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Sepse e e medidas iniciais, Notas de aula de Medicina

O documento compõe anotações de slides baseados em referências literárias e anotações de aula por professo na área. 5º período de medicina

Tipologia: Notas de aula

2024

À venda por 09/07/2024

leticia-constancio
leticia-constancio 🇧🇷

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Não perca as partes importantes!

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Febre, Inflamação e Infecção
Sepse
A sepse representa uma síndrome de
anormalidades fisiológicas, patológicas e bioquímicas
induzidas por infecção
Patogênese
A infecção inicia pela presença de um patógeno que
ativa as células imune e, consequentemente, libera
citocinas de forma maciça. Esse processo causa
microlesões no endotélio vascular e permite a
passagem das citocinas para a corrente sanguínea, o
que gera hipovolemia devido ao aumento da
permeabilidade dos vasos capilares
Os danos ativam a cascata de coagulação,
consumindo plaquetas e fatores de coagulação, e
promovendo lesão nos vasos
O óxido nítrico é um potente vasodilatador que tem
grande produção no processo de inflamação da sepse,
causando vasodilatação. Por conta disso, no início do
quadro, o paciente tem alta temperatura associada à
hipotensão e apresenta menor retorno venoso (menor
RVP e PA)
Ou seja, a sepse é causada pelo descontrole do SI
diante de uma infecção. Como a lesão é vascular, acaba
acometendo diversos órgãos, justificando os danos
ocasionados em todo o corpo
Conceitos
Sepse:
Principal causa de morte por infecção
Resposta aberrante que causa disfunção orgânica
Pesquisar disfunção orgânica em todos os pacientes
com infecção
Qualquer disfunção orgânica inexplicada dele
levantar hipótese de sepse
Fatores patogênicos (virulência) e do hospedeiro
(idade, comorbidades e reserva funcional)
Causa muitos gastos anuais e alta
morbimortalidade. Em 2016 foram feitas mudanças da
definição da sepse
Conceitos antigos
Sepse: SIRS + infecção
Sepse grave: sepse + disfunção orgânica
Choque séptico: hipotensão induzida pela sepse
que é refratária a volume
O SIRS não necessariamente indica resposta
aberrante, pode estar relacionado a outras causas. Por
isso, foi excluído da classificação de sepse
SOFA
Atualmente, é usado o SOFA (Avaliação Sequencial
de Falha Orgânica), que avalia o sistema respiratório,
coagulação, hepático, cardiovascular, SNC (Glasgow) e
renal. O paciente deve somar variação de pelo menos 2
pontos (no mesmo parâmetro ou diferentes)
Para pontuar, a disfunção deve ser aguda (ou
desconhecida), que indica que foi causada por infecção
Disfunção orgânica – ILAS
Importante para locais sem acesso a testes.
Definido por parâmetros clínicos e laboratoriais e
pontua critério presente ou não
Novas definições
Sepse: disfunção orgânica causada por uma
resposta desregulada a infecção
Disfunção orgânica: alteração no escore SOFA ≥ 2
pontos
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Sepse

A sepse representa uma síndrome de anormalidades fisiológicas, patológicas e bioquímicas induzidas por infecção

Patogênese

A infecção inicia pela presença de um patógeno que ativa as células imune e, consequentemente, libera citocinas de forma maciça. Esse processo causa microlesões no endotélio vascular e permite a passagem das citocinas para a corrente sanguínea, o que gera hipovolemia devido ao aumento da permeabilidade dos vasos capilares Os danos ativam a cascata de coagulação, consumindo plaquetas e fatores de coagulação, e promovendo lesão nos vasos O óxido nítrico é um potente vasodilatador que tem grande produção no processo de inflamação da sepse, causando vasodilatação. Por conta disso, no início do quadro, o paciente tem alta temperatura associada à hipotensão e apresenta menor retorno venoso (menor RVP e PA) Ou seja, a sepse é causada pelo descontrole do SI diante de uma infecção. Como a lesão é vascular, acaba acometendo diversos órgãos, justificando os danos ocasionados em todo o corpo

