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Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Tipologia: Esquemas
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ESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA - EsIE CURSO DE HABILITAÇÃO AO QUADRO AUXILIAR DE OFICIAIS - CHQAO
LEANDRO MARCOS MOURÃO DE OLIVEIRA - 1º Sargento
Tefé-AM 2023
LEANDRO MARCOS MOURÃO DE OLIVEIRA - 1º Sargento
Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Pública, pelo Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais - CHQAO da Escola de InstruçãonEspecializadav-vEsIE Orientador: IRAN DOS SANTOS ARAUJO - 1º Tenente QAO
Tefé-AM 2023
Atualmente, é oportuno afirmar que a Teoria da Administração Moderna enfatiza a natureza das Organizações como sistema aberto, nos quais tudo está interligado, pois a eficácia da prática gerencial depende das características particulares da situação a qual está sendo aplicada. Com essa evolução, criou-se a necessidade de colaboradores mais dedicados e, o novo Chefe, agora chamado de Líder, é aquele que consegue estimulá-los, transferindo objetivos à equipe e desenvolvendo um bom Clima Organizacional (FREIRE, 2009, p. 4). Com isso, temas acerca de Liderança e de Empoderamento principalmente nos Tiros de Guerra (TG) têm como objetivo demonstrar a capacidade dos Instrutores de motivar os seus subordinados, propiciando de forma efetiva a preparação de munícipes conhecedores dos problemas locais, interessados nas aspirações e realizações de sua Comunidade; a formação de Reservistas de 2ª Categoria Combatente Básico de Força Territorial, aptos a desempenharem tarefas limitadas, porém precípuas, na paz e na guerra, nos quadros de Defesa Territorial, Garantia da Lei e da Ordem, Defesa Civil e Ação Cívico-Social; e, particularmente, a estimulação de Líderes Democratas, atentos aos ideais da nacionalidade brasileira e à manutenção do Estado Democrático de Direito. Nesta ótica, segundo Gonzales (2008), fica claro que os Tiros de Guerra comportam-se como vetor de convergência doutrinária patriótico-militar, caracterizando-se como uma rede de malha elástica Estratégica Institucional. Atendem, prioritariamente, a Territorialidade Institucional e promovem a apropriação simbólica do Território Municipal, em consonância com o Poder Político Local. Corroboram com a Estratégia Militar de Presença de maneira limitada no aspecto Combativo, todavia voltam-se à Estratégia Sociopolítica Institucional no sentido de permanência e aceitabilidade da Organização Terrestre. Destaca-se que os Tiros de Guerra são subordinados a uma Região Militar (RM) e são chefiados por um militar na graduação de Subtenente (S Ten) ou 1º Sargento (1º Sgt), cuja Qualificação Militar Singular (QMS) se refere à área Combatente: Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações, excetuando-se os TG da área amazônica, em que o cargo de Chefe de Instrução é exercido por um Oficial do Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO). Por fim, vale frisar que, em alguns casos, o Chefe de Instrução é o único militar de carreira da Organização Militar; em outros, há Instrutores que são seus subordinados, tratando-se de uma oportunidade ímpar na Carreira das Armas, haja vista a possibilidade para
o exercício profícuo da Liderança e do desenvolvimento de atividades que envolvam elevado nível de autonomia e responsabilidade, mantendo a Estratégia da Presença de distinto Órgão de Formação da Reserva no Território Nacional.
1.2 PROBLEMA
O problema de pesquisa é uma pergunta que deve ser redigida de forma clara, precisa e objetiva, cuja solução seja viável pela pesquisa. Geralmente, a elaboração clara do problema é fruto da revisão de literatura e da reflexão pessoal (CERVO & BERVIAN, 2002). Face ao exposto, espera-se responder a seguinte indagação: de que forma a Liderança Direta do Instrutor e o Empoderamento do Atirador alinhados à missão dos Tiros de Guerra influenciam no fortalecimento da Estratégia da Presença no Território Nacional?
1.3. OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Tem-se como Objetivo Geral deste Artigo assimilar a influência da Liderança Direta do Instrutor e do Empoderamento do Atirador no fortalecimento da Estratégia da Presença dos Tiros de Guerra no Território Nacional.
