Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Semiologia dos transtornos mentais, Manuais, Projetos, Pesquisas de Psicologia

Transtornos Mentais, Relacionamento – quem tem transtorno de personalidade é, geralmente, incapaz de estabelecer relacionamentos íntimos e estáveis com outras pessoas. A pessoa pode ser insensível, se isolar ou não ter empatia e também pode ter medo de abandono e necessidade de atenção.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2020

Compartilhado em 05/06/2020

maxwell-queiroz
maxwell-queiroz 🇧🇷

5

(2)

1 documento

1 / 22

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Aluno: Maxwell Rodrigues de Queiroz .’.
TEMA: Resumo: PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS
MENTAIS – Paulo Dalgalarrondo.
Trabalho para a disciplina de Psicologia no Direito da FACITE, da turma
de Direito, primeiro período, ministrado pela Professora Allana Mesquita.
Resumo: PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS
MENTAIS – Paulo Dalgalarrondo
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA:
Semiologia: ciência dos signos que estuda a linguagem, música, artes em geral
e todos os campos de conhecimento e atividades humanas que incluem a
interação e comunicação entre 2 interlocutores por meio de um sistema de
signos.
Semiologia Médica: estudo dos sintomas e sinais das doenças.
Semiologia Psicopatológica: estudo dos sinais e sintomas dos transtornos
mentais.
Signos (tipo de sinal, provido de significação) da psicopatologia: sinais
comportamentais, objetivos, verificáveis pela observação direta do paciente e
sintomas.
O sintoma psicopatológico pode ser objetivo (observado pelo observador) e
subjetivo (descrito pelo paciente). A semiologia técnica e psicopatológica se
divide em:
* Semiotécnica refere-se a técnicas e procedimentos específicos de
observação e coleta de sinais e sintomas, assim como a descrição de tais
sintomas.
* Semiogênese campo de investigação da origem, dos mecanismos, do
significado e do valor diagnóstico e clínico dos sinais e sintomas.
DEFINIÇÃO DE PSICOPATOLOGIA E ORDENAÇÃO DE SEUS FENÔMENOS
Psicopatologia: conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental
do ser humano.
O campo da psicopatologia inclui um grande número de fenômenos humanos
especiais que se denominou historicamente ‘Doença Mental’. Suas raízes se
1
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Semiologia dos transtornos mentais e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Psicologia, somente na Docsity!

Aluno: Maxwell Rodrigues de Queiroz .’. TEMA: Resumo: PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS MENTAIS – Paulo Dalgalarrondo. Trabalho para a disciplina de Psicologia no Direito da FACITE, da turma de Direito, primeiro período, ministrado pela Professora Allana Mesquita. Resumo: PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS MENTAIS – Paulo Dalgalarrondo INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA: Semiologia: ciência dos signos que estuda a linguagem, música, artes em geral e todos os campos de conhecimento e atividades humanas que incluem a interação e comunicação entre 2 interlocutores por meio de um sistema de signos. Semiologia Médica: estudo dos sintomas e sinais das doenças. Semiologia Psicopatológica: estudo dos sinais e sintomas dos transtornos mentais. Signos (tipo de sinal, provido de significação) da psicopatologia: sinais comportamentais, objetivos, verificáveis pela observação direta do paciente e sintomas. O sintoma psicopatológico pode ser objetivo (observado pelo observador) e subjetivo (descrito pelo paciente). A semiologia técnica e psicopatológica se divide em:

  • Semiotécnica – refere-se a técnicas e procedimentos específicos de observação e coleta de sinais e sintomas, assim como a descrição de tais sintomas.
  • Semiogênese – campo de investigação da origem, dos mecanismos, do significado e do valor diagnóstico e clínico dos sinais e sintomas. DEFINIÇÃO DE PSICOPATOLOGIA E ORDENAÇÃO DE SEUS FENÔMENOS Psicopatologia: conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano. O campo da psicopatologia inclui um grande número de fenômenos humanos especiais que se denominou historicamente ‘Doença Mental’. Suas raízes se

encontram na tradição médica e humanística que viu na alienação mental ou sofrimento uma via rica de reconhecimento das dimensões humanas. Aspectos básicos dos sintomas psicopatológicos:

