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Sistema Educacional, Notas de estudo de Pedagogia

Análise sobre o sistema Educacional na Finlândia e Coreia do Sul e as Possibilidades educacionais em Angola

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 03/09/2015

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cleto-rodolfo-belo-8 🇧🇷

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FACULDADE DE AGUDOS - FAAG
CLETO RODOLFO ANTÓNIO BELO
ESTUDOS SOBRE O SISTEMA EDUCACIONAL NA FINLÂNDIA E NA CORÉIA
DO SUL E AS POSSIBILIDADES EDUCACIONAIS EM ANGOLA
AGUDOS
2014
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FACULDADE DE AGUDOS - FAAG

CLETO RODOLFO ANTÓNIO BELO

ESTUDOS SOBRE O SISTEMA EDUCACIONAL NA FINLÂNDIA E NA CORÉIA

DO SUL E AS POSSIBILIDADES EDUCACIONAIS EM ANGOLA

AGUDOS

FACULDADE DE AGUDOS - FAAG

CLETO RODOLFO ANTÓNIO BELO

ESTUDOS SOBRE O SISTEMA EDUCACIONALNA FINLÂNDIA E NA CORÉIA

DO SUL E AS POSSIBILIDADES EDUCACIONAIS EM ANGOLA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade de Agudos. Professora Orientadora:Dra Liliane Campos Stumm

AGUDOS SP

Dedico este trabalho a toda minha família, por aquilo que eles são enquanto pessoas, igualmente formidáveis e admiráveis em caráter, princípios que me estimularam a buscar determinação e coragem a cada dia, meus agradecimentos por terem aceitado os meus sonhos e consequentemente realizá-los, permitindo assim que me sentisse realizado.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela sua soberania e graça da minha existência. Ao Manuel, Carlos, Bernardo Isabela, Francisca, Arminda, Elsa, Jéssica, Flávio e Walter, amigos que nunca se ausentaram nesta minha trajetória. Agradeço à minha família em Angola e aqui no Brasil que sempre estiveram ao meu lado me apoiando financeiramente, emocionalmente, que mesmo estando a quilômetros de distância se mostraram presentes a todo o momento. Aos professores que passaram na minha carreira estudantil e de certa forma deixaram um legado, ou seja, me inspiraram. À Mestra Liliane, pela sua atenção, dedicação e presteza no auxílio às atividades e debates sobre o rumo deste trabalho de conclusão de Curso. Aos professores e funcionários da Faculdade de Agudos, pela camaradagem e competência que me acolheram. A minha turma por estes três anos e meio de convivência e aprendizado, que sem sombra de dúvidas deixarão saudades.

ABSTRACT

Education is a factor that is intrinsically linked to the development of a country. The objective of this study was to verify the palpable growth in Education under three countries and reflect the educational possibilities in Angolan. A territory methodology was systematic literature review conducted on the foundations of online data Lilacs and Capes Portal referring to years 2003 to 2013. Analyses happened from the titles of the works and careful reading of the summary and objectives thereof. A content analysis of publications , educational system was performed , classifying and grouping them as the focus and researched by looking mainly their similarities and hence their differences among the selected items , as the discussion of public policy bias and presenting homogeneous and heterogeneous characteristics of the studied countries. The results showed that there was an investment in the educational processes both physical environment and faculty in both studied countries.

Keyword: Educational Policy; Training; Education.

SUMARIO

  • 1 INTRODUÇÃO
  • 2 A HISTÓRIA DA CRIANÇA
  • 3 BREVE HISTÓRIA- FINLÂNDIA
    • 3.1 O Sistema Educacional Finlandês..................................................
    • 3.2 Estrutura Pedagógica
    • 3.3 Os Professores na Finlândia
    • 3.4 O ambiente escolar
    • 3.5 Alunos com problemas de aprendizagem
  • 4 BREVE HISTÓRIA- COREIA DO SUL
    • 4.1 O sistema educacional na Coréia do Sul
    • 4.2 Estruturas pedagógica
    • 4.3 Os professores sul-coreanos
    • 4.4 O ambiente físico
    • 4.5 Alunos com dificuldades de aprendizagem
  • SISTEMA EDUCATIVO 5 CARACTERIZAÇÃO GLOBAL DO CONTEXTO ANGOLANO E RESPECTIVO
    • 5.1 Reforma Curricular/Inide/2003
    • 5.2 Sistema educativo angolano
    • 5.3 Os professores em Angolano
  • 6 RESULTADOS
  • 7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ENCONTRADOS
    • 7.1 Estrutura pedagógica
    • 7.2 Formação de professores
    • 7.2.1 Finlândia
    • 7.2.2 Coréia do Sul...............................................................................
    • 7.2.3 Angola
    • 7.3 Ambiente Físico..............................................................................
    • 7.3.1 Finlândia
    • 7.3.2 Coréia do Sul...............................................................................
    • 7.3.3 Angola
  • 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • CONCLUSÃO
  • REFERÊNCIA
  • ANEXOS