Conceitos

Sepse:  Principal causa de morte por infecção  Resposta aberrante que causa disfunção orgânica  Pesquisar disfunção orgânica em todos os pacientes com infecção  Qualquer disfunção orgânica inexplicada dele levantar hipótese de sepse  Fatores patogênicos (virulência) e do hospedeiro (idade, comorbidades e reserva funcional) Causa muitos gastos anuais e alta morbimortalidade. Em 2016 foram feitas mudanças da definição da sepse

Conceitos antigos

 Sepse: SIRS + infecção  Sepse grave: sepse + disfunção orgânica  Choque séptico: hipotensão induzida pela sepse que é refratária a volume O SIRS não necessariamente indica resposta aberrante, pode estar relacionado a outras causas. Por isso, foi excluído da classificação de sepse

SOFA

Atualmente, é usado o SOFA (Avaliação Sequencial de Falha Orgânica), que avalia o sistema respiratório, coagulação, hepático, cardiovascular, SNC (Glasgow) e renal. O paciente deve somar variação de pelo menos 2 pontos (no mesmo parâmetro ou diferentes)  Para pontuar, a disfunção deve ser aguda (ou desconhecida), que indica que foi causada por infecção

Disfunção orgânica – ILAS

Importante para locais sem acesso a testes. Definido por parâmetros clínicos e laboratoriais e pontua critério presente ou não

Novas definições

 Sepse: disfunção orgânica causada por uma resposta desregulada a infecção  Disfunção orgânica: alteração no escore SOFA ≥ 2 pontos

 Choque séptico: sepse + hipotensão persistente que requer vasopressor para PAM > 65 (adequada) e lactato > 2 mmol (18 mg/dl), apesar da ressuscitação volêmica  Lactato: marcador indireto de perfusão tecidual, indicando maior hipoperfusão. A ausência de O2 leva à glicose anaeróbia e produção de lactato

qSOFA

Usa dados simples a beira leito para identificar pacientes com suspeita de infecção que tem maior chance de desfechos ruins. Pode ser utilizado para levar investigação mais a fundo de disfunções orgânicas e iniciar ou encaminhar a terapêutica adequada. É positivo quando apresenta 2 ou 3 critérios (preditor de pior prognóstico)

Condutas – SEPSIS-

Pacote da 1ª hora

Atualmente, foi feita a unificação dos pacotes de 3 e 6h no pacote da 1ª hora, iniciando medidas rapidamente mesmo que necessitem de mais de 1h para completar. Deve-se começar abordagem precoce em vez de esperar ou estender medidas Composto por: ▪ Lactato: manter acompanhamento, especialmente se > 2mmol (18 mg/dL). Deve ser medido antes do início do tratamento para comparação (meta terapêutica). É representante de perfusão tecidual; hipóxia tecidual e glicólise anaeróbica. Serve para guiar ressuscitação ▪ Cultura: 02 conjuntos hemoculturas (04 amostras). Coletar em sítios suspeitos quando suspeito e preferencialmente antes ATB (pode esterilizar as amostras), mas não devem ser atrasados ▪ ATB amplo espectro: cobre várias classes de bactérias e penetra vários focos. Direcionado para sítio suspeito e em via endovenosa (boa disponibilidade). Não atrasar início para coletar culturas e ajustar conforme culturas ▪ Ressuscitação (expansão) volêmica: hipotensão ou hiperlactateia; 30 ml/kg cristaloide, preferencialmente balanceado (constituição semelhante à do plasma humano), como o ringer lactato. Estabilização da hipoperfusão, completar em até 3h (cardiopata ou renal) e cuidados com BH frequentemente positivo ▪ Iniciar vasopressores: Se paciente hipotenso durante ou após a ressuscitação, PAM ≥ 65 mmHg. A principal escolha é noradrenalina e pode ser feito ao mesmo tempo que a expansão volêmica As condutas oferecidas pelo ILAS são semelhantes: ATB endovenoso dose máxima, dose de ataque, infusão estendida de betalactâmicos, exceto 1º dose (bolus), ajustar com culturas