1.3.2 Objetivos Específicos
Os Objetivos Específicos são: conceituar Presença Militar, Missão dos Tiros de Guerra, Liderança, Liderança Militar, Liderança Direta, Motivação e Empoderamento de Recursos Humanos; descrever os Estilos de Liderança Militar; citar as competências avaliadas do desempenho do Instrutor de Tiro de Guerra, exemplificando com os seus respectivos indicadores; pesquisar de que forma a Liderança Direta do Instrutor e o Empoderamento do Atirador alinhados à missão dos Tiros de Guerra influenciam no fortalecimento da Estratégia da Presença no Território Nacional; analisar o fortalecimento da Estratégia da Presença dos Tiros de Guerra no Território Nacional por meio da Liderança Direta do Instrutor e o Empoderamento do Atirador; e apresentar a influência da Liderança Direta do Instrutor e do Empoderamento do Atirador, com o intuito de levar a cabo o fortalecimento da Estratégia da Presença dos Tiros de Guerra no Território Nacional.
possam satisfazer essas necessidades”. A Motivação procura explicar por que as pessoas se comportam. Já em outra obra, Chiavenato (2004) diz que Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de determinada meta, é a pressão interna surgida de uma necessidade, também interna, que excitando (via eletroquímica) as estruturas nervosas origina um estado energizador que impulsiona o organismo à atividade, iniciando, guiando e mantendo a conduta até que alguma meta (objetivo, incentivo) seja conseguido ou a resposta seja bloqueada. Segundo Blanchard (1996) o “ Empowerment” (Empoderamento) é uma ferramenta muito valiosa, uma vez que fornece tanto a vantagem estratégica que as Organizações estão procurando, quanto a oportunidade que os colaboradores estão buscando, o que torna os membros da equipe parceiros, determinando assim o sucesso da Organização. Além disso, querem aprender novas habilidades que os ajudarão agora e no futuro, ou seja, querem passar pelo processo de “ Empowerment” (BLANCHARD, 1996). Com isso a Autoridade Militar no exercício de Comando, no aprimoramento de planos, ordens e para alcançar o êxito nas missões, exerce pelo menos 03 (três) tipos de Liderança, que o Manual de Campanha do Exército Brasileiro define de estilo de Comando, sendo esses estilos de Comando ou tipo de Liderança: o Autocrático, o ParticipativonenonDelegativo. O estilo de comando Autocrático é aquele que: (…) dá ênfase à responsabilidade integral do comandante, que fixa normas, estabelece objetivos e avalia resultados. O comandante é o único a encontrar as melhores soluções para a sua equipe e espera que os comandados executem seus planos e ordens sem qualquer ponderação. (MANUAL DE CAMPANHA DO EXÉRCITO BRASILEIRO - C-20-10, 2011, p. 6-2).
Nele as tomadas de decisões são concentradas na Autoridade Militar, que não busca assessoria ou conselho de subordinados nos estudos de cada situação, sendo um modelo importante em tempos de guerra cujo acatamento das ordens deve ser irrestrito e sem questionamentos para que as missões tenham êxito. Contudo, em tempo de paz, o uso desse tipo de Liderança pode trazer efeitos negativos afetando vínculos afetivos construídos entre subordinados e Comandantes. No estilo de comando Participativo, o Comandante: (...) encara como sua responsabilidade o cumprimento da missão por meio da participação, do engajamento de todos e do aproveitamento das ideias do grupo. Ao adotar o estilo participativo, o comandante procura atuar mais sintonizado com o grupo, ouvindo e aproveitando suas sugestões, para depois decidir. Com isso, poderá obter, com maior
facilidade, um verdadeiro envolvimento de todos os integrantes do grupo no atingimento de seus objetivos, pois as pessoas ouvidas tendem a se sentirem corresponsáveis tanto no êxito, quanto no insucesso das ações que forem empreendidas. (MANUAL DE CAMPANHA DO EXÉRCITO BRASILEIRO - C-20-10, 2011, p. 6-3).
Sendo assim, os laços de confiança e respeito aumentam e fortalece a Liderança de quem está comandando. Os indivíduos se tornam mais criativos, voluntariosos e menos dependentes, o que não retira a autoridade de quem está comandando uma vez que, mesmo diante dos vários pareceres, ainda que conflitantes, é ele quem dá a palavra final, o que é muito precioso na caserna. No último estilo de Liderança, o comando Delegativo: (...) é mais indicado para grupos que tratem de assuntos de natureza técnica. O comandante, nessas situações, atribui a seus assessores a tomada de decisões especializadas. Nesses grupos, os conhecimentos e experiências dos comandados poderão estar no mesmo patamar ou acima dos conhecimentos e experiências do comandante, o qual dependerá de assessoramento para a tomada da decisão. (MANUAL DE CAMPANHA DO EXÉRCITO BRASILEIRO - C-20-10, 2011, p. 6-3).
