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Sujeito Pós-moderno e Reputação nas Mídias Sociais: Análise do Twitter, Esquemas de Comunicação

Uma análise sobre o sujeito pós-moderno e sua identidade múltipla na formação de reputação nas mídias sociais, com ênfase no uso do twitter. O texto discute como as estratégias de formação de imagem favorável e o conceito de capital social influenciam a representação pessoal no ciberespaço.

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Garrincha
Garrincha 🇧🇷

4.1

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Sujeito Pós-moderno, Identidade Múltipla e Reputação nas Mídias
Sociais1
Sandra Bordini Mazzocato
Doutoranda em comunicação do PPGCOM da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul. Mestre em Comunicação e Informação pelo PPGCOM da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Publicitária formada pela Fabico UFRGS.
Webdesigner no Centro de Processamento de Dados UFRGS desde 04/2007.
Resumo
Pesquisas sobre o sujeito pós-moderno apontam para um processo de fragmentação do
sujeito, em que as novas organizações sociais e as novas tecnologias o levam em
direção a referências híbridas (CASTELLS, 1999). Tal postura pode ser interpretada
como falta de preocupação com sua representação em redes sociais. Porém, observa-se
na cibercultura pesquisas quanto à utilização das mídias sociais para construção de
imagem pessoal (RECUERO, ZAGO, 2009); (RECUERO, 2009). Assim, surge o
questionamento de quão despreocupado é o sujeito pós-moderno. E como este lida a sua
identidade múltipla na formação de reputação nas mídias sociais.
Palavras-chave
Sujeito Pós-moderno; Capital Social; Twitter.
INTRODUÇÃO
Os estudos que abordam identidade na pós-modernidade apontam que o ser
humano é fragmentado e não pode ser definido com um indivíduo homogêneo, como
apontavam teorias do período moderno. O sujeito pós-moderno pode abraçar suas
incoerências e contradições em que uma posição centrada com relação a tudo que lhe
cerca não lhe é mais cobrado. Maffesoli (2005) aponta que na pós-modernidade os
sujeitos se definem através das identificações que possuem com determinados gostos e
interesses. Muitos estudos sobre representação pessoal no ciberespaço abordam a
identidade fragmentada do sujeito pós-moderno.
Os estudos com relação ao capital social tratam de casos em que sujeitos visam a
formação de reputação em suas redes sociais. Em muitos casos, observa-se a utilização
de estratégias por parte dos sujeitos para a formação de uma imagem favorável para sua
popularidade. Inclusive, esse conceito relaciona-se com princípios como normas de
1 Trabalho apresentado no DT 5 – Comunicação e Multimídia do XI Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Sul realizado de 17 a 19 de maio de 2010.
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XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Novo Hamburgo – RS 17 a 19 de maio de 2010

Sujeito Pós-moderno, Identidade Múltipla e Reputação nas Mídias

Sociais

1 Sandra Bordini Mazzocato Doutoranda em comunicação do PPGCOM da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Mestre em Comunicação e Informação pelo PPGCOM da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Publicitária formada pela Fabico – UFRGS. Webdesigner no Centro de Processamento de Dados UFRGS desde 04/2007. Resumo Pesquisas sobre o sujeito pós-moderno apontam para um processo de fragmentação do sujeito, em que as novas organizações sociais e as novas tecnologias o levam em direção a referências híbridas (CASTELLS, 1999). Tal postura pode ser interpretada como falta de preocupação com sua representação em redes sociais. Porém, observa-se na cibercultura pesquisas quanto à utilização das mídias sociais para construção de imagem pessoal (RECUERO, ZAGO, 2009); (RECUERO, 2009). Assim, surge o questionamento de quão despreocupado é o sujeito pós-moderno. E como este lida a sua identidade múltipla na formação de reputação nas mídias sociais. Palavras-chave Sujeito Pós-moderno; Capital Social; Twitter.

