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Os resultados de estudos realizados sobre o efeito de herbicidas, trifluralina, alachlor e pendimethalin, em crambe abyssinica. O documento discute a tolerância da planta às diferentes dosagens dos herbicidas, os sintomas de intoxicação e o impacto na emergência. As unidades experimentais consistem em vasos com solo arenoso e 20 sementes de crambe fms brilhante. A pulverização dos herbicidas foi realizada 2 dias após o plantio, usando-se diferentes dosagens e misturas em tanque.
Tipologia: Notas de estudo
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Seletividade de crambe ( Crambe abyssinica Hochst) submetido à aplicação de herbicidas em pré-emergência. Gesley Ramos Guimarães Lima^2 ; Cleber Daniel de Goes Maciel^1 , Antônio Mendes de Oliveira Neto 1^2. 2 FUNGE/ESAPP,^ Prof.^ Dr.^ Depto.^ de^ Fitotecnia,^ CEP19700-000.^ Paraguaçu^ Paulista/SP; Acadêmicos do Curso de Agronomia da FUNGE/ESAPP. gesley.lima@hotmail.com
1. Introdução Pertencente à família das crucíferas, o crambe ( Crambe abyssinica Hochst) tem origem no Mediterrâneo, apresenta ciclo de 90 dias (Fundação MS). É uma planta ereta, apresenta entre 70 e 90 cm de altura, floresce aos 35 dias após o plantio, sua semente é redonda e revestida por um tegumento cinza (Rural Sementes). Planta bastante rústica tolera períodos de seca, graças à elevada agressividade do seu sistema radicular, capaz de romper camadas compactas e/ ou adensadas, permitindo-lhe alcançar maiores profundidades no perfil do solo nas camadas subsuperficiais tornando-a altamente competitiva pelo fator água do ambiente. Apesar desta rusticidade, não tolera solos úmidos e períodos chuvosos, é suscetível a acidez do solo proporcionada pelo Al+3, desta forma exige solos eutróficos com boa fertilidade corrigidos até a profundidade de 20 a 40 cm, exige pH entre 6,0 e 7,5 e uma boa umidade no solo durante a emergência das plântulas para o estabelecimento da cultura (Rural Sementes). O plantio deve ser realizado de abril a maio, apresenta adaptabilidade para cultivo nas regiões tropicais e subtropicais, principalmente no Mato Grosso do Sul e Sul do Paraná no espaçamento de 18 a 25 cm na entrelinha e 3 cm de profundidade. A maturidade fisiológica é alcançada entre 90 e 95 dias após plantio, podendo neste período ser realizada a colheita, alcançando produtividade entre 1000 e 1500 kg ha-1^ segundo pesquisas realizadas pela Fundação MS (Pitol, 2008). É importante o plantio em áreas dessecadas visando evitar a competição com as plantas daninhas nas primeiras 3 a 4 semanas após o plantio (Rural Sementes). As pesquisas com crambe tiveram início em 1995 pela Fundação MS situada em Maracaju MS objetivando avaliar seu comportamento na formação de cobertura do solo no plantio direto (Baez, 2007; Pitol, 2008). Inicialmente, apesar de adaptado para a região do Mato Grosso do Sul, a produção em menor quantidade de cobertura para o solo em comparação com o nabo forrageiro e não
haver mercado para comercializar os grãos, os agricultores mostraram desinteresse para essa cultura, porém, com o advento da produção de biodiesel a partir desta oleaginosa, como consequência proporcionou a ampliação das possibilidades de produção, tornando interessante seu cultivo, e a partir daí as pesquisas foram retomadas para melhor recomendação (Pitol, 2008). Várias são as espécies oleaginosas com capacidade de produção de biocombustível, entre elas o nabo forrageiro, girassol, canola, colza, pinhão- manso e o crambe, inclusive a soja e o dendê. O crambe é o grande destaque por apresentar as principais vantagens, tais quais: precocidade, tolerância à seca, baixo