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Guias e Dicas
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Sistema financeiro para gestão, Esquemas de Contabilidade

SISTEMA FINANCEIRO para consultas

Tipologia: Esquemas

2025

Compartilhado em 09/05/2025

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SISTEMA FINANCEIRO
Autoridades = Ministério das Finanças + Banco de Moçambique
Instrumentos = Política Fiscal + Política Monetária
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INSTITUIÇÕES
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Ordem
Contas de
Financeiros
Derivados
Balanço
Operações do
e Comissões Preços: Taxa de Juros
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SISTEMA FINANCEIRO

Autoridades = Ministério das Finanças + Banco de Moçambique

Instrumentos = Política Fiscal + Política Monetária

INSTITUIÇÕES

Bolsas

Ordem

Contas de

Financeiros

Derivados

Balanço

Operações do

Preços: Taxa de Juros e Comissões

Monetária NãoMonetárias

financeiras

  • aplicações

ex portações

  • importação e
  • Depósitos
  • Crédito
  • Microbancos
  • Cooperativas

Comerciais

  • Bancos

Central

  • Banco
  • Bolsas

Câmbios

  • Casas de

Grupo

  • Compras em
  • Microfinanças

Financeiras

Sociedades

  • Fundos e
  • Seguradora

financeiras

  • Participações
  • Acções

privadas

  • Obrigações

OT’s

a prazo

pronto e

ME a

venda de

compra e

es de

Operaçõ

  • R. Repos
  • Repos
  • Facilidades
  • Permuta
  • TAM

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MMI MCI

Capitais

Monetário

económico

  • Crescimento

  • Inflação

Objectivos

  • Principais

Económica

Polí tica

  • Regime de
  • PARPA
  • PES

do Governo

Quinquenal

  • Programa

Macroeconómico Mercados

POLÍTICAS

SISTEMA FINANCEIRO

  • Noção do Sistema Financeiro
  • Teoria quantitativa de moeda
  • Balanço do Banco Comercial e Central

I - NOÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO

Às vezes usamos esta designação quando pretendemos referirmo-nos às instituições, o que

não é totalmente errado. Na verdade, sistema sugere a ideia de conjunto em que as

instituições são partes integrantes do sistema financeiro objecto deste programa.

O Ministério das Finanças e O Banco de Moçambique são as instituições com poderes para

gerir as políticas fiscais e monetárias, respectivamente, no quadro dos objectivos

macroeconómicos definidos pelo Governo. Superintendem o funcionamento das

instituições financeiras e no caso do Ministério das Finanças garante também a necessária

coordenação com o Banco de Moçambique na apresentação, aos órgãos competentes, de

projectos de legislação para o sistema bancário.

Assim, o sistema financeiro deve ser entendido como um conjunto que integra a POLÍTICA

mais as INSTITUIÇÕES com os seguintes objectivos:

POLÍTICA: O sistema financeiro funciona no quadro de uma política económica e

financeira vigente. Não seria recomendável num regime de economia centralmente

planificada em que o papel do sector privado é irrelevante, predominar as instituições

financeiras geridas com base na economia de mercado e vice-versa. A acontecer seria muito

difícil a compatibilização dos objectivos estratégicos com a afectação dos meios. Por

exemplo, na década de setenta houve em Moçambique necessidade de se reestruturar o

por várias representações desde a concha, gado, sal que coexistiram com a troca directa até

meados do século VIII, idade do ferro e bronze que veio revolucionar a divisão de trabalho

e também por isso, o papel da moeda evolui. A moeda tem dois valores: intrínseco e legal. O

primeiro refere-se a quantidade de metal precioso (ouro e prata) que contem na sus estrutura

é também conhecido como valor real ou ainda moedamercadoria. O segundo refere-se ao

valor atribuído pelo Governo e por isso vale o que vale porque o Governo assim

determinou. As notas e moedas bancárias são os exemplos conhecidos. O Banco Central na

base da lei no caso moçambicano a lei 2/80 que criou Metical atribui-lhe valor liberatório

obrigatório e pleno o que quer dizer a obrigatoriedade de aceitação para pagamentos

independentemente da espécie usada (notas e moedas). A moeda para ser considerada como

tal deve reunir os requisitos económicos e físicos. Nos económicos ela deve ser i) escasso

ii) aceitável e iii) estável Reunirá os requisitos físicos se evidenciar: i) Cognoscibilidade