qualidade, a qualidade educacional é o quesito fundamental para que se tenham alunos críticos, que consigam pensar e questionar. Paulo Freire (1992) em sua obra a Pedagogia da Esperança, salienta que a educação traz um crescimento gradativo aceitável, ela muda realidades. É importante que a sociedade toda busque o direito a uma educação com qualidade, permitindo assim que cada um saiba o seu papel. Piaget (1976) afirma que é importante a educação da criança para que ela se firme como cidadã, desta maneira, todo país que aposta numa educação de qualidade está garantindo pilares sólidos e bem estruturados, criando valores éticos e princípios que estarão norteando a vida dessa criança. Delineou-se um estudo de revisão sistemática, por ter como finalidade agrupar de forma crítica os trabalhos de investigação realizados sobre uma temática específica e realizar uma síntese dos resultados dos múltiplos estudos (JADAD, COOK; BOWMAN, 1997). Buscou-se nesse estudo conhecer o sistema de ensino de dois países que foram referência no exame de avaliação PISA que é uma avaliação trienal de conhecimentos e competências de estudantes de 15 anos de idade, realizada nos 30 países integrantes da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), e em países convidados. O PISA adota técnicas e metodologias de avaliação para desenvolver comparações válidas sobre o desempenho educacional entre países de diferentes culturas e graus de desenvolvimento socioeconômico. A OCDE é uma organização global que visa ajudar os governos dos 30 países-membros a desenvolverem melhores políticas nas áreas econômicas e sociais. A educação e o desenvolvimento do capital humano estão entre as suas prioridades. Com esse objetivo, ela vem investindo em estudos e pesquisas que subsidiem a produção de indicadores educacionais comparáveis internacionalmente, com destaque para o desenvolvimento de medidas de habilidades e competências necessárias à vida moderna. O PISA insere-se dentro deste propósito (CASTRO, 2010). Desta maneira, o trabalho será organizado nos seguintes capítulos que abordarão o tema pesquisado. No primeiro capítulo estaremos focados na criança, seu contexto histórico, e qual a importância da educação para a criança.

No segundo capítulo foi explorada a realidade educacional dos países por nós selecionados como referência da pesquisa, partindo primeiramente no seu contexto histórico e chegar especificamente naquilo que nos interessa que é a qualidade que eles possuem nos seus sistemas educacionais. No terceiro e último aborda as possibilidades que ajudarão a melhorar o sistema Educacional de Angola, partindo da observação da análise de dados coletados a partir dos países por nós estudados. Sendo assim, foi projetado alguns objetivos que serviram como norteador do trabalho em questão: Verificar o crescimento no âmbito Educacional dos países estudados, e refletir as possibilidades educacionais no território angolano. Verificar a realidade educacional dos países selecionados como referência da pesquisa, contexto histórico e abordagem educacional. Verificar as necessidades da melhoria educacional em Angola. As revisões sistemáticas da literatura foram realizadas a partir das bases de dados on-line Lilacs e Portal Capes referente aos anos de 2003 à 2013, utilizando os seguintes descritores educação políticas educacionais, avaliação educacional. A revisão foi ampliada através de busca em outras fontes, tais como documentos governamentais e não governamentais. Assim, dentro de uma abordagem quantitativa, pretendeu-se verificar alguns dados como o sistema educacional, condições de trabalho dos professores. A escolha dos países se deu em decorrência dos resultados positivos obtidos no PISA. O material foi selecionado a partir dos descritores educação em diferentes países. Em um primeiro momento foram considerados todos os artigos que tinham em seu título o termo educação em diferentes países em seguida o tema avaliação no PISA. A partir da leitura atenta dos objetivos dos trabalhos selecionados foi realizada uma seleção incluindo apenas os trabalhos que tratem do tema estudado. A pesquisa referente a artigos publicados entre os anos de 2003 à 2013, por meio do programa Microsoft Excel foi confeccionada uma planilha para organizar os artigos e categorizá-los por ano de publicação, categorias temáticas e área metodológica. As análises aconteceram a partir dos títulos dos trabalhos e

