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Disortografia: Características e Impacto na Aprendizagem, Notas de aula de Dificuldade de Aprendizagem

Este documento discute o conceito de disortografia e suas características observadas em um ambiente escolar. O texto explica que a disortografia é um transtorno de aprendizagem que afeta a aquisição de competências na escrita e apresenta desempenho abaixo do esperado. As características da disortografia incluem dificuldade em fixar as formas ortográficas de palavras, troca, omissão e inversão de grafemas, alteração na segmentação de palavras, persistência da oralidade na escrita e dificuldade na produção de textos. O documento também discute as três tipos de dificuldades que podem tornar a escrita incompreensível: aquelas associadas à aprendizagem específica da escrita, à caligrafia e à presença de um distúrbio de linguagem. Além disso, o texto apresenta alguns exemplos de características de indivíduos com situações de disortografia.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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usuário desconhecido 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E CIENTÍFICA
CURSO DE LICENCIATURA INTEGRADA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS,
MATEMÁTICA E LINGUAGENS
BRUNA CAROLINA BARROS DOMINGUEZ
DISORTOGRAFIA E AS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS
Belém Pará
2019
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E CIENTÍFICA

CURSO DE LICENCIATURA INTEGRADA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS,

MATEMÁTICA E LINGUAGENS

BRUNA CAROLINA BARROS DOMINGUEZ

DISORTOGRAFIA E AS DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS

Belém – Pará 2019

BRUNA CAROLINA BARROS DOMINGUEZ

DISORTOGRAFIA E AS DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Educação Matemática e Científica da Universidade Federal do Pará como exigência parcial para obtenção do título de licenciada em Educação em Ciências, Matemática e Linguagens. Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fátima Vilhena da Silva Belém – Pará 2019

BRUNA CAROLINA BARROS DOMINGUEZ

DISORTOGRAFIA E AS DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Maria de Fátima Vilhena da Silva – Orientadora Universidade Federal do Pará - UFPA Profa. Dra. Elinete Raposo Ribeiro Membro Interno - UFPA Profa. Espec. Vera Débora Maciel Vilhena Membro Externo – PPGDOC- IEMCI-UFPA Data de defesa: 16 de dezembro de 2019 Conceito: EXCELENTE

DISORTOGRAFIA E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NOS

ANOS INICIAIS

Este exemplar corresponde à redação final do Trabalho de Conclusão de Curso devidamente corrigida e defendida por BRUNA CAROLINA BARROS DOMINGUEZ e aprovada pela Banca Examinadora. Belém, 15 de janeiro de 2020. Profa. Dra. Maria de Fatima Vilhena da Silva (Orientadora) Texto Final apresentado ao Instituto de Educação Matemática e Científica da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado(a) em Educação em Ciências, Matemática e Linguagens.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que, sem dúvidas, foi a minha força para nunca desistir de sonhar esse sonho e realizá-lo mesmo quando tudo parecia muito difícil. Tudo eu devo a Ele, obrigada Senhor por acalmar meu coração e me lembrar que tudo é no Seu tempo. Aos meus pais, Edilson e Lili pelo investimento durante toda a minha vida e por serem o colo quando o “não foi dessa vez” chegou, obrigada por não me deixarem desistir e sempre acreditar que eu era capaz de conseguir, sou o orgulho e vocês são tudo pra mim. Aos meus irmãos, Bruno e Bianca que sempre torceram por mim, que compartilham as vitórias e tristezas desde o início da vida, que vibraram e choraram comigo a felicidade de passar na Federal. Eles são a minha certeza de permanência independente de tudo. Ao Gerson Dias, por caminhar comigo ao longo desses anos, o que ouvia em qualquer hora meus choros e lamentações, sempre me incentivando e trazendo a calmaria que eu tanto precisava quando a vontade em largar persistia. Obrigada por não me deixar desistir, te amo. A minha família, minha avó, minhas tias, meus tios, primos e primas que vibraram comigo quando ouvi meu nome no tão sonhado listão da UFPA, a família é a base de tudo. À minha Orientadora, Prof. Dra. Fátima Vilhena, que abraçou meu trabalho quando ele nem existia e acreditou que eu era capaz de desenvolver uma boa pesquisa. Aprendi muito com a senhora, espero ser um pouco do que a senhora é, orgulho e muita admiração por você. Aos professores que contribuíram durante esses quatro anos na minha formação acadêmica, tudo que aprendi foi essencial para ser a profissional que estou me tornando. Às minhas amigas do curso, meu quarteto, que estiveram comigo nos momentos de desespero do curso, sendo colo e abrigo nessa jornada. À Universidade Federal do Pará, a renomada que fazia parte de um sonho e que se tornou real. Grande respeito e orgulho eu tenho em falar que pertenço a ela. Ao meu Refúgio, que estava comigo antes da graduação, e foi essencial para que eu sempre lembrasse de onde eu vim e o que eu era. Minha líder Amanda. Meus discípulos que entenderam quando eu precisei deixar tudo com eles, e aos amigos que fiz durante esses anos que se tornaram essenciais, e especialmente a Júlia, que me ajudou naquele início tão crucial. A escola da educação básica que oportunizou pesquisarmos o problema relacionado sobre disortografia e aprender mais sobre o tema que muitas vezes passa despercebido na escola.