  • Forma (dos sintomas): estrutura básica, relativamente semelhante nos diversos pacientes (alucinação, delírio, idéia obsessiva, labilidade afetiva)
  • Conteúdo: aquilo que preenche a alteração estrutural (de culpa, religioso). Diz de algo mais pessoal. OS PRINCIPAIS CAMPOS E TIPOS DE PSICOPATOLOGIA Descritiva: interessa pela forma das alterações psíquicas, estrutura dos sintomas, etc. Dinâmica: interessa pelo conteúdo da vivência, movimento interno dos afetos, desejos e temores. Sua experiência pessoal, não necessariamente classificável em sintomas predeterminados. Campos das psicopatologias: Médica X Existencial Comportamental-cognitivista X Psicanalítica Categorial X Dimensional Biológica X Sociocultural Operacional-pragmática X Fundamental PRINCÍPIOS GERAIS DO DIAGNÓSTICOS PSICOPATOLÓGICO O diagnóstico deve ser baseado em dados clínicos (laboratoriais, exames de neuroimagem, testes psicológicos ou neurológicos.) e uma história bem-colhida com um exame psíquico minucioso. Linhas de raciocínio para o diagnóstico:
  • Linha diagnóstica: baseada na cuidadosa descrição evolutiva e atual dos sintomas do paciente.
  • Linha etiológica: busca na totalidade de dados biológicos, psicológicos e sociais, uma formulação hipotética plausível sobre os possíveis fatores etiológicos envolvidos no caso.

AS FUNÇÕES PSÍQUICAS ELEMENTARES E SUAS ALTERAÇÕES

Não existem funções psíquicas isoladas. É sempre a pessoa na sua totalidade que adoece. As funções psíquicas mais afetadas são: Nos transtornos psico-orgânicos: atenção, orientação, memória, inteligência, linguagem. / Nos transtornos afetivos, neuróticos de personalidade: afetividade, vontade, psicomotricidade, vontade. Nos transtornos psicóticos: sensopercepção, pensamento, juízo de realidade, vivência do eu. A CONSCIÊNCIA E SUAS ALTERAÇÕES: Definições: Neuropsicológica: estado vígil, vigilância. Grau de clareza do sensório. Psicológica: campo da consciência. Dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade. Ético-filosófica: capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir responsabilidades. Alterações normais da consciência:

  • Sono normal: *Sono sincronizado (não-REM) – possui 4 fases. *Sono dessincronizado (Sono REM) – 20 a 25% do tempo de sono. Há um padrão de movimentos oculares rápidos e conjugados, relaxamento muscular profundo e generalizado. (atonia muscular)
  • Sonho: fenômeno associado ao sono, considerado uma alteração normal da consciência. Alterações patológicas da consciência: Quantitativas:
  • Obnubilação ou turvação da consciência: diminuição do grau de clareza do sensório, com lentidão da compreensão e dificuldade de concentração. - Sorpor: estado de marcante turvação da consciência. Só pode ser despertado por estímulo enérgico de natureza dolorosa. Psicomotricidade inibida. - Coma: grau mais profundo. Não há atividade voluntária consciente. Ausência de qualquer indício de consciência. Síndromes patológicas associadas:
  • Delirium: síndromes confusionais agudas. Aspecto confuso do pensamento e do discurso do paciente (fala incongruente, com conteúdos absurdos e sem articulação lógica). Rebaixamento leve a moderado do nível de consciência com desorientação temporoespacial, dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade, agitação ou lentificação psicomotora, ilusões ou alucinações visuais. Quadro oscila ao longo do dia.
  • Estado Onírico: alteração da consciência no qual o indivíduo entra em estado semelhante a um sonho muito vívido. Presença de atividade alucinatória visual intensa com caráter cênico e fantástico. Geralmente há amnésia consecutiva ao período desse estado. Tal estado ocorre devido a psicoses tóxicas, síndromes de abstinência e quadros febris tóxicos-infecciosos. Alterações qualitativas da consciência: Estados crepusculares: estado patológico transitório no qual uma obnubilação da consciência é acompanhada de relativa conservação da atividade motora coordenada. Há estreitamento provisório do campo da consciência com a conservação de atividade psicomotora global mais ou menos coordenada. Aparece de forma abrupta e pode durar de minutos a semanas. Associadas a epilepsia, intoxicações, traumatismo craniano, quadros dissociativos histéricos, choques emocionais. Estado segundo: semelhante ao estado crepuscular, caracterizado por uma atividade psicomotora coordenada que permanece estranha à personalidade do sujeito acometido e não se integra a ela. Natureza psicogenética, produzido por fatores emocionais. Dissociação da consciência: divisão do campo da consciência, ocorrendo perda da unidade psíquica. Ocorre em quadros histéricos dissociativos, pode durar de minutos a horas. Transe: estado que se assemelha ao sonhar acordado, presença de atividade motora automática. Estado hipnótico: estado de consciência reduzida e estreitada e de atenção concentrada que pode ser induzida por outra pessoa. (hipnotizador) EQM (experiência de quase morte): estado especial de consciência em situações críticas de vida-morte. A ATENÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES
  • Geralmente a desorientação ocorre, em primeiro lugar, em relação ao tempo. Após o agravamento do transtorno, o indivíduo se desorienta quanto ao espaço e, finalmente, quanto a si mesmo. Alterações da orientação Desorientação por redução do nível de consciência (torporosa ou confusão): forma + comum. Desorientação por déficit de memória imediata e recente. (desorientação amnéstica) Desorientação demencial. Desorientação apática ou ebúlica (ocorre por apatia profunda) Desorientação delirante. Desorientação por déficit intelectual (oligofrênica) Desorientação por dissociação (quadros histéricos). Desorientação por desagregação. AS VIVÊNCIAS DO TEMPO E ESPAÇO E SUAS ALTERAÇÕES Constituem-se como dimensões fundamentais de todas as experiências humana. O ser só é possível nas dimensões reais e objetivas do espaço e tempo. A experiência humana relaciona-se com os chamados ritmos biológicos. Tempo objetivo: exterior, cronológico, mensurável. / Tempo subjetivo: interior, pessoal.
  • De um modo geral a passagem do tempo é percebida como lenta e vagarosa nos estados depressivos e rápida e acelerada nos estados maníacos. Traquipsiquismo: aceleração de todos as funções psíquicas. Bradpsiquismo: lentificação de todas as atividades mentais. A SENSOPERCEPÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES (incluindo a representação e a imaginação) Todas as informações do ambiente, necessárias a sobrevivência do indivíduo, chegam ao organismo por meio das sensações. Define-se sensação como o fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variáveis, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os.

