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Um estudo sobre a fotodegradação de ácido dicloroacético por reação foto-fenton, onde o desempenho do sistema foi avaliado através da monitoração do consumo de h2o2. A reação química, os parâmetros que influenciam o processo e os resultados obtidos em um sistema de injeção em fluxo espectrofotométrico.
Tipologia: Notas de estudo
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188 Oliveira et al. Quim. Nova
Mirela C. Oliveira, Raquel F. Pupo Nogueira, José A. Gomes Neto Departamento de Química Analítica, Instituto de Química, UNESP, CP 355, 14801-970 Araraquara - SP Wilson F. Jardim, Jarbas J. R. Rohwedder Departamento de Química Analítica, Instituto de Química, UNICAMP, CP 6154, 13081-970 Campinas - SP
Recebido em 10/3/00; aceito em 7/8/
IN PHOTO-FENTON DEGRADATION PROCESSES. A flow injection spectrophotometric system was projected for monitoring hydrogen peroxide during photodegradation of organic contaminants in photo- Fenton processes (Fe 2+^ /H 2 O 2 /UV). Sample is injected manually in a carrier stream and then receives by confluence a 0.1 mol L -1^ NH 4 VO 3 solution in 0.5 mol L -1^ H 2 SO 4 medium. The product formed shows absorption at 446 nm which is recorded as a peak with height proportional to H 2 O 2 concentration. The performance of the proposed system was evaluated by monitoring the consumption of H 2 O 2 during the photodegradation of dichloroacetic acid solution by foto-Fenton reaction.
Keywords: hydrogen peroxide; flow injection analysis; foto-Fenton.
Quim. Nova, Vol. 24, No. 2, 188-190, 2001.^ Artigo
A reação foto-Fenton (Fe2+/H2O 2 /UV) tem atraído grande inte- resse no tratamento de efluentes devido ao seu alto poder oxidante que, gerando radicais hidroxila, é capaz de oxidar uma grande variedade de compostos orgânicos 1,2. A concentração residual de peróxido de hidrogênio é um parâmetro crucial no processo de fotodegradação de contaminantes por reação foto-Fenton, visto que uma vez consumido, a reação não prossegue, sendo necessá- ria a sua reposição. Um método simples e rápido para monitorar H 2 O 2 em linha é de extrema importância, pois permite otimizar a eficiência da fotodegradação. A reação entre H 2 O 2 e V(V) em meio ácido 3 vem de encontro a esta necessidade. A espectrofotometria UV-VIS é a técnica analítica mais empregada nos laboratórios de rotina em função de seu baixo custo relativo, da facilidade de operação, da sensibilidade atin- gida, etc. O acoplamento desta técnica a sistemas de injeção em fluxo (FIA) tem se mostrado versátil em função da seleti- vidade e sensibilidade atingidas, da facilidade de operar etapas de separação e/ou pré-concentração em condições altamente repetitivas e do gerenciamento de soluções não-equilibradas: a detecção, etapas de separação, dispersão, tempos de residência da amostra, adição de reagentes, etc 4. Vários componentes dos analisadores em fluxo tais como amostradores 5 , filtros 6 , reato- res 7 , pontos de adição de reagentes 8 , colunas de troca- iônica 9 , detectores óticos 10 e eletroquímicos 11 , podem ser deslocados de sua posição original até outra previamente selecionada do percurso analítico mediante comutação 12. Estas opções de automação proporcionam a utilização de diversas metodologi- as analíticas, que estão em número cada vez maior na literatu- ra. O monitoramento em linha de espécies químicas em pro- cessos industriais é outra potencialidade apresentada pelos sis- temas FIA 13. A determinação espectrofotométrica automatizada de peróxido de hidrogênio ainda não foi estudada. Como a eficiência da fotodegradação envolvendo a reação foto-Fenton depende da concentração de H 2 O 2 , o desenvolvimento de um procedimento automatizado para monitorar H 2 O 2 em linha é relevante. O método proposto baseia-se na reação entre o íon vanadato e peróxido de hidrogênio em meio ácido (eq. 1), levando a uma coloração vermelha, devido à formação do cátion peroxovanádio (V):