Nessa situação, o Comandante necessita de habilidades para saber delegar sem perder o controle das ações e, ainda, conhecer o potencial de cada subordinado por meio de um bom relacionamento interpessoal, a fim de tomar a melhor decisão quando for assessorado naquilo que foi delegado para cada um. Esse tipo de Liderança é usado em ações descentralizadas e entre os comandos intermediários. Percebe-se que nenhum estilo de Liderança deve predominar ser mais importante ou haver escolha de um único estilo, podendo ser usado de acordo com o perfil do Grupo que está sendo comandado. Os Comandantes podem estar diante de pessoas questionadoras e indisciplinadas e, nesse caso, o estilo Autocrático seria necessário. Por fim, as competências avaliadas do desempenho do Instrutor de Tiro de Guerra, com alguns exemplos de indicadores, segundo as Diretrizes para Avaliação do Desempenho de Militares no Cargo de Instrutor de Tiro de Guerra (EB30-D-60.002) (2018) são a Camaradagem (clima de trabalho preponderante no TG; esforços do Instrutor no sentimento de promover um relacionamento positivo e respeitoso com os Atiradores e demais civis; e apoio prestado do avaliado a superiores, pares e subordinados na resolução de problemas e dificuldades); a Comunicação (redação correta da documentação; expressão oral clara, objetiva e com linguajar adequado); a Dedicação (empenho demonstrado na realização das diversas missões; dedicação à instrução da tropa; e correção e oportunidade da documentação expedida); a Direção e Controle (organização e controle administrativo e disciplinar do TG; e
visão global do fenômeno (pela abordagem qualitativa); complementação de um conjunto de fatos e causas oriundos da abordagem quantitativa com uma visão da natureza dinâmica da realidade; enriquecimento das constatações obtidas em condições controladas com dados obtidos no contexto natural. Além disso, a pesquisa teve um enfoque aplicado, pois buscou entender como funcionam as práticas de Liderança e Empoderamento em situações cotidianas do ambiente militar (LAKATOS; MARCONI, 1991).
4. RESULTADOS
A coleta de dados foi levantada por meio do serviço Google Forms, compartilhando 2 (dois) questionários diferenciados aos Ex-Instrutores e aos Atuais Instrutores dos Tiros de Guerra e aos Reservistas formados em Tiros de Guerra, com o intuito de compreender de que forma a Liderança Direta do Instrutor e o Empoderamento do Atirador alinhados à missão dos Tiros de Guerra influenciam no fortalecimento da Estratégia da Presença no Território Nacional. Foram obtidas 449 (quatrocentos e quarenta e nove) respostas durante a pesquisa em questão, sendo 108 (cento e oito) Ex-Instrutores e Atuais Instrutores dos Tiros de Guerra e 341 (trezentos e quarenta e um) Reservistas de 2ª Categoria formados em Tiros de Guerra. Estes entrevistados serviram em 34 (trinta e quatro) Tiros de Guerra, no período de 1974 a 2021, dos aproximadamente 230 (duzentos e trinta) Tiros de Guerra distribuídos pelo Território Nacional, compreendendo 14,78% do total existente. Por outro lado, aqueles militares entrevistados serviram ou servem em 66 (sessenta e seis) Tiros de Guerra distribuídos pelo Território Nacional, compreendendo 28,70% do total. Após a coleta de dados, a fase seguinte da pesquisa é a de análise e interpretação. Estes dois processos, apesar de conceitualmente distintos, aparecem sempre estreitamente relacionados: A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos (GIL, 1999, p. 168).
4.1 PESQUISA DE CAMPO DESTINADA AOS EX-INSTRUTORES E AOS ATUAIS INSTRUTORES DE TIRO DE GUERRA
Na identificação do Posto ou Graduação dos militares entrevistados, a grande maioria com mais de 45% foram os Subtenentes e em seguida com 27,80% os 1º Sargentos, conforme o Gráfico 1.
Gráfico 1 - Identificação de Posto ou Graduação
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022).