custo de produção em torno de R$ 277,00 por hectare, maior produção de óleo em comparação com as culturas anteriormente citadas, e a mais importante, não compete com culturas destinadas à produção de alimento, tornando viável seu cultivo para produção de biocombustível (Baez, 2007; Toledo, 2008, Rural Sementes, Pitol, 2008). Resultados de análises laboratoriais indicam elevado teor de óleo, podendo produzir até 38%. O crambe bem como seus subprodutos (torta e farelo) contém uma substância chamada glucosinolato presente nas folhas e hastes. O farelo pode ser utilizado como fertilizante e disponibilizada aos ruminantes (gado e carneiro) como fonte protéica devido a maior tolerância desse grupo de animais a este composto, por outro lado, deve ser evitado o consumo do farelo por suínos e aves por apresentar menor tolerância ao glucosinolato, este composto proporciona ao crambe uma maior tolerância contra ataque de pragas (Mathias). O óleo presente no crambe, impróprio para consumo humano, contém 50 a 60% de ácido erúcico que é utilizado como lubrificante industrial, na produção de borracha sintética, isolamento elétrico, surfactantes, inibidores de corrosão (Rural Sementes). A cultivar FMS Brilhante desenvolvida pela Fundação MS foi apresentada no showtec como nova alternativa para obtenção de combustível, o que chamou a atenção de produtores rurais familiares graças aos benefícios já citados, principalmente pela possibilidade de se retirar o óleo na propriedade através de prensa mecânica tornando-se uma alternativa de agregação de valor pelo próprio agricultor (Fundação MS; Lourdes, 2008, Pitol, 2007).
pressão de 207 kPa, equipado com duas pontas de jato plano tipo leque TJ 110.02 VS e volume de calda equivalente a 200 L ha-1. O experimento foi disposto em delineamento inteiramente casualizado (DIC), contendo 16 tratamentos com 8 repetições. Foram aplicados os herbicidas trifluralina, alachlor e Pendimethalin ambos representados por dosagens crescentes (0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 L ha-1) do produto comercial e misturas em tanque de trifluralina + alachlor, trifluralina + Pendimethalin e alachlor + Pendimethalin (ambos com 1,0 + 1,0 L ha-1) e uma testemunha sem aplicação (Tabela 1).
Tabela 1. Tratamentos com as respectivas dosagens de herbicidas utilizados na aplicação em pré-emergência, na cultura do crambe. Paraguaçu Paulista/SP, 2008. Tratamento Dose (g i.a ha-^1 ) * Dose (L p.c ha-^1 **) **** T1 Trifluralina^1 225 0, T2 Trifluralina 450 1, T3 Trifluralina 675 1, T4 Trifluralina 900 2, T5 Alachlor^2 240 0, T6 Alachlor 480 1, T7 Alachlor 720 1, T8 Alachlor 960 2, T9 Pendimethalin^3 250 0, T10 Pendimethalin 500 1, T11 Pendimethalin 750 1, T12 Pendimethalin 1000 2, T13 Trifluralina + Alachlor 450 + 480 1,0 + 1, T14 Trifluralina + Pendimethalin 450 + 500 1,0 + 1, T15 Alachlor + Pendimethalin 480 + 500 1,0 + 1, T16 Testemunha - - *g i.a ha-1^ = gramas do Ingrediente Ativo do herbicida por hectare. **L p.c ha 1 -1^ = Litros do Produto Comercial do herbicida por hectare. Trifluralina Gold; 2 Alaclor Nortox; 3 Herbadox.
No momento da aplicação o solo encontrava-se com umidade e as condições climáticas foram monitoradas através da utilização do termohigroanemômetro digital e encontram-se representadas na Tabela 2. Os parâmetros avaliados foram: intoxicação do crambe através de escala visual, em porcentagem, onde 0% corresponde à ausência de injúrias e 100% à morte das plantas (SBCPD, 1995) aos 7, 14, 21 e 28 dias após a
aplicação (DAA), de acordo com recomendações da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas (SBCPD, 1995) e número de plantas por vaso aos 14, 21 e 28 DAA.
