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Guias e Dicas
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Lombalgia: Anatomia, Fisiologia, Etiologia e Tratamento, Notas de estudo de Ortopedia

A lombalgia, uma condição comum que afeta a coluna lombar. Ele descreve a anatomia da coluna lombar, incluindo os músculos e nervos, e discute as causas da lombalgia, como hérnia de disco, espondilolistese e estenose do canal lombar. O documento também fornece informações sobre o tratamento da lombalgia, incluindo opções não medicamentosas e medicamentosas.

Tipologia: Notas de estudo

2025

À venda por 24/02/2025

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VÉRTEBRAS
As vértebras lombares são cinco (L1 a L5),
localizadas na parte inferior da coluna, entre as
vértebras torácicas e o sacro. São as maiores
vértebras, pois sustentam o peso e permitem os
movimentos do tronco.
As vértebras lombares se destacam das cervicais e
torácicas por apresentarem corpos vertebrais
robustos, processos espinhosos pontiagudos e
quadrilaterais, além de uma orientação oblíqua dos
processos articulares, ao contrário da orientação
horizontal nas outras vértebras.
OBS: A quinta vértebra lombar (L5) tem formato em cunha,
permitindo articulação com o sacro. Seu processo
espinhoso é mais curto, os processos transversos e
pedículos são mais espessos e curtos, e a distância entre
os processos articulares inferiores é maior.
NERVOS
A medula espinal se estende até a vértebra L2.
Abaixo do nível de L2, o canal espinal envolve um
feixe de nervos conhecido como cauda equina, que
chega inferiormente até os membros inferiores e os
órgãos pélvicos.
MÚSCULOS
APG 02-Lombalgia
Objetivos
1-Rever a mofofisiologia da coluna lombar (vértebras,
músculos e nervos)
2-Erigir conceito, epidemiologia, etiologia, quadro clínico,
diagnóstico e tratamento da lombalgia com compressão
radicular;
3-Compreender o mecanismo de ação dos AINES e AIES.
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VÉRTEBRAS

 As vértebras lombares são cinco (L1 a L5), localizadas na parte inferior da coluna, entre as vértebras torácicas e o sacro. São as maiores vértebras, pois sustentam o peso e permitem os movimentos do tronco.  As vértebras lombares se destacam das cervicais e torácicas por apresentarem corpos vertebrais robustos, processos espinhosos pontiagudos e quadrilaterais, além de uma orientação oblíqua dos processos articulares, ao contrário da orientação horizontal nas outras vértebras. OBS: A quinta vértebra lombar (L5) tem formato em cunha, permitindo articulação com o sacro. Seu processo espinhoso é mais curto, os processos transversos e pedículos são mais espessos e curtos, e a distância entre os processos articulares inferiores é maior. NERVOS  A medula espinal se estende até a vértebra L2. Abaixo do nível de L2, o canal espinal envolve um feixe de nervos conhecido como cauda equina, que chega inferiormente até os membros inferiores e os órgãos pélvicos. MÚSCULOS APG 02-Lombalgia Objetivos 1-Rever a mofofisiologia da coluna lombar (vértebras, músculos e nervos) 2-Erigir conceito, epidemiologia, etiologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento da lombalgia com compressão radicular; 3-Compreender o mecanismo de ação dos AINES e AIES.

 Músculo longuíssimo: origina-se nos processos transversos e espinhosos das vértebras lombares. Sua função é estender a coluna (contração bilateral) e incliná-la lateralmente (contração unilateral).  Músculo espinal: esse longo músculo é parte do complexo de músculos eretores da espinha, e atuam na manutenção da postura ereta.  Músculo multífido: esse é um longo músculo que cursa ao longo do dorso e funciona estabilizando e rotacionando a coluna lombar.  Músculo intertransversário esse músculo é encontrado especificamente entre L1 e L5. Sua contração bilateral estabiliza e estende a coluna lombar, enquanto a contração unilateral dobra a coluna lombar lateralmente para o mesmo lado.  Psoas maior: esse músculo ajuda a dobrar o tronco lateralmente, e eleva o tronco na posição supina, se contraído bilateralmente.  É uma dor localizada abaixo da margem costal e acima das linhas glúteas inferiores, associadas ou não à dor nos MMII.  É um dos principais motivos de consulta médica em todo o mundo, afetando cerca de 65% a 80% da população do mundo em algum momento de suas vidas.  A lombalgia é uma das principais causas de incapacidade temporária ou definitiva, principalmente no ambiente de trabalho.  Estudos epidemiológicos mostram que a prevalência da dor lombar crônica e sua incapacidade continuam aumentando nos países industrializados, apesar dos avanços médicos recentes.  Essa prevalência pode variar de 10-15%. CLASSIFICAÇÃO Quanto a duração:  Aguda: menos de 6 semanas; subaguda: 6 a 12 semanas e crônica: mais de 12 semanas. Quanto a prováveis etiologias:

