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SETEMBRO AMARELO, Resumos de Evolução

Além de orientar para o tratamento adequado dos transtornos mentais, os quais estão relacionados a 96,8% dos casos de morte por suicídio. Dia 10 de setembro é ...

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Cunha10
Cunha10 🇧🇷

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SETEMBRO AMARELO
Cartilha de conscientização sobre o suicídio
Programa de Saúde do Servidor e da Servidora do RS - Proser Núcleo DMEST
Departamento de Perícia Médica e Saúde do Trabalhador - DMEST/SPGG
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SETEMBRO AMARELO

Cartilha de conscientização sobre o suicídio

Programa de Saúde do Servidor e da Servidora do RS - Proser Núcleo DMEST

Departamento de Perícia Médica e Saúde do Trabalhador - DMEST/SPGG

1. Introdução: Setembro Amarelo

2. Falando sobre: conceitos e perguntas frequentes

3. Mitos e verdades

4. Fatores de risco e fatores de proteção

5. Suicídio no contexto da pandemia COVID-19 e medidas de prevenção

6. Como ajudar?

7. O que não fazer?

8. Luto por suicídio e posvenção

9. Onde buscar ajuda?

10. Para saber mais

11. Referências

SUMÁRIO

O QUE É SUICÍDIO?

Suicídio é o ato de dar fim a própria vida. Pessoas de todas as idades e classes sociais cometem suicídio. A cada 40 segundos uma pessoa se mata no mundo, totalizando quase um milhão de pessoas todos os anos.

  1. FALANDO SOBRE: CONCEITOS E PERGUNTAS FREQUENTES

O QUE É COMPORTAMENTO SUICIDA?

Fazem parte do comportamento suicida os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio. Uma pequena proporção do comportamento suicida chega ao nosso conhecimento. A figura abaixo mostra a prevalência de comportamento suicida na população brasileira ao longo da vida, mostrando, por exemplo, que 17% das pessoas no Brasil pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida.

Existem estágios no desenvolvimento da intenção suicida, iniciando-se geralmente com pensamentos/ideação de morte, após com um plano e finalizando com o ato de morte.

(Botega et al.,2006)

O QUE LEVA UMA PESSOA A QUERER MORRER POR SUICÍDIO?

Vários motivos podem levar alguém ao suicídio, normalmente, a pessoa tem necessidade de aliviar pressões externas como cobranças sociais, culpa, remorso, depressão, ansiedade, medo, sentimento de fracasso. O suicídio é entendido como uma forma de dar fim ao sofrimento visto como insuportável.

  1. FALANDO SOBRE: CONCEITOS E PERGUNTAS FREQUENTES

PESSOAS QUE FALAM SOBRE SUICÍDIO PODEM DESISTIR DA IDEIA?

Sim, podem. É comum que, em situações de crise, se pense em morte e em suicídio. Ao receber ajuda preventiva ou oferta de socorro diante de uma crise, elas podem reverter a situação ao colocar para fora seus sentimentos, ideias e valores, alterando, assim, seu estado interior. Essa ajuda pode vir de pessoas comuns ou ligadas a organizações voluntárias como o CVV. O apoio pode vir também de profissionais, contribuição importante e muitas vezes indispensável, especialmente nos casos de descontrole.

O SUICÍDIO PODE SER PREVENIDO?

Sim! Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos, desde que existam condições mínimas para oferta de ajuda voluntária ou profissional.

DOS SUICÍDIOS PODEM SER PREVENIDOS

  1. MITOS E VERDADES

MITOS VERDADES

A pessoa que tem a intenção de tirar a própria vida não avisa.

Se uma pessoa que se sentia deprimida e pensava em suicidar-se, em um momento seguinte passa a se sentir melhor, normalmente significa que o problema já passou.

Pessoas que falam sobre suicídio só querem chamar a atenção.

A pessoa que supera uma crise de suicídio ou sobrevive a uma tentativa está fora de perigo.

Falar sobre suicídio pode estimular sua realização.

Suicídio é hereditário.

Em geral, os suicídios são premeditados, e as pessoas dão sinais de suas intenções.

Se alguém que pensava em suicidar-se e, de repente, parece tranquilo, aliviado, não significa que o problema já passou. Uma pessoa que decidiu suicidar-se pode sentir-se “melhor” ou sentir-se aliviado simplesmente por ter tomado a decisão de se matar.

A expressão do desejo suicida nunca deve ser interpretada como simples ameaça ou chantagem emocional. Reconhecer os sinais de alerta e oferecer apoio ajudam a prevenir o suicídio.

Um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa que tentou suicídio muitas vezes continua em alto risco.

Perguntar sobre a intenção de suicídio não aumenta nas pessoas o desejo de cometer o suicídio. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.

Nem todos os suicídios estão associados a outros casos de suicídio na família.