Tabela 2 - Dados referentes às condições climáticas no momento da aplicação dos herbicidas. Paraguaçu Paulista/SP, 2008. Velocidade do vento (km h-^1 ) Temperatura (oC) Umidade Relativa do Ar (%) Inicio Final Início Final Início Final 2,4 1,4 17,4 19,9 57,6 57,
Os dados originais obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as suas médias foram comparadas pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade.
3. Resultados 3.1 Efeito fitotóxico dos herbicidas (tabela 3) Para o herbicida trifluralina isolado nas dosagens de 0,5 e 1,0 L ha-1, as plantas de crambe apresentaram baixa intoxicação aos 7, 14 e 21 DAA, sendo que na menor dosagem promoveu a total recuperação das plantas aos 28 DAA e a dosagem de 1,0 L ha-1^ proporcionou leve aumento do efeito fitotóxico, porém inferior a 10% aos 28 DAA. Ainda para o tratamento com trifluralina isolado nas dosagens de 1,5 e 2,0 L ha-1^ observou-se maior intensidade principalmente na maior dosagem do herbicida provocando danos irrecuperáveis aos 28 DAA. O tratamento com alachlor apenas a menor dose (0,5 L ha-1) promoveu menor efeito fitotóxico até os 21 DAA, já aos 28 DAA as plantas apresentaram uma intermediária intoxicação em média 52,1%. Na dosagem de 1,0 L ha-1 aos 21 DAA ocorreu maior intensidade no efeito fitotóxico com valor próximo a 76%. Já as duas maiores dosagens causaram intoxicações mais severas aos 21 DAA com valor entre de 98,6% e 99,5% e morte total (100%) aos 28 DAA. Ambos os tratamentos com o herbicida Pendimethalin até os 14 DAA apresentaram menor intoxicação, aos 28 DAA a menor dose proporcionou nível fitotóxico de 54,5%, porém, as demais dosagens (1,0; 1,5 e 2,0 L ha- apresentaram respectivamente 95%, 98% e 100% de fitotoxicidade). As misturas em tanque dos herbicidas trifluralina + alachlor e alachlor + Pendimethalin apresentaram efeito fitotóxico superior a 60% nas plantas de
de desenvolvimento que a testemunha sem aplicação, tanto na intoxicação como na emergência das plântulas, já na dosagem de 1,0 L ha-1^ ocorreu leve redução na emergência. Trifluralina aplicado nas dosagens de 1,5 e 2,0 L ha-1^ proporcionou intensa redução da emergência e desenvolvimento das plantas. O incremento das dosagens dos herbicidas aplicados isoladamente proporcionou maior efeito fitotóxico interferindo negativamente na emergência das plantas de crambe em cada vaso. Essa resultante é devido ao maior período de persistência e maior concentração dos herbicidas no solo, e esse efeito demonstra haver uma correlação entre o aumento das dosagens dos herbicidas provocando maior efeito fitotóxico sobre o crambe (tabela 3) e a consequente intensa redução de emergência desta oleaginosa sob efeito dos referidos tratamentos herbicidas (tabela 4). O declínio na emergência tanto ocorre no intervalo dos dias de avaliação (aos 14, 21 e 28 DAA), como principalmente pelo aumento da dose aplicada, porém os efeitos mais expressivos estão nos tratamentos aplicados de forma isolada com trifluralina e alachlor (1,5 e 2,0L ha-1), Pendimethalin (1,0; 1, e 2,0 L ha-1) e em ambas as misturas em tanque. De maneira geral, as plantas sob o efeito dos herbicidas apresentaram como sintomas: redução no desenvolvimento, plantas deformadas “aberrações”, encarquilhadas, plantas necrosadas, pois logo após o processo de germinação das sementes e emergência das plântulas, estas prontamente absorveram os produtos através das radículas e imediatamente ocorreram os efeitos fitotóxicos e posteriormente morte das plantas. Tais resultados confirmam a dinâmica e ação dos herbicidas aplicados, pois não inibem a germinação das sementes e sim, logo após o processo germinativo, com o lançamento das radículas, os produtos foram prontamente absorvidos proporcionando desta forma o seu efeito fitotóxico, e consequentemente morte das plantas em sua maioria ainda com apenas as folhas cotiledonares, ou seja, em sua maioria as plantas emergiram já sob efeito dos herbicidas aplicados.