RESUMO

É nítido ver que problemas em relação a escrita têm crescido significativamente nas salas de aula; diversas dificuldades de aprendizagem tem surgido nas escolas e a falta de conhecimento delas tem causado prejuízos tanto para os professores que não compreendem ou por não saberem como lidar com o problema, quanto aos alunos que acabam sofrendo as consequências de um processo educativo deficiente. A disortografia está entre os transtornos que causam dificuldades de aprendizagem e leva os professores a acreditarem que o aluno disortográfico possui preguiça ou pouca vontade de aprender. Levando em conta essas questões esta pesquisa tem o objetivo geral compreender evidências de disortografia em uma aluna dos anos iniciais escolares. E como específicos: Explicar o conceito de disortografia associado às dificuldades de aprendizagem encontradas na aluna investigada no ambiente escolar; identificar as características da disortografia em exercícios ou atividades nos anos iniciais. A pesquisa se construiu ao longo de observações e intervenções em sala de aula, os dados foram recolhidos por meio de registros de bordo, conversas com a professora regente, análise de atividades, levantamento bibliográfico e vídeos para obter melhor esclarecimento sobre o tema. O início deu-se no período da disciplina de Estágio, na Universidade Federal do Pará e se estendeu na observação de uma aluna que não conseguia aprender nem acompanhar o mesmo ritmo da turma. Os resultados após análise de atividades da professora regente e as intervenções da pesquisa com atividades específicas pôde considerar que há fortes indícios de possível transtorno de disortografia na aluna pesquisada. Palavras-chave: Disortografia. Transtorno específico da escrita. Confusão de palavras. Formação de Professores.

  • Figura 1. Foto tirada do caderno da aluna pesquisada
  • Figura 2. Foto tirada do caderno da aluna pesquisada
  • Figura 3. Foto tirada do caderno da aluna pesquisada.
  • Figura 4. Atividade realizada pela autora com a aluna pesquisada
  • Figura 5. Continuação da atividade da figura 4........................................................................2
  • Figura 6. Foto tirada da atividade de intervenção para identificar disortografia
  • Quadro 1. Tipos de disortografia e suas características segundo Torres e Fernández (2002) LISTA DE QUADROS
  • Quadro 2. Tipos de disgrafia e suas características segundo Hudson (2019)
  • Quadro 3. Principais características das três condições quanto à grafia
  • Quadro 4. Elaborada pela autora para melhor traduzir a Figura 2.
  • Quadro 5. Atividade realizada pela autora com a aluna pesquisada
  • Quadro 6. Para melhor entender a figura
  • 1 INTRODUÇÃO SUMÁRIO
  • 2 CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DA DISORTOGRAFIA
  • 3 DIFERENÇA ENTRE DISORTOGRAFIA, DISGRAFIA E DISLEXIA
  • DISORTOGRAFIA DE ALUNOS 4 INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS NO TRANSTORNO DA
  • 5 METODOLOGIA
  • 5.1 O contexto da pesquisa
  • 5.2 Obtenção de dados
  • 6 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA............................................................
  • 6.1 Intervenções da professora em sala de aula
  • 6.2 Intervenções da pesquisadora
  • 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • REFERÊNCIAS