INTRODUÇÃO

Os estudos que abordam identidade na pós-modernidade apontam que o ser humano é fragmentado e não pode ser definido com um indivíduo homogêneo, como apontavam teorias do período moderno. O sujeito pós-moderno pode abraçar suas incoerências e contradições em que uma posição centrada com relação a tudo que lhe cerca não lhe é mais cobrado. Maffesoli (2005) aponta que na pós-modernidade os sujeitos se definem através das identificações que possuem com determinados gostos e interesses. Muitos estudos sobre representação pessoal no ciberespaço abordam a identidade fragmentada do sujeito pós-moderno. Os estudos com relação ao capital social tratam de casos em que sujeitos visam a formação de reputação em suas redes sociais. Em muitos casos, observa-se a utilização de estratégias por parte dos sujeitos para a formação de uma imagem favorável para sua popularidade. Inclusive, esse conceito relaciona-se com princípios como normas de (^1) Trabalho apresentado no DT 5 – Comunicação e Multimídia do XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul realizado de 17 a 19 de maio de 2010.

XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Novo Hamburgo – RS 17 a 19 de maio de 2010 interação, confiança, que à primeira vista poderia se dizer que estavam extintos na pós- modernidade. Estes dois aspectos relacionam-se com a representação pessoal do sujeito no ciberespaço. Porém, apresentam elementos que parecem não concordar. O presente objetivo é investigar a situação de alguns participantes no twitter 2 , para tentar identificar como os aspectos de cada teoria aparecem em seus perfis. Para isso, realiza-se uma pesquisa empírica de observação nos perfis de 4 participantes escolhidos randomicamente.

SUJEITO PÓS-MODERNO E REPRESENTAÇÃO

Na pós-modernidade, com a queda dos metarrelatos a sociedade não possui mais “idéia fundadora” generalizada (MAFFESOLI, 2005). Assim, não existe um valor maior que proporciona a relação social formalizada e contratual. A religação social pós- moderna tem como ordem a “Ética da estética”, moral relativa e efêmera (MAFFESOLI, 2005). Conforme o autor, a estética torna-se um valor coletivo e passa a ser interpretada como único código de regras em um dado grupo de interesse. Ela proporciona uma conjunção, e administra o desejo de estar-junto movido pelo vitalismo, sentimento que legitima o senso comum. O compartilhamento de experiências produz valores que valem como vetores de criação que englobam a vida social em todas as suas modalidades (MAFFESOLI, 2005). Quanto à identidade, para Maffesoli (2005) essa não é mais única e imutável baseando-se em um único posicionamento cultural. Neste período, a interpretação da vida não se baseia em conceitos homogêneos, é fragmentada, hedonista e vive em um contexto coletivo. Para esse autor, a maneira pela qual o sujeito se interpreta na sociedade é reconfigurada na pós-modernidade. Ele aponta as “representações separadas” se referindo às múltiplas identificações que uma pessoa alterna em seu cotidiano. Assim, no contemporâneo é fácil observar a fragilidade da noção de identidade como padrão de personalidade e comportamento único e estável. Hall (2000) define o sujeito pós-moderno como aquele que vive na era em que as identidades são formadas e transformadas continuamente com influência nas formas que entram em contato com o indivíduo proveniente de sistemas culturais. Ela é definida historicamente e não biologicamente. (^2) http:twitter.com

XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Novo Hamburgo – RS 17 a 19 de maio de 2010 que existe uma formação de identidades através da reunião de gostos pessoais nesses espaços. Para esse autor, gosto pessoal é influenciado por questões sócio-econômicas e estéticas. A própria identidade do sujeito pós-moderno pode ser formada por conjuntos de fatores bem menos significativos, como seus gostos. Como são identidades múltiplas, elas se alternam sem que o ator social precise se comprometer com qualquer uma delas. Para Weber e Mitchell (2008), o uso interativo das novas tecnologias pelas pessoas jovens pode servir como um modelo para processos de identidade. Os jovens consomem imagens populares e as combinam, as criticam, as adaptam ou as incorporam a sua própria produção midiática. As autoras apontam que as teorias contemporâneas sobre identidade a conceituam como um processo e não um rótulo fixado. Percebe-se que sob estas perspectivas, o sujeito que cria espaços pessoais na web para relacionar-se com outros indivíduos é visto como despreocupado com o resultado da sua representação. Essas pessoas estariam buscando informações e estabelecendo conexões conforme surgem seus gostos e interesses. E nesse processo, tanto os interesses quanto as relações seriam efêmeras. Nesse estudo pretende-se comparar essa visão com a busca por formação de reputação em um popular serviço de microblogging, o twitter.