(fácil de se reconhecer) ii) Homogeneidade (correspondência entre a fracção do valor e a

fracção da moeda. iii) Divisibilidade (ser possível de dividir em fracções sem perda de

valor) iv) Grande Densidade do Valor (correspondência entre grande valor e pequena

fracção da moeda e finalmente v) Durabilidade (resistência aos agentes de destruição). Na

cunhagem de moeda, as moedas podem ainda serem classificadas em i) reais se o valor

facial for igual ao valor intrínseco ii) fiduciária não tem nenhum valor real são assim aceites

porque a lei assim exige por exemplos notas bancarias e iii) de Conta a criação por

movimento bancário por exemplo o depósito. Na cunhagem das notas divisionárias define-

se na lei o tipo de metais a combinar ou a seja a LIGA. Para se saber qual é o grau de pureza

dos metais preciosos (ouro e prata) contidos na liga calcula-se o chamado TITULO ou

TOQUE usando a seguinte formula T = Peso do metal puro/Peso total da liga.

Assim temos as seguintes funções: Meio de pagamento, Unidade de conta e Reserva de

valor.

Como meio de pagamento, a moeda permite sair-se de uma troca directa para uma

economia monetária e facilitar a divisão de trabalho. Sem esta função imagine quão difícil

não seria a tarefa de um professor que quisesse almoçar. Teria de encontrar alguém que

tivesse comida e disposto a trocá-la por uma aula que fosse sobre matéria do seu interesse e

sabendo que a vontade de aprender nem sempre é proporcional à de comer; o mais provável

seria o professor morrer de fome. Mesmo havendo alguém disponível a trocar a comida o

problema colocar-se-ia na fixação da medida: quantas horas para quanta comida? Com esta

função o professor já não precisa de procurar aluno de ocasião, pode comprar comida ao

preço e quantidade que achar justos e a qualquer momento.

A moeda como unidade de conta permite comparar preços de diversos produtos. É graças

a esta função que podemos ter, por exemplo, a contabilidade pública e as finanças, pois

seria difícil avaliar o grau de endividamento ou avaliar o PIB e medir a riqueza das pessoas

e empresas sem esta função. É por isso que quando numa economia se usa várias moedas

torna-se complicado avaliar, por exemplo, o nível de inflação. É por isso que as leis que

criam moedas nacionais impõem o curso legal obrigatório e poder liberatório pleno para

permitir que nas transacções internas seja usada a moeda local de modo a facilitar o seu

registo e comparabilidade.

Com a função de reserva de valor resolveu-se o problema de custos de gestão da riqueza

na medida em que a mesma pode ser reduzida a um número em vez de nomeá-la, por

exemplo, tantas casas, cadeiras, títulos financeiros, etc. E facilita a sua conversão em

activos mais líquidos a qualquer momento.

A importância da moeda não se esgota nas suas funções, ela é um recurso importante na

vida económica das sociedades modernas. Com efeito, estudos sobre esta matéria procuram

saber como é que as variáveis reais tais como o emprego, a produção e a troca de bens são

afectadas com a mudança das variáveis financeiras. É por isso que temos: a Teoria

Quantitativa Clássica, a Teoria Keynesiana, a Escola Pos-Keynesiana e a Teoria

Quantitativa Moderna.