entender muito bem o que se passava com as dificuldades daquela aluna posto que esta não acompanhava exercícios de produção de textos e apresentava constantes erros ortográficos. Isso às vezes levava-a de algum modo a uma forma de exclusão, pois ficava à margem das atividades escolares na sala de aula. Devido a esse incômodo, este artigo tem como problema conhecer como a disortografia afeta a aprendizagem das crianças nos anos iniciais escolares. O objetivo geral deste trabalho é compreender as formas mais evidentes de disortografia que se apresentam em alunos dos anos iniciais escolares. E os objetivos específicos são: Explicar o conceito de disortografia associado às dificuldades de aprendizagem encontradas no aluno investigado no ambiente escolar; identificar as características da disortografia em exercícios ou atividades nos anos iniciais. 2 CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DA DISORTOGRAFIA A disortografia é um transtorno de aprendizagem específico que, conforme nos dizem Döhla e Heim, 2015 ( apud PONÇADILHA, 2016, p. 5), é caracterizado pelas dificuldades que se enfatizam na aquisição das competências da escrita e um desempenho abaixo do esperado para a sua idade e nível de escolaridade. A disortografia pode se caracterizar pela dificuldade que o sujeito tem em fixar as formas ortográficas das palavras, tendo como característica típica a troca de grafemas, e pela dificuldade em assimilar as regras e os padrões da ortografia, tendo como consequência a dificuldade na produção de texto (PONÇADILHA, 2016 , p. 8). De acordo com Barbeiro (2007, citado por SILVEIRA, 2014, p. 118), “a disortografia é a dificuldade de escrita que compromete a aprendizagem e a automatização dos processos responsáveis pela representação ortográfica apropriada”. Para Fernandez et al. (2010), a disortografia é uma modificação na estrutura da escrita, que por sua vez acaba complicando a aprendizagem do aluno e causando um transtorno na ortografia, gramática e redação. Dessa forma, segundo a definição do autor, “a disortografia, compreende um padrão de escrita que foge às regras ortográficas estabelecidas convencionalmente, que regem determinada língua” (FERNANDEZ et al. , 2010, p. 3). Em vista disso, pode-se dizer que a disortografia é um déficit causado pela dificuldade em organizar ideias e também a sua produção textual, fazendo com que o aluno disortográfico apresente problemas estruturais capazes de prejudicar a sua aprendizagem. No momento que o