O TWITTER

No microblogging os participantes podem realizar pequenas postagens com um número limitado de caracteres. O twitter é um dos serviço mais utilizados de e suas postagens não podem exceder 140 caracteres. Quando uma pessoa se cadastra no twitter ela pode ser seguida por outros participantes e também escolher aqueles que deseja seguir. Cada participante do twitter tem a sua própria interface, em que o destaque principal é da timeline com as postagens dos participantes seguidos por ele, dispostas em ordem cronológica.

XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Novo Hamburgo – RS 17 a 19 de maio de 2010 Figura 1 – Interface principal do twitter. O slogan desse serviço é “ What are you doing ”, ou seja, “O que você está fazendo”, demonstrando que a proposta incentiva pessoas a postarem a respeito de suas atividades, o que envolve seus gostos e interesses ou até mesmo sentimentos. Porém, o serviço passa a ser apropriado também para outras práticas, além de simples postagens descrevendo atividades correntes. Java, et al (2007) propõem uma taxonomia de classificação quanto às intenções de uso no twitter. A primeira, como propõe o slogan é para postagens de informações diárias, a respeito do que estão fazendo no dia-a-dia. A segunda é a de conversações no twitter, em que há uso de replies para amigos, que são

XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Novo Hamburgo – RS 17 a 19 de maio de 2010 através de suas postagens e de alguns elementos que aparecem na caixa auxiliar (à direita das postagens) em sua interface principal. Porém, existe uma diferença entre o profile de alguém e a tela principal, em cuja timeline aparecem as postagens de todos os contatos do sujeito. Figura 2 – O profile de um participante no twitter. Essa tela pode ser visualizada por qualquer participante quando for pública. No profile , visualiza-se apenas as postagens daquele sujeito na timeline. Outros elementos que contribuem para a representação do sujeito são o espaço para inserir endereço na web , e o espaço para inserir uma pequena biografia. Além disso, outros elementos que fazem parte da representação podem contribuir com a formação de reputação, como o número de pessoas que seguem o sujeito, o número de pessoas seguidas pelo sujeito, ou seja, sua rede de contatos, e o numero de listas que o sujeito faz parte. A tela principal é a tela em que cada participante visualiza as suas postagens misturadas com as postagens de seus contatos. Diferente do profile , essa tela não pode ser visualizada por qualquer pessoa, cada participante terá acesso somente à sua. Essa diferenciação é importante, pois as postagens são os principais elementos para a

XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Novo Hamburgo – RS 17 a 19 de maio de 2010 formação de representação pessoal no twitter. E nem sempre o sujeito será interpretado da mesma forma quando suas postagens forem vistas dispersas entre as de outros contatos, ou quando forem vistas juntas, e sem interferência de outras em seu profile. É importante ressaltar, que na maioria dos casos as postagens dos sujeitos serão visualizadas na interface principal e não no profile , já que este costuma ser acessado somente para fins de decisão quanto a seguir ou não o participante. A forma mais freqüente de visualização é na timeline geral em que todas as postagens são misturadas. Portanto, a representação pessoal do sujeito é bastante fragmentada. Em muitos casos, as postagens de alguém podem ser separadas por várias outras de outras pessoas.