Para os economistas clássicos a moeda é neutra, não afecta o produto nacional. Qualquer

variação tem apenas impacto no nível de preços. Duas abordagens eram consideradas: a da

transacção de caixa e do saldo de caixa. Na abordagem da transacção de caixa a moeda está

em acção e é representada pela equação de trocas MV≡PT. Nesta equação as compras são

iguais às vendas. M significa stock de moeda, massa monetária, (M2 ou M3 conforme

determinação do Banco Central de cada país), V é a velocidade da moeda, P o nível de

A Moderna Teoria Quantitativa da moeda recupera o conceito de que o stock de moeda é

importante e concentra os debates na teoria de procura de moeda, sendo o Prof. Milton

Friedman o mais representativo desta teoria. Para Friedman o stock da moeda nominal

representa apenas uma unidade de conta. Ora as pessoas estão mais interessadas pelo que a

moeda possa comprar (o poder de compra) e não apenas pelo stock de moeda. Esta teoria

para além de repor a importância da moeda na ligação entre o sector

financeiro e real da economia acresce o conceito de moeda real. Que mostra o poder de

compra detido pela moeda.

= f( i,r,w, p)

A variação do valor real da moeda influencia as taxas de juros (i) dos títulos, taxas de

retorno (r) de acções, a riqueza (W), inflação (P) e outros indicadores da economia.

III - Balanços: Banco Central e Banco Comercial

Banco Central

ACTIVO Valor PASSIVO Valor

Disponibilidades externas

500,000.

Notas e moeda em

circulação

240,000.

Crédito ao Governo

100,000.

Depósitos das Inst. Crédito

15,000.

Empréstimos as Inst. Cred.

20,000.

Capitais Próprios

365,000.

Total

620,000.

Total

620,000.

Banco Comercial

ACTIVO Valor PASSIVO Valor

Disponibilidades externas

50,000.

Depósito do Público

100,000.

Crédito à Economia

85,000.

Dep. ordem

75,000.

Títulos

35,000.

Dep. prazo

25,000.

Depósitos no Banco

Central

15,000.

Empréstimo do Banco

Central

20,000.

Capitais Próprios

65,000.

Total

185,000.

Total

185,000.

EXERCICIO PRÁTICO Nº 1

  1. “O Governo do Banco de Moçambique determinou através do aviso

14/GGBM/2005 a designação escritural do Metical da Nova família e a taxa de conversão

do Metical em circulação para o da Nova Família Metical...”

a) Comete este procedimento no âmbito das funções do Banco Central

b) Qual poderá ser o papel das instituições financeiras não monetária no processo de

troca dos Meticais velhos pelos da nova família.

  1. Facturar em moeda externa nas transacções internas afecta, em particular, uma das

funções da moeda. Qual e porquê?

  1. “O Banco Central emitiu na última semana Bilhetes do Tesouro no valor de 20 mdc

para retirar a liquidez excessiva na economia”. Enquadra esta acção nas principais

funções de um Banco Central

  1. “O Banco Central fixou através do aviso 4/GGBM/2005 os capitais mínimos para as

instituições de crédito, sociedades financeiras e operadores de microfinanças”.

Comente este procedimento no âmbito das funções do Banco Central.

  1. Explique o papel das instituições de intermediações financeiras na economia,

indicando as três principais funções/princípios

b) Suponha que uma moeda divisionária pesa 1900 gramas e o seu título é de 0,

qual é o peso de prata e de cobre desta liga?

c) Qual é o significado do título? Considere o valor do título acima indicado para a sua

resposta.

  1. De um Boletim Estatístico extraímos os seguintes dados:

mio MT

Disponibilidade Externas (d.q.50% do Banco comercail) 400.

Capital do Banco Central 200.

Crédito a Economia 30.

Reservas livres no Banco Central 70.

Empréstimos do Banco Central aos Bancos comerciais 140.

Crédito do Banco Central ao Governo 120.

Títulos em carteiras nos Bancos comerciais 30.

Depósitos totais do público 100.

Capital Próprio- Banco Comercial 240.

Notas e Moeda em Circulação 180.

Sabe-se ainda o seguinte:

 A taxa de reservas obrigatórias é de 10% dos depósitos totais do público.

 75% dos depósitos totais estão na forma de depósitos à ordem e os restantes estão a

prazo.

Pretende-se:

a) Balanço do Banco Central e do Banco Comercial

b) A Síntese monetária, o valor do M1, M2, Base Monetária e Multiplicador.