2 A HISTÓRIA DA CRIANÇA

As várias mudanças ocorridas na sociedade e o enorme volume de informações estão refletindo-se no ensino, exigindo assim, que a escola não seja apenas uma mera transmissora de conhecimentos, mas que seja um ambiente estimulante, que valorize a invenção, a descoberta, que possibilite à criança percorrer o conhecimento de uma maneira mais motivada, crítica e criativa, que proporcione um movimento de parceria, de trocas de experiências, de afetividade no ato de aprender e desenvolver o pensamento crítico e reflexivo (BARBOSA,MAGALHÃES, 2013). Todas essas lacunas para serem ultrapassadas precisaram de estudos aprofundados e gerar efeitos positivos no desenvolvimento da criança. Embasar-nos-emos no precursor da história da criança Philip Ariès (1978), nele estaremos nos apegando para abordarmos sobre a história da criança. Na Idade Média no Século XII Aries (1978) introduz os estudos sobre a criança, ele aponta que até essa data não existia uma preocupação científica sobre a mesma, uma vez que estas eram retratadas como adultos em miniatura, não tendo o seu ambiente apropriado para o seu desenvolvimento, não eram vistas como seres humanos que precisavam de uma atenção especial. Desde a antiguidade, mulheres e crianças eram consideradas seres inferiores que não mereciam nenhum tipo de tratamento diferenciado, e a duração da infância era reduzida. Por volta do século XII era provável que não houvesse lugar para a infância, uma vez que a arte medieval a desconhecia (ARIÈS, 1978). A criança era tida como uma espécie de instrumento de manipulação ideológica dos adultos e, a partir do momento em que elas apresentavam independência física, eram logo inseridas no mundo adulto, não passando pelos estágios da infância estabelecidos pela sociedade atual. Outro fator importante era que a socialização da mesma durante a Idade Média não era controlada pela família, e a educação era garantida pela aprendizagem através de tarefas realizadas juntamente com os adultos (ARIÈS, 1978). Os costumes, para com as crianças começaram a mudar a partir do fim do século XVI e durante o século XVII, ocorreram mudanças nos modos de se vestir, a preocupação com a educação, bem como separação das crianças de classes sociais diferentes (Nascimento, Brancher, Oliveira, 2011).

A descoberta da infância teria de esperar pelos séculos XV, XVI e XVII, quando então se reconheceria que as crianças precisavam de tratamento especial, “uma espécie de quarentena”, antes que pudessem integrar o mundo dos adultos (HEYWOOD, 2004, p.23), fazendo assim com que as crianças deixassem de ser misturadas aos adultos. Essa quarentena foi à escola, que substituiu a aprendizagem como meio de comunicação (BIANCA, 2010). Trata-se de um sentimento inteiramente novo: os pais se interessavam pelos estudos dos seus filhos e os acompanhavam com solicitude habitual nos séculos XIX e XX, mas outrora desconhecida. (...) A família começou a se organizar em torno da criança e a lhe dar uma tal importância que a criança saiu de saiu de seu antigo anonimato, que se tornou impossível perde-la ou substituí- la sem uma enorme dor, que ela não pôde mais ser reproduzida muitas vezes, e que se tornou necessário limitar seu número para melhor cuidar dela (ÁRIES,1981, p.12).

