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Segurança em Instalações Elétricas: Riscos, Prevenção e Normas, Resumos de Eletromagnetismo

A segurança em instalações elétricas, desde a geração até a distribuição de energia. Descreve os riscos inerentes ao setor, como choques elétricos e curto-circuitos, e detalha medidas de segurança, como aterramento e dispositivos de proteção. Além disso, apresenta normas e procedimentos para garantir a segurança em trabalhos de manutenção e instalação.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 21/03/2025

paulo-sergio-k8a
paulo-sergio-k8a 🇧🇷

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APOSTILA DE SEGURANÇA EM ELETRICIDADE
1 Introdução à Segurança com Eletricidade
A energia elétrica que alimenta as indústrias, comércio e nossos lares é gerada
principalmente em usinas hidrelétricas, onde a passagem da água por turbinas geradoras
transforma a energia mecânica, originada pela queda d’água, em energia elétrica.
No Brasil a GERAÇÃO de energia elétrica é 80% produzida a partir de
hidrelétricas, 11% por termoelétricas e o restante por outros processos. A partir da usina
a energia é transformada, em estações elétricas, a elevados níveis de tensão
(69/88/138/240/440 kV) e transportada em corrente alternada (60 Hertz) através de cabos
elétricos, até as estações rebaixadoras, delimitando a fase de Transmissão.
Já na fase de Distribuição (11,9 / 13,8 / 23 kV), nas proximidades dos centros de
consumo, a energia elétrica é tratada nas subestações, com seu nível de tensão rebaixado
e sua qualidade controlada, sendo transportada por redes elétricas aéreas ou subterrâneas,
constituídas por estruturas (postes, torres, dutos subterrâneos e seus acessórios). Cabos
elétricos e transformadores para novos rebaixamentos (110 / 127 / 220 / 380 V), e
finalmente entregue aos clientes industriais, comerciais, de serviços e residências em
níveis de tensão variáveis, de acordo com a capacidade de consumo instalado de cada
cliente consumidor.
Quando falamos em setor elétrico, referimo-nos normalmente ao Sistema Elétrico
de Potência (SEP), definido como o conjunto de todas as instalações e equipamentos
destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até a medição
inclusive. Com o objetivo de uniformizar o entendimento é importante informar que o
SEP trabalha com vários níveis de tensão, classificadas em alta e baixa tensão e
normalmente com corrente elétrica alternada (60 Hertz Hz).
Conforme definição dada pela ABNT nas NBRs (Normas Brasileiras
Regulamentadoras), considera-se “baixa tensão” a tensão superior a 50 volts em corrente
alternada ou 120 volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente
alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Da mesma
forma considera-se “alta tensão”, a tensão superior a 1000 volts em corrente alternada ou
1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
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APOSTILA DE SEGURANÇA EM ELETRICIDADE

1 Introdução à Segurança com Eletricidade A energia elétrica que alimenta as indústrias, comércio e nossos lares é gerada principalmente em usinas hidrelétricas, onde a passagem da água por turbinas geradoras transforma a energia mecânica, originada pela queda d’água, em energia elétrica. No Brasil a GERAÇÃO de energia elétrica é 80% produzida a partir de hidrelétricas, 11% por termoelétricas e o restante por outros processos. A partir da usina a energia é transformada, em estações elétricas, a elevados níveis de tensão (69/88/138/240/440 kV) e transportada em corrente alternada (60 Hertz) através de cabos elétricos, até as estações rebaixadoras, delimitando a fase de Transmissão. Já na fase de Distribuição (11,9 / 13,8 / 23 kV), nas proximidades dos centros de consumo, a energia elétrica é tratada nas subestações, com seu nível de tensão rebaixado e sua qualidade controlada, sendo transportada por redes elétricas aéreas ou subterrâneas, constituídas por estruturas (postes, torres, dutos subterrâneos e seus acessórios). Cabos elétricos e transformadores para novos rebaixamentos (110 / 127 / 220 / 380 V), e finalmente entregue aos clientes industriais, comerciais, de serviços e residências em níveis de tensão variáveis, de acordo com a capacidade de consumo instalado de cada cliente consumidor. Quando falamos em setor elétrico, referimo-nos normalmente ao Sistema Elétrico de Potência (SEP), definido como o conjunto de todas as instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até a medição inclusive. Com o objetivo de uniformizar o entendimento é importante informar que o SEP trabalha com vários níveis de tensão, classificadas em alta e baixa tensão e normalmente com corrente elétrica alternada (60 Hertz – Hz). Conforme definição dada pela ABNT nas NBRs (Normas Brasileiras Regulamentadoras), considera-se “baixa tensão” a tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Da mesma forma considera-se “alta tensão”, a tensão superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.

