo no processo de escolha dos produtos. Dentro das suas atividades operacionais, destaca-se a atividade de compra, muito ligadas às de estocagem e distribuição. O comércio varejista de auto-serviço, supermercados, é um dos setores que está aumentando a

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h) localização específica, visibilidade e ambientação da loja. De acordo com Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (2002), o mercado brasileiro apresenta-se pouco concentrado comparativamente a outros países. Calcula-se que na França, as 5 maiores empresas detenham em torno de 70% do mercado, na Inglaterra, aproximadamente 60%. Nos EUA, a concentração é menor devido ao tamanho do território americano. Com isso, existe espaço para empresas regionais importantes. Essa concentração no setor, embora seja menor que a apresentada em países desenvolvidos, como sugere o estudo do BNDES (2002), demonstra, no Brasil, uma tendência de aumento da concentração do mercado das 5 (cinco) maiores empresas do ramo. Em 1997, as 5 maiores empresas de hiper e supermercados foram responsáveis por 40% do faturamento do setor, enquanto que, em 2004, esse índice era de 44,72%. As duas maiores redes, Carrefour e Pão de Açúcar, responderam por 26% do faturamento do setor em 1997, sendo que, em 2004, essa participação subiu para 31%. Assim, considerando os dados acima, é possível constatar a importância do segmento de supermercado dentro do setor de auto-serviço e o papel dos empreendimentos de pequeno e médio porte para promover a desconcentração do setor, garantido um ganho de bem-estar à sociedade.

1.2.1 Conceito

Buscando uma definição mais apropriada para os supermercados, nota-se um elenco bem extenso de conceitos a serem explorados. Um dos mais antigos é o apresentado por Zimmerman (1959, p. 41) ao escrever um de seus primeiros artigos que trazia a seguinte definição:

Um supermercado é um estabelecimento de venda a varejo com muitas seções que vende alimentos e outras mercadorias, de propriedade total de qual leva isto ou trabalhando para concessão, com estacionamento apropriado e que tem uma receita mínima de 250.000 dólares ano.

Para Saab e Gimenez (2000, p. 1)

Os supermercados caracterizam-se pela venda predominante de alimentos frescos ou mercearias e artigos de higiene e limpeza, apresentam alto giro e baixa margem, mantém preços competitivos, trabalham com o conceito de

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auto-serviço e contemplam um mínimo de dois “checkouts” e uma área de vendas superior a 350m².

Segundo Kotler (2000, p. 541)

Supermercado é o “auto-serviço que desenvolve operações relativamente grandes, de baixo custo, baixa margem e alto volume, projetado para atender a todas as necessidades de alimentação, higiene e limpeza doméstica.

1.2.2 Evolução dos supermercados no Brasil

De acordo com Sesso Filho (2003, p. 8):

O início das atividades dos supermercados no Brasil data do final dos anos 40, do século XX. Aspectos como ganho de escala e reduções dos custos operacionais são fatores que contribuem para a implantação dos supermercados no Brasil. Com o advento do Plano Real e a entrada de concorrentes multinacionais, este setor teve sua concorrência acelerada e passou a exigir uma melhor qualificação profissional para as pessoas que trabalham nessa área. E as decisões tiveram que passar a ser tomadas com base em informações, exigindo um sistema de informação, adequadamente estruturado, interligado e integrado à organização como um todo. Na década de 1980, no entanto, o setor passou a sofrer com a crise da economia brasileira que, naquele período, transcendia altas taxas de inflação e diminuição da renda nacional. Logo depois, a estabilidade econômica foi retomada, o que ocasionou o surgimento de novas empresas nacionais e internacionais e compeliu o mesmo a se adaptar a essas mudanças. Os supermercados apresentaram um desenvolvimento muito intenso no milagre brasileiro, época em que se instalaram as primeiras redes de supermercados juntamente com os primeiros hipermercados do país. A década de 80, considerada como a “década perdida”, interferiu diretamente no processo de desenvolvimento dos supermercados, foi um período de grandes dificuldades para a maioria dos brasileiros e foi também responsável pela diminuição nos resultados e na rentabilidade do setor de supermercadista. Por outro lado, a diversidade de planos governamentais para o controle inflacionário colocou esse setor em dificuldades, afetando inclusive sua imagem junto aos consumidores e devido à concorrência acirrada, muitos supermercados enfrentaram sérias dificuldades. (CAMPOLINA et al., 2007).