Mais de 99% dos entrevistados concordaram que os Tiros de Guerra fortalecem a Estratégia da Presença no Território Nacional, enaltecendo a boa imagem da Força, conforme Gráfico 2.
Gráfico 2 - Estratégia da Presença no Território Nacional dos Tiros de Guerra
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022).
Mais de 94% dos entrevistados concordaram que para cada situação e para cada perfil de Grupo comandado poderá ser necessária a adoção de procedimentos peculiares a determinado estilo de Comando em questão, inclusive a alternância do uso de mais de um estilo em uma mesma situação, conforme Gráfico 3.
Gráfico 3 - Opinião sobre Liderança Situacional
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022).
5,60% 11,11% 10,20% 45,40%
27,80%
Capitão QAO 1º Tenente QAO 2º Tenente QAO Subtenente 1º Sargento
99,10%
0,90%
Sim Não
94,40%
5,60%
Sim Não
Gráfico 6 - Áreas mais relevantes que podem “empoderar” os Atiradores
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022).
4.2 PESQUISA DE CAMPO DESTINADA AOS RESERVISTAS FORMADOS EM TIRO DE GUERRA
Na identificação de Graduação como Reservistas de 2ª Categoria, 65,10% dos entrevistados foram Soldados e 34,90% Cabos, conforme o Gráfico 7.
Gráfico 7 - Identificação de Graduação como Reservista de 2ª Categoria
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022).
Conforme o Gráfico 8, nota-se que as 3 (três) competências “muito importante” e evidenciadas nos Instrutores de Tiro de Guerra no exercício da função foram a Responsabilidade (257), a Disciplina (253) e a Dedicação (246). Além disso, percebe-se ainda que a Resistência Física (164) foi a única competência que prevaleceu o grau “importante”.
Gráfico 8 - Grau de importância das competências mais evidenciadas dos Instrutores de Tiro de Guerra
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022).
61 67
11 49
(^1562)
8 36
18
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Administração
Assistência Social^ Audiovisuais
Comunicação
Educação Física^ Informática
Profissionalizante Musical
Segurança
34,90% 65,10%
Cabo Soldado
8 4 2 4 4 5 4 3 20 2 19 26 8
119 100 93 122 84 123 117 111 164 82 148 145 119
214 237 246 215 253 213 220 227 157
257 174 170 214
Pouco Importante Importante Muito Importante
A ausência de determinadas competências do Instrutor pode gerar graves efeitos na conduta do Atirador ao longo do ano de instrução. Conforme o Gráfico 9, as 3 (três) principais consequências que comprometem a formação de Cidadãos Instruídos Militarmente foram a diminuição da motivação, foco e disciplina (221); a falta às instruções, aos exercícios militares e ao serviço de escala (165) e a ausência de harmonia entre trabalho e estudo (141).
Gráfico 9 - Consequências que comprometem a formação de Cidadãos Instruídos Militarmente
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022).
Conforme Gráfico 10, as 3 (três) áreas/habilidades mais relevantes que podem “empoderar” os Atiradores foram a Educação Física: estimular a prática de esportes e de atividades físicas (230); a Assistência Social: desenvolver e participar de Ações Cívico- Sociais (192) e a Administração: gerenciar recursos materiais e humanos (178).
Gráfico 10 - Áreas mais relevantes que podem “empoderar” os Atiradores
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022).
Conforme Gráfico 11, mais de 93% dos Reservistas ratificaram que a experiência vivida no Tiro de Guerra foi um "divisor de águas" em sua vida pessoal e profissional, no que tange à conduta ilibada e irrepreensível junto à Sociedade.
Gráfico 11 - Tiro de Guerra como um "divisor de águas" na vida pessoal e profissional dos Reservistas
Fonte: Elaborado pelo Autor (2022).