FATORES DE RISCO

Os principais fatores de risco para o suicídio são: história de tentativa de suicídio e transtorno mental. O uso de drogas, principalmente do álcool , aumenta a impulsividade e, com isso, o risco de suicídio.

  1. FATORES DE RISCO E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Transtornos do humor (ex.: depressão);

Transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas (ex.: alcoolismo);

Transtornos de personalidade;

Esquizofrenia;

Transtornos de ansiedade.

Tentativa prévia de suicídio: É o fator preditivo isolado mais importante. Pessoas que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente.

Transtorno mental: Muitas pessoas que cometeram suicídio tinham algum transtorno mental, muitas vezes não diagnosticado, frequentemente não tratado ou tratado de forma inadequada.

Os transtornos mentais mais comuns incluem:

A associação de dois ou mais fatores aumenta o risco.

Exemplo: alcoolismo + depressão

As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio, apresentam sentimentos de desesperança e culpa, e têm visão negativa de sua vida e do futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbalmente ou por meio de desenhos. Podem também formular um testamento ou fazer seguro de vida.

As pessoas com pensamentos suicidas podem se isolar, não respondendo mensagens, interagindo menos nas redes sociais, ficando mais tempo em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais. Sabe-se que outros fatores, como a exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual ou por identidade de gênero, racismo, agressões psicológicas e/ou físicas e sofrimento no trabalho podem ser fatores que causam vulnerabilidade. Sendo assim, devem ser levados em consideração se o indivíduo apresenta outros sinais de alerta para o suicídio.

  1. FATORES DE RISCO E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

EXEMPLOS DE FRASES DE ALERTA:

“Eu tenho vontade de sumir”

“Sou inútil, não sirvo para nada”

“Quero dormir para sempre, não quero acordar”

“Minha vida não tem mais sentido”

“Eu não posso fazer nada”

“Eu sou um perdedor, sou um peso para os outros”

“Os outros serão mais felizes sem mim”

“Eu não aguento mais”

“Se eu morrer seria um alívio”

“Eu não posso fazer nada”

“Eu tenho vontade de desistir de tudo”

“Vou deixar vocês em paz”

Essas afirmações têm ligação com sentimentos de depressão, desesperança, desamparo e desespero.

  1. FATORES DE RISCO E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

FATORES DE PROTEÇÃO

Da mesma forma como o suicídio possui diversas causas possíveis, ele também possui várias formas de prevenção e estão relacionadas à qualidade de vida e ao tratamento adequado de transtornos mentais.

Algumas dicas são:

Buscar ou indicar assistência psicológica e/ou psiquiátrica quando o sofrimento for intenso; Acionar rede de apoio (família e/ou amigos, colegas de trabalho); Buscar resolução de problemas; Praticar exercícios físicos; Fortalecer relacionamentos interpessoais; Cuidar da qualidade do sono e da alimentação; Equilibrar o tempo entre trabalho, estudo e lazer: buscar coisas prazerosas em sua rotina.

  1. SUICÍDIO NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID-19 E MEDIDAS DE PREVENÇÃO

MEDIDAS PROTETIVAS NO CENÁRIO DE PANDEMIA

Apoio comunitário para quem vive sozinho; Interação online com familiares e amigos, contato frequente para saber como a pessoa está; Cuidado de diversas maneiras, inclusive por meio digital. Ex.: atendimento virtual.

Deve-se ter atenção redobrada com quem apresenta transtorno mental e/ou comportamento suicida , principalmente durante a pandemia. A pessoa pode não procurar ajuda, por medo de que os serviços estejam sobrecarregados e que atendam somente de forma presencial.

  1. COMO AJUDAR

É preciso perder o medo de se aproximar e oferecer ajuda. A pessoa que está numa crise suicida se percebe sozinha e isolada. Nessa hora, ter alguém para ouvi-la pode fazer toda a diferença.

Ao desconfiar que alguém próximo pensa em suicídio você pode sentir-se impotente por achar que não pode auxiliar ou por não saber como interferir.

Porém existem várias maneiras de ajudar essa pessoa:

Ter uma conversa tranquila e sem julgamentos. Estar disposto a escutar é fundamental! Encontre um momento apropriado e esteja disponível para escutá-la de forma acolhedora. Busque estabelecer um diálogo aberto, compreensivo e empático. Não ofereça soluções simples para os problemas que a pessoa relatar, nem fale muito de si.

Uma escuta ativa consiste em realmente ouvir e compreender o que o outro diz: faça perguntas abertas e retome algum ponto que não tenha compreendido.

Incentive a busca de um profissional de saúde mental. Ofereça-se para acompanhá-la a uma consulta.