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Com tudo isso, a área de Compras começou a ter um papel ainda mais estratégico à medida que o conceito de gestão da cadeia de suprimentos - Supply Chain Management - e da cadeia de valor – Value Chain Management - surgiram (CHEN et al ., 2004; HOLMEN et al ., 2004). O foco da gestão de compras foi, então, se expandindo, passando a abranger também o gerenciamento das interações com seus fornecedores. Surgia, então, o conceito de Supply Chain Management – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, que é a gestão do fluxo de produtos de forma alinhada, sincronizada, com reduções de estoques entre a empresa e seus fornecedores, por meio do rompimento das barreiras entre áreas de uma mesma empresa e entre empresas. (WOOD, 1998). Recentemente, o termo “gerenciamento da cadeia de valor” tem sido utilizado como uma evolução do conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Isto porque o foco da gestão da cadeia de valor é a criação de valor ao usuário final, agregando mais benefícios com menores custos, por meio da maior integração e do maior compartilhamento de informações entre as empresas da cadeia produtiva. (WALTERS; LANCASTER, 2000). Segundo Walters e Lancaster (2000), o gerenciamento da cadeia de suprimentos está mais relacionado aos processos logísticos das interações com os fornecedores, ao passo que o gerenciamento da cadeia de valor se foca no valor proporcionado ao consumidor final. Enfim, nota-se que o conceito de compras foi, ao longo do tempo, enriquecido, à medida que a complexidade nos negócios foi aumentando, e assim seu papel estratégico ficou cada vez mais evidente. (CHEN et al ., 2004).

1.3.2 Histórico

Na visão de Braga (2011, p. 3):

A evolução do processo de compra se dá em quatro fases desde sua submissão até sua participação que é de grande importância na organização. Na primeira fase o setor de compra era responsável só por uma parte do ciclo de compras. Geralmente essa responsabilidade se restringe somente pelas transações dos materiais e as escriturações. Nessa fase o setor de compras não possuía muita comunicação com o restante da empresa, isso dificultava a visibilidade do setor. Na segunda fase já começava à aparecer à preocupação com a redução de custos, a compra era feita só no próprio setor de compras por alguém com habilidades para a negociação. Na terceira fase o setor de compras através de métodos e técnicas tinha que participar da estratégia competitiva da empresa. Os

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fornecedores começavam a passar por uma avaliação. Na quarta fase o setor de compras já se integra ao planejamento estratégico da empresa.

Com a crise do Petróleo em 1973-1974, o setor de compras começava a ter um valor maior dentro das organizações, muitas matérias primas tiveram seu estoque em baixa, deixando consequentemente seus preços elevados. A partir dessa fase, saber comprar na hora certa serve como uma alavanca para a empresa. No passado, o setor de compras das empresas era comandado por familiares de extrema confiança, mas que não tinham um perfil adequado para a execução da função. As compras eram consideradas uma das partes burocráticas da empresa, onde eles só visavam preço, prazo e qualidade. (MARTINS et al., 2008).

1.3.3 Conceitos

A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, Lei de Licitações e Contratos Administrativos (BRASIL, 1993) conceitua “compra como toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente. Sua finalidade é suprir com os materiais ou serviços necessários, em quantidades e qualidades certas, a preço adequado, e no momento certo”. Slack et al. (1997, p. 417) define que:

A atividade de compras é um procedimento pelo qual as empresas determinam os itens a serem comprados, identificam e comparam os fornecedores disponíveis, negociam com as fontes de suprimentos, firmam contratos, elaboram ordens de compras e finalmente, recebem e pagam os bens e serviços adquiridos.

Segundo Lima (2004, p. 28):

Existem algumas características de compras que são usadas pelas empresas com a finalidade de se obter algumas vantagens no processo. São elas as compras centralizadas e as descentralizadas. Com as compras centralizadas, as empresas podem obter preços e serviços em função de maior volume praticado com os fornecedores, recebendo atenção especial por parte deles. Os valores de transporte também podem ser reduzidos em função do volume de compras. As compras descentralizadas, por sua vez, podem oferecer uma velocidade maior de atendimento se praticadas localmente, influenciando ainda o custo do transporte. Algumas organizações optam por utilizar os dois conceitos, comprando itens mais estratégicos de forma centralizada, enquanto as compras de menor quantidade são realizadas localmente.