1.1 A Geração de Energia Durante a operação, são realizadas atividades, de modo remoto ou local, para fazer funcionar, parar ou atuar conforme as circunstâncias, os equipamentos, dispositivos, aparelhos e instalações que fazem parte da infraestrutura que serve ao funcionamento da unidade geradora. As atividades são feitas em geral, junto a painéis de comando e controle, abertura e fechamento de chaves, quadros de força, disjuntores, dispositivos de seccionamento com e sem carga, com e sem tensão. Essas atividades são realizadas junto ou próximo às instalações energizadas. As atividades de manutenção consistem em intervenções nas unidades geradoras, para restabelecer ou manter suas condições adequadas de funcionamento. Essas atividades são realizadas nas salas de máquinas, salas de comando, junto a painéis elétricos energizados ou não, junto a barramentos elétricos, instalações de serviço auxiliar, tais como: transformadores de potencial, de corrente, de aterramento, banco de baterias, retificadores, geradores de emergência etc. Os riscos após a fase de processamento da geração (turbinas/geradores) de energia elétrica são similares e comuns a todos os sistemas de produção de energia e estão presentes em diversas atividades, destacando:

 consumidores residenciais, comerciais e industriais até a potência de 75 kVA (o abastecimento de energia é realizado no potencial de 110, 127, 220 e 380 Volts);  distribuição subterrânea no potencial de 24 kV 2 O Que é Eletricidade? Eletricidade é o nome dado a um conjunto de fenômenos que ocorre graças ao desequilíbrio ou à movimentação das cargas elétricas, uma propriedade inerente aos prótons e elétrons, assim como também dos corpos eletricamente carregados. Na eletricidade, existem fenômenos eletrostáticos e eletrodinâmicos, relativos a cargas em repouso e em movimento, respectivamente. O conceito de eletricidade é abrangente, mas podemos compreendê-lo como todos os efeitos que as cargas elétricas produzem sobre a matéria. A eletricidade é comumente associada à corrente elétrica, uma movimentação de cargas que é estabelecida quando algum corpo é submetido a uma diferença de potencial elétrico. Na Física, é muito comum que o termo eletricidade seja empregado como a quantidade de energia consumida nos circuitos elétricos. Essa energia, também conhecida como energia potencial elétrica, pode ser calculada por meio da potência elétrica – a quantidade de energia elétrica que um dispositivo consome a cada segundo. A energia potencial elétrica é medida em joules, ou em kWh, que é uma unidade mais comum, usada como o parâmetro pelas companhias de distribuição de energia elétrica. A energia contida em um kWh tem um valor econômico, que pode ser diferente em cada região, de acordo com as dificuldades técnicas da distribuição de energia ou ainda, com a demanda local. A energia contida em 1 kWh é igual a 3,6.106 J. Junto com as energias mecânica, química e térmica, a eletricidade compõe o conjunto de modalidades energéticas de uso habitual. De fato, como consequência de sua capacidade de ser transformada de forma direta em qualquer outra energia, sua facilidade de transporte e grande alcance através das linhas de alta tensão, a energia elétrica se converteu na fonte energética mais utilizada no século XX. Ainda que a pesquisa de fontes de eletricidade tenha se voltado para campos pouco conhecidos, como o aproveitamento do movimento e da energia dos mares, as formas mais generalizadas são a hidrelétrica, obtida pela transformação mecânica da força de