No século XX surgem os direitos básicos da criança, reconhecendo que a mesma é um ser humano especial, e como tal, elas precisam de uma atenção especial, uma vez que apresentam suas características e têm direitos próprios. Em 1923 é estabelecida pela organização não governamental, a International Union For Childwelfare, alguns princípios que seriam dados como direitos da criança (MATTOS, 2001).  Direito ao desenvolvimento normal e espiritual;  Direito a alimentação, saúde, encorajamento ao retardado (que hoje é Deficiente Intelectual) e abrigo ao largado;  Direito a proteção e a capacitação para a vida;  Direito a serem educadas de modo a entenderem que as suas melhores qualidades seriam para atender seus irmãos. Em 11 de Novembro de 1946 após a segunda Guerra Mundial, cria-se a UNICEF com o objetivo de ajudar os países mais assolados com as devastações. Em 1954 a visão da UNICEF vai além de prestar apoio às crianças pobres, estende- se para os serviços sociais, atendendo as famílias, e com isso foi crescendo a sua rede de uma maneira aceitável, incluindo nela a Educação (MATTOS, 2001). Em 1954 representa o auge para o avanço das conquistas da infância. Foi nesse ano que a ONU divulgou a Declaração Universal dos direitos da criança. Tal divulgação teve um impacto enorme internacionalmente, permitindo assim a realização de outras reuniões internacionais para cuidar dos graves problemas que

É um processo contínuo que orienta e conduz o indivíduo a novas descobertas a fim de tomar suas próprias decisões, dentro de suas capacidades. Outra definição que pode ser atribuída, é o desenvolvimento integral do indivíduo: Corpo, mente, espírito, saúde, emoções, pensamentos, conhecimento, expressão, etc. Tudo em benefício da própria pessoa, e a serviço de seu protagonizou e autonomia. Mas também sua integração harmônica e construtiva com toda a sociedade. Engloba os processos de ensinar aprender , de ajuste e adaptação. É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade (ZANFELICI, 2008). Enquanto processo de sociabilizarão, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes. A prática educativa formal - observada em instituições específicas - se dá de forma intencional e com objetivos determinados, como no caso das escolas. No caso específico da educação formal exercida na escola, pode ser definida como Educação Escolar (ZANFELICI, 2008).

3 BREVE HISTÓRIA- FINLÂNDIA

Finlândia é um país histórico da Europa. Ele está localizado na Escandinávia, sua história, durante séculos, tem sido associada à história dos Vikings. Este é um destino que tem um clima nórdico, peculiar, trata-se de um país que pertence à União Europeia e é o único país escandinavo que não aderiu ao euro como moeda. A Finlândia viveu grandes conflitos, marcado por guerras relacionadas a interesses tanto a Suécia como a Rússia a possessão de suas terras, houve também conflitos civis que acabaram por aniquilar a Finlândia no século XIX (CASTRO, 2010). A história da Finlândia apresenta inúmeros pontos de interesse, um incêndio ano gravado na história durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, a Finlândia lutava contra os russos apoiados pelos suecos, esta luta foi dada pelos planos de Stalin para expandir-se pela Finlândia e para as Repúblicas bálticas como Estónia, e mesmo se espalhou para países como a Suécia. É por isso que os suecos ajudaram a Finlândia, tal como os nazistas chegaram a fazer, embora estes eram expulsos da Finlândia no bem-conhecido como a Guerra da Lapónia, em recente recuo desde a Segunda Guerra Mundial (FINLAND 1917). Após a paz foi assinada uma série de acordos e Finlândia perdeu parte do seu território, e está na órbita da Cortina de Ferro soviética. Após a queda da URSS em 1991, Finlândia se desvincula da Rússia e passa a fazer parte à União Europeia anos mais tarde (CASTRO, 2010). Atualmente, a Finlândia é um país que é governado sob uma república parlamentar, com uma política que tem uma distinção de ser um dos países menos corruptos do mundo (CANETTIERI, 2010). Em 1917, com os primeiros movimentos para criação da União Soviética, a Finlândia foi proclamada “república independente”. Contudo, a influência russa permaneceu, principalmente durante a Guerra Fria. Na busca por preservar sua identidade, os governos finlandeses começaram a priorizar a educação e a valorização da língua. Mesmo assim, o assédio soviético fez com que o país desenvolvesse uma cultura oriental muito diferente da cultura dominante na Europa do ocidente (CASTRO, 2010).