141
118
221
128
165
134
101
0 50 100 150 200 250
Ausência de harmonia entre trabalho e estudo
Baixo rendimento na instrução
Diminuição de motivação, foco e disciplina
Falta de interesse em participar de Ações Cívico-Sociais
Falta às instruções, aos exercícios militares e ao serviço de escala
Falta de cooperação na conservação e no asseio das instalações do TG
Visão deturpada do incentivo por meio da remuneração
178 192
28 126
(^40230) 26 99
156
0 50 100 150 200 250
Assistência Social Administração
Comunicação Audiovisuais Educação Física^ Informática
Profissionalizante Musical Segurança
93,30%
6,70%
Sim Não
Além disso, mais de 94% dos entrevistados concordaram com a prática da Liderança Situacional, visto que nenhum estilo de Liderança (Autocrático, Participativo e Delegativo) deve predominar ser mais importante ou haver escolha de um único estilo, podendo ser usado de acordo com o perfil do Grupo que está sendo liderado. Seguindo o exemplo mencionado no Manual de Campanha C- 20 - 10 (2011), os Instrutores podem estar diante de Atiradores insensíveis a sugestões e indisciplinados e, nessa situação particular, o estilo Autocrático seria melhor empregado. Percebe-se que a prática da Liderança Direta é um ponto nodal, porque influencia os seus liderados ombro a ombro e de forma cerrada no ambiente militar, principalmente em pequenas frações, tais como os Tiros de Guerra. Todas as 13 (treze) competências avaliadas do desempenho do Instrutor de Tiro de Guerra no exercício da função foram classificadas como “muito importante”, exceto a Resistência Física que prevaleceu o grau “importante”. Logo, demonstra que essas competências desejadas e bem aplicadas pelos Instrutores são ferramentas profícuas para formar com êxito Cidadãos Instruídos Militarmente, naqueles Órgãos de Formação da Reserva. A ausência de determinadas competências do Instrutor pode gerar graves efeitos na conduta do Atirador ao longo do ano de instrução. Na pesquisa em tela, as 3 (três) principais consequências que comprometem a formação dos Atiradores e podem levá-los ao Desligamento foram a diminuição da motivação, foco e disciplina; a falta às instruções, aos exercícios militares e ao serviço de escala e a ausência de harmonia entre trabalho e estudo. Em relação às faltas às instruções, aos exercícios militares e ao serviço de escala, conforme o Regulamento para os Tiros de Guerra e Escolas de Instrução (R-138) (2012), o Atirador será desligado, quando atingir 120 (cento e vinte) pontos perdidos, durante o Período de Instrução, que tem a duração de 40 (quarenta) semanas. A cada sessão de instrução que o Atirador faltar corresponde a perda de 1 (um) ponto, se for justificada, e de 2 (dois) pontos, em caso contrário. Para efeito de contagem de pontos perdidos, cada sessão de instrução tem a duração de 1 (uma) hora. Cabe ressaltar que a instrução nos Tiros de Guerra é ministrada em 2 (duas) horas diárias, de segunda-feira a sábado, das 06:00h às 08:00h, e quando há o Curso de Formação de Cabos (CFC) é acrescida de 1 (uma) hora, das 08:00h às 09:00h. Além disso, há atividades extracurriculares de Ação Cívico-Social e propriamente militares, sendo estas últimas: serviços de escala no TG; visitas institucionais em Organizações Militares; Tiro de Instrução Básico (TIB); Competição de Melhor Atirador Combatente; Marchas de 8km, 12Km e 16Km; e Exercício de Curta Duração (ECD) no terreno.
Caso o Atirador seja desligado por pontos perdidos, ele deverá ser rematriculado no ano subsequente à matrícula de forma compulsória, em uma única vez. Portanto, se o Atirador for rematriculado e desligado pela segunda vez, deverá se apresentar à Seleção para Incorporação em Organização Militar da Ativa (OMA), designada no Plano Regional de Convocação (PRC), com a primeira Classe a ser incorporada. Por fim, as 3 (três) áreas/habilidades mais relevantes que podem “empoderar” os Atiradores foram a Assistência Social: desenvolver e participar de Ações Cívico-Sociais; a Educação Física: estimular a prática de esportes e de atividades físicas e a Administração: gerenciar recursos materiais e humanos. Tais áreas/habilidades destacadas pelos entrevistados comprovam que os Atiradores querem aprender novas habilidades que os ajudarão durante a estada nos Tiros de Guerra e no futuro na vida pessoal e profissional, ou seja, querem passar pelo processo de Empoderamento, conforme explana Blanchard (1996).