quedas d’água, e a térmica, constituída por centrais geradoras de energia alimentadas por combustíveis minerais sólidos e líquidos. Desde que se passou a utilizar eletricidade como fonte energética, sua produção experimentou um crescimento vertiginoso. A importância dessa forma de energia se pode provar pelo fato de, modernamente, os países mais industrializados duplicarem o consumo de energia elétrica a cada dez anos. Entre os países de maior produção e consumo em todo o mundo estão os Estados Unidos, a Rússia, o Reino Unido e a Alemanha. Também ostentam consideráveis índices de produção os países que dispõem de importantes recursos hídricos, como o Canadá e a Noruega. 3 Choque Elétrico O choque elétrico é um estímulo rápido e acidental do sistema nervoso do corpo humano, pela passagem de uma corrente. Essa corrente circulará pelo corpo da pessoa quando ele se tornar parte de um circuito elétrico que possua uma diferença de potencial suficiente para vencer a resistência elétrica oferecida pelo corpo. Embora tenhamos dito, no parágrafo acima, que o circuito elétrico deva apresentar uma diferença de potencial capaz de vencer a resistência elétrica oferecida pelo corpo humano, o que determina a gravidade do choque elétrico é a intensidade da corrente que circulará pelo corpo. O caminho percorrido pela corrente elétrica no corpo humano é outro fator que determina a gravidade do choque, sendo os choques elétricos de maior gravidade aqueles em que a corrente elétrica passa pelo coração. Como efeitos diretos decorrentes do choque elétrico, podemos ter a morte, a fibrilação do coração, as queimaduras e contrações violentas dos músculos e, como indiretos as quedas de diferença de nível, batidas em consequência das quedas etc. A morte ocorrerá por asfixia, se a intensidade da corrente elétrica for de valor elevado, normalmente acima de 30 mA, e circular por um período de tempo relativamente pequeno, normalmente dentro de alguns minutos. Daí a necessidade de uma ação rápida, no sentido de interromper a passagem da corrente elétrica pelo corpo da pessoa. A morte por asfixia advém do fato de os músculos do tórax se contraírem tetanicamente, cessando, assim, a respiração. Se não for aplicada a respiração artificial dentro de um intervalo de tempo inferior a três minutos, sérias lesões cerebrais e morte são previsíveis.

3.1 Percurso da corrente elétrica Tem grande influência na gravidade do choque elétrico o percurso seguido pela corrente no corpo da vítima. Uma corrente de intensidade elevada que circule de uma perna à outra pode resultar só em queimaduras locais, sem outras lesões mais sérias. No entanto, se a mesma intensidade de corrente circular de um braço a outro da vítima, poderá levar a uma parada cardíaca ou paralisação dos músculos do coração. A figura abaixo fornece a porcentagem da corrente elétrica que passará pelo coração em relação à corrente que está atravessando o corpo em cada condição. 3.2 Características da Corrente Elétrica Outros fatores a determinar a gravidade do choque elétrico são as características da corrente. Nos parágrafos anteriores vimos que a intensidade da corrente era um fator determinante na gravidade da lesão por choque elétrico; no entanto, observa-se que, para correntes do tipo corrente contínua (CC), as intensidades da corrente deverão ser mais elevadas para ocasionar as sensações do choque elétrico, a fibrilação ventricular e a morte. No caso da fibrilação ventricular, esta só ocorrerá se a corrente contínua for aplicada durante um instante curto, especifico e vulnerável do ciclo cardíaco. Em outros tipos de lesões tornam-se necessárias intensidades de corrente contínua três a cinco vezes maiores do que as do tipo alternadas. As correntes alternadas de frequência entre 20 e 100 Hertz são as que oferecem maior risco. E especificamente as de 60 Hertz, normalmente usadas nos sistemas de fornecimento de energia elétrica, são especialmente perigosas, uma vez que elas se situam próximas à frequência na qual a possibilidade de ocorrência da fibrilação ventricular é maior. Para correntes alternadas de frequências elevadas, acima de 2000 Hertz, as