Percepção: tomada de consciência pelo indivíduo, do estímulo sensorial.

  • A sensação é considerada um fenômeno passivo, estímulos físicos (luz, som, pressão) ou químicos atuam sobre sistemas de percepção do organismo. Já a percepção seria um fenômeno ativo, o sistema nervoso e a mente do sujeito constroem um percepto por meio da síntese dos estímulos sensoriais. E são recriadas na mente de quem percebe algo. Apercepção: pleno reconhecimento de um objeto percebido. Imagem (perceptiva real): elemento básico do processo sensopercepção e se caracteriza pelas qualidades de nitidez, corporeidade, estabilidade, extrojeção, completitude. Imagem representativa ou mnêmica (representação): se caracterizada por ser apenas uma revivescência de uma imagem sensorial sem que esteja presente o objeto original que a produziu. Representação é a representação de uma imagem na consciência, sem a presença real, externa, do objeto que, em um 1º momento, gerou uma imagem sensorial. Tipos: imagem eidética (eidetismo): invocação de uma imagem guardada na memória. Pareidolias: imagens visualizadas voluntariamente a partir de estímulos imprecisos do ambiente. Imaginação: processo de produção de imagem. Fantasia: produção imaginativa. Se origina de temores, desejos, conflitos conscientes ou não. Alterações da sensopercepção Alterações quantitativas: as imagens perceptivas tem intensidade anormal, configurando hiperestesias – condição na qual as percepções encontram-se anormalmente aumentadas em sua intensidade e duração, os sons são ouvidos amplificados, as imagens são vivas e intensas; hiperpatias – quando uma sensação desagradável é produzida pó um leve estímulo de pele; hipoestesias – o mundo circundante é percebido como escuro, as cores tornam-se pálidas e sem brilho, os alimentos não tem mais sabor, os odores perdem sua intensidade; hipoestesias táteis –alterações em territórios cutâneos compondo as síndromes sensitivas. Anestesias táteis (ou analgesias) – perda da sensação tátil em determinada área da pele. Parestesias – sensações táteis desagradáveis, geralmente espontâneas como formigamentos, adormecimentos, picadas, agulhadas ou