discente passa do nível silábico-alfabético para o nível alfabético, é normal que a escrita em desordem desapareça. Portanto, a disortografia torna-se um empecilho no processo de aquisição da escrita de maneira que o aluno não consegue transpor tal barreira. Assim, A caracterização da disortografia se dá pela dificuldade em fixar as formas ortográficas das palavras, que apresenta como sintomas típicos a substituição, omissão e inversão de grafemas, alteração na segmentação de palavras, persistência do apoio da oralidade na escrita e dificuldade na produção de textos (FERNANDEZ et al. , 2010, p. 3). Podemos, então, dizer a disortografia como uma desordem que afeta as aptidões da escrita e que se descreve por dificuldades persistentes e recorrentes na eficiência da criança em produzir textos mesmo após o aluno passar para o nível alfabético. De acordo com Selikowitz ( apud CASAL, 2013, p. 41), existem três tipos de dificuldades que podem tornar a escrita incompreensível, são elas: “as dificuldades associadas à aprendizagem específica da escrita; as dificuldades associadas à caligrafia; e, por fim, a presença de um distúrbio de linguagem, em que o texto apresentado está tão repleto de erros que as frases ou as palavras entre si não fazem sentido”. A principal característica de uma pessoa disortográfica é a “bagunça” que ele mostra com as letras, sílabas, trocas ortográficas, números misturados às letras das palavras que já foram trabalhadas em sala de aula pelo professor. Outras características principais são as inversões, junções, exclusões e desordem na organização de uma frase. Nesse sentido, A disortografia caracteriza-se pela falta da vontade das crianças em escrever, possui também características linguístico-perceptiva (troca de sílabas), viso espacial (substituição e omissão de letras), viso analítica (não associação dos fonemas e grafemas), erros do conteúdo (junção de sílabas de duas palavras) e erros das regras ortográficas (PENTEADO; PADIAR, 2016, p. 6). Sampaio (2009, p. 129) retrata algumas características de indivíduos que apresentam situações de disortografia, são elas: ● Trocas de letras que se parecem: faca/vaca , chinelo/jinelo ; ● Confusão de sílabas: encontraram/encontrarão ; ● Adições: ventitilador ; ● Omissões: cadeira/cadera, prato/pato ; ● Fragmentações: em saiar, a noitecer ;

3 DIFERENÇA ENTRE DISORTOGRAFIA, DISGRAFIA E DISLEXIA

O termo “Dificuldade de aprendizagem” integra qualquer problema de aprendizagem que uma criança venha apresentar, sendo ele específico do aluno ou ocasionado por outros motivos, como uma estrutura ou aprendizagem indevida. Porém, algumas dessas dificuldades são chamadas de “dificuldades de aprendizagem específicas” por possuírem especificações exclusivas, como é o caso da disortografia, disgrafia e dislexia. Alguns transtornos podem acontecer durante o processo de aprendizagem da linguagem oral ou da linguagem escrita. Porot (1979) subdivide distúrbios que acontecem na linguagem oral como sendo distúrbios de expressão oral e distúrbios de compreensão verbal. Na expressão oral, o autor diz que todo distúrbio na linguagem oral faz referência a inexistência da palavra, na sua forma de articular, nas deformações ou modificações, sua forma de escrever que muda seu valor semântico. Na compreensão verbal, se limita a compreensão ou incompreensão, ou seja, está mais relacionado ao significado, ou ao sentido da palavra, logo à mais cognitiva. Durante o processo de aquisição da linguagem é possível que surjam alguns distúrbios de aprendizagem, tais como a “disortografia” e “disgrafia”; na maioria das vezes esses distúrbios acabam sendo confundidos ou interpretado como um só, o que não condiz com a realidade. Desta maneira, se faz necessário entender o conceito de cada distúrbio para compreender como eles se desenvolvem, as suas causas e características. Etimologicamente, disortografia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “orto” (correto) + “grafia” (escrita), ou seja, é uma dificuldade manifestada por “um conjunto de erros da escrita que afetam a palavra, mas não o seu traçado ou grafia” (VIDAL, 1989, apud TORRES E FERNÁNDEZ, 2001, p. 76). Como a disortografia é um desvio da grafia correta, é válido falar que ela não possui necessariamente uma relação com a disgrafia, haja vista que uma criança disgráfica possui o que chamamos de “letra feia”, o que percebemos tratar-se de duas coisas diferentes, uma vez que a disortografia expressa-se numa escrita que não precisa ser estritamente disgráfica, mas com vários erros expressos no processo de aprendizagem da leitura e da escrita. A disgrafia provém do conceito “dis” (desvio) + “grafia” (escrita), ou seja, é “uma perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita do sujeito, no que se refere ao seu traçado ou à grafia” (TORRES; FERNÁNDEZ, 2001, p. 127). O aluno que é acometido pelo transtorno da disgrafia além de fugir da regra padrão da escrita, faz com que o traçado da letra seja praticamente indecifrável, esta forma da escrita ocorre principalmente pela dificuldade em fixar ou trazer a memória a forma considerada