possibilidades de ocorrer choque elétrico são pequenas; contudo, ocorrerão queimaduras, devido à corrente tender a circular pela parte externa do corpo ao invés da interna. Ocorrem também diferenças nos valores da intensidade da corrente para uma determinada sensação do choque elétrico, se a vítima for do sexo feminino ou masculino. A tabela abaixo destaca isso. Efeitos Corrente Elétrica para 60Hz (mA) Homens Mulheres Limiar de Percepção 1,1 0, Choque não doloroso, sem perda do controle muscular

Choque doloroso, limiar de largar 16,0 10, Choque doloroso e grave contrações musculares, dificuldade de respiração

3.3 A resistência do Corpo Humano A intensidade da corrente que circulará pelo corpo da vítima dependerá, em muito, da resistência elétrica que esta oferecer à passagem da corrente, e também de qualquer outra resistência adicional entre a vítima e a terra. A resistência que o corpo humano oferece à passagem da corrente é quase que exclusivamente devida à camada externa da pele, a qual é constituída de células mortas. Esta resistência está situada entre 100.000 e 600.000 ohms, quando a pele se encontra seca e não apresenta cortes, e a variação apresentada é função da sua espessura. Quando, no entanto, encontra-se úmida, condição mais facilmente encontrada na prática, a resistência elétrica do corpo pode ser tão baixa quanto 500 ohms. Esta baixa a resistência é originada pelo fato de que a corrente pode então passar para a camada interna da pele, que apresenta menor resistência elétrica. Também, ao estar com cortes, a pele pode oferecer uma baixa resistência. Como dissemos o valor elevado oferecido, quando a pele está seca, é relativamente difícil de ser encontrado na prática, uma vez que, mesmo que uma pessoa execute trabalhos que exijam pequeno esforço físico, seu corpo transpira, e com isto a resistência oferecida à passagem da corrente é reduzida significativamente. Pelo mesmo

Essa energia (W) varia de acordo com a resistência que o corpo oferece à passagem da corrente, com a corrente elétrica e com o tempo de exposição e pode ser calculada pela expressão: 𝑊 = 𝑅 × 𝐼^2 × 𝑡 Em que: W = energia dissipada; R = resistência; I = intensidade da corrente; t = tempo. Dependendo das características do circuito, os efeitos do contato com eletricidade podem ser diversos. 3.4.1 Circuitos De Tensões Elevadas Acima de 1500 volts, o acidentado por contato com partes energizadas tem nas queimaduras a consequência que maiores riscos apresentam. Pode advir inclusive a morte por eletrocussão. Deve ser ressaltado, porém, que apenas a proximidade de partes do circuito carregadas eletricamente pode dar origem a uma descarga pela diminuição da resistência de isolamento dada pelo ar. É importante destacar que neste caso as lesões serão inversamente proporcionais às áreas onde ocorreu a ruptura dielétrica. Em outras palavras, havendo uma grande área de contato, a densidade de corrente será menor, portanto as queimaduras deverão ser de menor intensidade. As condições favoráveis para este tipo de acidente podem ser encontradas em circuitos e instalações de cabines primárias, linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica, em circuitos de aparelhos elétricos por exemplo, televisores, onde a tensão na tela do cinescópio é elevada, embora a potência envolvida no circuito seja pequena, uma vez que a corrente do feixe eletrônico do tubo é da ordem de microampères. 3.4.2 Circuitos De Corrente Contínua A aplicação de uma corrente contínua, sobre o corpo de qualquer indivíduo, poderá provocar a eletrólise das soluções salinas existentes nas áreas onde ocorreu o contato. As queimaduras resultantes desse processo terão sua gravidade determinada principalmente pelo tempo de duração da exposição a esse tipo de corrente, mesmo que sua intensidade seja pequena, da ordem de alguns miliamperes. Esta situação poderá ser encontrada, principalmente nas áreas hospitalares onde frequentemente pacientes são submetidos a tratamento pela aplicação de aparelhagem eletrônica. Qualquer defeito no aparelho, possivelmente, exporá o paciente a uma tensão contínua em níveis bem baixos de 3 a 5 volts. A corrente que percorrerá o indivíduo,