Alucinação autoscópica: alucinação visual no qual o indivíduo enxerga a si mesmo, vê o seu corpo, como se estivesse fora dele contemplando-o. Alucinações hipnagógicas (alucinações auditivas visuais ou táteis, relacionadas a transição sono-vigília, quando a pessoa está adormecendo) e hipnopômpicas (ocorrem na fase que o indivíduo está despertando) – não são sempre fenômenos patológicos, podendo ser verificadas em pessoas sem transtornos mentais. Estranheza do mundo percebido: o mundo como um todo é percebido alterado, bizarro, difícil de definir. Alucinose: o paciente percebe tal alucinação como estranha à sua pessoa. Na alucinose, embora o doente veja a imagem ou ouça a voz ou ruído, falta a crença que o alucinado tem em sua alucinação. Ele permanece consciente de que aquilo é um fenômeno estranho, patológico, não tem nada a ver com sua pessoa, estabelecendo distanciamento entre si e o sintoma. É periférico ao eu, enquanto a alucinação é central ao eu. Pode ser: peduncular – devido a tumores do pendúlo cerebral. Auditiva – denominada alcoólica. A MEMÓRIA E SUAS ALTERAÇÕES A memória é a capacidade de registrar, manter e evocar as experiências e os fatos já ocorridos. Essa capacidade relaciona-se com o nível de consciência, atenção e interesse afetivo. Tipos: Memória cognitiva – permite o indivíduo registrar, conservar e evocar a qualquer momento os dados aprendidos da experiência. Memória genética - conteúdos biológicos adquiridos ao longo da história filogenética da espécie contidas no DNA. Memória imunológica – registradas e recuperáveis pelo sistema imunológico. Memória coletiva ou cultural – conhecimentos e práticas culturais produzidos, acumulados e mantidos por um grupo social minimamente estável. *A evocação é a capacidade de recuperar e atualizar os dados fixados. Esquecimento é a impossibilidade de evocar e recordar.

  • O termo priming diz respeito e um fenômeno normal e importante do processo de recordação ou evocação. *Lei de Ribot (Lei da regressão mnêmica): o indivíduo sofre uma lesão ou doença cerebral que atinge seus mecanismos mnêmicos de registro e recordação tendendo a perder os conteúdos de sua memória (primeiro os recentes, depois os mais antigos). *Tipos de memória: Tipos dependentes do caráter consciente ou não-consciente: memória explícita (adquirida de forma plenamente consciente), memória implícita (adquirida de forma mais automática), memória declarativa (diz respeito aos eventos, acontecimentos memorizados de forma consciente), memória não-declarativa (hábitos e capacidades em geral motores, sensoriais, lingüísticos, armazenados de forma não-explícita). Tipos de memória classificados segundo a estrutura cerebral envolvida: 1- Do trabalho – combinação da atenção e da memória imediata. Diz respeito a um conjunto de habilidades que permite registrar e manipular informações novas. / 2- episódica – relacionada a eventos específicos da experiência pessoal do indivíduo, ocorridos em determinado contexto. / 3- semântica – se refere ao aprendizado, conservação e utilização de algo que pode ser designado como o arquivo geral de conceitos e conhecimentos factuais do sujeito. / 4- de procedimentos – automática, geralmente não-consciente. Ex: habilidades motoras e perceptuais mais ou menos complexas, visoespaciais e automáticas relacionado ao aprendizado de línguas. Alterações patológicas da memória: Alterações quantitativas: hipermnésias: as representações (elementos mnêmicos) afluem rapidamente, em tropel, ganhando em número, perdendo, porém, em clareza e precisão. Amnésias (ou hipomnésias): perda da memória e da capacidade de fixar ou de manter e evocar antigos conteúdos mnêmicos. Alterações qualitativas: Paramnésias: envolvem a deformação do processo de evocação de conteúdos mnêmicos previamente fixados. O indivíduo apresenta lembrança deformada

Falso reconhecimento ou síndrome de Frégoli: identificação falsa e delirante de uma pessoa estranha como se fosse alguém do círculo pessoal do paciente. Síndrome de Frégoli inversa: o próprio Eu físico do paciente é percebido como se transformado radicalmente; sua aparência não é mais a mesma, apenas sua identidade psicológica permanece igual. Síndrome de intermetamorfose: pessoa do círculo do paciente, tida como perseguidor, e um estranho também perseguidor são percebidos como tendo características físicas e psicológicas em comum.