CAPITAL SOCIAL NAS REDES SOCIAIS

Recuero (2009) aborda o conceito de capital social apresentando os três autores que considera os principais: Puttnam, Bourdieu e Coleman. Para Recuero existem aspectos bastante diferentes entre as colocações de cada um dos autores. Após contrapor esses aspectos, a autora apresenta o que considera capital social. Capital social é um conjunto de recursos de um determinado grupo podendo ser usufruído por todos os integrantes desse grupo, porém individualmente, estando baseado na reciprocidade. Este está embutido nas redes sociais sendo determinado pelo conteúdo das interações (RECUERO, 2009). Para que se possa trabalhar com o conceito em redes sociais, Recuero (2009) aponta que são construídas categorias que se constituem em aspectos nos quais o capital social pode ser encontrado. Essas categorias são recursos que os atores possuem acesso através das redes. A primeira é a relacional e compreende os laços e as trocas dos indivíduos em cada rede. A segunda é a normativa e compreende as normas de comportamento de um determinado grupo. A terceira é a cognitiva e compreende a soma de conhecimento e das informações compartilhadas por um grupo. A quarta relaciona-se com a confiança estabelecida no ambiente social e compreende a confiança no comportamento de indivíduos em um dado grupo. E por fim, a institucional, que inclui instituições formais e informais, que constituem a estruturação geral dos grupos, é onde estão as regras da interação social (RECUERO, 2009). Os principais fatores que relacionam-se com a formação de capital social no twitter é a postagem de informações relevantes à rede, e a popularidade, ou seja número de seguidores que um sujeito possui (Recuero e Zago, 2009). Segundo as autoras, a publicação de informações de qualidade e inéditas costuma ser relacionado com a

XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Novo Hamburgo – RS 17 a 19 de maio de 2010

ANÁLISE

CR possui 205 seguidores e segue 247 participantes. Este interagente se insere bem em um determinado grupo quando já em sua biografia se assume como homossexual. Estando bem situado nesse universo suas postagens são bastante espontâneas mostrando narrativas sobre seu dia-a-dia, gostos e assuntos de seu interesse. É possível identificar traços de sua personalidade, e esses traços lhe situam dentro do grupo que faz parte. Além de homossexual apresenta-se como pessoa que gosta de festas e tem uma postura bastante irônica e irreverente. “ fui na festa de um amigo. PS: o dj lá era amigo meu, ele tocou tanto love game, q hoje em dia, é uma das melhores músicas que eu gosto. Alouca ”. Além de citar em muitos casos seus encontros e desencontros amorosos. Suas postagens não fogem desses temas, porém ele não parece estar forçando a situação, mas sim escrever com bastante espontaneidade de acordo com seus desejos e vontades. “ Com fome, com tédio, cansado de tudo, quero algo novo ”. Uma de suas postagens é inclusive um desabafo, em que escreve insultos a pessoas que sugere “saberem quem são” com uma hashtag. “ QUE SE FO.. TODOS VOCÊ, CANSEI DE VOCÊS PORCARIA, VÃO TUDO SE FU.. CAR.. TO NEM AI PRÁ VOCÊS :@ #sabequem ”. Em outra declara amor a todos seus seguidores “ Posso me declarar? Posso! Gente, eu amo vocês, até porque vocês que movem o meu dia-a-dia, o twitter e tudo mais ”. Há apenas um post com a tentativa de participação no @QueroFollowers 5 , uma tentativa de obter maior popularidade. SC possui 2310 seguidores e segue 2139. Assim como CR faz parte de um grupo específico, de jovens que se interessam por festas, carros e esportes. Esse participante tem a clara intenção de tornar-se popular no grupo em que está inserido. Não só de aumentar a sua rede de contatos, mas de possuir uma boa reputação para com ela. Suas frases são amigáveis e sempre utilizando uma linguagem jovem, através da qual se insere no grupo que faz parte. “ E aew pessoal blz!? Vai ter um niver daki a pouko to me preparando para ir lah ”. Possui uma frase que posta várias vezes ao longo da semana de saudação aos novos seguidores: “ Saudações novos followers! Uma pequena dica: ñ me sigam, pois já estou perdido.... essa e outra piadas sem graça vc só vê aki XD ”. Além disso, a grande maioria de suas frases são conversações com seus contatos, de forma que parece estar sempre querendo se tornar presente: “@ITDK (abreviação) eh eu gosto muito de matrix ”. Muitas de suas postagens são indicações de outros 5 Conta utilizada para adquirir mais seguidores no twitter que foi suspensa pelo sistema.

XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Novo Hamburgo – RS 17 a 19 de maio de 2010 participantes do twitter para seguir em iniciativas como #followfriday e #followsunday. Em uma de suas frases afirma que tudo no twitter se trata de marketing. “ @MV (abreviação) aehaueh tudo o twitter e o marketing kem tem o melhor marketing consegui mais follows ”. XS possui 702 seguidores e segue 959 pessoas. Parece ser jovem e possivelmente menor de idade, por mencionar muitas vezes pai e mãe. “ boa #noite pessoal... hra de ir pra cama (minha mãe já reclamou aki) .. bjs ”. A grande maioria das postagens referem-se de fato a o que ele está fazendo, sendo inclusive postadas utilizando-se verbos no gerúndio: “ conversando com uma amiga no #msn ” “ vendo meu #orkut ”. Utiliza muitas hashtags nas suas postagens, através das quais parece querer se enquadrar em grupos de pessoas que também postem sobre aqueles assuntos. Apesar de haver muitas mensagens divulgando poesias que coloca em seu flog, suas postagens não parecem possuir nenhuma estratégia de formação de identidade. São um conjunto de seus gostos e interesses, como a frase em que reclama estar assistindo um filme que não gosta com seu pai: “ meu pai alugou de novo a última legião.. aja #saco! ”. Esse participante também está bem situado em seu grupo, que é jovem assim como o de SC, mas seus interesses não são os mesmos. XS gosta de poesia e parece se declarar como Emo em algumas postagens e declara detestar futebol. XS não parece efetuar nenhum esforço para ser aceito em seu grupo. Não foi observada nenhuma postagem de iniciativas para adquirir mais seguidores. Uma frase que chama atenção é “ Não sei pq, meu #following continuam crescendo ”. WS é seguido por 789 e segue 1322 participantes. Este é o participante da pesquisa que mais parece estar preocupado com a formação de uma imagem. Utiliza estratégias claras para conseguir novos seguidores, como participar de iniciativas como #followfriday e também o @QueroFollowers. Mas o principal é que em suas postagens ocorre a tentativa de criação de uma personalidade definida, através de frases feitas e de efeito. Essas frases em muitos casos tentam revelar o que pode considerar grandes verdades sobre a vida e principalmente sobre relacionamentos. “ Fique contente com a vida, porque ela lhe dá a chance de amar, de trabalhar, de se divertir e levantar os olhos para as estrelas ”. Além disso, esse interagente parece estar sempre preocupado em parecer atraente para as mulheres que o seguem ou são seguidas por ele. “ Os homens são complicados e as mulheres indecifráveis. Se na minha complicação conseguir decifrar seu coração, amanhã seremos felizes ”. Algumas de suas frases são de cunho romântico e ao “despedir-se” do ambiente posta frases mandando beijo às mulheres.

XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Novo Hamburgo – RS 17 a 19 de maio de 2010 PRIMO, Alex. A cobertura e o debate público sobre os casos Madeleine e Isabella: encadeamento midiático de blogs, Twitter e mídia massiva. Galáxia, v. .16, 2008. No prelo. Disponível em http://www6.ufrgs.br/limc/PDFs/caso_Isabella_e_Madeleine.pdf Acesso em 20 out. 2009. RECUERO, R. ZAGO, G. “Em Busca das Redes que Importam” Redes Sociais e Capital Social no Twitter. XVIII Congresso da Compós, PUC/MG, Belo Horizonte, 2009. SANTAELLA, L. Linguagens Líquidas na Era da Mobilidade. São Paulo: Paulus, 2007. WEBER, Sandra, MITCHELL, Claudia. Imagining, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In: BUCKINGHAM, D. (org.). Youth, Identity, and Digital Media. Cambridge: The MIT Press, 2008. 25–48.