dependendo do tipo de contato, não implicará em graves danos desde que detectada rapidamente. Também, neste caso, quanto menor a área de contato, maior será a densidade de corrente. Da mesma forma, quanto maior o tempo de exposição, maior será o processo eletrolítico, que acarreta o aumento dos danos ao corpo humano. 3.4.3 Correntes De Alta Frequência As correntes elétricas de alta frequência, (acima de 200 kHz) ao circularem pelo corpo humano, não provocam choque elétrico. Em caso de algum corte na pele, em que a corrente é levada a circular pela camada interna da derme, pela menor resistência, não há choque elétrico propriamente dito. Há a tendência, porém, dessas correntes circularem pelas camadas periféricas do corpo devido ao chamado “efeito pelicular”. Em função da intensidade de corrente e da resistência oferecida por essas camadas periféricas, desenvolvem-se por “efeito joule altas temperaturas”. Mais graves se tornam as queimaduras quando, após feito o contato com o circuito onde circulam correntes de alta frequência, é desfeito o contato. Essa desconexão origina o aparecimento de um arco elétrico, com consequente agravamento da lesão. Os processos de solda a alta frequência, quando são utilizadas correntes de 300 KHz a 500 KHz apresentam esse risco. Ainda na área industrial podemos citar estornos de indução. Na área médica, esse procedimento pode ser utilizado para corte e/ou cauterização dos tecidos, em função da intensidade e frequência da corrente. Há que se tomar cuidado, porém, de propiciar ao paciente uma ligação à placa de terra, empregada para retorno da corrente, o mais perfeito possível, para evitar o aparecimento de queimaduras nessa região. Também o eletrodo utilizado para contato deverá estar em perfeitas condições, pois a diminuição na área de contato propiciará incremento na densidade de corrente, cujas consequências já foram analisadas anteriormente. Há uma outra classificação, também bastante importante, que pode ser dada a partir do tipo ou gravidade das lesões. A eletricidade pode produzir queimaduras por diversas formas, o que resulta em uma segunda classificação, que serão abordadas nos tópicos a seguir. 3.4.4 Queimaduras Por Contato

aos de origem magnética citamos os efeitos térmicos, endócrinos e suas possíveis patologias produzidas pela interação das cargas elétricas com o corpo humano. Não há comprovação científica, porém, há estudos procurando relacionar a exposição a este tipo de radiação com a ocorrência de câncer, leucemia e tumor de cérebro. Contudo é certo que essa situação promove nocividade térmica (interior do corpo) e efeitos endócrinos no organismo humano. Especial atenção aos trabalhadores, expostos a essas condições, que possuam em seu corpo próteses metálicas (pinos, encaixes, articulações), pois a radiação promove aquecimento intenso nos elementos metálicos podendo provocar as necroses ósseas. Para os trabalhos desses portadores de aparelhos e equipamentos eletrônicos (marca-passo, auditivos, dosadores de insulina, etc.), a radiação interfere nos circuitos elétricos e poderá criar disfunções e mau funcionamento desses. 3.5 Causas Determinantes Veremos a seguir os meios por meio dos quais são criadas condições para que uma pessoa venha a sofrer um choque elétrico. 3.5.1 Contato com um condutor nu energizado Muitos acidentes ocorrem devido à falta de proteção de condutores nus energizados, ou mesmo a falta de cuidado das pessoas ao trabalharem em instalações elétricas das quais foi removida tal proteção. Uma das causas mais comuns desses acidentes é o contato com condutores nus aéreos energizados. Normalmente o que ocorre é que equipamentos tais como guindastes, caminhões basculantes tocam nos condutores, tornando-se parte do circuito elétrico; ao serem tocados por uma pessoa localizada fora dos mesmos, ou mesmo pelo motorista, se este, ao sair do veículo, mantiver contato simultâneo com a terra e o mesmo, causam um acidente fatal. Contatos com partes do circuito elétrico, que obrigatoriamente deveriam estar protegidas, ocorrem com maior frequência. Tal obrigatoriedade existe no uso de chaves seccionadas, que devem ser instaladas fora de painéis que possuam tampas, evitando assim que suas partes energizadas sejam tocadas. Ou então, em painéis que contenham disjuntores que necessitam ser acionados com frequência; estes devem possuir um contra