  • Em quadros de falsos desconhecimentos e falsos reconhecimentos ocorrem com mais freqüência na esquizofrenia, depressões graves e síndromes psico- orgânicas. Alterações do reconhecimento não-delirante: fenômeno do já visto, do já ouvido, do já pensado e do já vivido (dejá vu) – o indivíduo tem a nítida impressão de que o que está acontecendo já ocorreu no passado. Fenômeno do jamais visto (...): apesar por ter passado por determinada experiência tem a sensação de que nunca ocorreu. * Ocorrem na fadiga, epilepsia eventualmente e psicoses tóxicas e não em alterações patológicas. A AFETIVIDADE E SUAS ALTERAÇÕES Tipos básicos de vivências afetivas: 1- humor ou estado de ânimo: tônus afetivo do indivíduo, estado emocional basal e difuso em que se encontra a pessoa em determinado momento. 2- emoções: estado afetivo intenso de curta duração, originado como a reação do indivíduo a certas excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes. 3- sentimentos: estão comumente associados a conteúdos intelectuais, valores, representações e em geral, não implicam concomitantes somáticos. 4-afetos: qualidade e o tônus emocional que acompanha uma idéia u representação mental. 5-paixões: estado afetivo extremamente intenso que denomina a atividade psíquica como um todo, captando e dirigindo a atenção e o interesse do indivíduo em uma só direção, inibindo os demais interesses.
  • Catatimia: importante influência que a vida afetiva e o estado de humor, emoções, sentimentos e paixões exercem sobre as demais funções psíquicas. Alterações patológicas da afetividade: Distimia: alteração básica do humor – inibição ou exaltação.

Disforia: distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável, mal- humorada. Quando se fala em depressão disfórica ou mania disfórica, está sendo designado um quadro de depressão ou mania acompanhado de forte componente de irritação, amargura, desgosto ou agressividade. Hipotimia: depressão. Hipertimia: exaltação. Euforia: humor morbidamente exagerado. Elação: expansão do Eu, sensação subjetiva de grandeza e poder. Puerilidade: alteração de humor que se caracteriza pelo aspecto infantil, simplório, regredido. Moria: forma de alegria pueril, ingênua, boba. Êxtase: experiência de beatitude, sensação de dissolução do Eu no Todo. Irritabilidade patológica: hiper irritabilidade desagradável, hostil e eventualmente agressiva. Alterações das emoções e sentimentos: Apatia: diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. Hipomodulação do afeto: incapacidade do paciente de modular a resposta afetiva de acordo com a situação existencial, indicando rigidez na sua relação com o mundo. Inadequação do afeto ou Paratimia: reação completamente incongruente a situações existenciais ou a determinados conteúdos ideativos, revelando a desarmonia profunda da vida psíquica (ataxia psíquica), contradição profunda entre a esfera ideativa e afetiva. Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivos: perda progressiva e atológica das vivências afetivas. Embotamento afetivo e devastação afetiva: perda profunda de todo tipo de vivência afetiva. Sentimento de falta de sentimento: incapacidade de sentir emoções, vivida de forma muito penosa para o paciente. Anedonia: incapacidade total ou parcial de sentir prazer com determinadas atividades e experiências de vida. Indiferença afetiva: frieza afetiva incompreensível diante dos sintomas que o paciente apresenta. Labilidade afetiva e incontinência afetiva: estados que