Tabela 4: Número de plantas por vaso de crambe aos 14, 21 e 28 DAA, submetido à aplicação de herbicidas em pré-emergência isolado e em mistura em tanque, Paraguaçu Paulista/ SP, 2008. Tratamento Dose N° plantas vaso-^1 (L ha-^1 ) 14DAA 21DAA 28DAA T1 Trifluralina 0,5 12,0 ab 12,6 a 11,3 a T2 Trifluralina 1 11,0 abc 9,4 abcd 7,8 ab T3 Trifluralina 1,5 11,5 abc 8,9 abcd 3,5 cde T4 Trifluralina 2 11,5 abc 8,4 bcd 2,9 cde T5 Alachlor 0,5 11,0 abc 7,5 cde 4,5 bcd T6 Alachlor 1 10,4 abc 4,1 ef 1,4 de T7 Alachlor 1,5 11,5 abc 1,4 f 0,25 e T8 Alachlor 2 9,5 abc 0,6 f 0,0 e T9 Pendimethalin 0,5 11,8 abc 9,1 abcd 5,9 bc T10 Pendimethalin 1 10,9 abc 10,8 abc 1,5 de T11 Pendimethalin 1,5 8,9 abc 8,9 abcd 0,0 e T12 Pendimethalin 2 9,0 abc 6,5 de 0,125 e T13 Trifluralina + Alachlor 1,0 + 1,0 4,1 c 3,8 ef 2,5 cde T14 Trifluralina + Pendimethalin 1,0 + 1,0 9,8 abc 9,1 abcd 1,8 de T15 Alachlor + Pendimethalin 1,0 + 1,0 5,1 bc 2,1 f 0,25 e T16 Testemunha - 15,8 a 11,8 ab 11,0 a CV% 42,6 33,1 67, DMS 7,6 4,2 4, Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4. Conclusão De maneira geral, a cultura do crambe é suscetível a maioria dos herbicidas testados principalmente nas maiores dosagens. Trifluralina (1,5 L ha-1), alachlor (0,5 L ha-1) e Pendimethalin (0,5 L ha-1) ocasionaram níveis de intoxicação intermediário estando entre 52% e 63%. Apenas o herbicida trifluralina nas dosagens de 0,5 e 1,0 L ha- apresentaram potencial seletivo para a oleaginosa estudada. Observou-se efeito sinérgico entre as misturas em tanque dos herbicidas trifluralina + alachlor e alachlor + Pendimethalin (1,0 + 1,0 L ha-1) aos 7, 14 e 21 DAA É importante a realização de mais experimentos, estudando tanto a competição com as plantas daninhas, como o efeito dos herbicidas no desenvolvimento do crambe em nível regional, permitindo assim maior precisão no momento de recomendação.
Procedimentos para instalação, avaliação e análise de experimentos com herbicidas. Londrina: SBCPD, 1995. 42p.
TOLEDO, S. Crambe é aposta, dendê é promessa, mas soja ainda lidera biodiesel no país. Gazeta Mercantil, 2008. Disponível em: <http://www.biodieselbr.com/noticias/biodiesel/crambe-aposta-soja-lidera- biodiesel-pais-27-08-08.htm>. Acesso em: 12 fev. 2010.
VIDAL, R.A.; FLECK, N.G. Inibidores da polimerização de tubulina. In: VIDAL, R.A.; MEROTTO JÚNIOR, A. (Ed.). Herbicidologia. Porto Alegre, 2001. p.131-