Íons Fe(III) e oxalato em meio ácido (pH ~2,7) formam diversos complexos de diferentes estequiometrias que absor- vem luz na região do UV-visível, de 250 a 580 nm. A irradi- ação de ferrioxalato de potássio na presença de H 2 O 2 , resulta na formação do reagente de Fenton para a fotodegradação de contaminantes orgânicos. Este reagente é especialmente inte- ressante no caso de utilização da luz solar como fonte de irra- diação, pois absorve aproximadamente 18% da radiação solar. Algumas vantagens do processo foto-Fenton utilizando ferrio- xalato de potássio com relação a outros processos de tratamen- to são o baixo custo e pronta disponibilidade comercial do oxidante, baixo investimento capital e devido às suas caracte- rísticas espectrais, a possibilidade de utilizar a energia solar incidente, reduzindo a zero os custos com energia e consequen- temente tornando-se mais atraente para aplicação industrial^2. A influência dos principais parâmetros na fotodegradação de organoclorados mediada por ferrioxalato de potássio foi recentemente estudada, onde foi observado que adições múlti- plas de peróxido de hidrogênio ao meio reacional resultam em maior eficiência de fotodegradação destes compostos 14. Neste trabalho propõe-se um sistema de injeção em fluxo espectrofotométrico para o monitoramento de peróxido de hi- drogênio em processo de fotodegradação por reação foto- Fenton. Como aplicação, realizou-se a fotodegradação de áci- do dicloracético (ADA) em reator anular de fluxo ascendente.
PARTE EXPERIMENTAL
Materiais
O sistema de injeção em fluxo compreendeu uma bomba peristáltica Ismatec Modelo IPC-8, equipada com tubos de bombeamento de Tygon^ com diferentes diâmetros internos, um espectrofotômetro Femto Modelo 482 equipado com uma célula de fluxo em “U” com caminho ótico de 1 cm e volume interno de aproximadamente 180 μL, um registrador KIPP & Zonen Modelo BD111, um banho termostático Tecnal Modelo 184, um injetor-comutador manual feito em acrílico, uma vál- vula solenóide Cole Parmer Modelo 98300-62, tubos de PTFE de 0,8 mm de diâmetro interno para construção da alça de
Vol. 24, No. 2 Sistema de Injeção em Fluxo Espectrofotométrico 189
amostragem, bobina de reação e de homogeneização, linhas de transmissão e confluência de acrílico. O sistema de fotodegradação consistiu de um reator anular de fluxo ascendente de 280 mL, contendo uma lâmpada blacklight como fonte de irradiação, inserida em um tubo de vidro. Bomba peristáltica Ismatec modelo H 78003-00 foi uti- lizada para alimentação ascendente do reator. O sistema de injeção em fluxo e de fotodegradação são mostrados na Figura 1. Outros equipamentos e vidrarias utilizados foram os de uso rotineiro em laboratórios de química analítica. Todas as medi- das foram conduzidas a 25 ± 0,1 o^ C.
produto colorido é formado em B e sua passagem pela célula de fluxo resulta em uma absorbância transiente (446 nm), que é registrada na forma de pico com altura proporcional à con- centração de H 2 O 2. Em seguida, o injetor é comutado para a posição inicial, restaurando o ciclo. Quando a válvula solenóide é acionada, o percurso da solução analítica fica interrompido, mas o da solução do reator é liberado. A amostra é então se- lecionada pela alça L e processada de modo análogo às solu- ções analíticas. A influência do tempo de reação foi investigada variando-se a vazão do sistema de 0,5 a 4,8 mL.min-1^. O comprimento de onda foi variado de 416 a 460 nm. O volume de amostra injetado foi estudado variando-se o comprimento da alça de amostragem de 10 a 30 cm. A influência da temperatura foi investigada no inter- valo de 25 a 50 o^ C. A influência da concentração do ácido dicloroacético (1,0 x 10 -4^ mol L -1^ – 1,0 x 10 -3^ mol L -1^ ) na fotodegradação foi também estudada, mantendo-se fixas as con- centrações de ferrioxalato de potássio e peróxido de hidrogênio em 1,0 x 10-3^ mol L-1^ e 1,0 x 10-2^ mol L-1^ , respectivamente.