Tipos de impulsos e compulsões patológicas: *automutilação (autolesão voluntária) *Fragofilia (impulso patológico de destruir objetos que circundam o indivíduo) * Piromania (impulso de atear fogo a objetos lugares, etc). *impulso e ato suicida. Relacionados à ingestão de substâncias e alimentos: Dipssomania: impulso ou compulsão periódica para ingestão de grandes quantidades de álcool. Anorexia. *Bulimia: impulso irresistível de ingerir grande quantidade de alimentos e após sentir-se culpado induzindo vômitos e/ou tomando laxantes. Potomania: compulsão de beber água ou outros líquidos sem que haja sede exagerada. Polidipsia: o indivíduo sente sede exagerada, geralmente por alterações no seu organismo. Relacionados ao desejo e comportamento sexual: fetichismo, exibicionismo, voyerismo, pedofilia, pederastia, gerontofilia, zoofilia, necrofilia, coprofilia, ninfomania (desejo sexual muito aumentado da mulher), satiríase (desejo sexual muito aumentado do homem), compulsão à masturbação, compulsão a utilizar roupas íntimas do sexo oposto, compulsão a usar distéres (enfiar objetos no ânus ou vagina). Outros impulsos e compulsões: Poriomania: viajar a esmo ‘desaparecer de casa’, ‘ganhar o mundo’. Cleptomania: ato impulsivo ou compulsivo de roubar. Jogo patológico: compulsões a jogos de azar. Compulsão por comprar por internet e jogos eletrônicos. * Negativismo: oposição do indivíduo às solicitações do meio ambiente. Mutismo: forma de negativismo verbal. Sitiofobia: recusa de alimentos. Obediência automática: quadro oposto ao negativismo. Fenômenos em eco: o indivíduo repete de forma automática palavras, sílabas, reações mímicas ou escrita. Automatismo. Alterações da psicomotricidade: *agitação psicomotora (aceleração/exaltação de toda atividade motora do indivíduo) * lentificação psicomotora (bradpsiquismo) * estupor: perda de toda atividade espontânea. *catalepsia: acentuado exagero do tônus postural. *flexibilidade cerácea: o indivíduo é colocado em determinada posição e assim permanece. * cataplexia – perda abrupta do tônus muscular * estereotipias motoras: repetições motoras automáticas. *maneirismo: esteriotipia caracterizada por movimentos bizarros

*Tiques: atos coordenados, repetitivos resultantes de contrações musculares súbitas, breves e intermitentes. *conversão: surgimento abrupto de sintomas físicos (paralisisas, anestesias, cegueiras). Outras alterações da psicomotricidade e apraxias: *hiperventilação psicogênica: aceleração da respiração * apragmatismo (ou hipopragmatismo): dificuldade ou incapacidade de realizar condutas motoras volitivas minimamente complexas (ex: cuidar da higiene pessoal, limpar o quarto etc) *Apaxia: impossibilidade ou dificuldade de realizar atos intencionais, gestos complexos voluntários conscientes, sem que haja paralisias, paresias ou alaxias. O PENSAMENTO E SUAS ALTERAÇÕES Elementos constitutivos do pensamento: conceito, juízo e raciocínio. Dimensões do processo de pensar: curso (modo como o pensamento flui, velocidade e seu ritmo), forma (estrutura básica preenchida pelos mais diversos conteúdos) e conteúdo (substância) do pensamento. Alterações dos elementos constitutivos do pensamento: Dos conceitos: desintegração dos conceitos e condensação dos conceitos.Dos juízos: juízo deficiente ou prejudicado e juízo de realidade ou delírio. *Do raciocínio e do estilo de pensar: o que caracteriza o pensamento normal é ser regido pela lógica formal e orientar-se segundo a realidade e os princípios de racionalidade da cultura no qual indivíduo se inscreve. Tipos alterados de pensamentos: *Pensamento mágico: é o tipo de pensamento que fere frontalmente os princípios da lógica formal, bem como os indicativos e imperativos da realidade. * Pensamento concreto ou concretismo: não ocorre a distinção entre dimensão abstrata e simbólica e dimensão concreta e imediata dos fatos. *Pensamento dereístico: o pensamento só obedece a lógica e a realidade naquilo que interessa ao desejo do indivíduo, distorcendo a realidade para que esta se adapte aos seus anseios. * Pensamento inibido: inibição do raciocínio, com diminuição da velocidade e do número de conceitos juízos e representações utilizados no processo de pensar, tornando o pensamento lento, rarefeito pouco produtivo. * Pensamento vago: relações conceituais formação dos juízos são caracterizados pela imprecisão. * Pensamento prolixo: o paciente não consegue chegar a qualquer conclusão sobre o tema de que está tratando senão após muito tempo de esforço. *