painel que evite que os barramentos aos quais estão ligados sejam tocados por uma pessoa, ao serem ligados ou desligados. Com muita frequência, pessoas sofrem choque elétrico em circuitos que, embora tenham sido desligados, com certeza, foram tocados antes que decorresse certo tempo. Este tipo de acidente decorre do uso de capacitores, os quais, embora desligados do circuito que os alimenta, conservam por determinado intervalo de tempo sua carga elétrica. Daí a importância de aguardar um intervalo de tempo, antes de tocar tais circuitos. Usualmente, aguarda-se um intervalo de cinco minutos, para os capacitores utilizados para correção do fator de potência de circuitos, os quais são dotados de elementos resistivos internos que realizam tais descargas. Nos capacitores utilizados em circuitos eletrônicos, por não possuírem tais recursos, é conveniente deixar decorrer um intervalo de tempo maior, antes que algum serviço seja executado no circuito elétrico do aparelho. Grande cuidado deve ser observado, ao desligar-se o primário de transformadores, nos quais se pretende executar algum serviço. O risco que se corre é que do lado do secundário pode ter sido ligado algum aparelho, o que poderá induzir no primário uma tensão elevadíssima. Daí a importância de, ao se desligarem os condutores do primário de um transformador, estes serem aterrados. 3.5.2 Falha na isolação elétrica Os condutores, quer sejam empregados isoladamente, como nas instalações elétricas, quer como partes de equipamentos, são usualmente recobertos por uma película isolante. No entanto, a deterioração por agentes agressivos, o envelhecimento natural ou forçado ou mesmo o uso inadequado do equipamento podem comprometer a eficácia da película, como isolante elétrico. Veremos, a seguir, os vários meios pelos quais o isolamento elétrico pode ficar comprometido. Calor e temperaturas elevadas : a circulação da corrente em um condutor sempre gera calor e, por conseguinte, aumento da temperatura do mesmo. Este aumento pode causar a ruptura de alguns polímeros, de que são feitos alguns materiais isolantes, dos condutores elétricos. Umidade: Alguns materiais isolantes de que são revestidos condutores podem absorver tanta umidade quanto 8%, como é o caso do nylon. Isto faz com que a resistência

Altas tensões: Altas voltagens podem originar arcos elétricos ou efeitos corona, os quais criam buracos na isolação ou degradação química, reduzindo, assim, a resistência elétrica do isolamento. Pressão: O vácuo pode causar o desprendimento de materiais voláteis dos isolantes orgânicos, causando vazios internos no material isolante, variações nas suas dimensões, perda de peso e consequentemente, redução de sua resistividade. 4 Medidas de Controle de Riscos Elétricos 4.1 Desenergização A desenergização é um conjunto de ações coordenadas, sequenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores envolvidos. Somente serão consideradas desenergizada as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados e obedecida a sequência a seguir. 4.1.1 Seccionamento É o ato de promover a descontinuidade elétrica total, com afastamento adequado à tensão, entre um circuito ou dispositivo e outro, obtida mediante o acionamento de dispositivo apropriado (chave seccionadora; interruptor; disjuntor), acionado por meios manuais ou automáticos, ou ainda através de ferramental apropriado e segundo procedimentos específicos. 4.1. 2 Impedimento de reenergização É o estabelecimento de condições que impedem, de modo reconhecidamente garantido, a reversão indesejada do seccionamento efetuado, visando assegurar ao trabalhador o controle do seccionamento. Na prática trata-se da aplicação de travamentos mecânicos, por meio de fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares de travamento ou com sistemas informatizados equivalentes. O profissional autorizado deve utilizar um sistema de travamento do dispositivo de seccionamento, para o quadro, painel ou caixa de energia elétrica e garantir o efetivo impedimento de reenergização involuntário ou acidental do circuito durante a interrupção de energia.