As vazões do fluído transportador C e do reagente R do sistema de fluxos foram projetadas de tal modo a proporcionar uma dispersão limitada, em função da sensibilidade requerida. Na Figura 2 estão representados registros de sinais transientes e de estado estacionário para fins de cálculo da dispersão refe- rente a uma alça de amostragem de 30 cm. Com as vazões de C e R fixadas em 4,8 e 2,0 mL min-1^ , respectivamente, o co- eficiente de dispersão foi 2,9. Estas vazões foram então selecionadas como compromisso entre sensibilidade, frequência de determinação, tempo de limpeza e estabilidade da linha base.
Figura 1. Diagrama de fluxos e reator fotocatalítico. S: soluções ana- líticas (2,0 mL min -1^ ); A: amostra do reator (2,0 mL min -1); R: reagente (2,0 mL min -1^ ); C: transportador de amostra (4,8 mL min -1^ ); L: alça de amostragem (150 μL); B: bobina de reação (100 cm); D 1 , D 2 : coleta de resíduos para posterior tratamento; x: ponto de confluência; IC: injetor- comutador; E: espectrofotômetro (446 nm); Área hachureada: posição seguinte do injetor-comutador. F: reator fotocatalítico.
A fotodegradação de ADA foi avaliada pela diminuição da concentração de carbono orgânico total, utilizando um analisador de carbono (Shimadzu 5000A) e pela geração de íons cloreto, por potenciometria direta utilizando pH-metro Cole Parmer modelo 59003-35, eletrodo sensível a íons cloreto (Radelkis CI-0711P) e eletrodo Ag/AgCl de dupla junção como referência (Analion R 684). Todas as soluções utilizadas foram preparadas com água destilada e desionizada (Milli-Q, 18,2 MΩ.cm). As soluções analíticas contendo H 2 O 2 (4,0 x 10 -5^ mol L -1^ – 6,0 x 10 -3^ mol L -1^ ) foram preparadas em água por diluição apropriada do reagente H 2 O 2 30% (v/v) (Merck). Solução de vanadato de amônio (R) foi preparada dissol- vendo-se 1,17 g NH 4 VO 3 em 5,56 mL de H 2 SO 4 9 mol L -1^ e completando-se o volume até 100 mL com água. A amostra, solução aquosa 1,0 x 10 -3^ mol L -1^ de ADA, foi preparada a partir do ácido concentrado e o pH ajustado para 2,5 com ácido sulfúrico. Volumes apropriados de solução es- toque 0,25 mol L -1^ de ferrioxalato e de solução 30 % (v/v) de H 2 O 2 foram adicionados a 700 mL de solução de ácido dicloroacético sob agitação magnética de modo a resultar em concentração 1,0 x 10 -3^ mol L -1^ K 3 Fe(C 2 O 4 ) 3 .3H2O e 6,0 x 10- mol L -1^ H 2 O 2 , que foi imediatamente bombeada para o reator. O peróxido de hidrogênio começou então a ser monitorado.
Métodos
O diagrama de fluxos do sistema utilizado está representa- do na Figura 1. Na posição especificada desta figura, a válvula solenóide V permite a passagem de solução analítica em dire- ção à alça de amostragem L e o excesso de solução é descar- tado via D 1. Mediante o acionamento do injetor-comutador IC, a alíquota selecionada por L é injetada no fluxo transportador C. A zona do analito recebe por confluência o reagente R. O
Figura 2. Avaliação da dispersão do sistema FIA. Os sinais transientes correspondem à injeção de uma solução analítica con- tendo 1,0 x 10 -3^ mol L -1^ H 2 O 2. O sinal a volume infinito foi obtido após a substituição do fluído transportador pela solução analítica.
Para a seleção do comprimento de onda de máxima absor- ção, inicialmente uma solução contendo 1,0 x 10 -3^ mol L -1^ de H 2 O 2 foi utilizada como amostra (A), água como fluído trans- portador (C) e uma solução 0,1 mol L -1^ de metavanadato de amônio em 0,5 mol L -1^ de H 2 SO 4 como reagente (R). No in- tervalo de comprimento de onda estudado (416 - 460 nm), o máximo de absorção ocorreu em 446 nm, o qual foi utilizado nos estudos posteriores.