catatimia (influência dos afetos sobre as demais funções psíquicas) manifesta- se de modo evidente. Delírio: as idéias delirantes ou delírio são juízos patologicamente falsos. Dessa forma o delírio é um erro de ajuizar que tem origem na doença mental. Jaspers (1977) descreveu 3 indícios externos do delírio: convicção extraordinária (certeza subjetiva), ser impossível sua modificação pela experiência (irremovível) e ser seu conteúdo impossível, falso. * Ao delirar, o indivíduo se desgarra de sua trama social, do universo cultural no qual se formou e passa, mesmo contra esse grupo cultural, a produzir seus símbolos e suas crenças individuais. Dimensões do delírio: (que servem como indicativos da gravidade do delírio): grau de convicção, extensão, bizarrice ou implausibilidade, desorganização, pressão ou preocupação, resposta afetiva ou afeto negado, comportamento desviante. Delírio primário ou idéias delirantes verdadeiras: segundo Jaspers, o verdadeiro delírio é um fenômeno primário, psicologicamente incompreensível, algo inteiramente novo, que se insere em determinado instante, na curva vital do indivíduo. Delírio secundário ou idéias deliróides e os delírios compartilhados: é originado de alterações profundas e outras áreas da atividade mental (afetividade, consciência, etc) que indiretamente fazem com que se produzam juízos falsos. Os delírios podem ocorrer eventualmente em mais de uma pessoa (delírios compartilhados de loucura a dois), quando um sujeito doente passa a interagir com outra pessoa influenciável e acaba por gerar o delírio em tal pessoa. Estrutura dos delírios: *simples (monotemáticos): idéias que se desenvolvem e torno de 1 só conteúdo. *complexos (pluritemáticos): englobam vários temas ao mesmo temo. *Não-sistematizados: sem concatenação consistente. * Sistematizados: delírios bem-organizados, com histórias ricas, consistentes e bem concatenadas. Relação entre alteração do humor e temática delirante: os delírios podem ser classificados como congruentes ou incongruentes com o humor. Surgimento e evolução dos delírios (Estados pré-delirantes): os delírios surgem após período pré-delirante denominado humor delirante. Nesse período o paciente experimenta aflição e ansiedade intensas, sente como se algo terrível fosse acontecer mas não sabe exatamente o que. Esse estado pode durar horas ou dias. O humor delirante cessa quando o paciente configura o delírio e então se acalma como se estivesse encontrado explicação plausível para a perplexidade anteriormente inexplicável. Os momentos são: trema (humor delirante, segundo Jaspers), apofania (tensão acumulada durante o trema se desdobra e delírio), fase apocalíptica (desorganização do sujeito após a 1ª revelação do delírio inicial), consolidação (estabilização e cristalização do

delírio), fase do resíduo (fase final do processo psicótico delirante, há perda do impulso e da afetividade manifesta). *Os delírios podem ser: agudos (surgem de forma rápida e podem desaparecer me pouco tempo) e crônicos (persistentes, contínuos, de longa duração pouco modificáveis ao longo do tempo) Os mecanismos constitutivos do delírio: deve-se pensar o delírio como uma construção que está inserida em um processo de tentativa de reorganização do funcionamento mental. O esforço que o aparelho psíquico do paciente empreende no sentido de lidar com a desorganização que a doença de fundo produz. Mecanismos formadores de delírio: *interpretação: delírio interpretativo (ou interpretação delirante), imaginação: delírio imaginativo, afetividade: delírio catatímico, memória: delírio mnêmico (recordação delirante), alteração da consciência: delírio onírico, alteração da sensopercepção: delírio alucinatório.

  • A percepção delirante é um tipo especialmente importante de delírio. O delírio surge a partir de uma percepção normal que recebe imediatamente ao ato perceptivo, significação delirante e é vivenciada como uma revelação, uma descoberta abrupta que o indivíduo faz, passando a entender tudo o que se passa. Mecanismos de manutenção do delírio: inércia em mudar as próprias idéias, pobreza na comunicação interpessoal, comportamento agressivo por parte do paciente, gerando mais rejeição do meio social e reforçando o círculo vicioso de sentimentos paranóides, rejeição, hostilidade e novas interpretações delirantes do meio tentando manter a sua auto-estima. Os tipos de delírios segundo seus conteúdos: *Delírio de perseguição: (tema mais freqüente dos delírios) *Delírio de referência (alusão ou auto-referência): indivíduo sempre torna os fatos cotidianos como referentes à sua pessoa. Delírios e o mecanismo de projeção: o indivíduo projeta o seu mundo mental para o mundo externo incluindo idéias, conflitos, temores e desejos que seriam insuportáveis se fosse percebidos e seu mundo interior. O delirante também deforma o conteúdo inaceitável, invertendo o tipo de afeto associado a tal idéia. *Delírio de relação – constrói conexões significativas delirantes entre os fatos normalmente percebidos. *Delírio de influência ou controle (vivências de influência): o indivíduo vivencia o fato de estar sendo controlado, comandado ou influenciado por força, pessoa ou entidade externa. *Delírio de grandeza (de enormidade): o indivíduo acredita ser extremamente especial, dotado de