  1. Do Boletim financeiro do País A obtivemos a seguinte informação financeira,

referente ao ano de 2010 (em mil U.M.).

Disponibilidades Externas dos Bancos comerciais

50

Capital do Banco Central

3650

Empréstimos do Banco Central aos Bancos Comerciais

110

Reservas livres no Banco Central

50

Disponibilidade externas do Banco Central

5000

Crédito do Banco Central ao Governo

1000

Títulos em carteiras nos bancos comerciais

350

Depósito totais do público

100

Crédito á Economia

850

Capital do Banco Comercial

1250

Sabe-se ainda o seguinte:

 A taxa de reservas obrigatórias é de 10% dos depósitos totais do público.

 75% dos depósitos totais estão na forma de depósitos á ordem e os restantes estão a

prazo.

 As notas e moedas em circulação correspondem a 40% do somatório das

disponibilidades externas do banco central e do crédito ao Governo.

Pretende-se:

a) Balanço do Banco Central e do Banco Comercial.

b) A síntese monetária, valor do M1, M2, Base Monetária e o multiplicador.

POUPANÇA E INVESTIMENTO

  • Relação poupança, depósito, crédito e

investimento

  • Repressão vs liberalização financeira

intermediação financeira e estas em troca recebem o direito de poder aplica-los como

acharem adequado gerindo o respectivo risco. Para garantir o necessário equilíbrio

financeiro as instituições de intermediação financeira podem usar entre outros, o modelo

dos fundos de maneio: FMLG + FMLE = TESOURARIA, onde FMLG significa Fundo de

Maneio Liquido Global, FMLE Fundo de Maneio Líquido de Exploração. Uma boa gestão

deve garantir que os fundos de maneios sejam positivos o que significa que para que

FMLG> 0 é necessário que o IMOBILIZADO <CAPITAIS PERMANENTES (Capitais

Próprios+ Emprestemos obtidos de médio e longo prazo). Para o FMLE> 0 é necessário que

o ACTIVO CIRCULANTE (stock e dividas de clientes) <EMPRESTIMOS OBTIDOS DE

CURTO PRAZO e a TESOURARIA para além de resultar do próprio modelo pode ser

testado para verificar se a diferença entre AS DISPONIBILIDADES – DESCOBERTOS

NAS CONTAS BANCARIAS é igual a que resultar da soma algébrica dos dois fundos de

maneio da fórmula acima indicada.

A teoria de relação pressupõe:

  • A taxa de juro de depósito é igual a taxa de juro de crédito ( i d

= i c

  • A existência de aforradores que constituem fonte de fundos excedentários;
  • A existência de agentes económicos com défice financeiro que constituem o

lado de aplicação de fundos;

  • O banco assume o papel de um intermediário entre os aforradores e os

mutuários

Sob estes pressupostos, a relação pode ser estabelecida da seguinte maneira: as pessoas

poupam, depositando nos bancos. Estes, por sua vez, aplicam a poupança (assumindo o

risco por conta própria) concedendo crédito aos agentes económicos com défice financeiro.

Os agentes económicos com défice financeiro são aqueles que procuram fundos para fazer

os seus investimentos. Após o retorno dos seus investimentos, os fundos excedentários

voltam a ser depositados. Esquematicamente teríamos um ciclo vicioso desta relação:

Esta é a razão que leva as pessoas a dizer que sem a poupança não haverá investimento na

economia. Esta afirmação é parcial porque as instituições de crédito ao criar moeda através

do crédito estimulam o investimento.

A premissa de que a taxa de depósito iguala-se à taxa de crédito, ao longo de tempo,

mostrou-se inadequado pois como abaixo se indica os bancos precisam de um diferencial,

preda , para poderem manter o negócio bancário para além de que os bancos ajustam

rapidamente as taxas de operações activas (crédito) quando varia a taxa real:

Onde ir=taxa de juro real i n

= taxa de juro nominal P

e

= inflação esperada. Em países onde a

variabilidades dos preços é insignificante, i r

= i n

- P

REPRESSÃO FINANCEIRA

A repressão financeira refere-se à intervenção do governo directamente ou através do banco

central nas operações do sector financeiro fixando as taxas de juros (tanto passivas – sobre

os depósitos – bem como as activas – sobre os créditos) abaixo do seu nível de equilíbrio e a

não remuneração das reservas obrigatórias dos bancos comerciais. Ao nível destas taxas de

juro, o nível da procura pelo crédito (I) ultrapassa o nível da poupança.