3.1 O Sistema Educacional Finlandês

O sistema educacional da Finlândia passou por uma grande reforma e no ano de 1921 foi implantado um modelo de ensino público e gratuito em todos os níveis. Em 1970 houve uma grande revolução na educação finlandesa, pois no antigo sistema 20% no máximo completava o ciclo básico (CASTRO, 2010). A construção desse sistema foi estruturada com base nos mesmos valores presentes na organização social e cultural do país: liberdade individual, igualdade de oportunidades, acesso aos serviços, respeito aos direitos Segundo a Lei de Bases do Sistema Educativo de 1999, os organizadores da educação estão sujeitos à obrigação de avaliar a educação e a sua eficácia, tanto por avaliações internas como externas. A educação é financiada pelo estatuário de transferências do governo, por subsídios estatais de entidades locais e por impostos locais (ANTIKAINEN, 2008). Atualmente está sendo considerado como um sistema educacional bem sucedido, segundo o PISA(2000), Programa Internacional de Avaliação de Alunos, que é um programa internacional de avaliação comparada, aplicado a estudantes da 7ª série em diante, na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. Esse programa é desenvolvido e coordenado internacionalmente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), havendo em cada país participante uma coordenação nacional. As avaliações do Pisa acontecem a cada três anos e abrangem três áreas do conhecimento: Leitura, Matemática e Ciências, havendo, a cada edição do programa, maior ênfase em cada uma dessas áreas. Em 2000, o foco era na Leitura; em 2003, Matemática; e em 2006, Ciências. Os resultados obtidos pelo sistema educacional da Finlândia chamaram a atenção de milhares de professores e pesquisadores, que deslocaram- se até esses pais para compreender como funcionam as escolas e os fatores que explicam a qualidade e a equidade dos resultados educacionais obtidos. Entre os fatores apontados, destacam-se aspectos culturais, históricos e socioeconômicos, contribuindo para o bom resultado o hábito dos estudantes finlandeses pela leitura, condição favorecida tanto pelos seus familiares como pela vasta rede de bibliotecas existente nos pais (CASTRO, 2010).

As autoridades finlandesas atribuem o alto desempenho no PISA, em parte, a um programa de excelência na educação científica chamado LUMA, que foi implementado a partir de 1996. Esse projeto estimulou o aumento das matrículas nas áreas científicas e tecnológicas do Ensino Superior e foco no aprendizado experimental, com ênfase em Ciências e Matemática Com relação aos professores, a contribuição desses nos resultados advém da condição de serem altamente qualificados e a estrutura social é extremamente homogênea. O sistema educacional da Finlândia é pequeno se comparado a outros países, sendo 161 escolas básicas, as comprehensive schools – de 7 a 16 anos e 38 escolas secundárias, que totalizam pouco mais de 70 mil estudantes. Somam-se a este sistema os 26 mil alunos matriculados nas 37 escolas vocacionais ou técnicas, 130 mil nas 31 politécnicas e 176 mil nas 20 universidades (CANETTIERI, 2010). Em 1970, a educação básica passou a ser obrigatória e gratuita com 9 anos de escolaridade e funcionamento das 8 às 15 horas. Também são gratuitos, durante os primeiros 9 anos, o transporte, a refeição e todo o material escolar, após este período, os alunos têm que pagar os livros (CASTRO, 2010). A alfabetização não ocorre no ensino pré-escolar, por entenderem que a criança tem o direito de vivenciar essa fase da vida por mais tempo, a aprendizagem ocorre a partir dos 7 anos. As escolas privadas são denominadas “independentes”, e são gratuitas, totalmente financiadas e abertas ao controle do Estado. A expansão do ensino privado é bastante incentivada pelo governo. Os diretores, das escolas privadas e das públicas, são executivos recrutados no mercado, que têm que provar, ano a ano, que aplicaram bem os recursos recebidos para continuar no cargo. Na Finlândia as escolas são consideradas um ótimo local para se trabalhar. Muitos querem atuar nelas, especialmente na docência. O prestígio dos professores é alto (CASTRO, 2010). A Educação Básica se estrutura em:  Primário (1º ao 6º ano);  Secundário (7º ao 9º ano);  Ensino Médio (1º ao 3º ano).