OSTEOARTRITE E DISCOPATIAS

 Na população, alterações de disco e facetas são muito comuns. Por serem alterações que surgem com o envelhecimento, existe um debate se devem ser consideradas patológicas ou fisiológicas.  (^) Os pacientes sintomáticos apresentam dor mecânica, podendo ser observado um grau de rigidez matinal. INFLAMATÓRIAS  Doenças como fibromialgia, espondilite anquilosante e artrite reumatoide acometem a coluna e apresentam manifestações sistêmicas. Caracterizam-se por rigidez matinal prolongada (>1h) e dor noturna. Na fibromialgia, há dor difusa, sono não reparador, cefaleia e fadiga persistente. ESTENOSE DO CANAL LOMBAR  É consequência da falta de espaço para os elementos neurais no interior do canal espinal.  Ocorre após os 50 anos de vida.  A estenose do canal lombar (CLE) pode ter diversas formas, sendo a adquirida a mais comum.  Ela ocorre devido a processos degenerativos progressivos, como hipertrofia ligamentar, protrusões discais, cistos facetários, espondilolistese e escoliose, que, junto a pedículos curtos, reduzem o volume do canal.  A CLE deve ser suspeitada em pacientes com claudicação, lombalgia crônica, dor e fraqueza nas pernas, piorando na extensão lombar. A claudicação neurogênica deve ser diferenciada de causas vasculares. FRATURA VERTEBRAL POR OSTEOPOROSE  A fratura vertebral é a manifestação mais comum e precoce da osteoporose em mulheres acima de 45 anos, ocorrendo principalmente na junção toracolombar e no terço médio do tórax.  Apenas 30% se manifesta com dor lombar, o que dificulta o rastreio.  A dor costuma ser aguda, intensa e limitante, com piora importante à palpação do processo espinhoso da vértebra afetada.  Após algumas semanas, sofre resolução subsequente à consolidação e à reparação óssea local. NEOPLASIAS  Dorsalgia e dor lombar são sintomas comuns em indivíduos com câncer metastático.  As metástases vertebrais ocorrem em 3 a 5% das pessoas com câncer, mas é uma causa incomum de dor lombar.  Uma história pregressa de malignidade é o indicador mais útil para identificar essa doença em indivíduos com lombalgia.  Os adenocarcinomas de mama, pulmão, próstata, tireoide e trato gastrintestinal são os tumores sólidos mais associados a metástases vertebrais.  O mieloma múltiplo causa dor óssea persistente em idosos (>60 anos) e apresenta lesões líticas difusas em ossos longos, crânio e coluna. INFECÇÕES  As infecções espinais incluem espondilodiscite, osteomielite vertebral, abscesso epidural e raramente artrite facetária. Podem ser piogênicas, causadas por Staphylococcus aureus e S. epidermidis , ou granulomatosas, como tuberculose e brucelose.  Apesar de raros, esses distúrbios têm alta mortalidade, atingindo até 3% nos abscessos epidurais, 6% na osteomielite espinal e 11% na espondilodiscite piogênica. DOR VISCERAL REFERIDA  A dor lombar e sacral pode ser causada por várias patologias e raramente ocorre isoladamente. Quando a dor tem um ritmo específico e não melhora com o repouso, deve-se suspeitar de dor referida, como em casos de gravidez, endometriose, aneurisma de aorta e pancreatite.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

 Dor lombar ou sacral: Geralmente bilateral, mas com predomínio em um lado.  Irradiação da dor: o Lombalgia comum: Sem irradiação significativa. o Lombociatalgia: Dor irradiada para nádega, face posterior da coxa e, em alguns casos, até o pé. Trajeto do nervo ciático.  Intensidade variável: De desconforto leve a dor lancinante, agravada pela mobilização da coluna.

 Bloqueio funcional: Alguns casos apresentam rigidez extrema, impedindo atividades diárias.  (^) Fatores desencadeantes: Pode ser aguda (após esforço físico) ou surgir gradualmente.  Rigidez matinal: Melhora com a movimentação.  Agravamento da dor: Mudanças de posição, sentar- se, deambular, tossir e pequenos esforços podem piorá-la.  Limitação da mobilidade: Dor à palpação lombar, podendo haver área extremamente sensível.  Testes clínicos: o Sinal da campainha: Compressão lombar causa dor no trajeto do nervo ciático. o Manobra de Lasègue: Positiva em casos de lombociatalgia. Sinais para causa potencialmente grave:  Sintomas constitutivos: febre, perda de peso, ou aumento da dor em decúbito (p. ex., dormir em uma cadeira) ou durante a noite.  Dor lombossacra localizada e aguda.  Dor visceral associada a alterações na função gastrointestinal ou genitourinária.