5.2 PESQUISA DE CAMPO DESTINADA AOS RESERVISTAS FORMADOS EM TIRO DE GUERRA
Segundo a pesquisa, 341 (trezentos e quarenta e um) Reservistas de 2ª Categoria formados em Tiros de Guerra responderam ao questionário proposto, a fim de assimilar de que forma a Liderança Direta do Instrutor e o Empoderamento do Atirador alinhados à missão dos Tiros de Guerra influenciam no fortalecimento da Estratégia da Presença no Território Nacional. Neste universo entrevistado havia 119 (cento e dezenove) Cabos e 222 (duzentos e vinte e dois) Soldados. Do mesmo modo, as 13 (treze) competências avaliadas do desempenho do Instrutor de Tiro de Guerra no exercício da função foram classificadas como “muito importante”, exceto a Resistência Física que também prevaleceu o grau “importante”. Porém, a Responsabilidade, a Disciplina e a Dedicação foram destacadas como as 3 (três) competências “muito importante” e evidenciadas nos Instrutores de seus Tiros de Guerra à época. Os entrevistados tiveram percepção e compreensão idênticas aos Ex-Instrutores e aos Atuais Instrutores de Tiros de Guerra, no tocante às principais consequências que comprometem a formação dos Atiradores ao longo do ano de instrução: a diminuição da motivação, foco e disciplina; a falta às instruções, aos exercícios militares e ao serviço de escala e a ausência de harmonia entre trabalho e estudo. Em atenção ao Regulamento para os Tiros de Guerra e Escolas de Instrução (R-138) (2002), vale frisar que o Atirador somente perceberá remuneração e etapa de alimentação,
Tiros de Guerra influenciam no fortalecimento da Estratégia da Presença no Território Nacional? Gonzales (2008) reafirma que a Estratégia da Presença no Território Nacional visa a garantir os Poderes Constitucionais, a Lei e a Ordem, assegurar a Soberania e a Integração Nacionais e contribuir para o Desenvolvimento Nacional. Nessa perspectiva, constata-se que os Tiros de Guerra desempenham 2 (dois) papéis característicos em relação à Estratégia da Presença no Território Nacional: Combativo (Militar) e Preventivo (Sociopolítico). No primeiro aspecto, refere-se à formação de uma Reserva Mobilizável, pois os Tiros de Guerra formam Reservistas de 2ª Categoria Combatente Básico de Força Territorial, aptos a desempenharem tarefas limitadas, porém precípuas, na paz e na guerra, nos quadros de Defesa Territorial, Garantia da Lei e da Ordem, Defesa Civil e Ação Cívico-Social. O aspecto Sociopolítico representa a participação de Campanhas: Alimento, Agasalho, Leite, Brinquedo e vacinação; a promoção de eventos cívicos: desfiles e datas comemorativas; a colaboração em cerimônias religiosas; a interação com diversos segmentos sociais; a realização de cursos profissionalizantes, ou seja, tudo que favorece a integração do Tiro de Guerra com a Sociedade Local de maneira cerrada, mantendo a boa imagem do Exército Brasileiro. Para que haja o fortalecimento dessa Estratégia da Presença no Território Nacional, enaltecendo a imagem e a aceitabilidade da Força, os Instrutores dos Tiros de Guerra devem liderar de forma proficiente e meticulosa seus Atiradores, por meio do engajamento de suas competências e da influência interpessoal, conduzindo suas percepções de objetivos em direção aos objetivos Institucionais, que são a busca de melhores resultados e a repercussão deles junto à Sociedade Local. Ademais, também fica cristalino que a Liderança Direta centrada nos Cidadãos Instruídos Militarmente é o estilo mais apropriado para se alcançar tais resultados, dependendo da situação e do Clima Organizacional em que o Líder estiver vivenciando na caserna, pois ele deve se preocupar com os aspectos humanos de seus subordinados, bem como procurar manter equipes de trabalho empoderadas e atuantes, com maior participação nas atividades laborais e sem levar em conta a visão deturpada do incentivo somente pela remuneração. Enfim, nota-se que o argumento em questão está sintetizado no brado utilizado no Tiro de Guerra 04-023 (São João Nepomuceno-MG): “Atiradores hoje, Líderes Democráticos amanhã”, que significa forjar Munícipes conhecedores dos problemas locais, interessados nas
aspirações e realizações de sua Comunidade e atentos aos ideais da nacionalidade brasileira e à manutenção do Estado Democrático de Direito. Face ao exposto, visualiza-se a possibilidade de novas abordagens, o que caracteriza esta pesquisa como uma forma de contribuição para futuros trabalhos acadêmicos e orientações a militares recém-nomeados para o exercício da função de Instrutor acerca da importância dos Tiros de Guerra na Estratégia da Presença no Território Nacional.