Se a pessoa parecer decidida e falar abertamente sobre os seus planos de suicídio é primordial que você não a deixe sozinha. Procure ajuda nos serviços de emergência ou em outros serviços da rede de saúde como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Entre em contato com algum familiar ou amigo próximo dessa pessoa. É importante impedir o acesso aos meios para cometer suicídio. Exemplos: esconder armas, facas, cordas, deixar medicamentos em local que a pessoa não tenha acesso, de preferência trancados, e com alguém responsável em administrá-los.

Se a pessoa não quiser conversar ou caso você perceba que há um desconforto em se abrir, demonstre que você estará disponível para conversar em outras oportunidades. Você pode indicar os serviços ofertados pelo Centro de Valorização da Vida (CVV).

Permaneça em contato para saber como a pessoa está e demonstre interesse!

De acordo com a OMS, cerca de 6 a 10 pessoas são impactadas pelo suicídio de alguém e podem sofrer cobrança social, preconceito e discriminação. Por isso, dificilmente buscam ajuda, devido também a sentimentos de vergonha e culpa, tornando-se, desta forma, população com alto risco para suicídio. Mas, felizmente, existe um trabalho voltado para estas pessoas, chamado de posvenção.

  1. LUTO POR SUICÍDIO E POSVENÇÃO

O QUE É POSVENÇÃO?

É um conjunto de atividades de cuidado oferecido às pessoas em luto por suicídio, que tem como objetivo apoiar sua recuperação e evitar possíveis complicações, como aumento do comportamento suicida e/ou o luto complicado. Dessa forma, estas ações também contribuem para a prevenção do suicídio destas pessoas que estão vivenciado este sofrimento.

ALGUNS SERVIÇOS OFERECIDOS

Acolhimento individual;

Atividades de conscientização pública; Grupos de apoio.

PROSER/DMEST - Programa de Saúde do Servidor E-mail: proser@planejamento.rs.gov.br Telefone: (51) 3288-

Em caso de emergência Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU): Telefone: 192. UPA, Pronto Socorro e Hospitais.

Serviços de saúde Unidades Básicas de Saúde (UBS) Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)

Serviços de Assistência Social Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS)

Centro de Valorização da Vida (CVV): Serviço não especializado de apoio emocional e prevenção do suicídio. Telefone: 188. Via chat através do site www.cvv.org.br. Via VoIP (Skype) através do site www.cvv.org.br. Via e-mail através do site www.cvv.org.br.

  1. ONDE BUSCAR AJUDA

Grupos de apoio destinados a pessoas próximas de alguém que morreu por

suicídio e àquelas que tentaram o suicídio:

CVV GASS - CAPS AD - Porto Alegre/RS

Destinado a pessoas próximas de alguém que cometeu o suicídio e àquelas que

tentaram o suicídio.

Reuniões: primeira e terceira segunda-feira do mês, das 14h às 15h

Endereço: Av. Pernambuco, 1.700, Navegantes

Contato: portoalegre@cvv.org.br / www.cvv.org.br

Site do CVV - "Como vai você": www.cvv.org.br

Site do Ministério da Saúde: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-az/suicidio.

Site da Campanha do Setembro Amarelo: www.campanhasetembroamarelo.com.br

Site da Campanha do Setembro Amarelo da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP e o Conselho Federal de Medicina – CFM: www.setembroamarelo.com

  1. PARA SABER MAIS

Esta cartilha foi elaborada pelas psicólogas Carolina da Silva Pereira e Priscila Nassif da Silva, integrantes da equipe do DMEST/SPGG.

BOTEGA, Neury José et al. Prevenção do comportamento suicida. Psico, v. 37, n. 3, p. 5,

BRASIL. Ministério da Saúde. Suicídio: saber, agir e prevenir [Internet]. Ministério da Saúde; 2017 (Boletim Epidemiológico, v. 48, n. 30) Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil- epidemiologico-dastentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a- saude.pdf

BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico: Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde. v. 48, n. 30. 2017.

FIOCRUZ.Suicídio na pandemia COVID-19. Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia COVID-19.2020 Disponível em: https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp- content/uploads/2020/05/cartilha_prevencaosuicidio.pdf

REIS E SILVA, Daniela. Na trilha do silêncio: múltiplos desafios do luto por suicídio. In: CASELLATO, G. (org.) O resgate da empatia- Suporte psicológico ao luto não reconhecido.São Paulo: Summus, 2015.

SIQUEIRA, Anelys Feitoza; FERREIRA, Darlisom Sousa; TEIXEIRA, Elizabeth; MONTEIRO, Wagner Ferreira; BARBOSA, Iury Pedro Bento. Validação de manual sobre prevenção do suicídio para universitários: falar é a melhor solução. Revista da Rede de Enfermagem de Nordeste, [S.I.], v. 21, 2020, p. e42241.

  1. REFERÊNCIAS