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Este documento discute o processo de diagnóstico na alfabetização, especificamente a sondagem, que serve para identificar as hipóteses de escrita de cada aluno. A sondagem é uma atividade individual que envolve a produção espontânea de palavras e frases, permitindo ao professor observar as relações entre a fala e a escrita. As hipóteses de escrita, como pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética, são teorias explicativas elaboradas pelas crianças antes mesmo de ingressarem na escola. O professor deve realizar a sondagem no início e ao fim de cada bimestre, mantendo um registro criterioso do processo de evolução das hipóteses de escrita.
Tipologia: Notas de aula
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O Q U E É I M P O R TA N T E N O D I AG N ÓS T I CO N A A L FA B E T IZ AÇ ÃO
sondagem é uma atividade feita individualmente que envolve, num primeiro momento, a produção espontânea de uma lista de palavras e uma frase sem apoio de outras fontes e pode ou não prever a escrita de algumas frases simples (ver Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do programa Ler e Escrever). Assim que terminar de escrever as palavras, a criança deve ler a lista. Por meio da leitura, será possível “observar se o aluno estabelece ou não relações entre aquilo que ele escreveu e aquilo que ele lê em voz alta, ou seja, entre a fala e a escrita”. A sondagem é um momento no qual as crianças têm aoportunidade de refletir, com a ajuda do professor, sobre aquilo que escrevem. Para que seja efetiva, ela deve ser feita individualmente, o que torna necessário propor ao resto da turma uma atividade que dispense ajuda. No livro Aprender a Ler e a Escrever, Ana Teberosky e Teresa Colomer ressaltam que as “hipóteses que as crianças desenvolvem constituem respostas a verdadeiros problemas conceituais, semelhantes aos que os seres humanos se colocaram ao longo da história da escrita”. O desenvolvimento “ocorre por reconstruções de conhecimentos anteriores, dando lugar a novas construções”. Ao fazer o diagnóstico sobre o que a criança sabe até aquele momento permite ao alfabetizador entender suas hipóteses sobre a língua escrita, qual o caminho que vai percorrer até compreender o sistema e estar alfabetizado, para que possa planejar suas intervenções. O desafio é propor atividades que não sejam tão fáceis a ponto de não darem nada a aprender, nem tão difíceis que se torne impossível para as crianças realizá-las. Na prática, as palavras escolhidas para formar essa lista devem vir de um mesmo campo semântico, ou seja, que estejam agregadas por uma unidade de sentido, e uma frase adequada ao contexto do grupo para que seja mais produtivo.
ssim, a lista pode conter bichinhos de jardim, flores, frutas, animais etc. É importante que as palavras usadas no processo de sondagem sejam inéditas para os pequenos, para que eles não tenham a escrita na memória – o que levaria a um diagnóstico incorreto. No guia do Programa Ler e Escrever, a diretriz é evitar que as palavras tenham vogais repetidas em sílabas próximas, como ABACAXI, por exemplo, por causar grande conflito para as crianças cuja hipótese de escrita talvez faça com que pensem que é impossível escrever algo com duas ou mais letras iguais. Por exemplo: um aluno com hipótese silábica com valor sonoro convencional, que utiliza vogais, precisaria escrever AAAI. Os monossílabos ficam para o fim do ditado. Esse cuidado deve ser tomado porque, no caso de as crianças escreverem segundo a hipótese do número mínimo de letras, poderão se recusar a escrever se tiverem de começar por ele. Com o diagnóstico em mãos, o professor pode pensar em agrupamentos produtivos, unindo crianças que se encontram em hipóteses de escrita próximas. Também pode planejar atividades que sejam adequadas a toda a turma. Para acompanhar a evolução de cada criança desde a sondagem, o professor pode usar uma tabela para suas anotações. Ao comparar o nível do aluno no primeiro ditado com o resultado após um ano, o professor deve ter uma clara ideia da evolução desse aluno. É por meio das sondagens e da observação das produções durante o ano que fica clara a evolução da aprendizagem, se as intervenções estão funcionando e qual é a expectativa para a alfabetização.
ssa etapa também pode ser dividida em dois níveis: no primeiro, chamado silábico sem valor sonoro, ela representa cada sílaba por uma única letra qualquer, sem relação com os sons que ela representa. No segundo, o silábico com valor sonoro, há um avanço e cada sílaba é representada por uma vogal ou consoante que expressa o seu som correspondente. A hipótese silábico-alfabética corresponde a um período de transição no qual a criança trabalha simultaneamente com duas hipóteses: a silábica e a alfabética. Ora ela escreve atribuindo a cada sílaba uma letra, ora representando as unidades sonoras menores, os fonemas. Quando a escrita representa cada fonema com uma letra, diz-se que a criança se encontra na hipótese alfabética. “Nesse estágio, os alunos ainda apresentam erros ortográficos, mas já conseguem entender a lógica do funcionamento do sistema de escrita alfabético”, explica Regina. O professor deve realizar a primeira sondagem no início do período letivo e, depois, ao fim de cada bimestre, mantendo um registro criterioso do processo de evolução das hipóteses de escrita das crianças. Ao mesmo tempo, é fundamental uma observação cotidiana e atenta do percurso dos alunos. “A atividade de sondagem representa uma espécie de retrato do processo naquele momento. E como esse processo é dinâmico e na maioria das vezes evolui muito rapidamente, pode acontecer de, apenas alguns dias depois da sondagem, um ou vários alunos terem dado um salto”, ressalta Regina. “As sondagens bimestrais são importantes também por representarem dispositivos de acompanhamento das aprendizagens para os pais, bem como um retrato da qualidade do ensino para as redes, que podem ajustar seus programas de formação continuada de professores em regiões onde os resultados mostram que os estudantes não estão evoluindo da maneira desejada.”
A N D E R S O N M O Ç O
A G E N C I A B R A S I L