correta da escrita. Assim sendo, “a ‘letra feia’ é consequência das dificuldades para recordar a grafia correta para representar um determinado som, ouvido ou elaborado mentalmente” (MAFRA apud CONFORTIN, 2007, p. 29). A disgrafia, é uma dificuldade de aprendizagem específica que “afeta a escrita a mão e conversão de pensamentos em palavras escritas” (HUDSON, 2019, p. 70). Apesar desta dificuldade, os alunos disgráficos estão contidos na faixa etária ‘normal’ quando medido o nível da sua inteligência; a luta enfrentada por eles é sobre colocar as suas ideias no papel. Hudson (2019, p. 71) definiu a disgrafia e seus sintomas em 3 tipos. (Quadro 2) Quadro 2. Tipos de disgrafia e suas características segundo Hudson (2019) Espacial Processamento visual e compreensão do espaço deficientes. Isso causa dificuldade tanto para escrever em linha reta como no espaçamento das letras. Ações como desenhar e colorir também são afetadas. Tanto o trabalho copiado como o original são desorganizados e podem ser ilegíveis. A ortografia é normal. Motora Controle motor fino dos músculos da mão e do punho deficiente, o que torna a escrita difícil e cansativa e geralmente resulta em caligrafia desalinhada ou ilegível mesmo ao copiar. A ortografia não é afetada. Processamento Também chamada de disgrafia disléxica, esta é dificuldade em visualizar a aparência das letras em uma palavra, o que resulta em letras malformadas e na ordem errada quando escritas. O trabalho original escrito é ilegível, mas o trabalho copiado é razoavelmente bom. A ortografia é ruim. Fonte: Elaborada pela autora, 2019, adaptado de Hudson (2019). Diante do quadro acima podemos observar que a um aluno acometido pela disgrafia pode possuir características diversas que vão depender do tipo de disgrafia enfrentada pelo aluno, podendo ser espacial, motora ou de processamento. Hudson (2019) afirma ainda que é comum que o aluno tenha dois tipos de disgrafia ou mesmo uma combinação entre eles. ❖ Espacial:

  • Não escreve nas linhas
  • Não é capaz de seguir margens.

A dificuldade geralmente pode ser associada ao de origem genética e pode ser identificado devido a erros considerados bobos, devido a uma má interpretação de perguntas ou instruções. Há autores que analisam a dislexia e a disortografia em conjunto, pois uma criança com dificuldades ao nível da leitura vai com certeza revelar, também, problemas ao nível da escrita. Geralmente, no momento em que são feitos testes para verificar o intelecto da criança disléxica, esta “apresenta desempenhos superiores nas funções não verbais” quando estas são igualadas às funções verbais. Também “demonstra, ainda, insegurança e baixa autoestima, culpabilizando-se e sentindo-se, muitas vezes, triste.” O que faz com que diversas crianças neguem-se a fazer as atividades que estão atreladas à leitura e até a escrita “com medo de revelarem os erros que cometem” (COELHO, 2013, p. 5). Os autores Coelho (2013), Torres e Fernández (2001) e Hudson (2019) apresentam algumas características que fazem com que esses transtornos sejam parecidos na sua forma ortográfica; estes podem ser vistos no quadro 3.

Quadro 3. Principais características das três condições quanto à grafia DESCRIÇÃO DISORTOGRAFIA DISGRAFIA DISLEXIA Erros ortográficos (acentuação, pontuação, trocas silábicas de escrever como escuta)

X X

Não consegue decodificar para escrever uma palavra. Escreve errado, mas lê correto.

X

De origem genética X Motora e Espacial X Resistência ao aprender e retirar do quadro, compreender o que está no quadro.

X X

Habilidades especiais nas artes e músicas. Facilidade para decorar e decodificar.

X

Letra feia X X Pode ocorrer inversão de letras X X X Confusão de consoantes X X X Dificuldade em copiar do quadro X X X Escrita lenta X X Fragmentação e junções X X X Fonte: Elaborado pela autora, 2019. Adaptado de Coelho (2013), Torres & Fernández (2001) e Hudson (2019).