Além de trancar a caixa, devem também fixar placas de sinalização alertando sobre a proibição da ligação da chave e indicando que o circuito está em manutenção. Em construções de grande porte, nas quais eventualmente mais de um eletricista estiver fazendo reparos em locais diferentes, o risco de energizar inadvertidamente o circuito é muito grande. Nesse caso a eliminação do risco é obtido pelo emprego de tantos bloqueios quanto forem os eletricistas em serviço. Dessa forma, o circuito só será novamente ligado quando o último trabalhador concluir seu serviço e destravar a(s) chave(s), disjuntor, quadro, painel, etc. Após a conclusão dos serviços deverão ser adotados os procedimentos de liberação e os circuitos religados depois de se certificar de que todos os equipamentos estejam desligados pelos seus dispositivos de comando. Cuidado especial para a desenergização de circuito ou mesmo de todos circuitos numa instalação deve ser sempre programado e amplamente divulgado para que a interrupção, ocasionando o corte repentino da energia elétrica, não cause transtornos e possibilidade de acidentes. A reenergização deverá ser autorizada mediante a divulgação aos envolvidos. 4.1.3 Constatação Da Ausência De Tensão É a verificação da efetiva ausência de qualquer tensão nos condutores do circuito. A verificação deve ser feita com medidores testados antes e depois da verificação, podendo ser realizada por contato ou por aproximação e de acordo com procedimentos específicos. 4.1. 4 Instalação De Aterramento Temporário Com Equipotencialização Dos Condutores Dos Circuitos Constatada a inexistência de tensão, um condutor do conjunto de aterramento temporário deverá ser ligado à terra e ao neutro do sistema, quando houver, e às demais partes condutoras estruturais acessíveis. Na sequência, deverão ser conectadas as garras de aterramento aos condutores fase, previamente desligados. 4.1.5 Proteção Dos Elementos Energizados Existentes Na Zona Controlada Define-se zona controlada como: entorno de parte condutora energizada, segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados, como disposto no anexo II da Norma Regulamentadora Nº10.

  1. Temporário: ligação elétrica efetiva com baixa impedância intencional à terra, destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica. 4.2.1 Esquema De Aterramento Conforme a NBR-5410 são considerados os esquemas de aterramento TN/TT/IT, cabendo as observações seguintes sobre as ilustrações e símbolos utilizados. As figuras na sequência, que ilustram os esquemas de aterramento, devem ser interpretadas de forma genérica. Elas utilizam como exemplo sistemas trifásicos. As massas indicadas não simbolizam um único, mas sim qualquer número de equipamentos elétricos. Além disso, as figuras não devem ser vistas com conotação espacial restrita. Deve-se notar, neste particular, que como uma mesma instalação pode eventualmente abranger mais de uma edificação, as massas devem necessariamente compartilhar o mesmo eletrodo de atiramento, se pertencentes a uma mesma edificação, mas podem, em princípio, estar ligadas a eletrodos de aterramento distintos, se situadas em diferentes edificações, com cada grupo de massas associado ao eletrodo de aterramento da edificação respectiva. Nas figuras são utilizados os seguintes símbolos: 4.2.2 Esquema TN O esquema TN possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. São consideradas três variantes de esquema TN, de acordo com a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção, a saber:
  1. Esquema TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos, figura abaixo:
  2. Esquema TN-C-S, em parte do qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor, figura abaixo:
  3. Esquema TN-C, no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor, na totalidade do esquema, figura abaixo:
  4. Esquema TT, possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando as massas da instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente distinto(s) do eletrodo de aterramento da alimentação, figura abaixo.