(P), como representado no esquema abaixo.

Crédito

Poupança Depósito

o

Investiment

Quando é feita pelos próprios bancos:

LIBERALIZAÇÃO FINANCEIRA

Segundo os economistas Richard Mckinnon e Eduard Shaw para que a poupança cresça é

preciso que o Estado deixe de administração o preço do dinheiro. Pois tendo em conta o que

os gráficos mostram a liberalização conduziria a taxa juro para o ponto de equilíbrio, o

ponto de encontro entre a procura e a oferta do mercado de crédito mantendo, obviamente,

os restantes pressupostos inalterados. De notar que esta escola liberalizante foi lançada por

estes dois economistas em 1973 nos seus livros Money and Capital in Economic

Developement (R.Mckinnon) e Financial Deepening in Economic Development (E.Shaw).

Infelizmente esta teoria nasceu no tempo errado porque logo a seguir o mundo foi

confrontado, em 1974, com a crise de petróleo e da divida externa que teve como

consequência o aumento das taxas de inflação tornando à partida difícil manter as taxas de

juro reais positivas como forma de estimular a poupança como advogavam estes

economistas. Mesmo assim, não se pode rejeitar a teoria liberalizante quando reforçada

com uma supervisão adequada. Foi com base nesta teoria que em 1986 o Reúno Unido e os

Estados Unidos da América embarcaram num processo de liberalização das operações nas

Racionalização do

crédito feito pelo banco

de maneira a facilitar o

seu processo de selecção

de projecto face à alta

procura pelo crédito

respectivas Bolsas de Valores, conhecida no primeiro como Big Bang em que as restrições

que consistiam em especializar os operadores foram removidas. Os dealers e os brokers

passaram a realizar as operações que até então eram exclusivas ou de dealers ou de brokers

e MAY DAY nos Estados Unidos da América para marcar o dia da entrada da nova

regulamentação flexibilizando a actividade dos operadores da Bolsa tal como no Reino

Unido. Este processo de liberalização teve lugar no mês de Outubro. Não se sabe se fruto

desta liberalização ou não o facto é que em Outubro de 1987 verificou-se, na Bolsa de Nova

Yorque , a conhecida quebra / CRASH em que os preços que constituíam o índice NYDJIAI

( NEW YORK DOW JON INDUSTRIAL AVARAGE INDEX ) caíram repentinamente, cerca

de 23%, causando um prejuízo aos investidores na ordem de 500 biliões de USD. Curioso é

que tudo se passa no mês de Outubro fenómeno idêntico de 1929 também foi em Outubro.

EXERCICIO PRÁTICO Nº 2

  1. Demonstre como se processa a repressão financeira e as suas consequências na

economia.

  1. Considere a seguinte informação financeira:

 Taxa de juro de mercado para operações activas: 20%

 Taxa de juro nominal de operações passivas fixadas pelo Governo: 10%

Spread fixado pelo Governo para remuneração dos Bancos: 5PP Com

recurso a demonstração gráfica discuta:

a) A teoria de representação financeira.

b) As consequências dessa representação financeira nas operações activas e passivas

dos Bancos.

i) Quando o Governo fixa as taxas sem spread , i.e., as taxas de juros de

operações activas e passivas são iguais;

ii) Com fixação de spread. Indicado; iii) Como é que as instituições de crédito

equilibram a procura e oferta do crédito.

os aplicar e daqueles com insuficiência de fundos mas com oportunidade de negócio para os

aplicar. Podemos dizer que o mercado funciona como intermediário que garante que as

operações/transacções aí realizadas sejam feitas com maior transparência e segurança.