DIAGNÓSTICO

 A anamnese, quando feita de maneira coerente e direcionada, é o principal elemento no diagnóstico inicial do paciente portador de dor lombar.

ANAMNESE

  1. Características da dor  Tempo de evolução: Aguda, subaguda ou crônica.  Padrão: Intensidade, início (súbito ou progressivo), horário e relação com esforço ou repouso.  Irradiação: Se segue trajeto raquidiano e corresponde a dermátomos.  Red flags: Sinais de alerta para causas graves.  Yellow flags: Fatores de risco para cronificação (medo-evitação, catastrofismo, depressão, questões trabalhistas).
  2. Dor extrarraquidiana  Sem relação com movimentos da coluna, podendo ocorrer em repouso.  Causas possíveis: Cálculo renal, colecistite, endometriose, prostatite, aneurisma de aorta abdominal, processos expansivos retroperitoneais, doença inflamatória pélvica, pielonefrite, abscessos perirrenais, pancreatite.
  3. Antecedentes  Histórico social e ocupacional: Fatores de risco ambientais e profissionais.  Uso de drogas e hábitos de vida.  Histórico de saúde e fatores psicossociais.

EXAME FÍSICO

 Deve sempre incluir um exame geral procurando alterações e a seguir, o exame da coluna deve ser realizado de forma metódica e organizada.  O paciente deve sempre estar desnudo para que o médico possa observar a presença de lesões cutâneas, deformidades, contraturas musculares.  O exame inicia-se com o paciente em ortostase.  INSPEÇÃO: a visão posterior permite identificar desvios no plano sagital, assimetria das cristas ilíacas, pegas glúteas e joelho. A visão lateral permite observar a presença de hiperlordose ou retificação da lordose.  Avalia também a presença de tumorações, edema e atrofias também pode ser pesquisada.  PALPAÇÃO: da musculatura, dos processos espinhosos e dos espaços intervertebrais.  MOVIMENTOS DA COLUNA LOMBAR: flexão, extensão, rotação ou torção direita e esquerda e lateralidade.  EXAME NEUROLÓGICO: parte obrigatória e extremamente importante do exame da coluna.  O exame motor, da sensibilidade e dos reflexos permite estabelecer uma topografia radicular típica. MANOBRAS PROVOCATIVAS Manobra de Valsalva: Na compressão radicular, a manobra provoca exacerbação da dor ou irradiação até o pé. Teste de Patrick ou FABERE (flexão, abdução, rotação externa):  Objetivo: Avaliar articulação sacroilíaca e quadril.  Execução: Paciente deitado, com uma perna flexionada e o pé sobre o joelho oposto, enquanto o examinador pressiona a coxa para fora e para baixo.  Resultados e interpretações:  Dor na nádega contralateral ou lombalgia:  Indica possível disfunção na articulação sacroilíaca.  Pode também sugerir espondilolistese ou síndrome facetária.  Dor inguinal ou na coxa anterior:  Sugere possível problema no quadril, como osteoartrite ou outras condições da articulação do quadril. Lasègue: A dor à elevação passiva do membro inferior estendido sugere irritação no nervo ciático. O sinal é considerado positivo quando a dor irradia para os dermátomos das raízes L5 e S1 ou quando agrava a dor existente nesse trajeto ao elevar a perna entre 35 ° e 60 ° em relação ao plano horizontal. A positividade do sinal de Lasègue geralmente indica compressão radicular. Bragard: dorsiflexão do pé quando o membro estiver elevado, provocando exacerbação da dor.

AIES

 Os glicocorticoides reduzem a produção de citocinas pró-inflamatórias, bloqueiam a fosfolipase A (impedindo a liberação de ácido araquidônico) e diminuem a produção de prostaglandinas e leucotrienos, o que é crucial para sua ação anti- inflamatória. Eles também estabilizam membranas de mastócitos e basófilos, reduzindo a liberação de histamina.  Exemplo: prednisona.

Referencias:

MARTINS, Mílton de A.; CARRILHO, Flair J.; ALVES, Venâncio Avancini F.; CASTILHO, Euclid. Clínica Médica, Volume 5: Doenças Endócrinas e Metabólicas, Doenças Osteometabólicas; Doenças Reumatológicas. Editora Manole, 2016. HOCHBERG, Marc C. Reumatologia. Grupo GEN, 2016. GIANINI, Reinaldo J.; FILHO, Tarcísio Eloy Pessoa de B.; CRISTANTE, Alexandre F.; et al. SOS ortopedia. 3. ed. Barueri: Manole, 2024. E-book. p.126. ISBN

  1. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/ 9788520465684/. Acesso em: 08 fev. 2025. WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed. – Porto Alegre :Artmed, 2016.