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Este texto reflete sobre a importância da saúde como direito de todos, independente de raça, cultura ou condição social. Ao mesmo tempo, aborda a complexidade e dinâmica da saúde, que depende não apenas de fatores biológicos, mas também espirituais, morais, sociais e culturais. O documento explora a história da saúde no brasil, particularmente em relação à diversidade étnica, e os desafios atuais na atenção à saúde de populações indígenas. O texto também discute a importância de compreender as práticas de saúde tradicionais e de superar barreiras culturais para oferecer serviços de qualidade.
Tipologia: Notas de estudo
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A SAÚDE NA QUESTÃO DIVERSIDADE: reflexão sobre valores, saberes e cultura em busca da qualidade dos serviços
Viver bem e ter saúde são desejos de todo homem. Saúde é um direito de todos independe de cor, raça, credo, cultura, nacionalidade e condição social. Sendo este serviço, dever do Estado e garantido por lei (Artigo 196 da Constituição Federal de 1996). Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio, saúde significa estado daquele cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação plena. Ainda, a Organização Mundial da Saúde – OMS afirma, saúde é um perfeito bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. Saúde então é algo complexo e dinâmico pelo fato de que, não depende só de fatores biofisiológicos, mas também de outros elementos como o espiritual, o moral, o social, o cultural, os hábitos, os subjetivos e por que não o histórico para a adaptação ao meio em que vivemos; e consequentemente o assim chamado “bem-estar”. Problemas de saúde ocorrem em todo o mundo. No Brasil, desfila por um panorama caótico e desanimador tanto para usuários como para profissionais da área; decorrente do descaso em cada esfera do governo. Ao analisarmos a saúde na questão da diversidade, observamos que esta é delineada por uma trajetória de conflitos étnicos desde os primórdios do descobrimento do Brasil. Retomando um pouco da história do Brasil colônia, podemos notar que uma das primeiras ações dos colonizadores foi às ações de saúde aos nativos da terra (índios); tais práticas baseavam-se por meio do conhecimento e saberes do mundo Ocidental. Cabe lembrar, que os serviços de assistência à saúde realizada atrelava-se a uma ação missionária integrada a políticas governamentais da época com objetivo evangelístico e de catequese. No Brasil do século XVI, os saberes e conhecimentos da população nativa fundamentavam os seus agravos à saúde a vontade de um “ser” sobrenatural, força de um castigo ou praga, ação de astros, espíritos da floresta, guerras entre famílias, heróis criados, agressões espirituais, agentes climáticos. Ainda, uma boa parcela mantém essa cultura. Esse panorama à ótica colonizadora, era considerado inapropriado para uma organização da função física/social plena do sujeito; apesar de possuir certa especificidade era algo comparável à magia, feitiçaria. Sendo então, desconsiderados à recuperação e promoção da saúde, colocando a população nativa como impossibilitados de prover resoluções para suas demandas de saúde por conta própria. Diante disso, o colonizador atribui a si o papel de protege-los de si mesmo (práticas, cultura, costumes e hábitos). Como podemos observar, o entendimento de saúde-doença-cura permeia por uma organização sistemática e mundos antagônicos. Existe a interação de elementos arraigados na história, relações e experiências de vida do sujeito que parecem ir além da presença da doença. A visão de saúde ocidental é constituída a partir de um estilo de vida pautada na chamada “sociedade moderna”, onde a população perde o senso de uma vida saudável. Adaptando-se a um estilo sedentário e estressante. Prioriza a alimentação do tipo fast-food e ou industrializados com alta concentração de sódio, ácidos graxos saturados, o abuso de drogas lícitas, ilícitas. Já a natureza do processo saúde bem como a terapêutica dos povos indígenas configura um contexto envolto num sistema de conhecimento místico/religioso. Analisando ambas as concepções, percebemos poucas características comparáveis. Ainda menos será ao levarmos ao nível da percepção moderna de saúde que toma como base as evidências.
Esse comportamento, tende a desenvolver o risco de ignorarmos valores, sistemas culturais, crenças e práticas de cura, tratamento e prevenção que esteja antagônica a ideologia dominante. A saúde na diversidade ainda é algo complexo e de execução sistemática. Dentre os fatores encontrados na linha do estudo; marcadores apontam para uma falta de profissionais disponíveis para trabalhar em área indígena dentre outros. Principalmente aquelas longe do perímetro urbano regiões de difícil acesso. A atenção à saúde dos povos indígenas brasileiros é um subsistema vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), implantada em 99 e pautados na ideia do direito à diferença e do multiculturalismo, e em um modelo que, além da biomedicina, contempla formas específicas de atenção à saúde e à doença usadas pelos diversos povos e comunidades indígenas. Instituída pela Lei nº 9.836/99. A participação indígena como profissional a serviços da saúde foi algo que já fazia parte da estratégia utilizada antes da implantação do subsistema através, dos chamados Agentes Indígenas de Saúde - AIS. Ele é um membro da comunidade implantado para desenvolver o papel de mediador nessa relação, ou seja, ser a “ponte” (Brasil, 1996). Suas atividades transcende o campo da saúde à medida que requer a atenção de vários fatores da condição de vida e relação intercultural com a sociedade nacional. No que remete a falta de profissionais disponíveis para atuar nessa área em específico. Os profissionais de saúde não indígenas tem uma participação fundamental nas ações de saúde, viabilizando grande parte da mão de obra. Entretanto, esses atuantes pelo fato de, não compartilhar o mesmo “universo de saúde”, na sua maioria mostram-se um tanto incipiente para desenvolver seus respectivos papeis em um contexto Interétnico bastante diferente da sua natureza. Isso denota que ambos os grupos não compartilham da mesma ideia do processo saúde/doença/cura se constituindo como “estranhos”. Onde a visão dos profissionais não indígenas pode ser configurada por experiências diferentes e atuação que exige habilidade de improvisação que vai além de conhecimentos biomédicos. A partir do instante que essa dinâmica é exposta à realidade das práticas, influi a um conflito de identidades, barreira ao conhecimento tradicional, discriminação de hábitos, crenças, valores, obstáculo na comunicação, barreiras na relação entre não “ser” indígena e “ser” indígena, imposição de papéis, momento de tensão durante os serviços de saúde entre profissionais e usuários, questionamentos da participação e ênfase da biomedicina. Tendo como resposta a resistência por parte dos indígenas as ações de saúde ocidental na tentativa de manter viva a prática tradicional bem como toda sua cultura. A revista WAYRI da Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro – FOIRN, de São Gabriel da Cachoeira, Amazônia numa publicação de Setembro de 2014 retrata: Esta mais que comprovado pela ciência dos brancos que a nossa forma de viver e de se relacionar com a natureza é fundamental para a vida no planeta. [...] O que fazer para que os nossos conhecimentos e a nossa forma de viver na comunidade seja não apenas valorizada, mas, continue sendo transmitida às novas gerações? Apesar do pouco estudo teórico disponibilizado, fica evidenciado a dificuldade de percepção por parte dos profissionais de saúde não indígenas em compreender a visão de saúde na diversidade e seus reflexos à prática do serviço de um modo geral. Sem levar em consideração a especificidade da organização sistemática que compreende as práticas de saúde indígena, que como observado nos estudos encontrados, variam de um para outro. Isso