Classificação dos mercados financeiros

Quanto a forma de entrega de activos transaccionados Mercado a pronto, a

vista Spot (até 2 dias) Mercado a prazo, forward

Quanto à forma legal

Mercados formais – aqueles em que as operações são realizadas no quadro

da legislação apropriada e por isso protegidas por lei

Mercados informais – Nestes as operações são realizados sem protecção

legal.

Quanto à maturidade dos instrumentos transaccionados

Mercado monetário – transacciona-se instrumentos financeiros de curto

prazo.

Mercado de capitais – transaccionam-se instrumentos financeiros de

médio e longo prazos.

Quanto à organização

Bolsa de valores

Mercado de balcão

Quanto ao momento de transacção

Mercado primário – transacciona-se títulos emitidos pela primeira vez

com o objectivo de obter financiamento

Mercado secundário – transacciona-se títulos cujo objectivo é a

diversificação da carteira dos investidores. Este mercado serve de base para

fixação dos preços no mercado primário na medida em que participam

operadores que desejam ajustar as suas carteiras.

Quanto ao instrumento financeiro

Mercado de título de participação (exemplo de acções)

Mercado de dívidas (exemplo de obrigações)

Derivados – transacções baseadas em instrumentos financeiros subjacentes

Quanto ao tipo de operações realizadas

Mercado monetário

Mercado cambial

Mercado de capitais

Mercado de crédito (comercial ou bancário)

Mercado de Seguros

Quanto à relação entre mutuante e mutuário

Mercado de financiamento directo – quando a transacção efectua-se

directamente entre o mutuante e mutuário (sem intermediário financeiro)

Mercado de financiamento indirecto – quando existe um intermediário

financeiro entre mutuante e mutuário (exemplo de bancos, bolsa de valor).

Participantes do mercado financeiro. Podemos agrupá-los em três categorias

Categoria 1  Mutuante Vrs Mutuário

Categoria 2  Instituições Financeiras

Categoria 3  Operadores de produtos financeiros e outros

Categoria 1 – Mutuante Vrs Mutuário.

Neste grupo as transacções são realizadas directamente entre o mutuante e mutuário sem

intervenção de intermediários oficiais.

Categoria 2 – Instituições Financeiras

As instituições financeiras são intermediárias por excelência na medida em que recebem

depósitos e concedem crédito criando moeda desta forma. Garantem ainda a transformação

das maturidades dos fundos, aumentam a eficiência económica através de melhor afectação

dos fundos e permitem financiar maior número de projectos e afastar o risco que os

aforradores individualmente poderiam incorrer se aplicassem os seus fundos directamente

no mercado.

Categoria 3 – Operadores de produtos financeiros e outros

Nesta categoria temos profissionais de mercado financeiro que podem realizar operações

financeiras por conta própria ou de terceiros:

Brokers ( agentes) Sociedades de Corretagem – são empresas/pessoas que realizam

operações em nome dos ordenadores.

Dealers (Sociedades Financeiras de Corretagem) são empresas/pessoas que fazem

operações de compra e venda de títulos por conta própria assumindo todo risco existente

nas operações, i.e., são negociadores por interesse próprio, são também conhecidos como

os fazedores de mercado. Na actividade seguradora temos os corretores.

Hedgers são agentes económicos que, com receio de riscos potenciais (exemplo de subida

de preços ou alteração da taxa de câmbio no futuro) fazem aprovisionamento de

mercadorias ou bens para se precaverem.

Especuladores – são agentes económicos que actuam nos preços com objectivo de

especular (ganhar) no diferencial de preço. Estes compram o contrato de aprovisionamento

feito pelo Hedger para posterior revenda assumindo/transferindo o risco cambial para si.

Arbitrageurs – são agentes, geralmente bancos que garantem que a lei de preço único nos

mercados seja satisfeita ou seja (CIP- covered interest parity ).

A interacção destes operadores é importante para a fixação da taxa de câmbio a prazo. Uma

das condições para que o mercado de operações a prazo funcione é garantir que para cada