Atualizações – Surviving sepsis

campaign 2021

Cuidados iniciais

 Não se recomenda a utilização do qSOFA como ferramenta de triagem  Mensurar lactato sérico: medida de boa prática  Iniciar tratamento e ressuscitação imediatamente: expansão volêmica e drogas vasoativas  Uso de medidas dinâmicas de fluidorresponsividade para guiar a ressuscitação (medida nova): saber se o paciente é responsivo a volume e se ele precisa dele. Usar o ECG, Delta PP para pacientes em ventilação (> 13 é responsivo) e elevação expansiva das pernas  Utilizar lactato como meta para guiar ressuscitação  TEC (tempo de enchimento capilar) para guiar ressuscitação, como adjuvante a outras medidas (medida nova)  Alvo PAM 65 mmHg em pacientes com choque séptico: usar a menor dose necessária para a PAM 65  Rotina microbiológica, preferencialmente antes ATB  Nos casos com indicação de UTI, a admissão deve ocorrer dentro de 6h da admissão hospitalar (nova medida): avaliar a suspeita de infecção  Casos suspeitos de sepse/choque séptico sem confirmação de infecção, reavaliação contínua e pesquisa de alternativas

Terapia antimicrobiana

 Choque séptico ou alta probabilidade de sepse: iniciar ATB imediatamente, na 1ª hora (medida modificadora)  Suspeita de infecção persistir: administração de ATB nas primeiras 3h desde o reconhecimento da sepse  Possível sepse e sem choque: recomenda-se avaliação rápida da possibilidade de infecção X causas não infecciosas de doença aguda

Hemotransfusão: estratégia restritiva, de acordo com as indicações individuais de cada hemocomponente Profilaxia de úlcera de estresse e TEV: casos com fatores de risco para sangramento TGI, realizar profilaxia para úlcera de estresse. Profilaxia medicamentosa de TEV, preferencialmente com HBM, salvo contraindicações. Indicação para pacientes em VM, uso de DVA, plaquetopênicos (< 50.000) e em hemodiálise Hemodiálise: indicação padrão para TRS (terapia renal substitutiva) em disfunção renal aguda, crônica agudizada ou crônica dialítica  Indicações de diálise de urgência: hipercalemia refratária, acidose metabólica refratária, síndrome urêmica e hipervolemia refratária Controle glicêmico: insulinoterapia com HGT > 180 mg/dL Terapia nutricional: preferir via enteral com início precoce (< 72h), a não ser em contraindicações (não vai absorver) Reposição bicarbonato: correção de acidose metabólica grave (pH < 7,2) e lesão renal aguda AKIN 2 ou 3 (pH normal e bicarbonato baixo)

Fórum SEPSE – ILAS 2022

Redução do uso de antimicrobianos: Ciclos mais curtos de antibióticos: reduz efeitos adversos e principalmente colite pseudomembranosa, além da duração da hospitalização e surgimento de resistência bacteriana Não prolongar o tratamento por mais de 7 dias, exceto em situações individuais discutidas com o infectologista Respeitar a farmacocinética e farmacodinâmica do antibiótico: dose de ataque ajustada pelo peso, infecções graves manter a dose máxima por 48h, betalactâmicos com infusão estendida Fazer plano terapêutico sempre que prescrever antibiótico deixando claro o tempo planejado de uso Infecções agudas: quanto menos tempo melhor. Se os sintomas melhoraram e a febre não está mais presente nos últimos 3 dias, suspender o antibiótico

Terapia de curta duração